Anyway, The Darkness Is Coming... escrita por Zchan


Capítulo 13
Thursday - This is war (PART 3)


Notas iniciais do capítulo

AEEE!!! Vamo lá, to com o maior tédio aqui então mais um cap!!!
Tenho uma coisa pra avisar no final...
Mas depois!
Agora leiam o cap!!
Espero que gostem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/140703/chapter/13

Acordei quarenta minutos depois com gritos.

O lugar estava um pandemônio. Fora eu, o quarto estava vazio, mas era possível ouvir o barulho infernal que vinha do andar de baixo.

Desci as escadas correndo.

O que eu vi realmente resumia o que era a palavra inferno.

As pessoas estavam insanas. Havia sangue espalhado por todo canto. Elas pulavam uma em cima das outras, se golpeando até a morte.

-- O que está acontecendo? - perguntei para Heiko, que tentava impedir dois homens de matarem um garotinho pequeno.

-- Não sei! - ela estava ofegando, ferida em vários pontos - Eles se rebelaram do nada! Simplesmente querem se matar!

Eu posso cuidar disso. - disse minha outra personalidade, de dentro da mina cabeça.

Você vai matar todo mundo?, perguntei.

Não. Só vou convencêlos a ficar quietos. Tem a minha palavra.

Hunf. Certo. Assuma o controle, mas só por um minuto!

-- CALEM A BOCA, MALDITOS! - minha voz saiu meio rouca e aterrorizante. Parecia algo que falava direto das trevas mais profundas - QUEREM MORRER? VENHAM ENCARAR A MORTE NA SUA FORMA PURA!

-- Yuuko? - chamou Heiko, assustada. Senti meus olhos girando nas órbitas. Um sorriso sádico se repuxou em meu rosto. Eu estava com a face dela.

Os pobres humanos pararam de gritar e lutar e olharam para mim. Pareciam presas que viam um caçador infalível, seus olhos mostravam que já viam a morte certa.

Não vai matá-los!, tentei gritar, mas não estava no controle.

Não, não vou matá-los. Observe.

-- Seres impuros que contaminam suas posses com sangue inocente. Caso mais algum tipo de sofrimento seja causado por vocês, sentirão o terror da tortura eterna. - Nisso, senti que voltava ao normal. Meu rosto não se contorcia mais. Ergui as mãos, e o ato funcionou. Eu tinha o controle novamente.

-- O que houve? - perguntei, fingindo. Era melhor assim, ninguém desconfiando que o responsável fora eu.

-- Você... - sussurrou Shiori - Estava horrível... Como fez isso?

-- Fiz o quê? - insisti.

-- Ela não deve se lembrar - cortou Heiko, me olhando de esguelha - Você estava aterrorizante. Disse umas coisas... Horríveis. Acho que essas pessoas vão ficar encolhidas de medo por um bom tempo.

O pandemônio acabara. Haviam alguns corpos destruídos na sala, mas a maior parte dos humanos estavam nos cantos, encolhidos e tremendo. Ops. Chamei eles de humanos. Acho que minha consiência já entendia que eu era de outra espécie.

-- Hum, desculpe, então - murmurei.

-- Não se desculpe - disse Mieko, vindo na nossa direção. Seus olhos estavam meio molhados... Como se ela estivesse chorando -  Quem devia se desculpar era eu... Venham aqui...

Seguimos ela e vimos uma cena chocante. Umeko estava caída no chão, com um ferimento grave na barriga. Izanagi parecia estar tentando acalmá-la.

-- Eu estava... Separando uma briga... Ela estava cuidando de uma criança... Um homem apareceu do nada... Matou a criança... E feriu ela... Foi tudo culpa minha... Eu me distraí - ela tentava falar em meio a soluços.

-- Não foi culpa sua - repreendeu Umeko, ofegando.

-- Foi sim! Eu estava cuidando da retaguarda! - Mieko parecia muito abalada, como se tivesse certeza que Umeko ia morrer.

