- Vim ver se você está bem, sei que você gostava muito dele. – Rachel tinha a boca seca e sentia um frio constante na espinha.

- Na medida do possível eu estou bem, não precisa se preocupar. - Quinn tentava disfarçar o nervosismo.

- É estranho não ver o Joe atrás do balcão.

- É. – Quinn concordou melancólica olhando para o balcão.

- Como vai a vida? – Rachel perguntou sem jeito.

- Estou trabalhando bastante.

- Isso é muito bom!

 Apesar das tentativas de ambas em agir normalmente, era como se um enorme muro as separasse.

- É... – Quinn tomou folego e perguntou – E o Finn, como está?

- Ele está bem, se adaptou bem a prótese, está trabalhando, está levando uma vida completamente normal.

- Bacana. – Quinn estava doida para sair dali, mas jamais demonstraria isso a Rachel.

- Aquela garota, sua namorada... ela é muito bonita.

Quinn apenas moveu a cabeça positivamente. Rachel respirou profundamente, olhou para os lados como se quisesse disfarçar o a angustia que sentia no momento então perguntou:

- Há quanto tempo vocês estão juntas?

- Olha... isso não é da sua conta, você não pode simplesmente entrar aqui e fingir que somos amigas, porque nós não somos! – Quinn levantou- se e continuou: - Se você quer ficar ótimo, eu vou embora.

- Isso não me surpreende nem um pouco, se as coisas não saem como você quer, você sempre foge de uma forma ou de outra. – As palavras de Rachel fizeram Quinn voltar, pois ela já se aproximava da porta.

- Pelo que me lembro não fui eu a primeira a sair por aquela porta da última vez que  nos falamos. – Quinn falou apontando para a porta, com a voz um pouco alterada.

- Você deixou bem claro que era o fim, o que eu deveria fazer? – Rachel também se alterava. - Eu estava muito fragilizada, eu não suportaria ver você simplesmente ir!

- E você acha que foi fácil para mim te ver partir? Além disso, eu fui trocada por ele!

- Você nunca foi trocada! Era um momento difícil para mim, eu precisava do seu suporte e compreensão, você dizia que me amava e quando eu mais precisei você me virou as costas.

- Você mentiu para mim! – Quinn falou em um tom de voz bem elevado, jogando a cabeça para e levantando as mãos.

- Você pode me acusar de qualquer coisa menos de mentir para você. – Rachel também elevou o tom de voz e apontava o dedo indicador para Quinn. – Acho que nem comigo eu sou tão verdadeira quanto fui com você, eu posso te omitido um fato importante, mas eu jamais menti para você!

- Dá no mesmo! Além disso, você desistiu de mim, desistiu da gente! Eu jamais vou te perdoar por isso!

- Eu nunca desisti da gente, eu só queria fazer o que era certo. Eu desistiria da minha vida antes de desistir de você.

- Desistiu sim! No momento em que você saiu por aquela porta. - Quinn respirou profundamente, fez uma pausa e tentou se acalmar. - Agora isso já não importa mais, eu estou tocando minha vida, você está tocando a sua e...

- É verdade, – Rachel sentia como se tivesse um buraco no peito e fazia o possível para não demonstrar como se sentia - eu só vim ver mesmo se estava tudo bem, me desculpe por ter me metido na sua vida, você tem razão... não é da minha conta.

Quinn não disse nada, apenas ficou olhando para os próprios pés e se controlando para não chorar, pois seus olhos já estavam marejados.

Sem que Quinn olhasse para ela, Rachel não viu alternativa a não ser dizer:

- Eu não te desejo nada além do melhor em sua vida... Adeus Quinn!

Rachel sentiu-se meio perdida, ela virou-se e começou a caminhar, mas antes que se aproximasse da porta, sentiu a face ser umedecida pelas lágrimas que desciam por seu rosto.

Quinn, mesmo de cabeça baixa viu Rachel afastar-se. Seu corpo foi tomado por uma energia muito forte que parecia queimar dentro dela e ela não sabia de onde vinha. Em um impulso muito grande ela apressou-se em se aproximar de Rachel, e segurando com força a morena pelo braço, e antes que essa abrisse a porta, virou-a para si.

