Rehab escrita por Amanda, Juh, Taís


Capítulo 11
Sakura: Parque


Notas iniciais do capítulo

Mais um, e se eu não me engano é o cap maior.

Boa Leitura!



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Sakura

Por que eu pensei que poderia ter uma noite normal ao lado dele? Por que fico tão burra perto dele? Por que seu caráter interfere no meu de uma maneira inexplicável? Eu sempre fui uma garota normal, mas agora, constantemente me pego pensando em arrumar uma maneira de envenenar sua comida, grudar chiclete em seu cabelo, de sapatear sobre seu crânio. Acabar com aquele rostinho impecável de uma figa... De devolver o que ele me faz, de me vingar, de rir da desgraça dele. Harr, acho que estou ficando louca. E quando ele voltar a ser rico, eu vou cobrar esses danos mentais que ele me causou com juros, CPF na nota e tudo mais. É. Mas e agora? Não basta a noite infernal que tive? Mas o quê? Ele quer andar? Mas aonde será que ele quer me levar? Será que é encrenca? Só o que me resta são duvidas, e segui-lo pra suprir essas dúvidas. Sem sucesso, porque sei que vou voltar de onde seja com mais dúvidas. Harr.

Meu cérebro ta cansado, Sasuke acaba comigo, suga minhas energias, acaba com meu estoque de vitamina C, meu cabelo nem brilha mais... Oh, céus, ele me esgotada. E como se não bastasse ainda pensa que está em uma corrida de cavalos.



— Sakura, você é uma lesma mesmo, anda mais rápido! — eu não acredito que estou ouvindo isso. Esse maldito me paga! Desgraçado! Pra sua sorte, Sasuke Uchiha, estou tão exausta que nem quero discutir.



Andamos uns quinze minutos até chegarmos a um parque, onde não havia uma alma de mosca viva. Herr. Já passava da meia-noite, e esse infeliz querendo brincar? Quantos anos ele tem? Pra que serviam aqueles bíceps, tríceps e quadríceps? Pra brincar de gangorra? Harr. Crianção de uma figa.



— Sasuke, o que você quer fazer em um parque fechado?



— Sakura relaxa, e vem comigo.



— Relaxar? Com você eu nunca fico relaxada. — afinal, relaxar perto dele é suicídio!



— Sakura para de reclamar um pouco, por favor?



— Por favor? Nossa Sasuke você conhece essa palavrinha mágica? — ele me ignorou.



— Pronto! — ele me disse apontando para uma grade que cercava o parque.



O quê? Andei esse tempo todo pra ver uma grade? Pior, pra pular de uma grade? Pior, pular de uma grade com ele? Harr... Eu não acredito que ele vai me fazer pular essa grade? Já não basta ter me empurrado da janela do restaurante? Desloquei meu fígado naquela queda! Eu pular? Ah não, eu não vou pular não, sem chances, nem morta, nem amarrada e morta, nem amarrada morta e amordaçada. Eu não, nunquinha!



— Sasuke, eu não vou pular não. Tenho medo de altura sabia, seu débil?



— Não sabia não e nem quero saber, agora para de besteira e vem logo!. — ele me olhou e continuou — Aliás, essa é a parte mais baixa da grade, então não vai ser problema pular. —aham... Não vai ser problema pra ele. Eu não vou. Não, não. Nunquinha. Cruzes...



— Sasuke... — choraminguei, e o maldito me pegou no colo e quase que beijei a grade. Sim, a grade era mais delicada que ele... Harr.



— Vai logo! Sobe, se você cair eu te pego — ele tentou me confortar.



— EU NÃO CONFIO EM VOCÊ! — gritei.



— Sakura, para de ser criança e pula logo! — que ironia, ele me traz a um parque e eu sou a criança né... Harr.



Mas eu pular? Never, não, no, not, nahim... N-Ã-O... Ah, ta, ta, ta. Ta bom, ele venceu! Subi na grade e pulei. Fechei bem os olhos prendi a respiração. Não sei por que, e lá se foi Sakurinha se ferrar. Pensando bem, não era tão alto assim. O parque apesar de fechado estava bem iluminado. Andamos até um lago, muito grande, que banhava metade do parque. No meio do lago tinha uma ponte e aparentemente era pra lá que Sasuke estava indo.



