Além da Amizade escrita por Nani_sama


Capítulo 15
Capítulo 13 - The strange days.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Foi mal a demora pessoal,rsrs. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/141502/chapter/15

Eu já estava quase pronta quando a campainha começou a tocar. Eu corri até a porta com um lindo sorriso no rosto. Eu me olhei pelo espelho e arrumei o cabelo mais uma vez. Depois abri a porta com um sorriso no rosto. Ele desmanchou quando vi que não era o Daniel e sim, o Fabio.
“Ele não estava doente? O que ele está fazendo aqui e logo agora?”, pensei.
- Hum. . .Que linda você está. – Disse.
  Não demorou muito para ele me puxar para seus braços e me beijar. Eu senti a pior garota do mundo naquele momento. Eu o beijei por pura obrigação e nada mais que isso. Quando o beijei, não foi difícil comparar seu beijo ao do Daniel. Fabio beijava bem, mas ele não tinha o mesmo sabor que o do Daniel tinha. Além disso aquele beijo, foi à coisa mais fria que já senti.
- Er. . .Obrigada. – Agradeci secamente quando nos afastamos.
- Eu te atrapalho?
- Não.
-Tem certeza? – Perguntou olhando para a roupa que eu usava.
Depois falou:
- Parece que vai sair. – Comentou voltando a me olhar nos olhos.
- Vou sim.  – Murmurei.
  Vi em seu olhar que queria saber mais, ele estava curioso e se eu não falasse nada, ele ia perguntar e talvez, seria pior.
- Eu combinei de sair com a re. – Menti.
- Ah, posso ir com vocês? – Perguntou colocando suas mãos em volta de minha cintura e me puxando para si.

Então murmurou em meu ouvido:
- Aí eu posso ficar um pouquinho com você.
- Não vai dar.
- E por que não?
- Vamos ao shopping comprar algumas roupas. Aí já viu, né?
- Nem tem nada demais. Não vi nada.
- Ah Fafá, é só assunto de mulher que vai ter, além disso, só roupas e mais roupas.
- Entendo. Eu não tenho um lado afeminado.
- Se você tivesse, eu me assustaria. – Falei o fazendo rir.
     Uma mexa do meu cabelo caiu sobre um dos meus olhos. Ele tirou a mexa que tinha caído sobre meu olho e depois depositou suas mãos em meu rosto, uma de cada lado.
- Então. . .A gente se vê amanhã.
- Quer fazer algo de especial?
- Sim.
- O que?
- Fica com você. – Murmurou.
   Depois aproximou o pouco de espaço que nos separava e me beijou nos lábios. Eu tive que ceder a passagem de sua língua.
- Então. . .Posso pelo menos te acompanhar? - Perguntou depois do beijo.
- A Renata vai vim me pegar aqui para irmos juntas. – Falei.
- Ah.
- Mais e aí, pelo visto você está melhor. . .
- Estou sim. Pensei que nem ia perguntar.
- É claro que ia perguntar é que você chegou aqui e me deixou surpresa.
- É, eu percebi isso. – Disse com um sorrisinho de canto nos lábios.
- Mas e a febre?
- Passou totalmente.
- E o resfriado?
- Bem. . .Eu estou ainda gripado, mas não como antes. Vai passar.
- E o que você está fazendo então? – Perguntei com raiva. Eu coloquei minhas mãos na minha cintura e o fitei furiosa.
- Como assim?
- Você está pegando sereno, sabia?
- Ah, nada haver.
- Tem TUDO haver. – Disse aumentando a voz na palavra “tudo”.
Ele revirou os olhos e suspirou logo em seguida.
- Eu estou bem, ok? Fica calma.
- Como ficar calma se você está pegando sereno?
- Não vai acontecer nada. Fica calma.
- Ah, sei. – Falei sentindo uma enorme raiva com a calmaria dele sobre a própria saúde.
  O fitei, cruzei os braços e comecei a bater com um dos meus pés insistemente no chão. Ele começou a rir e isso só me fez explodir mais por dentro.
Eu respirei fundo. Então perguntei:
- Do que está rindo?
- Da sua preocupação.
- Isso não tem nenhuma graça.
- Eu sei, mas fico muito feliz de ser preocupar comigo.
- Imagina se eu não tivesse. – Falei sarcasticamente e ao mesmo tempo revirei os olhos.
- Qualquer coisa. . .Eu tenho uma enfermeira para cuidar de mim. – Falou me olhando de cima a baixo com maldade na voz e no olhar.
Eu desviei o olhar e bufei.
- Amanhã eu devo ir lá, em tua casa. Se eu ti vê de cama, tu vai ver só uma coisa.
- Ok. Fica assim não gata. – Falou isso colocando uma de suas mãos em meu queixo e acariciando de leve. Eu sorri da cara de bobo que ele fazia.
- Tá bom. Então até amanhã?
- Até. – Murmurou.
  Nos despedimos com um beijo e um abraço. Quando eu fechei a porta, não pude deixar de soltar um ar aliviado. Eu me encostei á porta que tinha acabado de fechar por um tempo indeterminado.
  A campainha tocou e eu assustei-me. Eu me afastei da porta e virei para a mesma. Suspirei. Eu andei levemente até a porta e girei a maçaneta.
  Eu me aliviei. O meu sorriso era a minha resposta de está satisfeita.
- Oi. – Falou.
- Oi. – Respondi demonstrando estar nervosa.
- Eu o vi saindo daqui. – Falou demonstrando estar chateado. Eu me esqueci do Fabio.
- Quem? – Perguntei totalmente desligada em qualquer coisa que não fosse ele ou eu.
- O Fabio.
- É. Ele estava aqui. – Murmurei acordando do meu mundo.
- O que houve para ele vir aqui? – Perguntou.
Dava para vê que estava com ciúmes o que me deixou totalmente feliz.
- Ele veio ver se eu ia fazer algo.
- Hum. . . – Começou a falar num tom brincalhão e ao mesmo tempo se aproximou de mim.
Colocou suas mãos em volta da minha cintura, sorriu e murmurou:
- E o que você disse? – Eu levantei meu rosto para fitar seus olhos.
   Levantei meus pés até ficar na ponta dos dedos e me aproximei do seu ouvido. Apoiei meu queixo no seu ombros. Ele era alto, o que dificultava para mim.
- Que eu quero só ficar com você. – Murmurei ironicamente, perto do seu ouvido.
- Sério? – Perguntou incrédulo.
- Não. . .
- Ainda não terminou com ele? – Perguntou desanimando.

Eu afastei meu rosto e abaixei meus pés.
- Não. Eu devo terminar com ele amanhã. E você?
- Vou falar com a Renata no colégio, na segunda.
- Tá.
- Não quero falar sobre isso essa noite. – Falou tirando aquele seu olhar serio e colocando no lugar, um animado, além do sorriso que surgiu em seu rosto.
- Então do que quer falar? – Perguntei.
- Nesse exato momento, eu quero mais fazer do que falar. – Falou.
    Não deu tempo para falar, pois quando vi, ele selou meus lábios com os seus. Fechei os olhos e cedi aquele beijo que tanto mexia comigo. 
     Eu coloquei minhas mãos em volta da sua nunca. Eu sentia suas mãos subirem e descerem pela minha cintura. Eu necessitava daqueles lábios sobre os meus. Ele me fazia tão bem. Nós lábios só se separaram um do outro, por falta de ar, mas eu não tirei minhas mãos de sua nuca e ele não tinha tirado suas mãos de minha cintura.
- A onde vamos está noite senhor Tushini? – O chamei pelo primeiro sobrenome. Ele riu e murmurou:
- A um lugar que vai ser só meu e seu.
- É como posso saber que isso que diz, é verdade?
- Bem. . .Vai ter que confiar em mim. – Murmurou.
  Ele tirou suas mãos de minha cintura. Eu olhei para baixo para fitar uma de suas mãos, foi à mesma que ele usou para entrelaça com minha mão.
  Eu voltei a levantar meu rosto e então eu o escutei:
- Vamos?
- Claro, vamos. – Respondi animadamente.
  Ele me levou até a rua, quando vi o que tinha do outro lado da rua, não acreditei e comecei a rir.
- O que é isso?