Rachel assustou-se ao ver de perto os olhos de Quinn que estavam ficando vermelhos e cheios de lágrimas.

- O que você está fazendo? Me solta!- Rachel falou puxando o braço para que Quinn a soltasse. – Eu não aguento ouvir mais nada.

Rachel falou como se tivesse implorando para que Quinn não a magoasse mais. Diante daquilo, Quinn não disse absolutamente nada e de supetão segurou com firmeza o rosto de Rachel entre as duas mãos beijando-lhe desesperadamente.

Assustada, Rachel resistiu por uma fração de segundos antes de se entregar a algo que ela desejava mais que tudo na vida.

Era com doçura e desespero que elas se beijavam, como se uma quisesse se alimentar da outra. A mesa de bilhar fica perto de onde elas estavam, sem interromper o beijo, caminharam até ela, Quinn pegou Rachel pelas coxas ajudando-a a sentar-se na mesa. Rachel passeava com as mãos nas costas de Quinn, a loira por sua vez já havia arrebentado os botões da camisa que Rachel usava.

A situação entre elas estava ficando cada vez mais quente, quando Rachel pôs a mão no peito de Quinn afastando-a.

Quinn ficou sem reação ela não entendia o que estava acontecendo, pois o memento era tão intenso que ela não conseguia pensar em mais nada. Ela olhava para Rachel como se quisesse perguntar o que havia acontecido, mas não conseguia emitir nenhum som.

- Nós não podemos fazer isso, - Rachel falou descendo da mesa.

- Do que você está falando? – Quinn interrompeu.

- Eu estou dizendo que em algum lugar da cidade sua namorada espera por você. – ao terminar a frase, Rachel começou a chorar de imediato.

Por mais que Quinn odiasse Rachel por dizer aquelas palavras naquele  momento, sabia que a morena tinha razão, ela não podia sacanear Amanda daquela forma, pois Amanda era uma pessoa incrível e não seria justo.

- É, e por você também, não é? – Quinn tentava ferir Rachel.

- Por que você está falando isso desse jeito? Eu não falei para te magoar. – Rachel falou com sinceridade.

- Claro que não! Sai daqui Rachel! Vai embora! – Quinn falou secamente – Volta para o seu querido marido e esqueça que me conheceu um dia. Nunca mais se aproxime de mim novamente!

- Quinn...

- SAI! – Quinn berrou aos prantos.

- Eu estou cansada de tudo isso, se é o que você quer Quinn, tudo bem! Mas olha bem para mim, pois essas são as últimas lágrimas que eu derrubo por você! – Essas foram as últimas palavras de Rachel antes de sair pela porta sem olhar para trás.

Quinn estava desesperada, ligou para Santana imediatamente e contou por cima o que havia acontecido. Santana falou para que Quinn esperasse por ela ali no bar mesmo.

O funeral já havia acabado e dois taxis pararam em frente a casa da tia de Joe, e Santana falou:

- Sam vá com Amanda até o motel, pegue as coisas dela e de Quinn e vão para a casa dos meus pais, quando eu chegar nós vamos para o aeroporto.

- E você vai aonde?- Sam perguntou.

- Eu vou cuidar da vida.

- O que você vai fazer Santana?- Sam perguntou desconfiado.

- Algo que eu já deveria ter feito há tempos.

- E Quinn? – Amanda perguntou.

- Não se preocupe eu me entendo com ela. – Santana entrou em um dos taxis e partiu sozinha.

Santana fez umas ligações e acabou descobrindo o endereço que precisava e rumou para lá. Ela chegou a um pequeno prédio de apartamentos e subiu até o segundo andar, parou em frente a porta e tocou a campainha, ela não teve que esperar muito até que a porta fosse aberta.

- Santana?! O que você está fazendo aqui? – Rachel que ainda tinha os olhos vermelhos, perguntou espantada.

Santana não disse nem uma palavra, ergueu a mão e desferiu um tapa muito forte no rosto de Rachel, que imediatamente levou a mão no rosto que queimava e formigava ao mesmo tempo.

- Eu disse que você sentiria dor se a fizesse sofrer! E agradeça ao fato de eu ter feito as unhas ontem, senão seria pior. Agora nós vamos conversar. – Santana falou entrando no apartamento sem ser convidada.

