Choices escrita por preh


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Ola!!!!!!!!!
Desculpe não ter respondido os reviews do capitulo 10, é que não deu mesmo, mas responderei os outros comprazer ( do 10 acho que nem adianta já que acho que todos leram o capitulo 11)
Eu fiquei muito puta quando fiquei sabendo que o Sam não estaria mais na série, ele era o personagem masculino que eu mais gostava, portanto aqui nada muda, ele continua firme e forte.
Espero que gostem, boa leitura!



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            - Santana, você já está em L.A.? – Sam parecia desesperado ao telefone.

            - Acabei de chegar, por quê?

            - Recebi uma ligação de Quinn e ela está presa.

            - Como presa?! – Santana estava espantada. – O que ela fez?

            - Não sei, ela me pareceu meio confusa. Não posso ajudar, vou demorar um pouco para chegar. Você pode ir até lá?

            - Eu já estou saindo. – Santana falou colocando nos pés os sapatos que havia acabado de tirar.

            Sam informou Santana em que delegacia Quinn se encontrava, e ela rumou direto para lá. Ao chegar à delegacia, Santana abordou um policial e disse que estava ali por Quinn Fabray, o policial lhe explicou toda situação e Santana pagou a fiança para que a amiga fosse liberada.

            Quando Quinn viu Santana, ela abriu um enorme sorriso e correu de braços abertos para abraça-la.

            - Santana, que saudade! Você viu o que fizeram comigo? Eu não fiz nada, só pedi para o motorista fazer... – Quinn fazia movimentos circulares com o dedo indicador de uma das mãos. – como chama mesmo?... Piruetas! E de repente as garçonetes pararam de me servir, eu tive que protestar!- Quinn tinha a voz meio pastosa e estava claro que ela estava embriagada.

            - Fabray, não é motorista, é piloto. Não eram garçonetes, eram comissárias de bordo e caso você não tenha se tocado, aquilo não era um bar, era um avião! – Santana estranhava muito o comportamento da amiga.

            - Tanto faz, vamos para casa? – Quinn olhava para Santana com um sorriso congelado no rosto.

            - Esse seu sorriso está me assustando! Você está chapada, mas isso não é só bebida.

            - Eu tomei uns comprimidos para me sentir melhor, vamos para casa! Por favor! – Quinn falava muito meiga. Santana fez um sinal positivo com a cabeça e franziu a testa, nunca tinha visto Quinn naquele estado.

            Durante a ida para o dormitório, Quinn olhava tudo a sua volta como se visse pela primeira vez.

            - Santana, você me acha bonita? – Quinn perguntou enquanto tinha os olhos fixos nas próprias mãos.

            - Não torra Fabray, e coloque o cinto! – Santana falou autoritária.

            - Eu queria ser bonita... eu queria voar. Isso! Eu queria voar e ser bonita! – Lentamente Quinn olhou para Santana sorriu bobamente e continuou. – Santana, você me deixa ser bonita?

            Santana sorriu, ela percebeu que não adiantaria falar nada para Quinn naquele estado, então resolveu relaxar um pouco.

            - Deixo, se você comportar, pode ser a segunda pessoa mais bonita do mundo, porque a primeira sou eu! – Santana falou em tom de brincadeira.

            - Então ela iria me querer?- Quinn parecia estar em câmera lenta.

            - Quem?

            - Essa nevoa dourada que está por toda parte!

            - Que comprimidos você tomou?- Santana olhou rapidamente para Quinn.

            - O branco compridinho, o menor e o amarelo.

            - Quantos comprimidos de cada você tomou?

            - Alguns

            Santana estava em duvidas se levava Quinn para casa ou para o hospital, mas como já fazia um bom tempo que a loira estava naquele estado, achou que a amiga precisava descansar e decidiu rumar para o dormitório.

            Ao chegar, elas mal entraram no quarto da loira e Santana foi surpreendida por Quinn segurando seu rosto entre as duas mãos e dando - lhe um beijo.

            - Ei! O que você está fazendo, enlouqueceu? – Santana falou afastando – se rapidamente, ela estava muito surpresa.

            - Por favor, você não entende? Eu preciso sentir! – Quinn falou em tom de suplica com os olhos marejados.

            - Do que você está falando? Sentir o que? – Santana tinha a expressão muito confusa.

            - Qualquer coisa que não seja esse vazio aqui! – Quinn colocou a mão no peito como se algo tivesse lhe atingido bem naquele lugar.

            - O que aconteceu? – Santana já não achava graça do estado da amiga, ela realmente estava preocupada.

            - Já não importa mais. Eu estou cansada.