— Sasuke, aonde você está me levando?



— Sakura, cala a boca e me segue. — educado ele, né?



Subimos na ponte e andamos até o meio do lago. Sasuke se debruçou no braço da ponte e ficou olhando as luzes que iluminavam o lago. No começo não entendi nada, estava meio loca de raiva dele, como sempre... Herr. Mas quando parei pra olhar na direção que ele estava olhando, vi que o parque e o lago ficavam simplesmente lindo e mágico à noite.



— Sasuke... É tão... Lindo... É especial pra você? — perguntei e ele me olhou pensativo.



— Minha... Mãe sempre trazia Itachi e eu aqui.



— À noite?


— É, minha mãe adorava vir a esse lugar à noite.



— Ela é muito especial pra você, né?



— Era muito especial — ele me corrigiu — ela morreu faz um ano.



— Sinto muito, ela... Morreu do quê? — eu sei que é chato perguntar, mas fiquei curiosa.



— Ela adoeceu. Mas esquece, pois eu não gosto de falar nisso. — vi que ele parecia triste e resolvi mudar de assunto.


— Ah, entendi... Então você tem um irmão? É Itachi o nome dele?



— É sim, por quê? — ele me olhou desconfiado.



— Não, por nada — na verdade, eu queria saber se seu irmão mais velho é tão lindo quanto ele. Se ele fosse igual ao Sasuke sem tirar nem por, mas um pouco menos idiota, bobalhão, besta, bobo, boboca... Quem sabe eu e o Sasuke... Nós poderíamos até ser cunhados, hehe...


— Sasuke, por que seu pai te expulsou de casa?


— Vejamos... Eu roubei o lamborghini dele. Bati o carro no racha, me arrebentei todo e fui parar no hospital.



— Ual, você é locão mesmo — dei um sorrisinho e ele sentou no chão.



— Você vai dormir ai? — perguntei.



— É claro que não, sua tonta. Eu só vou deitar um pouco e descansar, por enquanto que o Neji não liga. E a propósito, você deveria fazer o mesmo — é verdade estou exausta, preciso descansar um pouco. Deitei ao lado dele e ficamos um tempo olhando as estrelas.



— Sasuke?

— O que você quer, praga? — praga? Imbecil... Só me ofende. Que tal jogar ele da ponte, pra ele se debater, sufocar, afogar e bater as botas, hein. Muahhhhh.



Sakura boa: Calma, Sakura!



Sakura má: Pula em cima dele e soca a cara desse desgraçado!



A Sakura má é sinistra, mas manda bem. Eu deveria socar a cara dele mesmo, mas como sou uma pessoa boa, vou ignorar. Na verdade, vou deixar quieto só porque eu to sem forças pra briguinhas.



— O Neji vai demorar? Já estou com sono.



— Tira um cochilo, que quando ele ligar eu te acordo.



— Ah, ta bom — haha, bondade repentina... Ele pensa que eu sou uma amadora, né. To ligada que ele quer me pegar desprevenida e me sacanear... Haha, ta bom que eu vou dormir, viu. Até parece. Mas nunca, nunquinha mesmo. Por nada nesse mundo, nadinha mesmo.. Eu hein. Minutos depois peguei no sono. Harr.



