Mesmo com a ameaça das nuvens, fomos caminhar pelo jardim. Castelliano fitava o chão,como que para evitar meu olhar, ou talvez procurando as palavras certas; paramos a cerca de dez metros da casa; ele pegou minhas mãos nas suas e com um olhar afável começou a proferir aquelas palavras que tanto odiei por um momento:

-Isabeou, receio tê-la que avisar às pressas, todavia tenho que fazê-lo.

-O que há? Algo aconteceu a ti? Alguma doença?

-Não. Ter-me-ei que fazer uma viajem para Veneza e não sei se retorno com vida, já que irei com o intuito de tornar-me soldado.

-Mas por que farias tamanha loucura? - senti o sangue fugir de meu rosto.

-Meu pai. Ele o fará se eu não o fizer. Apenas uma coisa o faria mudar de idéia.

-O quê? - perguntei ansiando a resposta - Ande, diga o que o fará mudar de idéia?

-Um casamento.

Um casamento? Indaguei em meus pensamentos. Um mero casamento o salvaria de seu destino como soldado? Se aquele fosse o preço para tê-lo ao meu lado eu o faria sem cogitar. Iria até meu pai imediatamente contar-lhe sobre minha vontade.

E o fiz.

Soltei as mãos de Castelliano das minhas e pus-me a correr insanamente; sem nada compreender, ele começou a me seguir e quando enfim me alcançou, enlaçou minha cintura com seu braço e com os olhos colados nos meus pôs seus lábios sobre os meus. 

-Isabeou, você aceita casar comigo? 

Por um momento vi-me sem chão, as cores se distorciam enquanto o mundo à minha volta girava em um carrocel e então eu desmaiei.

Mal sabia eu o que estava por vir.