Além da Amizade escrita por Nani_sama


Capítulo 6
Capitulo 5 - The certainty of the right to be done


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/141502/chapter/6

- Nossa. Por acaso, você emagreceu? – Perguntou Renata olhando minha barriga. Eu olhei para baixo e fitei minha barriga.
- Emagreci? Não sei.
- Está menos. . . Er. . .Fofa. – Disse tentando ser educada. Eu engoli seco.
- Ah, pode dizer. . . Menos gorda, né? – Disse abrindo meu armário para pegar o livro de matemática.
- Não, er. . . não é isso.
- Sei. Olha Renata, do mesmo jeito que tu gosta de sinceridade, eu também gosto.
- Desculpa é que. . .
- É que o que?  - Perguntei.
   Fazia um mês que a Renata falava comigo. Os testes do segundo semestre já tinham acabado e só faltava ás provas para encerrar o segundo semestre.
- Preciso te contar uma coisa muito importante sobre mim. – Falou parecendo angustiada.
- O que?
- Aqui não, mas tarde eu falo.  – Disse enquanto eu fechava o armário. Virei para ela, dei de ombros e disse:
- Então tá bom.
- Daniel, perguntou se eu queria ir ao cinema hoje com ele. – Comentou quando começamos a andar. Eu senti uma tristeza de mim e abaixei o rosto.
- Nossa. Que bom.
- Eu aceitei, sabe? Mas queria que você fosse.
- E como quem eu iria? – Perguntei sem muito pensar. Não queria vê Daniel e ela aos beijos.
- Com o Fabrício, né? Todo mundo sabe o que rola entra vocês dois. – Disse olhando para frente. Eu desviei o olhar do dela, olhei para frente e vi o Fabrício vindo em nossa direção. Ele sorria para mim.
- A gente se vê na sala. – Falou Renata. Quando olhei para o lado, ela já sumido de vista. Voltei a olhar para frente e parei quando vi que ele tava perto demais de mim. Corei um pouco sem graça. Ele foi o primeiro garoto que tinha beijado então de alguma forma estava sentindo algo por ele, mas não comparava ao que eu sentia pelo Daniel. Eu sentia mais do que corar, eu sentia meu corpo estremecer e me sentia-me protegida em seus braços. Com o Fabrício, era apenas. . .Não sei, algo além da amizade, mas não tão forte.
- Oi gata. – Disse para depois dar um beijo no canto da minha boca. Fiquei sem graça, mas mostrei um sorriso para ele.
- Você está emagrecendo mesmo. – Disse me olhando de cima a baixo.
- Vai ficar mais gata do que já é. – Disse num tom malicioso.
- Ah amor, obrigada pelo elogio.
- De nada. Vai fazer algo mais tarde? – Perguntou animado. Ela primeira que ele me chamava para sair para algum lugar que era fora do colégio.
- Hum. . .Acho que não.
- Ótimo. Você quer ir ao cinema?
- É.
- É?
- Seria legal. – Falei. Ele se aproximou seus lábios dos meus e eu sorri. Quando ele ia me beijar o sinal tocou. Ele beijava muito bem e estávamos ficando há mais de um mês. Ele era um cara perfeito, mas como já disse antes, o jeito dele não se comparava ainda ao Daniel. Começamos a andar para sala em silêncio. Eu senti sua mão segurar a minha, passamos pelo Fabio que me fitava com raiva. Eu ri para ele e mostrei língua. Eu tinha alguém e ele me olhava com raiva desde então. Eu não entendia o porquê, mas tava nem aí para ele.
  Entramos na sala e sentamos no meio da sala. Eu sentei na frente da Renata que piscou para mim. O professor de Inglês entrou e como sempre fui falar com ele. Depois dele, era educação física e depois física.
Na aula de educação física enquanto o Fabrício ainda trocava a roupa, Renata e eu demos de cara com o Daniel e seus amigos saindo da sala de eletrônica. Ele olhou para Renata e abriu o maior sorriso. Pegava um monte de garoto e ainda gostava dela. Eu senti uma pontada de ciúmes. Alias, uma pontada foi pouco para o que sentir naquele momento. Ele virou para os seus amigos, falou alguma coisa, eles andavam para sala deles e o Daniel vinha até a gente. Ele chegou com o maior sorriso no rosto.