Eu não conseguia me lembrar do meu sonho, e eu odeio fazer força pra me lembrar e não conseguir. Harr. Acordar era algo muito difícil pra mim. Era como se colassem com super bonder as pálpebras dos meus olhos. Mas agora estava especialmente difícil acordar, meu corpo estava mega dolorido, como se eu estivesse dormido há horas no chão... Haha, pera aí... Eu não consigo abrir os olhos porque ainda to sonhando. É, to sim, claro que sim! Bom, não é todo dia que você sonha que está agarrada com um homem sarado no chão, né? Parecia tanto com a realidade, eu podia até sentir minha cabeça em seu peitoral, suas mãos me fechando com firmeza em um abraço, nossas respirações tão próximas. Sem duvida, esse sonho batia o record dos sonhos que parecem com a realidade. Eu que não quero acordar agora. Hehe... Me concentrei ainda mais no sonho, podia sentir o cheiro másculo do homem agarrado a mim. Podia sentir seu rosto tão próximo ao meu. Eu podia sentir a brisa que batia em meu rosto, como se estivesse ao ar livre. Que coisa, não? Até podia ouvir risadas. Sim, muitas risadas. Ouvia também barulhos, de pequenos passos correndo, pulando, minis respirações eufóricas, e vozes finas, e mais vozinhas finas... Parecia tão... Real.



— Eu quelo um cabelo ósinha que nem o dela.



— Eu quelo pula em thima dela, hehehe.


— Tchai daqui xeu besta, é eu qui vo pula agola.



— Eu tamém vo, xeu feio.



— Vamo nóix tudo, hehehe.



— Vamoooooooooooooooo...



— Lalalalalalalalala.



— Hehehehehehhe...



— Eeeeeeeeeeeeeeeh...



— Ahsuahsuasuahsuhashau...



Esse sonho parecia tão real, cruzes... Podia sentir crianças pulando sobre eu e meu pegueti dos sonhos. Harr. O jeito é acordar, acorda Sakura. Anda, acorda antes que essas crianças assassinas do sonho te matem. Acorda logo, querida. Volta pra realidade, até parece que você está dormindo em um parque de diversões... Haha, vê se pode uma coisa dessas? Parque de diversões? Ahuhasuahs, eu sou tão engraçada, né? Eu dormindo em um parque de diversões... Isso até me lembra... Não, não Sakurinha, você ta sonhando, querida. Sim, você ta sonhando. De repente sinto a maior puxada de cabelo da história.



— Eu quelo esse cabelo pá mim — HARRRRRRR. EU NÃO TO DORMINDO, TEM UMA CRIANÇA PUXANDO MEU CÉREBRO PRA FORA DO CRÂNIO... AHHHHHHHH.



Tive que abrir os olhos. Eu estava agarrada com o Sasuke, ele estava dormindo. E quando olhei pra cima, podia ver as crianças pulando sobre nós dois. Ou seja, se eu me desgarrasse do maldito do Sasuke, eu seria uma vitima. Seria esmagada por uma das milhares de criancinhas que pulavam feito loucas. Harr. E o pior, é que eu nem estava com meu RG. Minha mãe sempre diz pra eu andar com meu RG, porque se eu me acidentar e morrer, não morrerei como uma indigente.;. HARR. Mas como sempre da pra piorar, o Sasuke começou a beijar meu pescoço, e a dizer coisas que eu não entendia. O desgraçado estava sonhando com qual das namoradas dele? Harr. Era só o que me faltava mesmo. Um projeto de sonâmbulo.



— SASUKEEEEEE — gritei mesmo.



— Hã? O quê? Quem? Eu juro que não fui eu. Eu só... — ele falava enquanto se dava conta da realidade a nossa volta.



— Você dormiu, infeliz? Dormimos no parque, desgraça? Quer morrer, imbecil? Você é débil mental, mongolóide? Ta de brincadeira com a minha cara... — eu dizia até ele me interromper.



— CALA A BOCA CARALHO, MAS QUE PORRA É ESSA... — ele gritou olhando as criancinhas pulando sobre nós. — SAI TODO MUNDO DAQUI AGORA, BANDO DE IDIOTINHAS, ANTES QUE EU ARRANQUE ESSES DENTINHOS DE LEITE PRA FORA DA BOQUINHA DE VOCÊS! — de repente não havia mais ninguém ao nosso redor. As criancinhas deram no pé... Ouvi algumas chorando, mas logo desapareceram. Logo em seguida, meu celular começou a uivar ao mesmo tempo em que o do Sasuke tocava.



— Alô — nós dois dissemos ao atender nossos celulares.


