Além da Amizade escrita por Nani_sama


Capítulo 16
Capítulo 14 - Changes and a wish fulfilled.


Notas iniciais do capítulo

E ai pessoal? tudo bom com vocês? Mais um capitulo, rsrs.
boa leitura !



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- Eu terminei com ele. – Avisei quando o avistei. Claro, logo depois que entrei na “nossa” casinha.
    Pois é, nós tínhamos feito uma há algum tempo atrás e é claro, em cima de uma árvore. Foi complicado fazer a casinha na árvore, mas tivemos ajuda. A ajuda vinha do meu pai que ainda vivia com a sua família e do tio, pai do Daniel. Ele virou o rosto para me olhar, assim que eu comecei a falar com ele.
  Eu sentei do seu lado. Coloquei minhas pernas para fora e comecei a balançar para cima e para baixo. Ele só mexia os pés. Suas mãos estavam apoiadas no suporte que tínhamos feito  há anos com nossos pais. Eu apoiei minhas mãos firmemente na madeira (Digamos que era o chão da varanda da casinha, o que não deixa de ser verdade).
   Em nenhum momento ele parou de me olhar. Eu senti minhas bochechas mudarem de cor. Eu o olhei, sem jeito. Ele só parou de me olhar para olhar ás horas em seu relógio de pulso. Voltou a me olhar e murmurou:
- Hoje é dia 29. . . – Começou a falar. Eu não entendi, no começo, o que ele queria dizer com isso. Ele percebeu na hora.
  Gentilmente, abriu um sorriso para mim. Aquele sorriso que me encantava. Suspirei sem pensar. Quando vi o que tinha feito, abaixei o rosto. Estava super sem graça com ele. Ele sempre me deixava sem graça, sem palavras e no fim sem nem o que saber falar.
- Hoje é dia 29, exatamente 11:30 da noite. A temperatura está péssima para um começo, mas sinceramente, eu gosto do frio e você sabe disso.
- Começo? – Perguntei incrédula. Não entendia ainda o que ele falava. Eu arqueei umas das minhas sobrancelhas enquanto ele assentia.
- De que? – Perguntei.
- De Nós. – Murmurou. Ele colocou sua mão em cima da minha. Eu abaixei meu olhar para fitar sua mão.
  O tempo estava frio, mas a mão dele estava quentinha como sempre. Minha mão fria se encolheu com o toque da mão dele por cima da minha. Eu voltei a olhar nos olhos dele e ficamos assim, em silêncio. Não me lembro quando segundos durou, mas parecia, na verdade, eterno minutos.  Nossos lábios foram se aproximando lentamente um do outro, como se um imã atraíssem elas uma para outra. Eu umedeci meus lábios. Estava nervosa. Ele notou e começou a rir. Nossas testas colaram um na outra. Eu não parava de olhar fixamente nos olhos dele. Ele fazia o mesmo. Ele me olhava de uma maneira que me fazia corar.
  Finalmente, nossos lábios roçaram um no outro. Eu fechei os olhos. Depois disso, só senti aqueles lábios doces em cimas dos meus tornando aquilo um beijo. Era um beijo lento. Ele afastou no meio do beijo e murmurou:
- Quero aproveitar cada minuto que posso com você. . .Só com você. – Murmurou roucamente perto da minha boca. Ele não tinha se afastado muito.
   Aquelas palavras soaram estranhamente naquele momento, mas ele tinha me enfeitiçado e não me liguei muito nas palavras.
    Eu, bem, parecia que estava num transe, talvez ainda dopada. Eu era viciada. Sim, eu era viciada no beijo dele voltando a me beijar. Eu não abri meus olhos. Eu queria voltar a sentir aqueles lábios, o que não demorou muito. Ele acabou de falar e voltou a me beijar.
  Ficamos até umas duas horas da manhã desse jeito. Pela primeira vez, eu não dei a mínima importância para ás aulas que teria no dia seguinte e muito menos para os minutos que insistiam passar rapidamente naquela noite.
  Eu estava ao lado do Daniel e era isso que importava.