- Você enlouqueceu? – Rachel disse muito assustada.

- O que você tem contra a Quinn? – Santana perguntou brutamente.

- Do que você está falando? – Rachel bateu a porta.

- Você não sabe? Eu estou falando do fato de você sempre tentar arruinar a vida dela. Você não acha que já fez o bastante?

- Arruinar a vida dela? – Rachel falou incrédula. - Olha para mim, olha onde eu estou, olha como eu estou!

Santana olhou ao seu redor, era um apartamento realmente pequeno, mas muito arrumado e bem decorado na medida do possível, e ao olhar diretamente para Rachel ela viu uma figura que nem de longe lembrava a antiga Rachel. Fisicamente falando, ela estava muito bem, mas alguma coisa nela estava diferente, era como se ela tivesse perdido o brilho, seus olhos além de vermelhos pelo encontro com Quinn ainda há pouco, pareciam vazios e cansados.

- Você poderia morar melhor! – Santana falou normalizando o tom de voz. – É um apartamento pequeno para você e os dois orangotangos de estimação que você tem. – Santana falou se referindo as várias fotos de Rachel, Finn e Puck juntos.

- O apartamento não é tão pequeno assim, e só um deles mora comigo, o outro é visita. Além disso, é o que o salário de vendedora na loja de colchões pode pagar, era isso ou depender dos meus pais pelo resto da vida. – Rachel falou puxando uma cadeira da pequena mesa de jantar e sentando-se.

- O que aconteceu com você Berry? – Santana falou cruzando os braços.

- Eu fiz algumas escolhas erradas na minha vida. Não sei em que ponto exatamente eu me perdi, mas eu já me conformei com as coisas são. – Rachel falou com certa tristeza.

As palavras de Rachel mexeram com Santana de uma forma inexplicável, ela sentiu uma pontada no estomago e sem perceber puxou uma cadeira e sentou - se de frente para Rachel.

- Por que você está me olhando desse jeito Santana? Não precisa ficar com pena de mim. Eu já ouvi muitas vezes que tudo o que aconteceu foi minha culpa, inclusive hoje. Eu já aceitei e me conformei com isso, então do quer que seja que você vai me culpar, não é novidade nenhuma para mim. – Rachel passava a mão no rosto onde tinha levado o tapa, pois ainda ardia um pouco.

- Não é o que parece, essa cicatriz no seu pulso diz o contrário. – Santana falou olhando fixamente para o antebraço de Rachel.

Rachel deitou a mão sobre a mesa e olhando para o próprio pulso disse:

- Não é o que você está pesando, eu não tentei suicido! – Não que essa ideia não tivesse passado pela cabeça da morena algumas vezes, mas ela estava tentando ser o mais sincera possível para que Santana a deixasse em paz.

- Então é o que?

- É besteira, era uma ausência de sentimentos muito grande... eu precisava sentir qualquer coisa e achei que dor física faria eu me sentir melhor... mas não fez.

Santana lembrou – se de quando foi buscar Quinn na delegacia, franziu a testa e deu um sorriso quase imperceptível.

A essa altura, Santana já havia esquecido por que estava ali, ela estava mais interessada em saber sobre Rachel.

- Posso te perguntar uma das coisas que mais me intriga nisso tudo?

- Eu tenho escolha?

- Não!

- Vá em frente!

- Por que você não contou para Quinn sobre seu casamento com Finn?

- É difícil explicar, eu me fazia essa pergunta todos os dias e sempre me dava respostas diferentes, - Rachel tinha os olhos marejados. – tentar contar para ela eu só tentei efetivamente uma vez. Eu me lembro de sair de New York varias vezes pensando “É hoje, hoje eu falo tudo”, mas eu chegava, olhava para ela e tudo sumia. Parecia tudo tão pequeno e irrelevante, não só essa historia de casamento... tudo o que não fosse nós duas não parecia ter a menor importância. – Rachel já enxugava as lagrimas.

- Isso não é desculpa, é burrice, porque você poderia ter evitado muita coisa.

