Bristol, Connecticut – 20h00min

     As irmãs Walters estão correndo pela ala norte de um velho asilo, sendo perseguidas por uma criatura que elas conhecem bem.

     - Angela, mais rápido. – falou Eva. – estamos já chegando.

     - Eu estou bem atrás de você Eva. – falou a mais nova atirando para trás. – droga, porque não levamos uma faca extra.

     - Dean, estamos já ai... Se apresse, tem um atrás da gente. – Falou Eva com o celular nas mãos, em viva voz.

     - Eu estou fazendo o que posso docinho. – respondeu o jovem ofegante, parecia estar lutando.

     - Chegando. – gritou Angela e Eva desligou o celular. Assim que elas dobraram em um corredor deram de cara com os Winchesters. Elas correram para detrás deles e assim que o Djinn entrou no corredor, Sam enfiou a faca de prata, melada no sangue de carneiro, em seu coração.

     - Porque vocês demoraram tanto? – perguntou Dean.

     - Estávamos dando conta do resto da familia. – respondeu Angela. – E vocês?

     - Podemos dizer a mesma coisa. – falou Dean apontando para três Djinns no chão.

     - Vocês estão bem? – perguntou Sam se aproximando.

     - Estou. – respondeu Angela.

     - Eu acho que desloquei o ombro. – falou Eva tocando o lugar.

     - Me deixa dar uma olhada. – falou o loiro se aproximando e tocando o braço de Eva. – é está deslocado. Eu vou contar até três e vou por no lugar, ok? – Eva assentiu com a cabeça. – um, dois... – antes do três, Dean empurrou o ombro da namorada que deu um grito de dor. – Pronto! Novinha em folha.

     - Obrigada. – respondeu a mais velha das Walters. – Eu nunca vi tantos Djinns juntos, era uma conferência? Só lá atrás matamos dois, aqui vocês mataram quatro.

     - Não se esqueça que lá em cima tinha mais dois. – falou Angela sorrindo.

     - Eu não sei o que está acontecendo, mas temos trabalho a fazer, não podemos deixar todos esses corpos aqui, temos que dá um fim neles. – falou Sam seguindo para a ala sul.

...

     Eram já três horas da manhã e os casais dormia em seus respectivos quartos. Dean e Eva estavam com o quarto quatorze enquanto que, Sam e Angela ficaram com o quarto ao lado, o quinze.

     Os mais velhos dormiam abraçados na cama quando o quarto ficou muito claro, como se tivesse um sol. O zumbido apareceu e foi ficando mais forte fazendo os dois acordarem e taparem os ouvidos, todas as coisas de vidro do quarto espatifaram e ela apareceu.

     - Mas que merda é essa? – falou Dean olhando em volta enquanto a luz ia diminuindo e o barulho desaparecendo.

     - Boa noite a todos. – falou a jovem de cabelos vermelhos.

     - Anna? – disse Eva ainda assustada. – O que você faz aqui às três horas da manhã? – a Walters ficou emburrada logo em seguida. Não precisava ela fazer aquele barulho todo, fez somente para perturbar Eva e Dean.

     - Ponha uma roupa, preciso levar vocês a um lugar e tem que ser agora. – falou a anjo. Dean pulou da cama e vestiu a camisa. – Desculpe Dean, dessa vez é só a Eva.

A jovem que estava apenas de lingerie pegou uma calça Jeans, uma blusa de alça branca, a jaqueta de couro preta e a bota de salto fino e cano médio.

- Para onde vamos? – perguntou Eva se vestindo.

- A pergunta mais importante é, porque eu não fui convidado? – falou Dean se jogando na cama mais uma vez. – é uma festinha do clube da luluzinha?

- O que quero mostrar interessa apenas a Eva e a Angela.

- A angela também? - perguntou Eva pondo-se de pé na frente de Anna. De repente a porta do quarto se abre e por ela entra um anjo, Sam e Angela.

- O que esta havendo aqui? – perguntou Angela se aproximando de Anna.

- Não há tempo para explicar, vocês precisam partir agora. – falando isso Anna encostou os dedos na testa das irmãs e elas desapareceram, e com elas os anjos.

...