Minha mãe soube de tudo. Eu contei a ela.  Ela ficou é animada com a noticia e disse que sempre quis que isso acontecesse. Afinal, a tia rosa e ela, quando estavam grávidas, elas sonhavam que quando Daniel e eu chegássemos à idade que estamos, íamos namorar. Ta aí. O sonho delas duas foi realizado.
 - Você sabe já que horas são? – Perguntou a mim.
Estávamos, por fim, deitados dentro da casinha. Olhávamos para o céu, que por incrível que pareça, estava cheio de estrelas. Isso foi, é e sempre será raro no Raio de Janeiro.
- Não fala. Não quero saber. – Respondi num murmuro.
  Minha mão estava entrelaçada na dele. Não olhávamos um para o outro, estava olhando para o céu que estava acima de nos. Eu estava com um sorriso idiota na cara.
    É. Sempre ficamos com um sorriso idiota na cara quando estamos apaixonados. É a pura verdade, mas. . .Quem não gosta desse sorriso idiota? Amar é a melhor coisa que se existe.
- Nunca pensei que diria isso. – Disse em voz alta. Quando vi, ele estava com seu rosto perto do meu. Ele tinha virado e apoiado com o cotovelo na madeira.
Eu sorri. Eu fingi está pensando em uma resposta, mas não estava. Ele percebeu isso e riu. Depois murmurei:
- Eu também não. – Disse entre risos. Nossos risos começaram há ficar um pouco alto.
- Shiuu. – Murmurei soltando minha mão da dele e colocando o dedo indicador em cima dos seus lábios. Ele assentiu. Eu tirei o dedo de cima seus lábios lentamente. Eu senti meus lábios secos. Por isso, eu passei a minha língua em torno dos meus lábios.
O silêncio tinha tomando conta do lugar até ele falar.
- Eu sei. . .Sua mãe não sabe que você veio para cá. – Murmurou pouco tempo depois que percebeu que permanecíamos imóveis.
- Nem a sua sabe, bobo. – Retruquei num tom bem baixinho.
- Vai valer a pena ouvir a dona Rosa reclamando. Aqui está muito bom. – Disse sem me dar tempo de rir, pois logo acabou com o espaço que nos afastava e voltou a me beijar.
  Ficamos assim, até ás três horas da manhã. Nos despedimos e cada um foi para a sua casa. Queria ter ficado mais, mas se eu ficasse mais, minha mãe iria saber e aí teria bronca.
   Quando sai de casa na manhã seguinte, Daniel me esperava totalmente ansioso. Isso dava para ver de longe. Caminhamos para o colégio e antes de cada um ir para o teu grupo, ele fez algo que pensei que o mesmo demoraria a fazer. . .Ele me beijou e ainda disse depois que me amava.
   Eu fiquei ali, com ás pernas bambas e parada. Se eu desse um passo, era capaz de cair. Lembrei-me do Fabio e do Fabrício. Com isso, eu acordei para a realidade e olhei para todos os cantos em procura deles. Por sorte, eles não estavam ali, mas logo iriam saber, já que uma das pessoas que viu o beijo foi a Camila.
  Lembro até hoje de todos os olhares para mim. Eu tinha já “ficado” dois garotos antes que era bastante atraente. O Daniel era o garoto mais chamativo do colégio todo. Não estou me gabando, isso é apenas a pura verdade. Ás meninas mais invejosas cochichavam com outras. Provavelmente me chingando de vários nomes que não são necessários serem citados agora.
  Os garotos me olharam intrigados. Eu estava mudada sim, mas não ao ponto de chamar tanta atenção. Tinha gente que chegava a pensar que eu tinha enfeitiçado os garotos e tinha outras que pensavam que eu tinha pagado algo para eles. Renata falou isso para mim.
- Você o beijou, por qual motivo Renata? – Perguntei assim que me aproximei dela.
- Não fui eu. Ele que me beijou. – Disse defendendo-se.
- Eu te juro. – Voltou a falar.
 Eu acreditei, é claro. Como não acreditar? O Fabio era um canalha mesmo e também. . .Eu confiava muito na Renata.