- Oi. –Disse cumprimentando a Renata. Ele virou para mim, fez cara feia e disse:
- Oi chata. – Disse num tom de brincadeira.
- Oi seu bobão. – Falei mostrando a língua.
- Cadê aquele Mané?
- O Fabrício? – Perguntei.
- É. Esse aí mesmo. – Disse indiferente.
- Que bobeira Daniel. Ele é um cara maneiro. – Disse Renata tentando me ajudar para o que parecia meu irmão. Ele bufou.
- Esse cara não me parece confiável.
- Qual garoto é confiável para você, Dan? – Perguntei.
- Os meus amigos.
- A tá. E eu sou o bozo. – Ironizei.
- Sério? Cadê o nariz vermelho? – Perguntou.
- Pentelho. – Falei cruzando os braços.
- Meninas, você não vão vim para cá? Vai começar a aula. – Alertou um menino lá da sala para gente. Nos despedimos dele e voltamos para a quadra. Fabrício jogava futebol com os meninos enquanto eu jogava handebol. Eu pegava varias vezes ele me olhando. Parecia realmente que eu gostava de mim e eu me sentia bem, pois com ele eu poderia esquecer o Daniel. Ele estava tão distraído comigo que eu escutei alguém falando: “pega bola”, mas ele não escutou e bola bateu na tua testa de tal maneira.
- Oh Deus. Você está bem? – Perguntei já ajoelhada do teu lado. Ele começou a rir do nada.
- O que foi? – Perguntei. Na hora em que ele ia responder, o professor falou:
- Ô garoto, tu ta bem?
- Estou sim professor.
- Você tem que prestar atenção na bola. – Falou o garoto que o tinha acertado. Não era um garoto qualquer, era o Fabio e ele olhava o Fabrício com raiva. Comecei a desconfiar que o Fabrício tivesse feito algum tipo de aposta comigo, quer dizer, mais uma vez pensei.
- Foi mal.
- Foi mal nada Mané. Professor, eu não tive culpa.
- Infelizmente, eu não estava vendo o jogo. Estava vendo o jogo das meninas. Então não posso dizer.
- Se cuida seu veadinho. – Falou olhando pro Fabrício. Depois saiu empurrando todo mundo. Fitei-o andando nervoso ao longe e depois voltei a olhar o Fabrício quando ele murmurou um “panaca”.
- Se acalma. – Murmurei no mesmo tom. Ele me olhou e depois voltou a olhar para cima.
  Na hora do recreio, Fabrício estava frio comigo e não entendi o motivo daquilo. Decidi ser indiferente naquele momento e esperar ele se acalmar.
- Que cara é essa? – Perguntou Daniel quando sentou-se ao meu lado no banco. Renata tinha ido comprar um lanche. Eu não estava com a mínima fome. Toda vez que ele ficava perto de mim, nada podia me deixar mal. Ele não precisava fazer piada para eu rir, era só simplesmente ficar do meu lado. Eu encostei meu rosto no teu ombro e murmurei:
- Nada. – Disse fechando os olhos para depois os abrirem segundos depois. Começamos a escutar alguns barulhos. Olhei para onde estava o Fabrício e vi que tinha uma rodinha de gente.
- BRIGA, BRIGA, BRIGA! – Exclamaram com toda a força. Eu virei voltei a olhar o Daniel que olhou para mim na mesma hora. Corremos até rodinha para vê quem é que tava brigando. Fiquei com raiva ao vê que era o Fabrício e o Fabio. Parecia que o Fabio é que se machucava mais, no entanto, parecia que tinha sido ele que começou a briga. Bufei.
- Calma. Vou tentar separar essa briga. – Falou Daniel tentando me acalmar. Quando vi, estava o Fabio totalmente machucado caído no chão e o diretor nervoso brigando com os dois. Foi então que notei que devia falar com o Fabio e entender o motivo da agressão. Fabrício foi para a sala de enfermagem que tinha no colégio, já o Fabio foi parar no hospital. O diretor chamou o Daniel em sua sala achando que ele fazia parte da briga. Renata e eu ficamos assustadas.
- Cara, dois garotos brigando por você. Não foi legal? – Disse ela toda animada quando saímos da sala no ultimo tempo para ir embora.
- Eles não estavam brigando por mim. – Afirmei.
- Ah, estavam sim.
- Claro que não. Foi por causa do jogo.