- Eu sei! Mas o tempo foi passando e eu comecei a ficar com medo da reação dela por não ter contado antes, então eu resolvi que iria pedir a anulação ou divorcio, sei lá, antes de contar para ela. Achei que seria mais fácil com o problema já resolvido, mas como você sabe...

- Seu plano falhou.

Rachel fez um sinal positivo com a cabeça.

- Se você a amava tanto assim, por que você não foi atrás dela?

- Eu achei que quando ela esfriasse a cabeça, ela viria atrás de mim, me ligaria ou qualquer coisa assim... mas nunca aconteceu. De certa forma, acho que no fundo ainda esperava que acontecesse.

- Sempre achei que a separação aconteceu porque você tinha medo de assumir uma relação com ela, que você estava meio assustada com essa sapatice toda na sua vida e tal...

- Medo! Ficar com ela era tudo o que eu queria, eu tive que ter mais coragem do que imaginei ter minha em toda a minha vida para deixa – la partir.- Cada vez que Rachel falava sobre Quinn seus olhos brilhavam, era o que os tornava um pouco mais parecidos com o que já haviam sido um dia. - Eu ainda sonho como seria se nós estivéssemos juntas, tenho certeza que seriamos felizes. Não sei se você entende, mas ela era minha droga... ela era  meu Deus, e  a um tempo atrás eu daria qualquer coisa para poder me ajoelhar e rezar diante dela. Pode parecer piegas, mas a pesar de tudo o que aconteceu, vê-la hoje foi como respirar a vida novamente.

Santana se impressionou com a força das palavras de Rachel, ela jamais imaginou que Rachel se abriria daquela forma para ela.

- Por que você está dizendo tudo no passado, agora não é mais assim?

- Ela está muito bem agora – Rachel baixou os olhos. – Seguiu com a vida dela...  não tem espaço para mim e isso ela deixou bem claro hoje.- Rachel respirou profundamente e continuou. – Sabe... as vezes eu achava que o que a gente teve não tinha sido real, que não passava de fantasia minha. Hoje eu sei que tudo não passou de um sonho que eu tive.

- Como assim? – Santana falou inclinando a cabeça.

- É como meu sonho de Broadway, era algo que eu queria muito, mas não consegui alcançar e com o tempo sonhos morrem, só espero que um dia ela morra definitivamente dentro de mim.

- Para de bancar a idiota Berry! - Santana falou revirando os olhos. - Sonhos não morrem, eles se realizam ou não... talvez eles possam se transformar, mas morrer nunca, porque mesmo que de modo distante, você vai se lembrar do que desejou um dia.

- Certas coisas não dependem só do quanto a gente quer para se tornar realidade.

- Concordo! Mas tudo depende das escolhas que você fez e do quanto se esforçou para conseguir.

- Eu me esforço para esquecer, e isso para mim já é o suficiente.

- Essa não é nem de longe a Rachel Berry que eu conheci, o que o Finn fez com você?

- De que diabos você está falando? – Rachel enxugou os olhos um pouco húmidos – Não foi o Finn quem me magoou.

- Você está querendo me dizer que a culpa é da Quinn?

- Não, eu não estou querendo dizer nada, alias nem quero entrar no mérito dessa questão. Só não acho justou atribuir culpa a quem não tem. – Rachel e Santana ficaram se encarando por alguns instantes e Rachel perguntou. – Mas por que você quer saber de tudo isso? Essa historia não tem nada a ver com você!

- Não tem nada a ver comigo?! Você acha que vocês duas foram as únicas afetadas nessa historia? – Rachel ficou em total silêncio enquanto Santana falava. – Eu perdi dois empregos cuidando dela, eu morria de medo dela raspar a cabeça e entrar para uma seita de loucos ou de encontra-la numa esquina qualquer fumando crack. Ela não aceitava sair de casa e eu não queria deixa-la sozinha, então por séculos minha vida social e sexual foi inexistente. E você tem coragem de me dizer que não tem nada a ver comigo?! – Santana estava bastante ofendida.

- Não sabia disso, desculpe!

Santana fiou quieta, ela olhava fixamente para Rachel enquanto tamborilava com os dedos em cima da mesa.

- Sabe... você fala, fala, fala, mas eu ainda não entendo o que você fez quando resolveu ficar!

- É bem simples, tente escolher entre Quinn e Brittany, pode ser que você ache a resposta.