- Um carro. – Falou cinicamente.

- Sério? Nem sabia, pow. - Ironizei.

- Você é muito bobona. - Falou rindo de mim.

- Também te amo. - Murmurei. Ele riu em resposta.

- Tá, mas. . .Você ainda não aprendeu a dirigir e. . . - Comecei a dizer depois de um tempo em silêncio absoluto.

- Thayná, eu já fiz 18 anos e então. . . – Murmurou.

- Você aprendeu a dirigir? – Perguntei e ao mesmo tempo falei como se continuasse o que ele ia dizer. Não pude deixar de ficar perplexa com a revelação.

- Você não me disse nada.

- Eu queria fazer surpresa. – Falou.

  Ele me guiou até o lado carona em que eu iria. Abriu a porta, eu entrei e ele fechou gentilmente a porta. Eu ri daquela gentileza que ele levava na brincadeira.
  O carro não era novo quanto o do Fabio, mas não era tão velho. Era bem confortável. Na verdade, não me lembro nem da marca ou nome do carro.
   O importante mesmo era estar com ele. Estar ao lado dele era o que me deixava feliz. Ele entrou no carro e ligou o mesmo. Ele me fitou e sorriu. Eu correspondi com um beijo que mandei pelo ar. Ele ligou o radio que começou a soar com a musica da Toni Braxton que  fazia um enorme sucesso na época.
- Que musica. – Falou.
Eu apenas ri da cara feia que ele fez.
  Ele começou a andar com o carro e eu não conseguia pensar em nada há não ser na imensa felicidade que estava sentindo naquele momento.
 Quando chegamos em uma entrada totalmente desconhecida para mim na época. Ele parou o carro e eu o fitei, assustada por isso.
- Toma isso e se venda. – Falou tirando uma venda(Era, na verdade, um lenço que parecia novo) do bolso e me mostrando.
- Serio mesmo isso?
- Sim. - Respondeu.
  Eu peguei a venda e a coloquei em mim. Fechar os olhos por muito tempo começou a me dar vontade dormi. Eu me ajeitei, coloquei o cinto, encostei-me ao vidro do carro e adormeci.
Recomendo que escutem a musica lendo o texto:
http://www.youtube.com/watch?v=d26rbF82ONk

- Acorda! – Escutei ao longe. Eu abri e fechei meus olhos varias vezes para me acostumar com a luz que vinha em meu rosto.
- Luz? – Perguntei num tom bem baixo e mostrando está assustada.
- Ah, foi mal. – Desculpou-se.

Eu percebi que a venda tinha sido retirada com bastante facilidade de meus olhos, já que não tinha me acordado com isso. Coloquei minhas mãos em frente aos meus olhos para defender os mesmo daquela luz intensa. Quando finalmente me acostumei com a aquela luz, percebi que era apenas uma lâmpada qualquer desses de rua.
- A onde estamos? – Perguntei.
- Sai do carro e veja. – Falou.
  Eu tirei o cinto de imediato, abri a porta do carro e sai.
Foi então que avistei uma bela paisagem na frente dos meus olhos.
 Tinha um precipício em minha frente, mas não era só isso. Eu estava na serra, lá em cima, estava bem friozinho, mas de começo não percebi, pois estava mais impressionada com a vista. De lá da para ver a cidade toda do Rio de Janeiro.
- Não é maneiro? – Perguntou enquanto eu me aproximava do lugar a onde eu podia me apoiar.
  Claro que aquele precipício tinha um apoio se segurança. Eu me apoiei e olhei para baixo. A cidade Rio de Janeiro estava minúsculo dali. Eu olhei para cima e comecei a observar a lua. Ela estava linda. Era lua cheia. Meu sorriso apareceu automaticamente. Eu sempre gostei mais da lua do que do sol.
  Eu senti braços me envolveram pela cintura e um queixo encostar em meu ombro. Fechei os olhos e suspirei com ar de apaixonada.
 Ele tirou uma de suas mãos de minha cintura e apontou lá para baixo e murmurou:
- Ali o nosso colégio! – Exclamou.
   Eu olhei o lugar indicado por ele e fiquei totalmente boba ao enxergar um “pequeno” prédio que era parte do nosso colégio.
- Meu Deus! Como você consegue o ver daqui? Ele está tão pequenino daqui.
- É mais ele é grande e por isso conseguimos ver ele daqui. – Disse voltando com sua mão para minha cintura.
  Eu virei meu rosto de lado e então ele virou seu rosto para o meu.
- Está tentando imitar o Jack? - Perguntei vendo a parte do filme em minha cabeça que parecia com a cena que estava vivendo naquele instante.
- Como assim?
- Você apontou, está me fazendo sentir bem. . .Só falta você me fazer sentir que estou voando e cantarolar para mim.
- Até que não é má ideia. – Murmurou meio que confuso.
   Ele tirou uma de suas mãos da minha cintura e coçou a nunca, depois voltou com sua mão para a minha cintura. Eu apenas ri da situação ao ver que o que ele tinha acabado de fazer demonstrou que ele mentiu ao dizer que sabia do que estava falando.  
- Você nem se lembra de quem estou falando, né?
- Sinceridade?
- Uhum.
- Não.
- Sabia? Você sempre dorme no meio do filme.
- Não me vai dizer que é aquele filme daquele carinha que morre no final?
- É sim.
- Lá vai você pensar nesse filme.
- E qual é o problema? Acostuma-se com isso.
- Não importa.
- O que?
- Do que você gosta. Eu gosto você do jeito que é. – Murmurou.
    Eu me virei de frente para ele e encostei minhas costas no parapeito. Ele  ainda me segurava firmemente pela cintura. Coloquei minhas mãos em sua nuca. Ele sorriu, em resposta eu o beijei.
  Seus lábios eram a combinação perfeitas para os meus. Ali, ninguém nos acharia. Era só ele e eu, era o que me deixava mais feliz.
  Nosso beijo acabou com um pequeno selinho. Nos afastamos um do outro poucos centímetros. Eu não queria nem ter parado o beijo, mas o ar que faltou no momento não permitiu. Nossas testas estavam grudadas uma na outra. Ele murmurou:
- Está com fome? – Perguntou.

Eu assenti. Ele tirou suas mãos de minha cintura e me pegou pela mão. Começou a me puxar e eu fui indo com ele sem discutir. Ele me levou para um lugar que a luz era bem fraca.  Eu desci até perto do poste que tinha aquela luz fraca e notei uma mesa. Eu me espantei.
- Mas como?
- Eu tenho meus contatos.
- Para que isso?
- Eu quero curti até quando der do seu lado. – Falou aquilo com amargura. Eu senti.