— VOCÊ TA BEM, SAKURA? O SASUKE TE MACHUCOU? ELE FEZ ALGUMA COISA COM VOCÊ? POR FAVOR, SAKURA, ME FALA QUE EU VOU AI E MATO ELE. EU JURO QUE MATO ESSE DESGRAÇADO! — Gohan me perguntava aflito.



— NÃO — eu e Sasuke dissemos juntos novamente. Não sei com quem o infeliz do Sasuke estava falando.



— Aconteceu alguma coisa? Onde você esta? Temos que ir pro trabalho agora, ou vamos nos atrasar... — Gohan dizia e eu o interrompi.


— Vem me buscar — Harr, eu e Sasuke dissemos juntos em coro. Nos olhamos ambos bem infelizes. Harr, já estava enchendo essa nossa compatibilidade, viu. Então me levantei e andei pela ponte pra longe dele. Harr, melhor assim...



— Onde você está, Sakura? — perguntou Gohan.



— To em um parque, mas ainda não sei exatamente onde! Vou descobri e te ligo daqui a pouco Gohan — Desliguei antes que ele me bombardeasse de perguntas irrespondíveis. Fui até o Sasuke que também já havia desligado seu celular.



— Neji está vindo nos buscar — ele disse.



— Pensei ter ouvido isso ontem, Sasuke — eu disse brava.


— Ele teve problemas. E vê se não enche o saco — ele disse bem cavalo como sempre.



Dei as costas pra ele e mandei uma mensagem pro celular do Gohan dizendo pra ele ir direto pro trabalho. Não me esperar e nem se desesperar porque eu estava bem. E eu nem estava, mas disse mesmo assim só pra ele ficar sossegado. Pelo menos ele, porque ao que parecia, eu não tinha direito a sossego. Pelo menos não quando estava com Sasuke. Vai vendo...

Assim que terminei de enviar a mensagem ao Gohan, Sasuke passou por mim como um foguete, agarrando o meu braço e arrastando-me com ele. Corríamos e corríamos, só não sabia do que corríamos. O duro nem foi isso, o pior mesmo, foi perceber que nessa correria meu celular caiu. Ainda gritei pro Sasuke parar pra resgatar meu celular, mas ele como sempre, não estava nem ai pro que acontece de ruim comigo, sabe...Haaarr. Passamos pelo portão do parque derrubando algumas criancinhas pelo caminho. Mas ele não se importava nem um pouco pra variar, era um bruto mesmo. Corremos, corremos e corremos. Eu já devia ter emagrecido uns 10 kg... Só sei que já estávamos bem longe do parque, e entramos em um beco. Sasuke sentou no chão exausto e eu também. Assim que recuperei o fôlego, falei com o babaca.


— Do que corríamos mesmo? — perguntei.



— Dos seguranças do parque. Ao que parece o sindicato das crianças revoltadas foram se queixar... — Ele disse. Também né, deu um mega esculacho nas crianças. Deve até ter lhes causado danos mentais como causou em mim... É, eu também era uma vítima. Devia ter ficado lá protestando ao lado dos meus minis parceiros de traumas causados por Sasuke. Mas não, a tonta tem que correr ao lado do vilão. Agora se eu voltar lá pra pegar meu celular, vão me prender por ser cúmplice de fuga... Harr. O celular dele estava lá, são e salvo, bonzinho da silva... Harr.



Ele ligou pro Neji dando instruções de como nos achar, minutos depois, ele chegou com o carro que Sasuke havia pegado emprestado na noite passada. Sem nem perguntar onde eu queria parar, eles tocaram o carro direto pra casa do Sasuke, ou melhor, do irmão dele. Neji não entrou, disse que iria trabalhar porque havia folgado no dia anterior e não queria abusar. Achei responsável da parte dele, afinal, não era tão babaca quanto parecia, né. O que eu queria de verdade era minha casa, só que achei melhor ficar por ali mesmo, já que não queria dar satisfações a minha mãe e até possivelmente a Gohan quando chegasse lá.