            - Venha, deite-se você precisa dormir. Depois nós conversamos.

            As duas se deitaram e Santana abraçou a amiga, elas ficaram assim por um bom tempo, Quinn falou muitas coisas sem sentido e sua ultima frase antes de adormecer foi:

            - Eu queria ser uma bola gigante de gás neon. – após ouvir isso, Santana deu um leve sorriso, mas logo fechou o cenho, estava muito preocupada com Quinn.

            Santana acabou adormecendo também, e já havia amanhecido quando ela abriu os olhos. Cuidadosamente ela tirou o braço em que a cabeça de Quinn estava apoiada, depois sentou-se na cama e viu Sam dormindo sentado em uma cadeira muito desconfortável. Ela levantou-se cuidadosamente para não acordar Quinn e se aproximou de Sam na ponta dos pés. - Sam... ei Sam... acorda. – Ela sussurrava bem próximo a orelha dele, mas não teve resultado. Mesmo na cadeira dura ele dormia profundamente. Santana endireitou o corpo levando as mãos na cintura, arqueou a sobrancelha, deu um sorrisinho meio que diabólico e chutou o pé do garoto, fazendo-o acordar assustado.

            - Bom dia, bela apodrecida! – Santana falou sarcasticamente.

            - Nossa! - Sam falou limpando um pouco de baba no canto da boca. – Estava tão cansado que acabei pegando no sono. Mas e aí, me conta o que aconteceu.

            - O que aconteceu foi que a sua amiga surtou, ela tomou uns comprimidos, bebeu e arrumou a maior confusão dentro do avião porque se recusaram a dar mais bebida para ela.

            - Que estranho! - Sam franziu a testa. – Ela te contou por quê?

            - Ela estava sem condições nenhuma de falar qualquer coisa que fizesse sentido, mas eu tenho certeza que... – Santana parou de falar e olhou para a amiga que se mexia na cama, baixou o tom de voz e continuou. – tenho certeza que isso tudo é culpa da Berry.

            - Por que você acha isso? Seu sentido aranha esta lhe dizendo alguma coisa?

            - Meu o que?!

            - O sentido aranha é o que faz o Homem Aranha detectar o perigo e ... – Santana interrompeu Sam.

            - Ah, não! Nerdices a essas horas da manhã eu não vou tolera! – Santana soou ameaçadora.

            - Tudo bem, o que te faz pensar que Rachel tem algo com isso?

            - Foram algumas coisas que ela disse. Vamos comprar alguma coisa para comer e no caminho eu te conto. – antes de saírem do quarto Santana franziu a testa e olhou para Quinn que dormia profundamente. – Foi tão estranho, foi tão, tão... não Quinn!

            Algumas horas se passaram e Sam decidiu que era melhor voltar para o dormitório. Quando chegaram, Quinn havia acabado de acordar.

            - Olha quem acordou! Bem vinda ao mundo dos vivos. – Sam falou sentando-se aos pés da cama.

            - Quem falou para você que eu estou viva? – Quinn falou baixando os olhos.

            - Quanto drama! Como está sua cabeça? - Santana disse.

            - Está doendo, mas só um pouco. Eu tomei uns comprimidos logo melhora.

            - Pois então, você vai agora até o banheiro colocar esses comprimidos para fora, porque eu não quero nem saber de você perto de nada desse tipo. – Santana tinha as duas mãos na cintura e falava sério.

            - Santana, foram só aspirinas. – Quinn falou - Não precisa de drama.

            - Me desculpe por me preocupar, – Santana se fazia de vítima – mas da última vez que você tomou alguma coisa, ou seja, ontem. Você ganhou uma ficha policial e a dor de cabeça de hoje!

            - Isso foi realmente surpreendente, - Sam falava – eu achava que a primeira pessoa a ganhar uma ficha na polícia seria a Santana.

            - Dá para calara sua boca enorme? – Santana falou com agressividade o que fez Quinn sorrir.

            - Pelo que a Santana me contou você estava doidona, qual foi a brisa? – Sam falou ignorando Santana

            - Foi estranho, era como se eu estivesse totalmente consciente, como se eu estivesse vendo tudo de fora, mas eu não conseguia... não sei como explicar. – Quinn sentou-se na cama e movimentava bastante as mãos – Assim... eu sabia que era um avião, eu sabia que estava num avião, e mesmo assim eu achava que era um bar. Deu para entender?

            - Não! Mas quer dizer que de certa forma você sabe como sua língua foi para na minha boca? – Após a pergunta de Santana, Quinn levou as duas mãos ao rosto em um sinal claro de vergonha.

            - O que nos leva a outra pergunta – Sam fez uma pausa e perguntou – Por que tudo isso?