As palavras de Rachel fizeram Santana pensar, Quinn e Brittany, eram formas de amor distintas, mas intensas da mesma forma.

- Certo, era uma escolha difícil, – Santana falava pausadamente, com calma e sem tirar os olhos de Rachel. – mas você não precisava escolher entre um ou outro, era só administrar um pouco aqui um pouco lá e ninguém se sentiria abandonado ou desprotegido. Mas você enfiou os pés pelas mãos e agora todos tocam suas vidas felizes, menos você está aí fingindo gostar da vida que leva, desperdiçando seu tempo e talento em um emprego medíocre que paga muito mal a julgar pelo fato de você morar em uma caixa de fosforo que é pelo o que você pode pagar.

Rachel ficou calada e sem reação diante das palavras de Santana.

- O que foi Berry, o gato comeu sua língua? – Santana falou com um sorrisinho sarcástico. –Ser feliz é muito melhor que sofrer, mas enquanto a felicidade te faz querer ficar parada para curtir o momento, o sofrimento te impulsiona, é o que te dá gás para progredir e sair da merda em que você está seja ela qual for. Então, ficar se martirizando e esperando que algo caia do céu, é desperdiçar uma chance de progresso.

- Por que você está me dizendo tudo isso?

- Por que alguém precisa dizer, não sei se você percebeu, mas o tempo está passando e você não está ficando cada vez mais jovem, então já está na hora de você acordar e parar de se esconder do mundo atrás de uma desculpa esfarrapada atrás da outra.

- Eu não estou me escondendo! – Rachel tentou argumentar.

- Está sim e você sabe disso! Quer um conselho? Acorda! Não dá para correr atrás do tempo perdido, mas dá para não deixar piorar. Corra atrás do que você deseja, se você não deseja mais nada, comece a querer algo novo, mas queira.

- Santana, é impressão minha ou você está falado para eu ir atrás da Quinn?

- Não é nada disso! No estado semidepressivo em que você se encontra, me desculpe, mas você não tem muito a oferecer. Primeiro você tem que se reencontrar, depois você arrumar sua vida e quando você tiver êxito nisso, você pode pensar em deixar outra pessoa fazer parte dela, mas primeiro se concentre em você. E que fique bem claro que eu estou comovida com a sua situação deplorável, mas não quer dizer que eu te odeie menos pelo o que fez ela passar.

Rachel ficou espantada com as palavras de Santana, mas se manteve calada.

Santana levantou-se e saiu pela porta sem dizer mais nada, ela tinha um sorriso de dever cumprido no rosto que sumiu ao chegar à porta do prédio e se deparar com Finn e Puck.

- Santana? – Finn perguntou assustado – o que você está fazendo aqui?

- Vim fazer uma visita. – Santana falou revirando os olhos.

- Você fez alguma coisa com ela? – Puck perguntou.

- Não, mas eu tenho uma coisa para dizer para os dois. – Puck e Finn se entre olharam sem entender e Santana continuou. – Cada frase que ela diz, cada suspiro que ela dá é um pedido de ajuda, não sei como vocês não tiveram a capacidade de perceber que aquela coisa cinza e morna que está ali em cima, é uma pessoa completamente perdida e ficar aqui está fazendo ela secar aos poucos até morrer. – Santana sorriu com cinismo enquanto dizia – Parabéns por vocês fazerem parte disso!

Santana simplesmente saiu andando como fez com Rachel, deixando para trás Puck e Finn com muito para pensar.

Ao avistar Santana se aproximando, Quinn andou rapidamente e chorando abraçou a amiga.

- Parece que o céu rachou e está caído sobre a minha cabeça, por mais que eu tente fazer diferente, eu continuo cometendo os mesmos erros. – Quinn dizia entre soluços.

- E que erros são esses?

- Rachel Berry é meu maior erro. Eu não quero mais nem sombra da existência dela na minha vida.

Santana percebeu que aquele não era um bom momento para contar a Quinn sobre a conversa que teve com Rachel, então decidiu em simplesmente apoiar a amiga.

- Se acalme e me conte tudo o que aconteceu.

- Me desculpe Santana, mas eu preciso falar com Amanda.