Entrei naquele muquifo com aquela forte sensação de déjà vu, lembrando daquele outro dia desgraçado que passei ao lado dele pra variar. Só que dessa vez, estava tudo limpo e organizado. Ao que parece, ele aprendeu mesmo a organizar a casa. Dava até orgulho daquele playboy de uma figa, que por sinal, já havia entrado no banheiro disparado na minha frente pra tomar banho primeiro... É, eu já to acostumada com o cavalheirismo dele... Harr.

Sendo assim, fui até o armário ver o que tinha e preparar algo pra comermos. Fiz uma comidinha básica que ainda estava no fogo só pra terminar de cozinhar... Fui dar uma mexidinha na panela, e me assustei quando ele entrou na cozinha sem que eu percebesse. Ele estava com a toalha amarrada à cintura, com aquele abdômen perfeito molhado e passando a mão no cabelo que respingava no chão. Ele é tão branquinho e musculoso, o rosto dele é tão impecável, seus cabelos eram lindos, bem lisos e pretos, seus olhos lindos também pretos... Harrr. Como pode ser tão maravilhoso e tão desgraçado ao mesmo tempo? Fisicamente ninguém ganhava dele, ele parecia um astro de cinema de tão lindo. Ele batia o record dos lindos... Harr... Mas por dentro era tão irresponsável, idiota, irresponsável, insuportável, irresponsável, pilantra, irresponsável e... Insensível... Ah, e eu já disse IRRESPONSÁVEL? É.



— O cheiro ta bom, to com tanta fome... — ele disse sorrindo. Harr, isso me fez lembrar o jantar de ontem. Harr.



— É, eu também... Fica de olho nas panelas, eu vou tomar banho. E me traga uma toalha limpa — eu disse.



— Claro que sim, poodle. E vê se não se tranca no meu banheiro, ta? — ele disse enquanto eu entrava no banheiro. Ta vendo do que eu to falando? Ele não economiza simpatia... É duro viu!



Tomar banho pra mim ia muito além de um ato de higiene, porque a sensação que eu tinha era que quando ficava no chuveiro, metade do meu cansaço pegava carona com as águas e se mandava pelo ralo... Sem falar, que era o momento que eu tirava pra refletir sobre a vida. Sim, meu cérebro funcionava melhor. Mas neste momento eu simplesmente não conseguia pensar, era como se meu cartão de memória estivesse saturado, e não houvesse espaço pra mais nada. Então decidi que pensaria na vida depois, no momento eu só queria ficar limpa, tirar umas folhas de árvores que estavam enganchadas no meu cabelo. Lavar os calombos de mordida de mosquitos sobre minhas pernocas. Tirar os resíduos de maquiagem vencida. Enfim, renovei a carcaça, já estava até com os dedos enrugados do tempo em que passei no banho. Usei o shampoo dele, sabonete dele, desodorante dele, ou seja, estava cheirando a ele. Até escovei os dentes com a escova dele, hehe... Espero que esse desgraçado não tenha herpes. Herr.



Quando terminei, gritei pra ele me trazer a toalha, e ele enrolou pra me pirraçar. Eu já estava com frio com a demora dele, mas enfim o diabo me trouxe a toalha, me enxuguei e me enrolei na toalha.

Passando pela sala vi que ele já estava comendo, então fui para seu quarto. Peguei uma cueca boxer preta, e uma camisa polo também preta dele. Ainda bem que eu tinha bunda, tava parecendo um fraldão aquela cueca em mim, hehe. A camisa serviu de camisola, fiquei boiando dentro dela, ou seja, eu estava um Sasuke versão cabelo rosa... Depois disso fui comer no sofá da sala, e ele também estava na sala só que sentado no sofá que ficava a frente do que eu estava. Sinceramente, eu tinha vergonha de comer na frente dos outros, principalmente de rapazes bonitos né, mas dele não. Eu queria é mais que ele se danasse, não estava nem ai pra aparência de bonequinha. Nunca houve frescurinhas entre nós mesmo, estava com fome e comi sem cerimônias. E assim ficamos, eu comendo como se o mundo tivesse acabando e ele me olhando devorar tudo.