- Serio mesmo? – Perguntei ainda desconfiada. Ela me olhou nos olhos, assentiu e depois disse:
- É sério amiga. Eu não o beijei. Olha! Eu vou te contar desde o começo, que tal?
- Tá bom. Conta! – Falei. Estava curiosa.
  Quando ela ia começar a falar, o sinal tocou, anunciando a nossa primeira aula.
  - Falo tudo para você na hora do recreio. Prometo. – Murmurou para mim antes de eu começar a andar para ir para a sala. Ela foi apressadamente para sala. Eu fiquei parada ali, olhando ela se afastar.
  Eu iria ficar ansiosa e ao mesmo tempo curiosa até o recreio. 
Eu abaixei o rosto e vi que ela tinha deixado o celular dela cair. Eu o peguei e já ia chamar ela, quando tive a ideia de futricar em seu celular. Além disso, ela estava já bem longe. Eu já tinha sido o centro das atenções naquele dia, não queria voltar a ser.
  Eu olhei o Daniel rapidamente e vi que ele acenava para mim. Eu acenei de volta e mandei um beijo no ar. Algum amigo dele o empurrou para dentro da sala. Eu apenas ri. Voltei a olhar o celular. Parei de rir de imediato e fiquei seria. Apertei o celular em minhas mãos um pouco. Depois o guardei em um dos bolsos da minha mochila e caminhei de imediato para a minha sala.
  Aula da professora de português. Decidi sentar na frente. Estava com saudades de acompanhar tudo bem direitinho, principalmente da professora Julhia.
  A Renata mudou de cadeira assim que sentei na primeira carteira da primeira fileira. Ela sentou atrás de mim. Se ela quisesse fugir, não teria sentado atrás de mim. Eu sorri para ela e ela fez o mesmo comigo. Virei meu rosto para frente quando escutei passos. Ela a professora entrando na sala.
- Bom Dia alunos! – Cumprimentou a todos. 
- Bom dia! – Responderam a maioria de um jeito desanimado. Eu ri. Decidi cumprimenta-la:
- Bom dia professora! Tudo bom? – Falei animadamente.
- Pelo menos uma pergunta, né? – Perguntou voltando seu olhar para mim. Depois respondeu:
- Eu estou ótima fofa e você?
- Melhor impossível. – Respondi.
- Que bom. – Disse.
 Depois, virou para a turma toda e disse:
- Vamos começar a aula gente? – Perguntou.
    Ninguém respondeu. Decidi não responder. Não queria chamar atenção demais ninguém.            
   Fabrício estava lá atrás. O Fabio não tinha vindo, talvez para não me encarar, mas saberia logo, logo do meu beijo com o Daniel um dia depois que terminamos. Fora que ninguém sabia que tínhamos terminado. Todos achavam, naquele dia, que Daniel e eu traímos os nossos ex.
- Todo mundo está achando que eu sou corna manssa. – Murmurou a Renata, bem baixinho no meu ouvido.
 Estávamos no tempo de Física. O professor passava alguma matéria na qual não me lembro nesse momento e eu copiava.
- Provável isso. Todos estão olhando para cá. – Disse depois que parei de copiar e fitei alguns colegas de classe que olhava para gente. Alguns, na hora em que fitei, desviaram o olhar e voltavam a copiar.
- Bando de fofoqueiros! – Exclamou com raiva.
- Se acalma.
- Não sei como me acalmar.
- Relaxa. Não devemos ficar com raiva de quem não merece. – Argumentei.
- Tem razão. É que estou preocupada com essa situação toda.
- Eu estou mais preocupada é com a Camila. – Disse fitando a loira que copiava a matéria.
- Por quê?
- Ah, você já foi amiga dela, sabe o que ela vai fazer.
- Ela sempre gostou do Fabio.
- Ela gosta de todo mundo. Isso sim. – Disse morrendo de raiva daquela garota que eu nunca tinha feito nada, mas queria acabar comigo.
- Não. Confia em mim. Ela o ama, mas ele só a usou e por isso ela tem raiva de você.
- Eu não sei como ainda dei uma oportunidade para ele.
- É mesmo. Ele é um canalha. – Disse num tom nervoso.