Eu comecei a achar que algo ia acontecer. Minha curiosidade e minha preocupação estavam surgindo.
- Como assim?
- Ah, é só uma maneira de dizer. – Falou coçando a cabeça com a mão que estava solta.

Eu entrelacei minha mão com a dele.
  Eu senti que ele estava mentindo. Eu via isso em seus olhos, mas não fiquei persistindo. Eu sabia que em alguma hora ele iria me contar. Acima de tudo, éramos amigos e eu odiava ver ele mal. Ele desviou o olhar dos meus quando demonstrei estar preocupada. Ele sabia que eu não ia cair naquela. Suspirei.
  Fomos andando até a mesa em silencio.
  Era uma mesa de forma quadrada parecendo pedra com duas espécies de cadeiras que eram formas de pedras e dava para notar isso de longe. Em cima tinha uma cesta. Era como um piquenique à noite.
  Eu soltei minha mão da dele e sentei de um dos lados. Ele sentou do outro e mostrou um sorriso de canto nos lábios. Eu respirei fundo. Decidi que ia ser melhor falar de algo e esquecer aquele comentário dele.
- E o que tem dentro da cesta?
- Estou achando que é comida. – Respondeu sarcasticamente entre risos.
Soltei um riso abafado pelo nariz e cruzei os braços.
- Estou brincando. – Disse.
Eu fiz uma careta para ele. Ele sorriu de canto.  Disse por fim:
- Tira essa carinha e dá um sorriso para mim.

  Eu não aguentei segurar o riso que surgia e apenas ri. Descruzei os braços e coloquei minhas mãos em cima daquela mesa.
  Depois que comemos e brincamos um pouco, eu comeceia  sentir um frio inevitavel. 
- Estou com frio. – Disse depois de ter sentindo um calafrio pelo corpo todo pela milésima vez.
- Eu sabia que você ia sentir. – Disse.
  Ele se levantou, tirou o casaco, deu uma limpada no mesmo e o estendeu para mim. Eu o fitei.
- Coloca isso! – Exclamou.
- Não Dan, não precisa. Você deve estar com frio tam. . .
- Não importa. Com certeza você deve está sentindo mais frio que eu. – Falou me interrompendo e no fim da frase, seu olhar percorreu minhas pernas nuas. Eu abaixei meu rosto com seu olhar.  
   Eu assenti  e peguei o casaco rapidamente. Coloquei em minha voltar e me encolhi. Eu estava começando a tremer de frio.
- Vamos para o carro. – Afirmou sem nem perguntar se eu queria ou não.
  Não importava mesmo, estava na cara que eu queria voltar para o carro.
   Ele pegou a cesta, me abraçou de lado e começamos a caminhar de voltar para seu carro. Eu encostei meu rosto no teu ombro e fechei os olhos.
- Obrigada.
- Pelo o que?
- Por tudo. Está noite foi maravilhosa!
- Que bom que gostou.
- Como você ao meu lado, tudo é bom.
  Ficamos em silêncio. Eu escutava apenas alguns barulhos de carro que passavam naquela estrada. O vento fazia que meu vestido mexe-se sem parar. Meu cabelo voava como se fosse misturar com o vento, Na verdade, era o que estava acontecendo. Eu me encolhi mais e tentei me aquecer também como o Daniel estava tentando fazer.
  Quando entrei dentro do carro, eu agradeci a Deus. Era bom voltar para um lugar que estava bem quentinho. Aquele lugar era frio. No entanto á vista e aquele luar. . .Deixava o lugar como cena de filme romântico.
  Eu adorava e adoro o frio. É tão bom. É melhor que o calor que sempre deixa ás pessoas mal humoradas. Ah! Como é bom o frio.
   Era bom me encostar-se ao Daniel e pegar aquele quentinho natural que ele tinha. Era tão difícil ele ficar com as mãos ou o corpo gelado.
  Depois de um tempo dentro do carro tentando se esquentar, ele começou a ligar o carro para voltarmos para casa.
- Queria que esse passeio não acabasse! – Exclamei fazendo um pequeno beicinho. Meu rosto demonstrou tristeza.
- Infelizmente, tudo acaba. Tem sempre alguém que vem e estraga tudo. – Falou de um jeito estranho.