-- Ela não vai morrer - eu afirmei, e minha voz não falhou. Ela não ia morrer. Eu não ia deixar.

-- Como você sabe? - desdenhou Izanagi.

Cheguei perto de Umeko e examinei o ferimento. Realmente, não era grave. Era mais superficial do que parecia, não havia cortado nada importante. Mas estava perdendo muito sangue.

-- O corte não é grave, o único problema é a perda de sangue - disse maquinalmente. Senti que nunca perceberia isso se minha outra personalidade nãao estivesse acordada - Com o que ela foi ferida?

-- Não tenho certeza... Acho que foi um pedaço de abajur - respondeu Umeko.

-- Fique quieta, você. Tem alguma faixa ou gaze por aqui? - perguntei para os outros.

-- Não, já revistamos tudo procurando coisas úteis. - Heiko não estava tão desesperada quanto Mieko - Podemos usar algumas roupas velhas...

-- Sim, isso serve... Precisamos de água, também, para lavar o corte. - instruí, pressionando um ponto onde deveria estar uma artéria importante.

Izanagi e Heiko saíram para buscar o que precisávamos. Mieko só olhava para a amiga, desesperada. Balbuciava coisas como "minha culpa".

-- Calma, Mieko. Está tudo sob controle. - assegurei.

-- Não! E se não der certo? O que eu faço? Argh! Eu quero bater em alguém! - choramingou a garota.

-- Não seja pessimista... - murmurou Umeko, meio sonolenta.

-- Não durma - sacudi a cabeça dela - Vai ser pior se você dormir.

Izanagi chegou, carregando uma bacia cheia de água e um pano. Peguei um pouco com a mão e joguei na cara da menina ferida, que soltou um gritinho de protesto.

-- Não precisa fazer isso! - reclamou - Estou acordada!

-- Sim, sim. - retruquei, limpando o ferimento com cuidado.

-- Ai - Umeko gemeu.

-- Fique quieta - repeti. Rasgamos a camiseta onde estava o corte, para não atrapalhar. Depois de um tempo, restava apenas o ferimento, que já havia parado de sangrar.

Heiko chegou com tiras de pano.

-- Peguei um lençol velho - ela disse - Acho que Umeko não ia gostar se rasgássemos suas roupas.

-- Nem pense nisso - remungou Umeko. Enfaixamos sua barriga, e lentamente conseguimos colocá-la de pé.

-- Você não vai poder lutar - suspirei - fique aqui, e descanse. Os outros venham comigo. Precisamos de um plano.

Izanagi chamou os outros três que ainda cuidavam de retirar os corpos do quarto. Deixamos uma Umeko protestante deitada em seu quarto, e nos dirigimos para uma sala menor do andar de cima.

Arrumamos o lugar para que todos pudessem se ver, e nos sentamos.

-- Já anoiteceu - começou Hotaru - Não acho que ainda tenham pessoas vivas lá fora.

-- Isso é um fato - cortou Hiroko - Precisamos decidir o que vamos fazer!

-- Eles não vão invadir isso aqui - disse Heiko - Sabem que não ficaremos mais chocados caso matem essas pessoas.

-- Olhe, alguém vai ter que ficar aqui com Umeko. Ela está ferida, não vai poder ficar sozinha. - disse Mieko - Eu posso ficar...

-- Não. Você está abalada demais com isso. Um pouco de ação vai lhe fazer bem. - eu insisti.

-- Bom, então eu fico - disse Izanagi - Acho que nem seria muito útil na luta mesmo. Só tentem voltar vivos.

-- Então é o seguinte: Daiki vai ficar aqui com Umeko. E o resto de nós? - perguntou Hotaru.

-- Vocês sabem o objetivo deles. Sabem o que eles querem. Precisamos simplesmente impedi-los. - eu respondi.

-- Certo, mas como faremos isso? - questionou Shiori.