- Amiga. . .Ele que te beijou mesmo?
- Sim, ele me beijou. Sabe o que senti? Eu senti nojo dele. – Disse. Eu a olhei e ela apenas revirou os olhos.
- Você realmente mudou. – Falei mudando de assunto totalmente.
- Você não sabe o quanto. – Respondeu.
  O tempo não passava. . .Pelo menos para mim. Eu queria saber realmente o que aconteceu entre Renata e o Fabio no dia em que a deixei lá. Provavelmente aconteceu naquele dia, apenas talvez.
  Olhei a hora que ficava em cima do quadro negro. É. Eu sou da época do quadro negro.
Comecei a bater com a minha caneta na mesa insistemente.
   O ultimo tempo de física chegou ao fim quando o sinal soou. Eu sorri, aliviada.
“Finalmente”, pensei soltando um suspiro.
 Quando comecei a arrumar a minha mochila, eu olhei para a Renata e comecei a fita-la. Ela estava cabisbaixa, arrumando sua mochila. Desviei o olhar e vi quando Fabrício passou por mim. Ele me olhava atentamente. Ele mordeu o seu lábio inferior e antes de sair, piscou para mim. É. Ele não desiste facilmente. Dava para ver de longe o sangue seco perto do seu nariz.
“O Daniel então tinha o acertado ali.”, pensei.
- O que era aquilo no nariz do Fabrício? – Perguntou Renata. Eu voltei meu olhar para fita-la e murmurei:
- Longa estória. – Disse para depois dar um suspiro cansativo.
Ela simplesmente mudou de assunto.
- O Daniel terminou comigo ontem. – Murmurou sem esconder o seu sorriso.
- Eu nunca mais vou ver alguém falando essa frase com um sorriso nos lábios.
- É. Isso é uma verdade. – Disse começando a rir. Eu acabei sendo contagiada e ri com ela.
Ela parou de rir e me olhou totalmente sem graça.
- Eu acho melhor eu ter falar o que aconteceu. – Disse começando a andar junto comigo para fora da sala. 
- Então fala!
- Bem. . .Eu fui ajudar a mãe dele que estava ocupada fazendo a sopa dele. . .Foi naquele dia que você me deixou lá. . .
- Tá, eu sei. . .Continua.
- Aí, eu fui dar o remédio para ele e aí ele me chamou de gostosa. – Disse ao chegar a ultima palavra, ela parecia ter cuspido a mesma. Ela sentiu nojo de falar aquilo.
- Entendi. – Murmurei.
- E aí?- Perguntei.
- Bem. . .Ele me puxou, alias, agarrou mesmo e me tascou um beijo na boca. Sinceramente, nunca senti tanto nojo de uma pessoa. Ele é um imbecil mesmo. – Disse.
- Calma.
- Eu só não te contei antes por que deixei muito claro que ele que teria que falar, afinal ele que me beijou. Sinceramente? Ele beija muito mal! É um nojo. – Declarou quase que vomitando enquanto andávamos em direção à lanchonete.
- Eu não acho. – Murmurei.
  Ela sabia que eu não gostava mais dele, então, para mim, mesmo que ela gostasse dele, não iria fazer diferença. Era o Fabio e não o Daniel.
- Ei, psiiu! – Escutei.
   Eu virei meu rosto para saber quem era. Fiquei surpresa ao notar que era um amigo do Daniel. Ele nunca tinha falado comigo antes. Há não ser naquele passeio que não fez nenhuma diferença em minha vida e que o Daniel quase me obrigou  a ir. (É o passeio que ele me convidou que eu citei já aqui)
  Eu fiz um sinal confuso. Ele me chamou pelo dedo. Eu virei para a Renata e disse:
- Volto já. – Disse começando a andar. Fui interrompida por uma mão em meu ombro que me puxou de volta.
- Quer ir lá mesmo, amiga? – Perguntou parecendo estar angustiada. Eu tirei sua mão delicadamente do meu ombro e assenti.
- Ue, e o que tem eu ir lá? – Perguntei logo depois intrigada com a preocupação que ela sentia.
- Ah, sei lá. É uma intuição minha. – Admitiu.