- Tudo bem, vamos para casa. – Santana soltou-se do abraço de Quinn, mas ainda abraçadas caminharam em direção ao carro.

Quando Quinn e Santana chegaram, Sam e Amanda já esperavam por elas.

- O que aconteceu com você? – Amanda disse correndo ao encontro de Quinn abraçando-a.

- Nós precisamos conversar. – Quinn falou enxugando as lágrimas.

- Sem problemas, mas você não quer se acalmar um pouco, hoje foi um dia muito triste para você. – Amanda dizia afagando os cabelos de Quinn.

- Tem que ser agora!

Sam olhou para Santana como que perguntava o que havia acontecido, mas ela simplesmente fez um sinal com a cabeça convidando-o para entrassem e deixassem as duas a sós na varanda.

Após ver os amigos entrarem, Quinn começou a falar:

- Me desculpe por ter estragado o fim de semana que você havia planejado.

- Você não estragou nada, você tinha que se despedir do seu amigo. – Amanda falou sentando-se e puxando Quinn pela mão para que se sentasse ao seu lado.

- Estraguei sim, você é sempre ótima e me apoia em tudo... eu mal chego aqui e já começo a fazer besteira.

- Como assim?

- Eu estava no bar do Joe e a Rachel apareceu. – Quinn não conseguia olhar para Amanda.

- E... – Amanda sentiu o coração acelerar.

- E... nós conversamos, quer dizer discutimos não sei ao certo.

- Tudo bem. O que tem de tão terrível nisso?

Quinn tomou folego e finalmente olhou para Amanda e falou:

- Nós nos beijamos.

- O que? – Amanda perguntou surpresa, mas Quinn não teve coragem de repetir.

- Eu sinto muito.

- Espera! – Manda falou levantando-se. – Ela te beijou e você discutiu com ela por causa disso não foi?

Quinn baixou os olhos novamente e fez um sinal negativo com a cabeça.

- Dá para você para com isso e me responder com palavras olhando nos meus olhos?

- Nós discutimos e ela estava indo embora, não sei o que me deu... eu a beijei. - Quinn olhava para Amanda como ela havia pedido.

Amanda fechou os olhos e parecia tentar assimilar o que tinha acabado de ouvir, ela ficou um tempo em silêncio e perguntou a Quinn:

- Você ainda a ama não é?

- Não eu... – Quinn foi interrompida por Amanda.

- Por favor, seja honesta! – Os olhos da ruiva brilhavam.

- Uma parte minha sempre vai ama-la! – Quinn falou com lágrimas nos olhos.

Após mais um tempo em silêncio Amanda falou:

- Eu vou embora.

- Espera! Vamos conversar, nós vamos resolver. – Quinn suplicou.

- Quinn eu gosto muito de você, muito mesmo! O beijo acho que eu poderia relevar... mas parece que não é só uma parte sua que sempre vai ama-la. – Quinn sentiu-se muito mal quando viu lágrimas rolarem dos olhos de Amanda. – Eu não posso ficar com você achando que eu sou apenas um premio de consolação.

- Mas você não é!

- Também não sou o prêmio principal!

Amanda entrou na casa e pediu para que Sam chamasse um taxi para leva-la ao aeroporto, Sam chamou o taxi e se ofereceu para voltar com ela, mas Amanda recusou e disse que queria ficar sozinha. Santana, Sam e Quinn, resolveram ficar, mas partiram bem cedo no dia seguinte.

Durante a viagem de volta, Quinn falou muito seria:

- Quero que vocês me prometam que nunca mais tocarão no nome dela.

Sam e Santana se entreolharam e Santana falou:

- Por mim tudo bem, eu não costumo pronunciar o nome dela mesmo!

Naquela mesma noite, Finn entrou no apartamento e ficou olhando para Rachel muito pensativo.

- O que foi Finn? – Rachel perguntou curiosa.

- Santana... ela disse algumas coisa...

- É, ela fala muito às vezes. - Rachel falou suspirando ao lembrar-se da conversa que teve com Santana naquele mesmo dia.

Finn balançou a cabeça concordando com as palavras de Rachel e ainda pensativo olhou fixamente para Rachel e disse:

- Rachel, nós precisamos conversar.