- Ah sim. Duvido muito disso, viu?
- Renata, você sabe que o Fabio me odeia.
- Você sabia que o ódio mora do lado do amor.
- RENATA. – Berrei o seu nome, irritada. Algumas pessoas olharam para mim curiosas, eu bufei, virei o rosto diretamente para Renata, parei de andar e disse:
- Olha. . .Eu vou vê o Daniel e mais tarde vou passar no hospital para  conversar com o Fabio. – Disse voltando a andar. Não escutei mais nada da parte dela.
- Ei. – Escutei alguém. Virei o meu rosto e vi Daniel. Estava de braços cruzados e parecia está bem nervoso.
- O que houve?
- Levei suspensão.
- Por quê? Você nem fez nada.
- É, mas você acha que o diretor acreditou nisso?
- Sinto muito.
- Tudo bem. Vou sentir como se fosse umas férias.
- Férias super obrigatórias. – Completei. Ele riu.
- É isso aí. – Disse colocando seu braço em volta de mim, segurando sua mão em meu ombro e me puxando para ele.
- Obrigada. – Agradeci enquanto andávamos para fora do colégio.
- Ah, foi nada. – Ironizou me fazendo rir dele.
    Lembro-me daquele dia mais  “marcado” pelo que aconteceu depois disso.
- Vem cá. – Disse me fazendo virar para ele. Ele colocou sua mão em meu rosto e tirou um pouco da distancia que ainda nos separava. Encostou seu nariz no meu e eu fechei os olhos. Na hora que ia rolar um beijo.
- Ô, ô. . .Ta aí? Está sonhando acordada? – Escutei a voz. Abri os olhos e vi Daniel passando a mão em meu rosto como se tentasse me acorda. Eu corei. Eu tinha acabado de sonhar acordada por causa dela. Mexi a cabeça pros lados, olhei para ele e murmurei:
- Vou ao hospital. Preciso falar com o Fabio. – Disse saindo sem esperar sua resposta.
- Até mais tarde. – Falou ele quando eu já estava longe.
- Passo lá na tua casa. – Falei no mesmo tom que ele e fiz um gesto de tchau com uma das mãos sem virar o rosto. Estava ainda sem graça pela minha imaginação.
 Andei até o ponto de ônibus e assim que cheguei eu avistei o ônibus que poderia me levar para o hospital. Como eu sabia o nome do hospital? Escutei um deles falando o nome do lugar antes de levá-lo.
  Depois que me sentei dentro do ônibus, liguei meu discmen e fiquei ouvindo. Quando vi, estava perto do hospital e dei um sinal. Desci e vi um orelhão bem ali perto, coloquei um cartão no orelhão, liguei para minha mãe e a avisei que estava indo para o hospital. Ela só disse para eu não demorar muito e ter cuidado. Conversei mais um pouco com ela e depois desliguei. Virei de costa pro orelhão e dei de cara com o hospital na minha frente.
  Quando entrei, olhei para as três recepcionistas que atendiam alguns clientes, peguei uma ficha com um numero e esperei ansiosamente chegar no meu numero. Quando chegou ao meu numero, eu fui até a recepcionista que não estava com ninguém e mostrei meu numero. Ela pegou, amassou jogou no lixo e murmurou:
- No que posso servi-la, senhorita?
- Eu queria saber se o Fabio Lopes está internado aqui.
- Deixa-me vê. Um momento sim. – Falou mexendo no computador. Nervosa, comecei a bater minhas unhas no balcão.
- Aqui está. – Começou a falar.
- Ele está no numero 1101, no décimo primeiro andar.
- Posso ir vê-lo?
- Bem. . .Acho que os pais deles estão aí. Não sei se pode subir. Espera um segundinho que eu vou checar. 
- Tá bom. – Falei. Voltei a me sentar enquanto ela ligava para algum numero. Fiquei alguns minutos esperando até que ela voltou a me chamar.
- O paciente pediu para que você subisse. – Disse. Eu assenti.