— O que foi? — perguntei de boca cheia.



— Eca, que nojo! Ta parecendo uma mendiga morta de fome, com esse marmitão de pedreiro. —ele esculachou.



— Me deixa comer em paz, Sasuke — resmunguei.


— Você come pra caramba, né? — ele perguntou como quem não quer nada.



— Você acha que é fácil manter esse corpão? — eu disse e me arrependi, porque o desgraçado ficou olhando pra minhas pernas. Harr.



— Até que você ta sexy dentro da MINHA blusa, com o MEU cheiro e com a minha.... Sakura você está apenas com a minha blusa? — ele disse e sorriu maliciosamente.



— Se é o que você quer saber, eu estou sem calcinha Sasuke — eu disse. O babaca arregalou os olhos com cara de mongol.



— Como ousa ficar sem calcinha na minha casa, safada? — ele perguntou teatralmente.



— Ah sim, então a cueca que eu estou usando deve ser do Itachi. Se eu soubesse que você usa calcinha teria pegado Sasuke... — haha, devolvi. Ele revirou os olhos e voltou ao assunto da comida.



— Sabe, quando eu levava minhas namoradas pra jantar, elas pediam uma folha de alface e iam direto pra academia perder a caloria da folha. Hehe... Modelos são meio loucas. — Ele contou como se lembrasse de bons tempos. Talvez ele realmente goste delas, da maneira Sasuke dele, mas gosta. — Espero que você não esteja usando a cueca que a minha ruiva me deu. É só pra usar em ocasiões especiais, sabe... Não PARA uma MENDIGONA que nem você usar... herr — ele rosnou pra mim.


— Herrr, você não sabe o nome das suas namoradas não? — perguntei lembrando da maneira como ele as chama, pela cor do cabelo.



— Claro que eu sei, idiota — ele disse.



— Então porque não as chama pelo nome? — perguntei.



— Pra não confundi-las, elas são tão iguais, tem físicos, estilo e mentes tão semelhantes, que às vezes me confundem. Então as chamo pelos seus diferenciais, ou seja, a cor do cabelo... Hehe — ele disse como se fosse normal... Herr, tapado de uma figa.



— Heerrr, falando em suas namoradas, espero que não tenha se esquecido de que deve terminar com elas, agora temos 6 dias pra namorarmos alguém... Ou você se esqueceu do trato? —perguntei.



— Claro que não, eu vou terminar com elas amanhã, sua poodle dos infernos... Agora eu quero ver você arrumar um namorado que não seja o viadinho, sua monga. — ele disse todo irritadinho.



— Não se preocupe, faz a sua que eu faço a minha, beleza... Apenas cumpra sua parte do trato e pronto. — eu queria terminar por ai, mas eu estava curiosa pra saber o que ele sentia, se é que sentia algo, com aquele coração de pedra... Harr — Sasuke, herr, você as ama? — eu perguntei e ele me olhou sem entender, mas parecia disperso, como se buscasse a resposta dentro de si.



— Sou apaixonado por elas — ele disse.



— Eu não perguntei isso, quero saber se as ama? — insisti.



— E que diferença faz essa porra?



— Há uma grande diferença entre paixão e amor.



— Pra mim tanto faz, eu adoro elas. Elas não ficam me ligando, vem quando eu chamo. Não me enchem o saco, não pensam muito e não cobram nada de mim... E isso é tudo o que eu preciso de uma mulher... Aham, de três mulheres — ele disse.



— E onde você ver amor nisso? — perguntei incrédula.



— Harrr, você já esta me enchendo, idiota. E você, hein? O que sabe de sentimentos? Hã? Por acaso já amou alguém, imbecil? — perguntou ele. Eu não queria exatamente falar de mim. Tcharam... Fui salva pelo gongo. Herr, a maldita campainha tocou. Nesse momento o medo bateu, quem seria?



Bom, então eu rapidinho me afastei dele. Vai que esse retardado tivesse a fim de me trancar no banheiro de novo... Harr, pra lá eu não volto.