Parecia nervoso com o que disse. Estava acontecendo algo e ele não queria me contar.
- Ei!
- Que?
- Acalma-se.  – Falei rapidamente
- Ai. – Suspirou.
  Depois de longos minutos em silêncio, ele murmurou:
- Desculpa meu amor. – Falou me fazendo corar violentamente.
  Foi a primeira vez que ele me chamou de “Meu amor”. Um sorriso abobado surgiu em meu rosto. Pisquei os olhos varias vezes para verificar se não estava sonhando.
- Meu amor?
- Não posso?
- Claro, é que. . .Você ainda não tinha dito isso antes.
- Tenho tantas coisas para dizer e fazer. Espero fazer tudo! – Falou em um tom de infelicidade e ao mesmo tempo determinado.
- Então você vai fazer. . .Aposto. – Falei fingindo que eu entendi aquilo que ele tinha dito de outra maneira.
- Vamos ligar o radio? – Perguntou.
  Eu não respondi, pois eu mesma liguei. Era uma musica velha, dos anos 80 e eu me lembrava dela. Eu tinha apenas 6 anos de idade.
  O Daniel começou a balançar a cabeça no solo da guitarra. Era uma musica romântica com rock, na época dos anos, fazia um belo de sucesso.
- Espero que tenha gostado.
- Dan, eu já disse que gostei. Foi ótimo.
- Sério mesmo?
- Uhum.
- Bom. . .
  O resto da viagem, foi assim, com conversas curtas. Ele parecia estar apreensivo. Eu acabei adormecendo em algum momento da viagem. Estava com sono. Ele nem deve ter notado quando adormeci e o deixei falando sozinho sem querer.
  O sono tinha me vencido.
  Quando acordei estava subindo ás escadas. Alguém em levava em seus braços. Eu fingi que ainda dormia e abri uma flechinha do meu olho. Ele olhava para frente.
 Quando ele, enfim, me colocou na cama, me cobriu, selou meus lábios com um selinho bem leve e murmurou:
- Eu quero aproveitar com você até o ultimo momento. Droga! Por que fui descobri só agora o que não tinha visto há anos? – Perguntou.
  Ele revirou os olhos. Eu mexi na cama para demonstrar que estava “dormindo”. Ele soltou um riso curto e falou bem baixinho:
- Sou louco por você! 
  Não escutei mais nada e se ainda fiquei acordada, não me lembro de nada que ocorreu depois. Só me lembro dos meus olhos se fechando depois disso.
 Meus olhos se abriram automaticamente com aquela luz em meu rosto. Eu peguei o travesseiro mais próximo e tampei meus olhos.
- Querida acorde. Está um dia lindo lá fora. – Comecei a escutar minha mãe.      Meus olhos permaneciam fechados.  Eu mexi na cama e escondi mais ainda meu rosto. Meu cabelo que estava solto, mexia sem parar e uma mexa caia sobre meu rosto.
- Querida, mexa-se. Vamos sair e aproveitar esse dia. – Escutei.
  Eu apenas relaxei meu corpo em cima da cama mais do que já estava. Meus olhos estavam mais fechados do que nunca.
- Será que vou ter que tacar água em você?
- Não mãe, eu já estou de pé. – Murmurei abrindo meus olhos de imediato.
Ela já tinha feito isso comigo. Eu tinha e tenho uma ótima mãe, sabe?
- Que ótimo.
- Ô! – Exclamei ironicamente.
  Virei mais algumas vezes para os lados. Quando finalmente me levantei, eu já estava animada. O animo perfeito. Porém senti uma sensação ruim ao me levantar, talvez por ter me levantado rápido. Uma sensação de que aquele dia ia se suceder algo. Cambaleei para os lados, mas segurei firme no apoio da cama para não cair no chão. Eu tinha acabado de sentir uma leve tontura.
- Filha, você está bem? – Perguntou a mim.
- Estou sim. Isso acontece de vez em quando. – Menti.
   Tudo bem que é normal senti a visão escurecer um pouco quando você se levanta. . .Mas eu quase caí e meu coração se acelerou como se me avisasse algo.
 - Filha, que tal andarmos pelo parque. . .Sentar um pouco, hum? – Perguntou animadamente.
    Não pude deixar de demonstrar a minha emoção e felicidade de escutar minha mãe me chamando para sair.
  Ela lutava. . .Lutava para esquecer aquele homem que me deu vida. Dava para vê em seus olhos a tristeza e amargura que levava consigo todos aqueles anos. Não quero me gabar, mas minha mãe é, e até hoje é linda. Ela sempre foi bonita, desde pequena. Eu me lembro de vê algumas fotos dela quando ela era criança. . .Minha vó ficava boba com a filha caçula dela e fazia de tudo para tirar muitas fotos dela quando podia. Ela cresceu e se tornou uma bela adolescente. Ela chamava atenção de muitos garotos no colégio. Ela escolheu meu. . .Aquele homem para se apaixonar. Ela pensou ter escolhido certo, afinal, ele era um “excluído”. Apesar de suas amigas, fora a tia Rosa( Tia Rosa sempre ficava ao lado da minha opinião em qualquer escolha que ela fez.), dizer que ela poderia conseguir coisa melhor, mas ela não ligou, ela o amava e para minha mãe, era o que importava.
- Filha? – Perguntou estalando os dedos na minha frente.
  Meus pensamentos estavam me levando e eu acabei esquecendo-me de responder a ela.
- Desculpa mãe. – Falei ao me lembrar de ter a deixado falando sozinha.
- Tudo bem, mas e aí? Quer ir?
- Seria um Maximo.
- Chama a sua amiguinha para ir com a gente. Eu ainda não há conheci.
- A Renata? – Perguntei confusa. Ela assentiu.
- É. Eu tinha que falar com ela mesmo. . . – Comecei a falar, mas deixei algo no ar. Simplesmente parei de falar.
- Então tá tudo combinado. – Falou alegremente.
- Sim, sim! – Falei demonstrando estar feliz.
- Então vai se arrumar.  Tome um banho e liga para sua amiguinha. – Falou de um jeito como se falasse com uma menininha e não com uma garota de 17 anos. Eu ignorei. Peguei o telefone e liguei para a Renata.
- Quer alguma coisa menina? – Perguntou a minha mãe para a Renata.
  Já fazia três horas que tínhamos saído de casa. Depois caminhamos pela praça e por fim sentamos para descansar.
- Tia, não precisa, qualquer coisa eu mesmo compro. Eu trouxe dinheiro. – Respondeu totalmente sem jeito.
- Ai você me ofende, por favor, diz o que você quer e me deixa pagar, afinal, eu que pedi para a minha filha te convida.
- Ai tia. . .
- Não diga mais nada há não ser o que você quer. – Falou com um sorriso nos lábios.
  Ela falou o que ela queria para comer e eu pedi um salgadinho. Estava com fome. Enquanto ela ia à busca de uma lanchonete, Renata virou para mim e eu cruzei ás pernas.
- E aí? O que tem para me falar? Tô morta de curiosidade.
- É sobre o Daniel.
- O que houve?
- É. . .
- É?
- Foi mal, não sei por onde começar. . .
- O que houve? – Perguntou maliciosamente.
- Ér. . .Nada. – Menti.
- Você está mentindo. – Falou com seriedade. Eu a fitei, assustada. Eu era tão transparente assim?
- Não, eu não estou.
- Ah, está sim. Não sou burra. Fala logo!
- Ele veio falar comigo. . .
- E aí? Rolou algo? – Perguntou animada.
  Hoje, me lembrando dessa época, eu sempre acho graça e começo a rir. Como alguém pode estar feliz de algo ter rolado entre o próprio namorado com a sua melhor amiga? Era tão estranho e até hoje, quando penso, eu vejo que ainda é.
- É. . .
- É?
- É.
- É o que? Meu Deus! – Falou berrando.

Ela estava com raiva da minha timidez. Eu estava sentindo o meu rosto mudar de cor.
- Ele me beijou. – Falei rapidamente.
- Eba. Que bom! – Alegrou-se.
- Não, não é bom. Eu estou namorando.
- Ah, isso é fácil. . .Conhece a palavra terminar?
- Que frieza.
- Aquele menino merece isso e muito mais.
- Por que diz isso?
- Ah, amiga. . .Por nada.
- Como assim por nada? Você parece não gostar dele.
- É. Eu não gosto dele. Ele é irritante.
- Que isso amiga, ele é tão fofo.
- Fofo? Ele é um ridículo. Eu nem sei por que você deu outra oportunidade para um canalha que te enchia o saco.
- Ah, mas agora tá diferente.
- Que diferente o que. Se ele riu de você uma vez, aposto que está fazendo isso agora.
- Mas ele não me escondeu da família dele dessa vez.
- Ah, por favor!
- Você parece mais minha consciência, o meu outro eu, do que a minha amiga.
- Deve ser por que tenho dois olhos e não sou cega! – Exclamou cinicamente.
- Ah para de drama re. – Falei cruzando os braços. Descruzei as pernas e encostei-me ao banco. Suspirei.
- Queria que você me escutasse.
- Eu já escutei até demais. Você não sabe o que rolou nesses dois últimos dias. – Murmurei baixo. Estava totalmente sem graça, mesmo ela sendo a minha amiga.
    Apesar de termos só três meses de amizade, eu vi nela a amiga ou a irmã que sempre quis ter e só cheguei a ter quando ela entrou em minha vida.
- Pelo menos algo. – Disse fingindo está de mal comigo. Eu ri. Ela deu língua para mim e revirei os olhos.
- Mas e aí? – Perguntou interessada.
- E aí o que? – Murmurei a pergunta. Eu sabia muito bem o que era.
- Me conta o que rolou, né! – Falou animadamente.
- Ah, bem. . .Ele declarou-se. – Disse totalmente resumidamente.
- Seja mais detalhista, por favor. – Falou.
- Ah. . .Não sei como falar. – Murmurei.
- Ue, é só falar.
- Não é tão fácil assim.
- É fácil sim, mas você não é como eu.
- Com certeza não. – Falei cabisbaixa.
- É por isso que gosto de você. – Falou. Eu assustei-me com esse desabafo.
- Como assim? Você é tão linda e. . .
- O que adianta ser linda e não ter o que você teve?
- Ah amiga, eu também sofri.
- Sofreu, mas pelo menos, você curtiu sua infância. Você teve seus pais ao seu lado. Eles te educaram e. . .Nossa! Você é tão inteligente. É difícil você tirar nota baixa. Eu queria ter pelo menos uma mãe. . .- Falou olhando em direção a onde minha mãe comprava os salgadinhos, eu sei por que olhei na direção em que ela olhava.
   Ela sorria. Estava feliz por está ali. Eu não via um sorriso em sue rosto há tanto tempo. Eu voltei a olhar para a Renata que continuou a falar.
- Como a sua. Ela pode trabalhar muito, mas ela faz isso por você. Minha mãe verdadeira nunca ligou para mim e nem para o que penso. Desde criança, eu sofri e ela nunca me fez acreditar em vida de contos de fadas. Tudo que fiz, não adiantou nada, pois minha mãe não ligou em nenhum momento. Nunca chegou e perguntou se eu estava bem ou disse. . .Eu te amo. – Disse, sua voz começou a sumir aos poucos. Ela parou de falar. Fechou os olhos, respirou fundo, olhou para mim e vi que seus olhos lacrimejavam.
- Eu tenho uma mãe como a sua, mas agora. Agora que tudo já aconteceu. Depois de tudo. Eu estou condenada Thayná e não quero magoar nenhum garoto. Sabe? – Desabafou totalmente.          