Denton, Oklahoma – 07h30min

A rua que Eva e Angela conheciam muito bem não mudou nada, ainda tinha todo o movimento de sempre. Crianças no ponto esperando o ônibus escolar chegar, os maridos saindo para ir trabalhar e as esposas se despedindo deles. Os pássaros cantando normalmente e os esquilos se escondendo em árvores. Somente uma coisa mudara ali, a casa das jovens.

A grama havia crescido muito, formando um imenso matagal, a casa estava desbotada e sem vida, parecia que ninguém morava ali há anos, então elas resolveram entrar e investigar.

- O que está acontecendo? – perguntou Eva subindo as escadas.

- Eu não sei, estou tão perdida quanto você. – A mais jovem reparou então em seu jardim que ficava na frente da casa. – Oh! Minhas rosas. Eu vou matar o Chris por isso.

- Nós temos problemas mais sérios que as flores Angela. – falou Eva apontando para um cartaz de uma imobiliária, na placa de cima escrito “vende-se esta casa” e no de baixo, “Vendida”. - Definitivamente há alguma coisa errada. – falou Eva.

- Oh meu Deus! – falou a mais jovem. – não estamos mais na nossa época. – ela apontou para a placa da imobiliária e estava escrito “Desde 2012, levando os sonhos até você.” – Espera só um minuto. – Angela saiu correndo até a calçada onde passava uma adolescente. – Com licença querida, você pode me informar qual a data de hoje?

- 15 de agosto. – respondeu ela olhando o relógio.

- De que ano? – perguntou Angela séria.

- Ta de brincadeira. – Angela balançou a cabeça negativamente. – 2015. – respondeu a jovem por fim.

- Obrigada. – falou Angela dando as costas.

- Louca. – respondeu a menina andando rápido.

- Hoje é 15 de agosto de 2015, estamos no futuro. – falou a mais nova encarando Eva que não acreditava naquilo.

- Temos que nos achar nessa época, saber o porquê de estarmos aqui. Vamos entrar na casa e ver se achamos pistas. – Eva abriu a fechadura com uma chave que ela deixava sempre em baixo de uma madeira solta, perto da porta.

Ela entrou devagar no local, já que agora, a casa não era mais dela. Angela entrou logo em seguida e fechou a porta, passando devagar pela irmã e seguindo até a cozinha. Todos os móveis ainda estavam na casa, cobertos por lençóis brancos. As irmãs subiram até o quarto delas esperando encontrar alguma coisa que revelasse o porquê de estarem ali, mas se espantaram com o que viram. Um berço infantil no quarto de Eva e um no quarto de Angela.

- Isso não faz sentido. – falou Angela.

- Talvez não seja nosso. – falou Eva tocando o pequeno móvel. – talvez seja de alguém que morou aqui antes.

- É pode ser. – falou Angela saindo do quarto e ficando imóvel. – Eva, tem alguém na casa.

- Alguém humano? – perguntou a mais velha indo para frente da mais nova.

- Eu não sei te dizer. – falou ela. – O que foi entrou no quarto do Joe. – Eva voltou ao seu quarto e lá procurou dentro do fundo falso da cômoda uma arma com balas de sal grosso.

- Ainda bem que escondi essa. – falou Ela sorrindo. As duas se aproximaram do quarto do irmão e viram uma mulher de costas.

- Quem é você e o que faz aqui? – perguntou Angela. Eva escondeu a arma.

- Eu é que deveria perguntar isso. – falou a jovem se aproximando. A aparência da mulher era normal, não passava dos trinta anos, cabelos castanhos, olhos de mesma cor, corpo atlético. – Eu sou a nova dona da casa.

- Ah! Nos desculpe senhora... – falou Eva.

- Schiller, Rosalie Schiller.

- Nós somos primas das ex donas da casa. Estávamos na cidade e pensamos em dar um oi, mas não sabíamos que elas haviam se mudado.

- Oh! Entendo, bem essa casa já esta fechada a quatro anos. Eu não sei do paradeiro dos ex donos, mas talvez os vizinhos saibam.

- Realmente. – falou Angela sorrindo, Eva escondeu a arma nas costas, por baixo da jaqueta. – Obrigada senhora Schiller, pela compreensão.

- Que é isso, não precisa agradecer. – As jovens deixaram a casa e na calçada, se perguntavam o que estava havendo ali.

- Angela, o que vamos fazer agora? – perguntou a mais velha sentando no batente.

- Só tem uma pessoa que pode nos ajudar. – Angela sentou ao lado de Eva. – Bobby.