Anyway, The Darkness Is Coming... escrita por Zchan


Capítulo 22
REMAKE




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Olá, gente. Não, isso não é a história, não se preocupem. A verdade é que eu tenho planos muito complexos, digamos, para a Anyway, então... Estou planejando publicar um livro com essa história. Assim, vou reescrever praticamente tudo, mudando muita coisa. O básico vai continuar o mesmo, com a Yuuko e a Kibishii e tal, mas o desenvolvimento... he he.

Para não deixar vocês tristes (não que eu ache que alguém vá ficar), vou postar a primeira versão da reescrita como uma nova história por aqui. É claro, vai ser uma versão sem correção, sem edição, somente eu lendo e arrumando o que eu encontrar. Atualmente, ainda estou no primeiro capítulo... mas vou dar uma adiantada aqui, só pra deixar na vontade.


Sinopse:

Sempre soubera que, um dia, todo o meu mundo iria desaparecer. Meu passado se tornaria uma mentira e meu futuro, um destino ainda não traçado. Não me achava especial por isso. Era apenas mais uma dentre os humanos com segredos escondidos em suas almas.

Ainda assim... Nunca sequer imaginara que a existência de minha vida, em si, seria uma farsa.


Capítulo 1 - Segunda Feira

Acordei com o habitual grito do segurança do pavilhão. Já fazia uma semana que todos os habitantes da cidade estavam vivendo em abrigos públicos e ainda não me acostumara com a multidão que me cumprimentava todas as manhãs. A princípio, me recusei a abrir os olhos, querendo acreditar que aquele ruído infernal era produto de minha televisão que eu teria esquecido ligara na noite passada, assistindo a programação da madrugada de domingo. Levantaria calmamente, andaria até meu banheiro e lavaria o rosto, depois voltando para a cama e talvez adormecendo outra vez.

–- Levantem-se, todos! Teremos uma inspeção! - O segurança gritava, dissolvendo minha imaginação já frágil. Sua voz possuía um tom robótico, com algumas falhas. Como se alguém conseguisse acordar quinhentas pessoas espalhadas por um pavilhão de quinhentos metros quadrados sem usar um megafone.

Planejava continuar a fingir que dormia, contudo alguma criança imprudente pareceu achar uma ótima ideia tentar roubar um de meus cobertores. Assim que senti o primeiro puxão, levantei-me de um salto, abrindo meus olhos juntamente com uma expressão de pura fúria. A criança apenas olhou para meus olhos vermelhos e começou a chorar, chamando pela mãe. Algumas pessoas em volta olharam para mim com desgosto, reprovando minha atitude. Não me importava. Não havia a menor necessidade de ser gentil com crianças.

–- Saia. - Falei baixo, encarando o pequeno garoto sem mudar a expressão do rosto. Imediatamente, a criança fugiu, correndo para os braços de uma mulher que começava a gritar xingamentos para mim. Hipócrita. Estávamos na mesma situação. Somente porque seu filho é alguns anos mais novo do que eu, isso não me fará prezar mais a vida dele do que a minha.

Comecei a dobrar meus cobertores, guardando-os na pequena mochila que fora fornecida pela prefeitura. Bateram de porta em porta, jogando uma mochila em cada um dos moradores, dizendo "Coloque seus pertences aqui. Não será permitido nada além do que esteja dentro desta mochila, somente em caso de precisões médicas. Tem quatro horas para evacuar sua residência". Coloquei apenas minhas roupas mais básicas e mal sobrou espaço para cadernos, livros ou afins. Não estavam se responsabilizando por seus passatempos, sua alegria, estavam apenas fingindo que tentavam salvar a vida dos cidadãos.

Não entendia como pensavam que reunir as pessoas em abrigos resolveria o problema. Andar em grupos não afastaria aqueles agressores. Vantagem numérica não era o bastante para vencer algo sobrenatural como aquilo. Suspirei, repassando esses pensamentos pela enésima vez. Sim, o que nos atacava era algo sobrenatural. Mesmo que tentassem desmentir, eu sabia que essa era a verdade assim como sabia que meu nome era Shimada Yuuko.

–- Senhorita, vamos revistá-la. - Ouvi uma voz feminina se dirigindo a mim. Virei-me a contragosto, mantendo a postura ereta enquanto a policial procurava qualquer tipo de arma que eu possivelmente possuísse. Com uma expressão de quem achara ouro, tirou de meu bolso um objeto pontiagudo, potencialmente mortal. O pingente de um colar, em formato de espada. Não, não era exatamente "em formato de espada". Tratava-se de uma espada em miniatura. Sua lâmina era afiada e poderia cortar o dedo de um desavisado. Fora isso, era inofensiva.