- Eu vou ficar bem. – Disse tentando mostrar um pequeno sorriso em meus lábios para ela.
- Está bem. Vai lá. Estou no banco que a gente sempre fica, ok? – Falou ainda preocupada.
- Certo. Depois a gente se vê. – Disse sem olha-la. Eu voltei a andar em direção ao. . .Gabriel. Era esse o nome dele.
  Ele tinha uma cor de cabelo loiro natural. Seus olhos eram esverdeados. Sua pela era tão branca quando a de um alemão. Provavelmente sua família vinha de lá. Ele possuía covinhas e tinha um sorriso sedutor. Ele tinha sido bem legal comigo naquele dia, mas não conversamos mais depois daquele dia. Enquanto eu andava até ele, eu fiquei pensando no que ele poderia querer falar comigo.
  A Camila estava em uma mesa perto da dele. Ela olhava diretamente para mim. Não tinha como não notar aqueles olhar em cima de mim. Quando eu a olhei, ela resmungou algo e voltou a falar com a Rebecca, um menina não tão bonita quanto a ela, mas que parecia aguentar muito coisa que a Camila fazia.
  Ela tinha cabelo preto igual a cor do carvão enquanto a Camila tinha cabelos de cor castanho. Os olhos da Rebecca eram azuis como o do mar, mas a Camila tinha olhos acinzentados, quase um violeta. A cor da pele da Rebecca era branca e a da Camila era morena.  Uma cor bem bonita mesmo. Eu sentia uma inveja da cor de pele dela. Era realmente bonita.
  Eu parei de prestar atenção para o que tinha em minha frente. Quando vi, eu escorreguei com alguma parte do chão que devia estava molhado e cai.
 Todo mundo parou de comer e me encarou. Segundos depois, todos caiam na risada com o meu vexame.
  Eu fiquei totalmente roxa de vergonha. Não conseguia olhar para ninguém, mas eu sabia que era isso que tinha acontecido.
  Eu senti uma sombra sobre mim. Eu levantei meu rosto. Para minha surpresa, era o Daniel. Eu peguei sua mão e fui me levantar. Não deu certo. Nós dois acabamos caindo no chão.
  Quando tentávamos se levantar, Daniel segurou-se na mesa e com isso fez um lanche de alguém que não me lembro agora, voar na direção da Camilla. Caiu uma tortinha na cara dela. Todo mundo começou a rir dela, quer dizer, menos o Daniel e eu que estávamos tentando se levantar. Eu só percebi que foi ele tinha jogado nela, pelo fato dele estar tentando um apoio naquela mesa. Eu consegui me levantar e olhei para o Daniel que enfim, também tinha conseguido levantar.
- Guerra de comida! - Berrou alguém.
   Eu olhei para o Daniel assustada. Ele assentiu como se a gente estivesse feito um plano. O plano? Era correr até não dar mais.
  A “guerra” começou enquanto Daniel e eu fugíamos daquele lugar que tinha virado mais um hospício. Eu tentei achar a Renata enquanto corria, mas não achei. Eu suspirei sem paciência.
- Você está bem? – Perguntou Daniel quando conseguíamos sair do meio da “guerra”. Eu assenti. Peguei a sua mão e com toda a segurança que tinha o puxei. Ele me seguiu enquanto eu o guiava para a porta em que eu sabia que ia ficar segura.
- Acho que nenhum dos meus amigos se safou. – Disse entre risos enquanto eu o puxava pela mão.
- Eu nem sei como nós conseguimos sair sem se sujar.
- Sorte. – Disse num murmuro.
- Isso é bom. – Disse quando abri a porta e o puxei para dentro.
- Que lugar pequeno é esse? Não me lembro dessa porta. – Disse enquanto eu o puxava para dentro.
- Eu também não, mas. . .Descobri nesse ano, alias, foi exatamente mês passado.
- Hum. . . – Falou enquanto olhava em volta.
- Vem. – Disse o chamando enquanto já tentava abrir a outra porta. Ela abriu facilmente. Eu entrei e logo ele veio atrás mim. Fechei a porta assim que ele entrou.