Eu mexi em meu óculos, o ajeitando, para não mostrar meu nervoso.  Comecei a tossi. Estava começando a ficar gripada. Talvez seja a mudança de tempo. Como sempre.
- Mas e aquele menino? – Perguntei.
- Não quero pensar nele. O Lucas não precisa relembrar do passado que ele se arrepende. Ele está feliz e é isso que importa e também. . .Eu vou morrer. Não quero ver ele triste por causa de mim.
- Por que não o deixa decidi?
- Ele tem namorada. Já disse isso para você.
- Não importa.
- Importa sim. Olha. . . - Começou a falar, mas parou.
   Ela olhou para o relógio, voltou a olhar para mim e disse:
- Eu preciso ir.
- Espera. Eu. . . – Eu parei de falar quando vi que ela já estava distante. Suspirei.
- Aqui filhinha. – Disse me entregando o salgado.
- Cadê a sua amiguinha? – Perguntou.
- Pediu desculpa e revelou que tinha um compromisso para agora.
- Ah.
  As horas passaram rápido. Eu curti um pouco com a minha mãe. Quando voltamos, eu decidi ir na casa do Daniel, antes de ir me arrumar e ligar para o Fabio.
- Até depois filhota.
- Até. – Disse.
  Eu andei até ficar diante da porta do Daniel. Antes que eu tocasse a campainha a porta se abriu. Era o Daniel. Ele me olhou e sorriu.
- Como soube que era eu? – Perguntei segundos depois em silêncio.
- Não soube. É que vou sair.
- Ai, por favor, cinco minutos.
- Ah, mas agora?
- Sim. Estou atrapalhando?
- Não. . .É que vou terminar com a Renata.
- Sério? – Perguntei.
   Eu havia me espantado na hora com a sua atitude. Ele demonstrou não ser medroso. Eu nunca tinha notado essa característica nele, até aquele dia.
- É.
- Ah. . .Eu. . .Não, quer saber? Esquece. Quando voltar. . .Toca lá em casa.
- Eu vou.
- Então tá. Até. – Disse me virando.
- Ei! – Exclamou.
- O que? – Perguntei virando meu rosto para olha-lo.
- Cadê meu beijo, em?
- Aqui não. – Murmurei.
- É só um. . .Rapidinho, hum? – Implorou de um jeito sedutor. Eu apenas ri da sua cara.
- Ah, vem cá, vem. – Voltou a falar.
 Eu me aproximei e depositei um beijo na sua bochecha.
- Boa sorte. – Murmurei antes de me afastar completamente.
  Na mesma hora em que me virei, senti uma mão me puxando pelo ombro. Eu me virei novamente. Ele me puxou de encontro para o seu corpo e selou nossos lábios.
  Fechei os olhos. Eu tinha cedido na mesma hora. Minhas mãos encostaram-se aos seus ombros com um apoio para não cair em seus braços. Sim. Minhas pernas estavam bambas. Ele me fazia perde o ar. O seu beijo era como uma erva que servia para me acalmar. Eu me sentia protegida quando ele me abraçava ou me beijava.  
   O beijo terminou com um selinho. Suas mãos estavam em volta da minha cintura e só notei isso depois que finalizamos o beijo. Nossas testas estavam ainda encostadas uma na outra.  Ele sorriu.
- Te odeio! – Exclamei.
Eu comecei a rir.
- Ser for assim que a gente odeia ás pessoas, então eu também te odeio. – Murmurou. 
Ele começou a rir também.
- Bobo.
- Vem cá. – Começou falar enquanto apertava a minha cintura com suas mãos.
- Hum?
- O que você quer de mim? – Perguntou.
- Depois eu falo com você. Vai. . .Se não você vai se atrasar. – Murmurei.
- Vai me deixar curioso?
  Eu soltei minhas mãos e tirei ás deles da minha cintura. Aproximei de seus lábios, desviei para seu ouvido e murmurei baixinho:
- Vou. – Disse.
  Dei uma pequena risada. Eu me afastei completamente dele e sai correndo com um sorriso no rosto. Não olhei para trás.
  Quando cheguei em casa. Eu corri para meu quarto. Eu estava sentindo saudades de fazer uma coisa.

“ Rio de Janeiro, 29/05/1998,
                    Querido diário. . .
        Eu tenho tantas coisas para contar. Eu estou tão feliz. Parece que estou sonhando. É como se eu estivesse vivendo dentro do meu sonho. Ele me ama. Eu vejo isso em seus olhos. Meu Deus! Eu tenho que terminar hoje com o Fabio. Como vou fazer isso? Como vou encarar ele quando Daniel e eu assumimos o namoro na frente de todos? Agora, pensando melhor, sei que vou magoa-lo. Droga! Já é o segundo que magoou em dois meses. Eu me sinto uma garota que pega geral. Eu não sou. . .Ou era assim e agora sou. Eu tenho nojo de mim mesma. Eu estou trocando de namorado, como troco de meia  e isso me enoja. O único que me viu e  gostou de mim pelo meu jeitinho, foi o Fabrício. Admito que ele fez o que pode por mim. Talvez eu tenha sido ingrata, mas ele me traiu de certa forma. . .Mas de certa forma também não daria certo entres nós. Eu não o amo e nunca o amei de verdade. Fui sincera desde o começo, afinal. . .Ele mereceu isso de minha parte. O chato é que ele não desiste e tenta me beijar a força como da ultima vez que veio aqui. . .Tenho que ir diário. Fabio vai vim aqui e não sei como terminar com ele. Mas pera. . .Como será que a Renata vai fingir estar triste com o termino? Espero que ela seja uma boa atriz. Droga! Eu preciso ajuda-la. Esse Lucas. . .Eu não vou desisti de saber  a onde ele mora exatamente. . .Essas coisas.”   