- Obrigada. – Agradeci. Andei até o elevado e apertei o botão. Enquanto ele não vinha, eu fiquei pensando. . .Ele quis aceitar a minha visita. Tudo bem, que eu sabia muito bem que poderia acontecer de eu ter ido ali e não ter conseguido, afinal, por que ele quer me vê? Eu só tinha ido por achar que ele não ia me receber, mas quis me receber. Foi então que me dei contar que já tinha chegado no 13º andar. Eu tinha entrado no elevador e nem percebi de tão desligada que estava. Sai do elevador e corri meu olhar pelas primeiras portas. Eu vi gente desesperada com algum ente querido e me assustei. Será que o Fabio estava bem mesmo? Eu ficava pensando no pior, mas sei lá. Comecei a lembrar do dia em que o conheci.
  Ele estava no grupo de amigos e até o Taynã estava lá. Eles conversam animadamente quando cheguei ao lado do Daniel. Ele me olhou e ficou me olhando durante algum tempo, eu correspondi por um tempo, mas logo desviei o olhar. Depois disso, ele tentou algo comigo, mas o Daniel soube da aposta escutando uma conversa e acabou que rolou briga entre os dois, mas não chegou a ser sério como a briga do Fabio e do Fabrício. Lembro-me de tudo que ele tentou, no começo. . . eu senti algo diferente por ele e achava que ele realmente gostava de mim, mas não passava de uma aposta. Foi aí que comecei a vê o Daniel com outros olhos. Depois de tudo, Fabio, começou a me encher o saco junto com o sem mentalidade do Taynã.
  Caminhava sem direção, até que voltei para a realidade e dei de cara com a porta do meu lado. Olhei por dentro da pequena janelinha e vi que gessavam a mão dele. Respirei fundo e entrei. Ele olhou para mim e ficou me fitando. Sentia que tinha colocado um clima bem tenso no lugar. Eu sentia os olhares de seus pais caírem em mim e tentei ignorar.
- Oi. – Murmurei o olhando.
- E aí? – Respondeu com uma pergunta.
- Eu queria vê. . .Se você. . .Ér. . .Tá bem? – Falei totalmente sem graça. Eu ainda me perguntava o que estava fazendo ali.
- Bem, agora o senhor fique quietinho. Vai ter que esperar o gesso esfriar para ir embora, tá bem?
- Tá bom. – Respondeu. Depois que o médico ou enfermeiro saiu, ele deu um olhada rápida nos pais e depois voltou a olhar para. Por fim disse:
- Velhos, quero falar com ela a sós. Vocês se importam? – Perguntou olhando na direção dos meus olhos.
- Tudo bem filho. Qualquer coisa nos chame. – Disse sua mãe.
- De boa. – Falou. Eles saíram bem atrás de mim, afinal a porta estava lá né? Ele me olhava sem parar. Umedeceu os lábios e abriu um sorriso.
- Obrigada por ter e preocupado comigo. – Falou enquanto me aproximava de sua cama. Fiquei bem ao seu lado.
- É, me preocupei sim, mas por que a violência com o Fabrício?
- Não vou falar disso. – Falou num tom ignorante e ao mesmo tempo cruzou os braços.
- Você é um ridículo. Eu ainda venho aqui tentar te entender, apesar de tudo o que me fez, estou aqui que nem uma retardada. Tchau. – Disse secamente. Ele me segurou pelo braço  com a mão boa e murmurou:
- Vai embora não. – Engoli seco quando escutei isso. Voltei para ele e ele soltou meu braço.
- Porque não?
- Por que eu quero falar com você.
- Sobre o que? – Perguntei enquanto ele abaixava o rosto desviando seus olhos dos meus.
- Acho que um pouco de tudo. – Falou fitando o nada.
- Então diz.
- Desculpa.
- Pelo que? – Perguntei cinicamente.
- Por tudo.
- Ual, quer dizer que o menininho Fabio decidiu crescer? – Perguntei ironicamente.

- É serio. Eu. . .
- Você. . .
- Nunca pensei que você iria vim me visitar.
- Daqui, eu vou vê se consigo ir à casa do Fabrício.
- Você quer me deixar mal, né?
- Eu não entendo. . .Por que brigar com o Fabrício.
- Com o teu namoradinho?  - Perguntou desviando o olhar e cruzando os braços.
- E se for? O que te importa?
- Você sabe. . .
- Não sei de nada é por isso que quero entender.
- Eu gosto de você. . .
- Ah, bom saber. . .Você sabia que sou a mamãe Noel? – Perguntei ironicamente. Ele revirou os olhos e começou a rir.
- Estou falando sério.