- Mas que. . .Lugar é esse? – Perguntou olhando em volta.
- O meu refugio. – Respondi.
  Ele olhou o lugar mais um vez.
- Como é que nunca reparei nessa porta?
- Daniel, você nunca repara em nada. – Disse e ao mesmo tempo revirei os olhos. Estava de costa para ele.
- Eu. . .Reparo sim nas coisas. – Disse defendendo a si mesmo enquanto andava em direção ao troco da arvora gigante.
Assim que escutei essas palavras, eu me virei para ele e disse:
- Daniel, eu gosto de você há dois anos e meio. Você nunca reparou na minha mudança.
  Ele me olhou, mas logo desviou o olhar. Ele ficou cabisbaixo e pela primeira vez, em toda a minha vida, eu o vi corado.
- Ah, bem. . .- Começou a falar sem nem olhar para mim. Estava todo sem graça.
- Deixa para lá. Eu não queria te deixar assim. – Falei voltando a ficar de costa para ele.
  Ficamos em silêncio por algum tempo. Eu só escutei a minha própria respiração.
- Tudo bem. – Murmurei bem baixinho, para mim mesma.
- Não importa o passado. . . – Escutei aquela voz que me deixava feliz bem pertinho do meu ouvido. Então senti suas mãos em volta da minha cintura.
- O importante é o hoje. Eu quero curti o presente com você. – Disse. Depois, o senti me dando um beijo no meu pescoço. Eu me arrepiei na hora.
- Eu acho melhor. . . – Eu ia continuar a falar, mas não consegui mais falar. Ele tinha mordido de leve o lóbulo da minha orelha me deixando anestesiada.
- Meu Deus! Como você é linda. – Murmurou bem baixinho sem se afastar um centímetro de mim.
- Não. . .Eu não sou. – Falei assim que minha voz “voltou”. Eu me virei para ele. Ele tirou uma de suas mãos da minha cintura e tirou os meus óculos. Fechei meus olhos por certo tempo e depois voltei os abri.
- Seus olhos. . .Desde seus 10 anos com esse bendito óculos. Ele esconde a beleza dos seus olhos. – Disse fitando meus lábios. Eu comecei a fitar a sua boca.
   Quando senti seus lábios sobre os meus, eu abri meus lábios e logo iniciou o beijo. O beijo deve ter durante poucos minutos, mas para mim foi eterno. Eu não sei nem como explicar mais como é o beijo. É simplesmente inexplicável.
  Eu senti algo cair no mato fofo, mas não parei para ver. Eu continuei concentrada naquele beijo que estava tendo com o Daniel.
  
   Foi então que algo “diferente” surgiu durante aquele beijo. Eu senti sua mão levantar a minha blusa, bem lentamente. Eu senti um friozinho na barriga. Não parei o beijo, eu fiz uma ousadia em vez de me afastar. . .O puxei mais para mim como se quisesse continuar. Eu senti sua mão entrar para de puxar minha blusa e apenas colocou sua mão dentro da minha blusa, encostando aquela mão quente em minha pela que se arrepiou na mesma hora. Quando senti sua mão em cima de um dos meus seios, suspirei. Eu nunca tinha sentindo tal coisa.  Foi então que decidi me afastar.

- Eu. . .Me desculpe. Eu não sei o que deu em mim. – Disse assustado consigo mesmo.
- Tudo bem. É normal na nossa idade. – Murmurei.
- Eu só não quero que faça mais. – voltei a falar depois de alguns momentos. Estava tentando me recuperar.
- Eu acho melhor voltarmos agora. – Disse.
- E se ainda estiver tendo a “guerra” lá fora? – Perguntei.
- Bem, aí vamos saber que nosso colégio é mesmo uma porcaria. – Disse me fazendo rir.
  Eu estava ainda assustada, mas ele sabia. Sempre sabia como eu estava. Ele simplesmente começou a falar de outros assuntos que foram diversos.
   Tudo havia mudar e sim, um desejo que já durava mais de anos, havia enfim se realizado.

 





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Notas finais do capítulo

Comentem que eu posto o próximo capitulo *-*
E espero que tenham gostado >



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