–- Senhora. - Comecei num tom ligeiramente ameaçador. Não era tola de brigar com uma policial, porém não deixaria que levassem aquilo tão facilmente. Encontrara aquela pequena espada no dia que os ataques das sombras começaram. Desde então, saíra todas as noites usando-a pendurada no pescoço, mas nunca fui atacada, por mais que visse cenas que até mesmo os diretores dos mais pesados filmes de terror mandariam cortar. Não podia ser uma mera coincidência. Num momento daqueles, absolutamente nada era uma simples coincidência. - Peço que, por favor, me devolva isso. Possui um certo... Valor sentimental para mim.

Minha voz saiu tão fria que a mulher percebeu imediatamente que tratava-se de uma mentira. Entretanto, me devolveu o pingente mesmo assim. Era melhor do que arrumar uma confusão. Além de que procuravam pessoas com drogas, não adolescentes com suas manias e gostos estranhos. Virou-me as costas, revistando a pessoa que dormia a meu lado. E assim, sucessivamente, os quinhentos refugiados. Logo abririam os portões para que saíssemos para as ruínas do que um dia fora uma movimentada cidade. Poucos estabelecimentos continuavam a funcionar, a maior parte dos que não foram destruídos pelo sobrenatural, acabaram vítimas da ganância humana.

Suspirei, estralando meu pescoço e preparando-me para a falsa liberdade. Continuaria dentro do galpão o resto do dia se pudesse, longe da luz do sol, do calor das pessoas, da loucura do desespero, porém precisavam que o lugar estivesse vazio para fazer a limpeza. Simplesmente varrer dejetos e retirar cadáveres. Era incrível como pessoas antes consideradas extremamente saudáveis adquiriam doenças absurdas por causa do horror que viviam e morriam durante a noite sem dizer uma única palavra, sem sequer um indício de que suas vidas estavam se esvaindo.

Peguei a pequena mochila e coloquei nas costas, começando a me dirigir para os portões. Minha expressão devia ser de puro desgosto quando passei encarando as famílias que brigavam umas com as outras por espaço. Uma vez ou outra encontrava alguém que ainda possuía forças o suficiente para chorar. Entrei na fila, irritada como sempre por minha baixa estatura. Mal conseguia enxergar o que estava a frente, graças ao enorme homem que cobria toda minha visão. Estava tão concentrada em procurar uma brecha que quase gritei quando senti uma mão familiar pressionando meu ombro de leve.

Assim que me recuperei do susto, me virei e senti um sorriso se formando em meu rosto. O sorriso foi retribuído pela garota logo atrás de mim, alguns centímetros mais alta, com cabelos castanhos que iam até os ombros e olhos verdes, vivos. Heiko. Minha única amiga e o único motivo de eu não ter agido ainda para tentar acabar com esse inferno. Ela sabia de tudo o que eu sabia. Era quem me dava a noção de mundo real que eu já perdera há muito.

–- Yuuko. Parece animada hoje. Está até sorrindo. - Heiko brincou. - Continue assim e talvez você cresça!

–- Continue assim e talvez você acorde sem rins um dia. - Eu rosnei, mas também numa brincadeira. - Estou animada. Você tinha dito que hoje iríamos procurar pessoas... Como nós. Então iremos. Ainda existem alguns centros funcionando, certo?

–- Alguns. Poucos deles temos dinheiro para visitar, mas não tem problema. É o que conseguiram manter, afinal. Precisam fingir que vai tudo ficar bem, não é?

–- Qualquer pessoa que costumasse usar a Internet sabe que não vai ficar tudo bem. Já faz duas semanas que todos os sinais foram cortados. Telefones também não funcionam. Estamos isolados.

–- Já discutimos isso antes. Nada de falar onde podem nos ouvir. - Ela levou um dedo aos lábios, olhando em volta. Fiquei em silêncio, mandando olhares assassinos para os que nos encaravam perplexos, como se estivéssemos falando de marcianos ou algo do gênero. Era difícil para mim não falar, contudo a ideia fora minha. Já é suficientemente ruim conviver com esses restos de gente sem que eles entrem em pânico.



E é isso! MWAHAAHAHAHAHAHA! Esperem por mais Anyway... Se tiverem paciência para aguentar a nova versão! Ha!




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