— O que você está fazendo, sua retardada? — ele perguntou.



— O que você acha?! Eu não sou idiota não. Eu sei que você vai me trancar no banheiro — falei e fui me afastando dele. — Sasuke, eu juro que se você tentar alguma coisa eu te mato! Pode vim que eu fiz cinco anos de jiu-jítsu. — me pus em posição de ataque, e Sasuke me olhou com uma cara de retardado.



— Sua mongolóide, eu não vou fazer nada com você não, tonta! Eu mereço, além de ser poodle é retardada — ele resmungou, enquanto foi até a porta... E espera ai, que vergonha. Eu estou de cueca. Corri e me escondi atrás do imbecil do Sasuke.



Ele foi em direção a porta e eu, é claro que fui atrás dele, né. Escondida atrás dele, mas fui. É, fui sim.



— Haarr. Pai eu posso explicar... — Sasuke tentou se explicar.



— Pode parar Sasuke. Eu só vim aqui pra ver se a Sakura estava bem... — ele disse. E eu como num passe de mágica, saí de trás do Sasuke com aquele sorrisinho amarelo de espiga de milho. Harr. E pra minha mega surpresa, Gohan estava ao lado do Sr. Uchiha, ele me olhou e sem expressão alguma no rosto e deu no pé. Herr. Acho que ele só queria ver se eu estava viva mesmo e depois caiu fora. Afinal, porque ele perderia tempo comigo, não é mesmo? Certo ele de se mandar daquele hospício. Harr... O silêncio estava durando demais, então resolvi me manifestar.



— Herr, me desculpe Sr. Uchiha! Eu... Eu... Eu — Harr, não saia nada.



— Não precisa se explicar, Sakura. Esqueceu que eu troquei as fraldas desse bunda branca? Conheço a peça. Só escolhi você pra ajudar o Sasuke, porque sempre notei sua eficiência e responsabilidade. E jamais pensei que Sasuke conseguiria te influenciar de tal maneira, eu lamento pelas coisas que tem passado... — Sr. Uchiha disse calmamente. Eu não conseguia dizer nada.
— Enquanto a você, Sasuke...



— Desista, esses seus sermõezinhos já estão me enchendo. —Sasuke o interrompeu.



— Apesar de você não considerar, eu sou seu pai, e algo que jamais vou fazer em minha vida, é desistir de você, filho... Então, não me importo que você me odeie. Só quero que algum dia você possa entender que nem toda a fortuna desse mundo compra uma vida digna e feliz. — Sr. Uchiha disse. Sasuke estava imóvel e raivoso, como se estivesse amargando o pior dos venenos dentro de si.


— Não é o que a sua namorada golpista acha, não é mesmo papai? O dia que puder escolher o seu filho a uma vagabunda qualquer me procure — disse Sasuke entre dentes.


— Enquanto você optar por permanecer com 5 anos de idade é melhor esquecer que tem pai, Sasuke. — Sr. Uchiha disse e foi embora. Sasuke ficou ali parado em frente à porta aberta, olhando pro nada. O olhar dele refletia tortura e isso doía em mim também, era frio demais e triste de se ver. Eu senti muita pena, e sentia vontade de fazer alguma coisa, mas o que eu podia fazer? Eu sequer entendia os problemas daquela família. Só entendia que o Sasuke diante de mim era outro, talvez um pior do que a versão babaca era cheio de rancor e sofrimentos. Harr... Não sei, quanto mais o conheço mais o desconheço. Harrr. Saco.



— Sasuke, não fica assim não — peguei no ombro forte dele e ele me olhou.



— Vou chamar um taxi pra você... Mas espera ai, você tem dinheiro? Porque eu não tenho. —desgraçado!



— Pode ligar que eu pago, fazer o que, né? Eu não vou ficar aqui a vida inteira. Uma hora eu vou ter que ir embora e enfrentar a minha mãe. — quando será que ele vai pagar alguma coisa pra mim?



Sasuke chamou o taxi e até que o motorista apareceu rápido.



— Sasuke, eu vou embora assim de cueca?