 Fechei meu diário. O guardei de volta na bolsa junto coma caneta. Suspirei. Estava feliz por ter escrito. Fazia álbum tempo que não escrevia ali. No lugar a onde eu podia dizer tudo que penso. O único também.
  Eu comecei a me arrumar. Eu coloquei uma bermuda jeans e cós alto que usava um pouco ainda. Uma blusa com uma estampa rosa. Em meus pés, eu coloquei uma sandália  de plataforma da cor preta.
  Eu arrumei meu cabelo e me olhei no espelho do meu banheiro. Eu me senti bem comigo mesmo, porem eu sentia insegurança em mim.
  A campainha tocou me fazendo despertar dos meus pensamentos. Eu desci ás escadas e caminhei em passos lentos até a porta. Estava apreensiva. Abri a porta e me assustei com o que vi.
   Ele estava totalmente social. Eu fitei primeira sua blusa branca de botões que estava com os dois primeiros botões abertos. Estava totalmente formal. Seu cabelo estava arrepiado para cima. Ele tinha cortado o cabelo o bastante para o penteado. Ficou muito bonito com o novo penteado. Seus olhos esverdeados brilharam como se estivesse demonstrando uma aprovação à roupa que eu usava na ocasião.
  Eu tinha feito um coque no cabelo. Deixei alguns cachos caírem e ficou bonito.
- Você está maravilhosa. – Falou me olhando de um modo diferente comparando com o de antes.
       Ele tinha agora, uma malicia no olhar. Eu o continuei a fita-lo.
“Se fosse o Daniel, eu iria olhar para qualquer direção, menos em seus olhos. Era como se aqueles olhos me enfeitiçassem”, pensei ao perceber que ainda o fitava da mesma maneira.
- Obrigada. – Agradeci.
- Você também está lindo. – Falei começando a fitar sua calça jeans clara que caia bem nele.
- Obrigado. Eu sei que sou. – Falou mostrando nem um pouco ser modesto. Eu sorri para ele e murmurei baixo para mim mesma:
- Nem é humilde.
- Ãhn? O que disse? Não escutei.
- Nada de importante. – Falei com um sorriso estampado na cara.
Eu percebi seu olhar de quero saber mais. Ignorei.
- Mãe, eu estou indo! – Exclamei berrando para minha mãe. Eu não sabia a onde ela estava.
- A onde vai querida? – Escutei.
- Vou sair com meu namorado. – Falei.
- Namorado? – Berrou intrigada.
Logo, eu comecei a escutar seus passos firma até a onde eu estava.
- Filha. . .Você está namorando? – Perguntou. Ela estava incrédula.
- Estou sim mãe. – Falei sentindo a mudança de cor em meu rosto.
     Eu desviei meu olhar do de minha mãe que me olhava tristemente. Eu não tinha contado a ela. Dessa vez, a culpa foi minha e eu não podia dizer nada ao contrario.
- Bem. . .Eu sou Sara, mãe da Thayná. – Murmurou algum tempo depois do silêncio tenso que ficou no ar.
Ela estendeu a mão para ele para que cumprimentar.
- Prazer em conhecê-la senhora. – Disse a cumprimentando com um sorriso animado no rosto.
- Ah, por favor, me chame de. . .Sogra. – Disse.
Ela demonstrava que estava tentando esquecer o que tinha feito.
  Droga! Fui muito idiota. Devia ter contado a ela. Eu esqueci e agora ela vai ficar mais deprimida.
- Vamos? – Perguntei numa tentativa de melhorar aquele tenso que persistiu em permanecer no ar.
- Sim, vamos. – Falou.
   Eu despedi da minha mãe e ele também.
  Para minha sorte ele não desconfiou do motivo. Já ela, percebeu é claro, é a minha mãe. O único que desconfiaria fora ela seria o Daniel.
 É. Eu não parava de pensar nele e a cada momento que passava só aumentava a minha vontade dele. Eu queria estar com ele. . .Nos seus braços. Sabe? Sentindo o perfume que só ele passava. Ele simplesmente me deixava louca.
  Eu só vi que o Fabio me guiava quando já estava diante do carro. Exatamente do lado carona. Eu o olhei. Demonstrei está sem graça por não está nem pensando nele. Não conseguia. Em minha cabeça só vinha um nome: “Daniel”.
   Meu coração queria ser cara de pau e dizer toda a verdade na cara dele para ir logo para os braços no Daniel. Minha cabeça dizia para eu ir com calma e não magoa-lo. É. . .Na maioria das vezes, acontece de o coração dizer o oposto, mas quando ele tem dono que não é o seu namorado, ele fica mesquinho.
  Eu abri um sorriso de canto para o Fabio e adentrei no carro quando ele abriu a porta. Enquanto ele seguia para entrar do outro lado, eu decidi olhar pelo retrovisor. Para a minha surpresa, Daniel caminhava em direção a sua casa. Eu fiquei o olhando. Ele estava andando de costa para mim, mas eu o conhecia muito bem. Ele parou, virou e olhou em minha direção. Eu escondi o rosto na mesma hora.
  Quando voltei a olhar, o Fabio já estava dentro do carro.
- Por que está encolhida dessa forma amor? – Perguntou.
- Ah, estou sentindo um pouco de frio. – Menti.
   Eu voltei a olhar para fora e ele ainda fitava o carro. Ele me olhou na mesma hora, em que fitei seus olhos. Eu acenei. Ele acenou de volta e mandou um beijo no ar. Eu abaixei o rosto sentindo a cor do meu rosto modificar.
- Acenou para quem? – Perguntou curioso enquanto ligava o carro.
- Para o meu amigo. – Respondi.
- O Daniel? – Perguntou enquanto eu colocava o cinto.
- É. – Respondi. Ele colocou o cinto e depois pronunciou:
- Hum. – Murmurou enquanto começava a tirar o carro.
   Alguns minutos em silêncio depois, enquanto ele dirigia, eu comecei a olhar a paissagem. Eu senti que ele me fitava a cada minuto.
- Ei, não quero morrer desse jeito. Acidente de carro não seria legal. Eu tenho anos para viver ainda. - Disse mais uma vez tentando descontrair.
- Foi mal. É que você está muito bonita.
- Você já falou isso. – Falei num tom serio.
- E eu não canso de repetir isso.   
- Você é um fofo. – Tentei falar descontraída.

Era impossível. Parecia que estava obrigada á está ali. Dê certo modo, eu me sentia assim. Era como se ele tivesse me raptado. 
  Ele dirigiu mais um pouco. Ao olhar para frente, eu vi que ele entrava para o estacionamento do shopping.
  Eu arregalei os olhos enquanto ele já estacionava o carro.
- O que viemos fazer aqui? – Perguntei em voz alta. Sem querer. Obvio.
- Vamos passear. Não é obvio?
- Ah. – Disse sem mexer um músculo sequer. Estava imóvel.
- Eu. . .Gostei da sua mãe. – Começou a falar deixando algo no ar.

Eu o olhei e então ele continuou a falar:
- Ela deve ser bem legal.
- É. Mais ou menos. – Murmurei.

