No Sumidouro do Espelho escrita por daghda


Capítulo 5
Capítulo 5




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Estavam agora bem diante do objeto que causava em todos tanta expectativa. Recordou-se agora que Rony e Harry já conheciam esse artefato. Claro que o sabia desde antes da missão, mas agora essa lembrança veio aterradora. Rony sabia o que esperar do espelho. Conhecia sua magia, e quando o contemplara a primeira vez,viu muitos de seus sonhos como se tivessem se transformado em realidade.

Em um rompante brilhantemente camuflado por sua posição de chefia diante de toda a equipe, declarou que ninguém deveria se aproximar do objeto antes dela. Harry argumentou firmemente que ela não devia, que devia deixar esse risco para ele e Rony, afinal, além de eles já conhecerem o espelho, eram aurores e estavam mais preparados para enfrentar os feitiços protetores que indubitavelmente estariam bem fortificados ali.

Mas ela foi simplesmente irredutível e contra-argumentou que ela sabia se cuidar, afinal ela o livrara de Naginni certa vez, e os livrou a todos de vários riscos durante a segunda grande guerra bruxa. E encerrou o assunto evitando mais argumentos argutos do amigo, que, no fundo, ela sabia ser bem mais prudente.

Nem ela mesma sabia o que esperava ver na superfície refletora antes de permitir que o amado chegasse diante do espelho. Ela sabia que se enxergaria velhinha, com seus dois filhos e um monte de netinhos, diante de uma bela árvore de natal e uma lareira acesa, recebendo Harry e Gina, Lunna e Neville, toda a família e todos os amigos, tudo isso sentada no sofá de sua sala ao lado de Rony já com todos os cabelos brancos.

Sabia que jamais conseguiria ver nem o esboço do que o marido iria ver. Mesmo assim, se pudesse adiar o momento em que Rony se depararia novamente com seus desejos mais profundos, tanto ela o faria.

Mas já era inevitável. Porque não sem extremo esforço ela conseguira sobrepor os feitiços defensivos que rodeavam o objeto sozinha e agora já não podia mais impedir que todos os outros se aproximassem do espelho e que cada qual visse o desejo mais profundo de suas almas em sua superfície.

Rony parou diante do espelho. “Que estranho estar diante disso de novo” será que me vou ver mergulhado em montes de galeões?”

Todos riram e por isso, ela também fingiu uma tímida gargalhada, mas não desgrudou os olhos do ruivo parado, com o próprio olhar vidrado na superfície do espelho, com um sorriso satisfeito nos lábios.

_Vamos, vamos, não podemos nos demorar. O espelho está vulnerável agora que quebramos todos os feitiços protetores. Vamos. Embalem logo e vamos o transportar para fora. E uma vez fora da caverna poderemos desaparatar direto para o ministério.

Toda sua urgência e eficácia serviu bastante para ela mesma desacelerar o coração que caminhava diretamente para o abismo de um colapso cardíaco. E em poucos minutos estavam todos, cada um amparando o pesado objeto por um lado, sentindo seus corpos comprimidos, como se estivessem escorregando por um cano cujo diâmetro não os cabia realmente.

Enfim os três espelhos estavam reunidos, em sua formação original, formando um triangulo, com suas superfícies voltadas para o centro. Contudo ninguém poderia permanecer na sala secreta naquele momento. No momento os Inomiáveis iriam examinar o terceiro quadro, como fizeram com os outros dois anteriormente, para averiguar se ele não estava impregnado de alguma magia negra, maldição ou veneno. Os indícios eram de que o artefato estava ‘limpo’ de todas essas coisas.

Mas o Ministério fizera questão de garantir aos seis total e irrestrito acesso aos espelhos.

No momento o que havia para se fazer era redigir com a pena de repetição rápida o relatório de procedimento e êxito da missão, depois seguirem para suas casas.

Uma vez em casa Hermione manteve e elevara toda a tensão que sentira durante todo o dia, durante toda a missão. Contudo conseguira ainda se manter sob um sacrificado controle até que os dois tivessem tomado um reconfortante banho e quando estavam à mesa saboreando o jantar ela já não mais pode se conter:

_Rony, me conta – disse tentando imprimir um tom de casualidade na voz e se sentindo meio frustrada por ver que não conseguira – o que foi que você viu no espelho?

_Porque quer saber?

Se contendo absurdamente para não se descontrolar e começar mais uma das famosas brigas dos dois, ela se resume.

_Pelo mesmo motivo que quis saber o que você viu no Espelho de Mandhros!

_ Você nem imagina o que eu vi?

Sentindo o frio percorrer a espinha e se alojar na boca do estômago, ela tentou se fazer de desentendida.

_Você se viu sobre uma pilha de galeões?

_Não, sua bobinha! Eu me vi bem velhinho, diante de uma lareira e uma árvore de natal, rodeado por filhos, netos, amigos, parentes, família e de mãos dadas com você, com seus cabelos revoltos todos branquinhos.

Duas, apenas duas lágrimas correram as faces da morena, porque as outras que pretendiam seguir as duas primeiras foram impedidas pelos incessantes beijos que os fizeram esquecer da sobremesa e ir parar sobre a cama de dossel de seus quartos.

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A paz é feita num motel de alma lavada e passada

Pra descobrir logo depois que não serviu pra nada

Nos dias de carnaval aumentam os desenganos

Você vai pra Parati e eu pro Cacique de Ramos

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