— Ah Sakura, vai cagar! Além de eu emprestar minha roupa você reclama, vai se catar menina! —maldito cão dos infernos — E essa cueca ta parecendo um short em você — ele ri. Mas por que esse maldito riu? Ah esquece, eu vou embora assim mesmo.


— Tudo bem, eu vou embora assim mesmo —peguei minha bolsa e fui embora, e nem fiz questão de me despedir dele. Desci as escadas como sempre, pois esse elevador não é confiável e notei que várias pessoas me olhavam.



— Tão olhando o que? — falei para um grupo de pessoas que subiam as escadas — Vão cuidar da vida de vocês — fiquei nervosa. Ops, falei meio Sasuke agora, cruzes!


Fui pra casa, já que eu não ia trabalhar mesmo. Pelo menos eu tinha que ir dar satisfações a minha mãe, e ainda por cima tinha a faculdade. Ai que vida cruel!



— SAKURA!! — puts, me ferrei — Isso são horas de chegar? Onde você estava? Com quem? Que roupa é essa? — minha mãe tagarelava como uma louca.



— Mãe, calma! Eu já te explico tudo, agora vamos entrar, pelo amor de Deus!



Expliquei tudo pra minha mãe, escutei os sermões dela. Liguei para o Gohan, que não quis me atender e fui pra faculdade sozinha pela primeira vez. E assim foi o resto do meu dia.



Acordei decidida a acabar com essa história de subornar o Sasuke. Estou cansada dele e dos problemas que ele me causa. Quero me acertar com o Gohan e voltar a minha vidinha tranqüila de antigamente. Fui pra empresa sem o Gohan. Nossa, como ele faz falta!



— Oi Sakura! — peste maldita, cão do inferno do Sasuke veio todo feliz falar comigo.



— Oi peste! — respondi com má vontade.



—Ta nervozinha, ta? — ele provocou e eu não respondi. Fui até a nossa sala, peguei o envelope com as fotos e fui devolver pro Sasuke. Eu não queria mais me vingar dele, herr... Não agora, hehe.


Saí da sala com o envelope na mão e dei de cara com três garotas mega produzidas. Eram as três namoradas do Sasuke. Mas o que será que essas três fazem aqui juntas? Eu hein. Sasuke não estava mais lá, provavelmente ele deve ter se escondido delas. Agora o bicho vai pegar...


— O que elas três estão fazendo aqui? — perguntei pra secretária do sr. Uchiha que estava passando.



— Você não sabe? Ela vieram aqui fazer um teste para estrelar a próxima campanha da empresa — ela me respondeu.



Xii, é melhor eu dá no pé antes que umas das peruas me reconheça e me pergunte do Sasuke. E foi o que eu fiz, me apressei para sair dali, mas como tudo sempre dá errado, né. Um segurança infeliz passou por mim apressado e me jogou longe. Eu voei, voei longe, muuuito longe. E pra piorar o envelope com as fotos também vôou, só que na direção contrária. E é claro que alguma força sobrenatural fez com que as fotinhas lindinhas que eu tirei caírem do envelope, sinistro né? Pois é, eu pude até ver o Sasuke voando na foto, herr. Agora ferrou! As fotos fofinhas e lindinhas que eu tirei foram parar no chão em frente as três peruas, simples assim, herr. A perua ruiva pegou as fotos, e me olhou furiosa. Cruzes!



— O que é isso? — ela perguntou. As outras peruas também olharam as fotos e me olharam. Nesse momento Sasuke apareceu comendo doritos. Desgraçado, enquanto eu estou aqui me ferrando, ele esta numa boa comendo doritos? Como ele consegue comer numa hora dessas? Quando o maldito se tocou o que estava acontecendo, ele olhou pras três peruas, me olhou e arregalou os olhos.



— Dormi com ela ontem e ela me beijou! — ele gritou apontando pra mim... Pera ai, PRA MIM? Mas o que aquele filho da mãe pensa que esta fazendo? Ele quer nos matar? Vagaboy! Oh, e agora quem poderá me salvar?


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Notas finais do capítulo

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