-- Invadindo a base deles. - sugeriu Heiko.

-- Não vamos conseguir invadir sorrateiramente - resmungou Hiroko - Eles conseguem seguir nossos movimentos.

-- Isso é uma baita desvantagem - reclamou Mieko - Eles tem mais guerreiros, mais poder, e ainda sabem exatamente onde estamos e o que estamos fazendo! Nunca vamos vencer assim.

-- Mas nós temos algo que eles não têm... Nós fomos criados para destruí-los... Somos especialistas em combatê-los... - disse, mesmo não sabendo o que falava.

Ei! Pensei que você só pudesse assumir o controle quando eu deixasse!, protestei.

Eu não assumi o controle, ela riu. Apenas te dei ideias.

-- Quê?! - Hiroko pareceu assustado.

-- Ãhn, esquece - desviei - É só que nossas armas são melhores contra eles do que as deles contra nós.

-- Eles já mataram Juno - disse Heiko.

-- E não vão matar mais nenhum de nós! - eu gritei.

-- Acalmem-se. - sussurrou Hotaru - Tem algo vindo, devagar.

-- A janela - disse Mieko - Olhe lá.

Hiroko se levantou e andou até a janela, a espada já em punho.

-- Que estranho - murmurou - A noite parece, sei lá... Sólida.

-- É o começo do fim. - eu me levantei - Eles começaram a operação. Vamos agora. Eu, Hiroko e Mieko vamos na frente, os outros vem depois, e avançamos em direção à base. Não pretendemos tomá-la, apenas entrar lá, examinar e sair.

-- Por que vocês? - reclamou Heiko.

-- Mieko fazia kendo, logo deve lutar bem - Mieko corou levemente - Eu... Bem, eu não sou humana, e como eles querem me matar um pouco mais do que querem matar vocês, devo ter algo em especial.

-- E eu? - disse Hiroko.

-- Sei lá. Eu precisava escolher mais alguém para vir na frente. - dei de ombros -  Você tem bastante força física. Deve servir.

-- Isso foi um elogio? - Hiroko levantou uma sobrancelha.

-- Certo, mudei de ideia. Você vai atrás. Shiori, venha na frente conosco. Assim você não me enche o saco. - retruquei.

Izanagi soltou uma gargalhada e atirou uma almofada na cara de Hiroko, que ficara meio vermelho.

-- Ei - ele começou - Eu não vou atrapalhar no meio de uma lu...

-- Certo, estamos indo! - chamei - Queremos voltar antes do amanhecer. Izanagi - me virei para ele - certifique-se de manter a ordem lá em baixo. Qualquer coisa, caso eles enlouqueçam de novo, não tente pará-los. Abra a porta, deixe que saiam, e fique aqui em cima com Umeko.

-- Hein? Está me dizendo para deixá-los morrer? - Izanagi pareceu ultrajado.

-- Sim. Eles já morreram mentalmente, na verdade. Não vai nos fazer diferença. - suspirei - Vamos.

Descemos as escadas e saímos para a rua já em formação.

As sombras se retraíram, preparando para atacar.

Ergui minha espada e senti que a outra eu tomava o controle.

Dei um passo à frente.

Não havia espelho, mas pude sentir que já assumia totalmente a aparência dela.

Agora eu era apenas algo perdido na minha mente. Já não possuía o controle. A porta da casa se fechou às nossas costas.

-- Isso... É guerra! - gritamos, as duas "eu" em conjunto, e atacamos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mwhawhawha...
Que saco.
Ficou chata essa bagaça.
Eu tinha alguma coisa pra falar?
Aaah, é, sobre o final disso aqui...
Ãhn, esqueçam. Depois eu conto.
Se não gostaram da outra personalidade da Yuuko, é porque não viram quando eu assumo o controle total, mwhawhawha...
Deixem reviews, e esperem por mais sangue nos próximos capítulos da Anyway.