Ele aliviou-se quando tirei o cinto.
- O corte caiu bem em você. – Disse depois de algum tempo tentando descontrair.
- Obrigada. Vamos sai do carro?
- Claro que sim. Foi mal.
- Tudo bem minha princesa. – Murmurou.
  Saímos do carro e caminhamos até o shopping.
  No shopping, fomos assistir a um filme e depois comemos alguma coisa. Eu decidi que terminaria naquela noite, porém, na despedida. Talvez, quem sabe, ele aceitaria melhor.
- Está com frio? – Perguntou ao ver que eu me encolhi enquanto andava em direção ao shopping.
- Um pouco.
- Quer usar meu casaco? – Perguntou apontando para o casaco que ele levava na mão. Eu nem tinha notado que ele estava com seu casaco na mão.
- Não, está tudo bem. – Murmurei batendo meus dentes um nos outros.
- Não está mesmo. Toma. – Escutei e logo senti algo bem quentinho em volta de mim me fazendo parar na hora de andar.
- Obrigada Fabio. – Agradeci mostrando um sorrisinho pequeno nos lábios.
- De nada. – Falou separadamente as duas palavras.
Por fim, me beijou nos lábios. Foi um beijo rápido. Um selinho na verdade.
  Sinceramente, fingir que estava tudo bem, era horrível. Eu queria era só correr para os braços do Daniel.
  Quando entramos no shopping, ele me chamou para ir ver um filme, eu concordei em assistir.
- Que tal a gente assistir "A Hora Do Rush"? – Perguntou.
  Naquela época eu não sabia, mas esse filme ia entrar para a minha lista de filmes favoritos de comedia. Eu já amava o Jack Chan. Na época, Daniel e eu ficávamos loucos quando passava algum filme dele. Não tem filme antes de 2000 do Jack Chan que eu não vi. Só não tenho certeza dos depois de 2000, pois ele começou a fazer muito mais filme.
- Ah, tem arquivo X também. . . – Murmurou deixando aquela frase pairando no ar.
  Certo. Eu também amava e amo filme de ficção cientifica. Talvez pelo fato de eu ter sido muito inteligente, (para não dizer nerd). Não querendo ser modesta, mas sempre me dei bem nas matérias e quando comecei a trabalhar, eu me esforcei. E até hoje é assim.
  Eu suspirei. Um suspiro de cansaço com o meu próprio pensamento de Nerd naquele instante.
“Arquivo X deve ser muito bom. Já que o seriado é muito bom. Alias, bom é pouco.”, pensei pouco antes do suspiro.
- E aí? O que decide?
- A Hora do Rush. Eu amo o Jack Chan! – Disse já explicando que eu tinha um fascínio pelo ator.
Ele assentiu e caminhou para a fila da bilheteria que nem estava muito cheia.
  Dava muito bem para ligar para o Daniel naquele momento, mas mesmo que o celular fosse mais barato e eu tivesse um, eu não ligaria. Não daria certo.
  Eu comecei a olhar o Fabio a distância. Ele estava prestando atenção na fila que permanecia parada com ele no mesmo lugar. Ele ficava nervoso com facilidade. Começou a me dar vontade de ri na hora e ri, escondendo meu riso que se denunciava, com uma das minhas mãos.
  Ele era um grande idiota! O Fabio tinha me magoado muito, mas um dia. . .Eu tinha certeza que um dia de minha vida eu o amei. Eu me lembro de uma das vezes que a gente saiu no primeiro ano e ele, mais uma vez, tinha tentando de todas as maneiras me conquistar. Isso por causa de uma maldita aposta. A maldita aposto que me fez ver que quem eu realmente amava era o Daniel.
  Daquela vez, eu ia beija-lo. Estava disposta a beija-lo, mas nos atrapalharam. Alias, foi mais algo da hora. Tinha chovido muito na noite anterior e a gente tinha parado numa esquina para conversa. Naquela esquina tinha uma imensa poça de água. O caminhão passou com tudo e nos molhou. Na hora, eu fiquei com raiva, hoje agradeço por isso. Talvez, tudo seria diferente se eu tivesse caído naquela maldita aposta. Talvez, também, se eu tivesse caído, estaria livre para o Daniel naquela época. Porém se não fosse o Fabio meio que ser meu cúmplice sem saber que era. . .Ele não teria me beijando. É. O destino faz as coisas se tornarem tão confusas e tão estranhas. Para uma garota de 17 anos, tudo na vida é confuso. É o ano em que você descobre que a vida é complicada e que tem que lutar para conseguir o que quer, se não já sabia.
  Os 17 anos de um adolescente, dos dois sexos, mulheres e homem, se descobrem. É nessa idade que você começa a ver a vida de outra forma. Você não é mais criança e tem que, infelizmente, aceitar isso. A época em que você se decide na vida profissional, na vida amora também, talvez, né? Fora também que você verse o que você está fazendo é certo. Os 17 anos é a fase que você passa por uma metamorfose metal. Enfim, que papo chato. . .Vamos voltar ao que interessa.
   Depois do filme(Eu adorei muito o filme. Foi hilario. Foi ótimo mesmo.), decidimos ir comer no “Mc Donald’s”. Depois de comer em silêncio, começamos a caminhar pelo shopping que já estava meio que deserto pela hora. Meus passos eram firmes no chão. Eu estava tentando achar um jeito de começar a falar sobre o assunto que já estava decido. Mas. . .Cadê a minha maldita coragem?
- Quer ir embora? – Perguntou me fazendo acordar para o mundo real.
- Não. Eu não posso.
- E por que não? – Perguntou enquanto andávamos.

Eu parei de andar. Ele não entendeu. Ele parou ao meu lado, confuso.
- Precisamos conversar. – Murmurei baixinho enquanto pegava sua mão e acariciava a mesma.

Ele abaixou o seu rosto e começou a fitar minha mão acariciando a dele.
- É muito importante? – Perguntou.
- É.
- Então vamos achar um lugar para conversar com privacidade. – Disse voltando seu olhar para todos os lados do shopping.

Dava para ver que procurava algum lugar para a gente sentar.
  Andamos mais um pouco até avistar um belo lugar que ficava perto da fonte de água que tinha por ali. Era verdadeiramente enorme aquela fonte.
- Lugar bonito, não? – Comentei.

Estava tentando tirar a tensão daquele insuportável silêncio. Minha coragem estava traindo á mim mesma.
- Era isso que você queria falar?
- Não. . . – Disse deixando algo no ar.
  Eu desviei meu olhar do dele quando ele começou a fitar meus olhos. Não tinha coragem de encara-lo pela primeira vez.
  Eu apoiei uma de minhas mãos no meio que tinha e que nos separava. Eu senti sua mão quente em cima da minha, segundos depois. Quando olhei sua mão, eu levantei meu olhar para o dele. Nossos olhares se encontraram. Eu engoli seco.
- Diz princesa. Pode falar. Estou escutando. – Disse totalmente doce comigo.
  Eu respirei fundo. Fechei os olhos e abri os mesmo varias vezes. Como dizer aquilo? É tão difícil. Com ele, eu sabia que iria ser pior.
- Então. . . – Escutei. Eu comecei a fita-lo.
- Fale, por favor, está me assustando. – Falou mais uma vez. Eu umedeci os lábios.
 Eu o olhei nos olhos, com toda a coragem que surgiu em mim naquele momento. Comecei a falar:
 - Eu. . .Bem. . .Precisamos conversar.
- Sobre?
- Nós dois. – Murmurei desviando meu olhar para o chão.

Falhou, pois ele encostou sua mão em meu queixo e me fez o olhar nos olhos.
- Por quê? – Perguntou a mim depois de minutos em silêncio.