- A ta, fica me perturbando todos os dias e isso você quis dizer esse tempo todo, que gosta de mim? Se você queria ser meu amigo, era tentar fazer ás pazes e não me ma. . .Quer dizer, irritar. – Falei com raiva.
- Você não entende. . .
- Entender?É isso que estou tentando, já te disse.
- Eu gosto de você.
- E como vou acreditar nisso, se você nunca pediu amizade?
- Quem disse que gosto de você como amiga. – Falou voltando a me olhar diretamente nos olhos.
- Não entendo você. – Tentei mudar de assunto. Não queria me lembra da época do quase beijo, de quando eu gostava dele e muito menos daquela maldita aposta.
- Quer que eu te prove? – Perguntou ignorando a minha tentativa.
- Não.
- Mas mesmo assim eu provo. – Disse me puxando para ele e logo estava me beijando na boca.
   Eu não vi como ele me puxou, só vi quando estávamos se beijando. Ele colocou sua mão boa na minha cintura, ficou acariciando de leve a mesma. Seu beijo não foi selvagem, foi bem espontâneo e seguro. Parecia que ele queria me prender para sempre naquele simples beijo. Ele passava sua língua em cima da minha e começava a brincar com ela. Fiquei sem reação, na verdade, correspondi ao beijo. Na época, me senti a pior pessoa no mundo, por estar, de algum jeito, traindo o Fabrício. Alias até hoje penso, de vez em quando nisso. Ele apertou a minha cintura numa hora, depois puxou meu lábio de leve e terminou o beijo num selinho que não teve resposta de minha parte. Estava perplexa com o que tinha acabado de rolar entra a gente. Ele beijava muito bem, bem até demais. Ele abriu um pequeno sorriso em seus lábios e colocou a mão boa em meu rosto. Eu, ainda, o fitava muito perplexa e atordoada com aquele beijo.
- Sempre quis fazer isso.
- Você. . .Eu. . .Fabio, por que fez isso? – Perguntei quase gaguejando.
- É o que falei. Sempre quis te beijar e só vi isso quando comecei a vê o que estava começando a rolar entre você e o Fabrício.
- Estava?Ainda está. Ele e eu temos um rolo. – Falei nervosa.
- Agora não tem mais.
- Por que não?
- Por que agora sei que você ainda me ama. – Respondeu de imediato com um sorriso bobo na cara.
- Ain, eu não amo você. Eu nem sei mais quem eu amo. – Falei confusa me afastando de perto dele.
- Nossa estória ainda não teve um fim. – Falou seriamente.
- Então vamos vê o que vai acontecer. – Disse virando de costa para ele. Andei até a porta e sai por ela.
  Quando chamei o ônibus é que percebi que minha mão estava suja de branco. Eu me encostei no gesso dele sem querer e nem percebi.
   Depois que cheguei a casa e lavei a minha mão, resolvi ligar para o Fabrício e pergunta se podia ir lá vê ele. Quando liguei, sua mãe disse que ele não estava em casa e então decidi falar com ele no colégio. 
  Depois que tomei banho, troquei de roupa e comi, peguei meu diário, minha caneta, sai pela porta de casa, peguei a bicicleta e sai por ai pedalando. Precisava pensar em tudo que estava rolando. Foi então que quando estava virando a esquina, vi algo que entrei em choque, Fabrício estava beijando outra garota. Fiquei chocada com aquela cena. Ele me viu, então comecei a pedalar mais rápido na raiva.
- Thayná espere. Eu posso explicar. – Berrou, mas ignorei. Voltei para casa, afinal, ele não sabia a onde eu morava só eu sabia a onde ele morava, para a minha sorte. Corri pro meu quarto com o meu diário e minha caneta nas mãos. Sentei-me cama e comecei a escrever:
Rio de Janeiro, 15/05/1998.

Querido diário, por que sempre fazem isso comigo? Machucam-me ou tentem me machucar? O que fiz para sofrer tanto? Sei que de alguma forma, eu também o trai, mas foi o Fabio que iniciou o beijo na hora em que eu menos esperava. Quem eu queria mesmo, está de quatro por alguém que estou começando a dar valor para uma amizade. Droga Daniel, por que você não me vê? Por que ninguém me vê? Eu sou tão feia assim? Não acredito no Fabio, não quero mais acreditar no Fabrício e quero esquecer o Daniel. Como fazer isso?