Ele parecia estar totalmente chateado com algo. Eu achei estranho, porém decidi não comentar nada sobre sua reação e sim, decidi falar sobre a pergunta estranha que ele me fez.
- Por que o que? – Perguntei confusa.
  Como ele podia saber sem eu sequer ter falado algo até aquele momento?
- Eu sei o que você quer falar. . .Eu entendo. – Falou ignorando o que eu disse. Eu o olhei.
“Se ele sabia então. . .Por que ele não disse nada naquele momento em que eu vi o Daniel pelo retrovisor?”, pensei. Fiquei tão confusa. Quer dizer. . .Mais confusa ainda.
- Então você entende? – Perguntei totalmente animada.

Ainda estava achando esquisito aquilo, porém nada poderia me deixar mais feliz do que terminar com ele sem ver ele triste com isso.
- Claro. O que eu fiz. . .Mas tudo bem. – Disse o mesmo me olhando, assustado, pelo jeito que eu falava.
  Comecei a perceber que não era algo em relação a mim.
- Uhum. – Murmurei vendo o que ele poderia dizer.
- Vamos fazer o seguinte. . .Er. . .Esquece isso. A Renata e eu não temos nada.
- Ahn? – Perguntei incrédula.
   “O que tem haver a Renata com isso?”, perguntei a minha mesmo em pensamento.
- É pow. Aquele beijo foi nada, sabe? Eu. . .Não sei o que falar. – Falou mais uma vez me deixando assustada.
  Eu arregalei os olhos e fiquei o fitando. Estava pasma. “Como assim?”, pensei mais uma vez.
- Ai. . .Ela não falou nada disso para você, né? - Falou quase que num murmuro. Deve ter falado ao notar que eu perdi a fala.
  Eu neguei com um aceno de cabeça. Fui abaixando meu olhar até o mesmo chegar ao chão.
- Eu posso explicar. . .
- Não! – Exclamei. Respirei fundo.
Eu me levantei daquele banco e continuei a falar:
- Não quero que explique nada. Adeus! – Disse antes de sair a toda em direção à saída do shopping.
- Ei! Volta, por favor. – Escutei.

Eu o ignorei. Continuei a andar. Eu esbarrei em alguém, pedi desculpas e comecei a andar mais depressa quando senti que ele vinha atrás de mim. Eu não olhei para trás, apenas senti.
        Ás portas do shopping se abriram automaticamente, mas era tarde demais. Foi nesse mesmo momento que eu senti sua mão quente me puxando pelo ombro. Com isso, eu me virei para ele.
- Para! Me deixa em paz! Acabou tudo entre nós. – Disse com raiva.

Ele tirou sua mão do meu ombro. Eu me virei de costa para ele. Fui embora. Na verdade, em direção ao ponto de ônibus.
                “Por que a Renata não disse nada para mim?”, pensei.

Talvez por que não a dei tempo. Comecei a falar tudo e também. . .Ela devia ter dito a ele para ele falar e que ela não falaria nada, provavelmente por se culpa dele e não dela.
        Eu suspirei com raiva e depois bufei. Eu não queria pensar naquilo, pelo menos, não naquele momento. Não queria pensar que minha primeira e única amiga poderia ter me traído de certa forma. Eu precisava confiar nela. . .Era o que minha consciência dizia. Porém meu orgulho discordava totalmente.
        Um carro parou em frente ao ponto de ônibus. Eu olhei de relance e vi que ela o carro do Fabio. Eu estiquei minhas mãos no fundo do bolso do casaco com a minha falta de paciência. Ele me olhava. Eu sentia que ele me olhava, na verdade.
       Eu percebi que todos em volta me olhavam. Provavelmente confusos pelo fato de ter um carro ali, parado num lugar errado. Eu comecei a escutar ele me chamando. Esse era o motivo de todos estarem me olhando. Eu bufei. Comecei a olhar para o chão, ignorando todas as olhadas.
- Pelo menos deixa eu te levar em casa? – Escutei o mesmo perguntando a mim tristemente.
     Aceitar seria quebrar meu orgulho, mas se eu não aceitasse, eu sabia que ia ficar ali esperando por muito tempo. Eu teria que escolher: Ou a minha paciência que era bem curta, ou o meu orgulho que eu amava.
     Eu ainda batia o pé no chão fortemente. Parei de bater o pé. Decidi o olhar. Por fim, eu o olhei. Ele estava mal, mas pela primeira vez, não dei a mínima importância.
- Por favor. . .Entra aqui no carro. – Falou num murmuro.
  Demorei um pouco em responder. Fiquei pensando nas minhas possibilidades de continuar aqui, que eram poucas.
  Decidi quebrar meu orgulho, já que não adiantaria muito se eu continuasse ali e minha paciência acabar. Não ia fazer diferença. O orgulho era forte. Mas ao notar os pingos lentos de chuva que começaram a cair, me fizeram quebrar meu orgulho. Eu não estava a fim de pegar alguma gripe ou até uma pneumonia.
  Eu caminhei até a porta do carro, adentrei e sentei no assento de carona. Coloquei o cinto e cruzei os braços. Ele não mexeu um músculo sequer.
- Fala comigo, por favor. Eu. . .
- Se foi para isso que você pediu para eu entrar no carro, então diz logo, por que se for isso, eu vou sair. – Disse friamente.
- Entendi. – Disse.
  Ele começou a dirigir. Eu permaneci imóvel no caminho todo. Meus braços ficaram cruzados até eu ver a minha casa do lado do carro.
  Eu tirei o cinto e sai sem dizer nada. Ele também não falou. Eu entrei em minha casa e corri para o meu quarto que ficava (Ainda fica, pois minha mãe ainda mora lá) no andar de cima. Comecei a chorar. Estava muito chateada com a Renata e ao mesmo tempo confusa em relação a ela.
- Filha? – Escutei. Ela batia na porta.
- Mãe, por favor, vai embora. – Falei tristemente.
- Não, eu não vou. – Falou abrindo a minha porta e me olhando. Seus olhos lacrimejaram ao ver que eu chorava.
- O que houve? O que aquele seu namoradinho fez? – Perguntou. Eu permaneci em silêncio. Ela sentou ao meu lado e me abraçou. Fechei os olhos e comecei a falar bem baixinho:
- Não foi ele, quer dizer. . .ele também, mas é que. . .
- Filhinha, você pode desabafar com sua mãe. Confia em mim. . . – Falou me acariciando.
- Confiar. . . – Falei com raiva.
   Lagrimas insistiam em cair. Eu não estava chateada pelo fato dele ter me traído e sim pela traição da Renata. Tudo bem que não tinha nada haver e nem devia estar reclamando, afinal, eu fiz o mesmo e não foi só uma vez, mas será que ela teve a culpa toda do beijo que rolou entre os dois?
- Ele fez que minha confiança pela Renata, se tornasse nada. – Murmurei sinceramente.
  Eu contei tudo a ela. Ela escutou atentamente.
Soltamos daquele abraço seguro, pelo menos para mim.
 Então ela me aconselhou:
- Filha, se eu fosse você, eu não tiraria incertezas sem saber antes o que ela tem para dizer.
- Eu sei, mas. . .
- Mas?
- Não faz muita diferença.
- Por quê? – Perguntou.
- Eu ia terminar com ele, como já falei. Eu traí também.
- Ô Filha, como pode fazer isso?
- Mãe, eu não me contive. Eu o traí, mas é por que amo esse outra pessoa.
- E quem seria essa pessoa? Eu conheço?
- Você nem imagina. . . – Murmurei olhando de lado para algum lugar insignificante.
- Quem é? - Perguntou curiosa.
- O Daniel.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Além da Amizade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.