Fechei o diário e foi aí que me lembrei de ir à casa do Daniel. Guardei meu diário e minha caneta. Depois lavei o rosto, corri para a minha porta e fui em direção a casa do Daniel. Bati na porta e a mãe de Daniel me atendeu.
- Oi querida.
- Oi tia.
- Tudo bem?
- Sim e com você, tia?
- Estou bem.
- Ér, o Daniel está?
- Não. Ele saiu com uma menina muito bem bonita daqui.
- Como assim? – Perguntei curiosa.
- Ah, ela veio aqui bem arrumada e ele estava também bem arrumado. Ele não me disse nada, mas disse que qualquer coisa me ligaria.
- Quem era?
- Hum. . .Era Raquel? Não. Esse não era o nome dela! Deus. . .Bem. . .Re. . .Re. . .
- Renata?
- Isso. – Respondeu de imediato.
- Ah, obrigada tia.
- De nada querida. – Disse enquanto me virava de costa para ela.
- Ei. – Chamou-me. Eu virei meu rosto de lado e ela disse:
- Não fica assim. Ele ainda vai te notar.
- Eu ainda quero entender o que você quer dizer. – Respondi me virando para frente novamente. Corri para minha casa.
“Pensei que ele estava me esperando. Ele disse para eu ir lá. O que será que eles estão fazendo? Ele a prefere ficar com ela do que  comigo. Ele que queria falar comigo, poxa. Pelo menos avisasse que não vinha. Espero que se divirta com aquela lá.” , pensei enciumada.
  Eu tentava fingir que estava tudo bem, mas não estava nada bem. Cada vez mais sentia ciúmes dele. Eu o queria para mim, queria que ele me beijasse e murmura-se um: “Eu te amo”.
- Como posso amá-lo? – Perguntei a mim mesmo enquanto me jogava na cama. Peguei o travesseiro e escondi meu rosto no travesseiro. Não dava mais, eu ia me declarar e seria amanhã, afinal, era sábado. Faltava apenas dois meses para eu fazer 18 anos. Não me lembro de muita coisa depois que coloquei o travesseiro em cima de meus olhos, claro, há não ser chorar feito boba. Adormeci rapidamente com os olhos marejados e acabei acordando 11 horas da noite. Eu tinha dormido ás 6 horas da noite.
           Acordei com o telefone tocando do lado da minha cama. Eu bufei de raiva, peguei o telefone e era minha mãe. Ela trabalhava num escritório de advogados. De vez em quando, ela fazia horas extras.  Naquele dia, ela me avisou que só chegaria depois das 10 horas da noite. Eu fiquei chateada, pois há muito tempo eu não tinha um tempo para passar com minha mãe. A gente mal conversava. Cada vez estávamos mais afastadas. Desliguei o telefone. Levantei-me e então que notei que tinha adormecido com os óculos. Suspirei com raiva de mim mesmo. Peguei um casado no meu guarda roupa, arrumei meu cabelo no espelho banheiro e sai.  Comecei a caminhar sem direção depois que tranquei a casa.
  Quando levantei meu rosto, dei de cara com o lugar que tanto queria entrar. Era um lugar, onde tinha varias tipos de danças. Eu sempre quis dançar Jezz e sempre ia ali para tentar vê algo para aprender algum passo. Eu sorri só de olhar o lugar. Era a única coisa que podia me fazer sorrir no momento. Eu corri e subi as escadas. Depois me escondi a onde sempre me escondia, via ás meninas e alguns meninos dançando. O professor ensinava a eles e eu ficava olhando. Vidrada era pouco para mim quando eu ficava vendo novos passos surgindo. Quando vi, já eram 8 horas e decidi voltar para casa. Quando voltei, encontrei Renata e Daniel na porta. Escondi-me atrás da árvore.
“Ela está tão linda”, pensei.
  Foi então que há vi entrando na casa dele. Meu coração acelerou. Ele podia muito bem fazer muitas coisas com ela dentro da casa dele. Meus olhos mais uma vez se enchiam de lagrimas. No dia seguinte, eu nem saberia como agir ou que atitude ter, mas seria naquele momento e não teria outra oportunidade. Estava planejando, no dia seguinte contaria a ele tudo que sinto por ele e ele finalmente ia saber o que estava escrito em meu diário.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Está bom? Comentários, em? Até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Além da Amizade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.