            Quinn tirou as mãos do rosto e as cruzou sobre as pernas cobertas por um lençol, ela baixou a cabeça e sentiu o nó na garganta que lhe estava sendo tão familiar nos últimos dias.

            - Eu não estou pronta para falar sobre isso.

            - Eu e Sam conversamos bastante enquanto você dormia, e tiramos nossas conclusões sobre o que provavelmente aconteceu, mas queremos ouvir de você. Se você não quiser falar, tudo bem, eu ligo para Lima e descubro o que aconteceu. A escolha é sua.

            Quinn respirou profundamente por varias vezes, aquela seria a primeira vez que ela contaria a alguém o que aconteceu entre ela e Rachel. As palavras entoadas no tom de voz embargado, vinham pausadamente e com clara dificuldade, ao contrário das lágrimas que sem dificuldade alguma não paravam de descer pelo rosto pálido.

            Enquanto Quinn contava com dificuldade tudo que havia acontecido, as expressões de Sam e Santana eram as mais diversas, mas nem um dos dois teve coragem de interromper Quinn enquanto falava.

            Ao final do relato de Quinn, Sam estava em choque pelo o que havia acontecido com Finn e Santana chorava silenciosamente. Mesmo pasmos com a tragédia, entenderam o momento pelo qual Quinn estava passando, e era com ela que deviam se preocupar, pois sabiam que de uma forma ou de outra, Finn ficaria bem.

            Santana que ainda se encontrava em pé caminhou até a amiga e sentou-se ao seu lado, puxou-a para um abraço e como demonstração de profundo afeto, beijou- lhe a testa. Sam que já estava sentado aos pés de Quinn, deitou o corpo sobre as pernas da loira abraçando - as.

            Não é possível precisar quanto tempo se passou em silêncio naquele quarto, ninguém tinha vontade de falar, Quinn estava completamente perdida em sua dor, Santana pensava em como a vida está sempre a apenas um passo de mudar completamente sem aviso prévio, Sam tentava se colocar no lugar de Finn, Rachel e Quinn, e não chegou à conclusão alguma de como reagiria se a situação aquela delicada fosse com ele. Foi Sam quem quebrou o silêncio:

            - Estou com fome e vocês?

            - Comida tailandesa cairia bem agora. – Santana falou.

            - Boa! Eu vou buscar. – Sam falou levantando - se.

            Após a saída de Sam, Santana perguntou:

            - Sei que é um pouco cedo, mas você já sabe o vai fazer?

            - Sei lá! - Quinn enxugava as lágrimas – Só sei que não quero ficar socada dentro desse quarto como se o mundo fosse acabar eu já chorei muito por ela, tenho que fazer diferente dessa vez.

            - Pode ser muito dolorido forçar para arrancar algo que parece ser um pedaço seu. Você só precisa de tempo para que aconteça naturalmente, afinal, dizem que o tempo mata a dor.

- Não é um pedaço meu, é como me arrancar inteira de mim. Depois de ela ter entrado na minha vida não dá para ser a Quinn de antes, e sem ela não dá para ser a Quinn de agora, é como se eu tivesse que buscar uma nova identidade e para isso eu preciso matar o que eu tenho de mais precioso em mim. Me sinto uma idiota por deixar que ela faça parte de mim assim.

- Eu sei exatamente como você se sente, você colocou sua autoestima nas mãos de uma pessoa que não sabia muito bem o que fazer com ela, e agora você está pagando o preço pelo seu descuido.

Quinn deitou a cabeça no colo de Santana e perguntou:

- Ainda bem que tenho você! Por que eu e você não demos certo?

- Por que de uma forma muito estranha nós somos iguais, por que nós somos muito boas para ficarmos juntas, temos que nos dividir com resto do mundo, seria injusto não compartilhar nossa grandeza, e por que uma discussão de relacionamento entre a gente seria uma guerra secular. – Santana falou sorrindo para Quinn que sorriu de volta.

- Antes que eu me esqueça, obrigada por não ter se aproveitado de mim ontem.

- Quando você me falou que queria sentir alguma coisa, eu imaginei que não era de sentir raiva de mim no dia seguinte que você estava falando, além disso, a única coisa que você desperta em mim é sono.

- Obrigada por mentir para me agradar. – Quinn falou comum sorriso fraco.

- Quem falou que é mentira?! - Santana franzia a testa, mas ainda sorria.

Elas conversaram por um tempo de forma leve e divertida até que Quinn começou a chorar novamente. Santana passou a acariciar seus cabelos loiros, ela sabia que a amiga teria um caminho difícil pela frente.

O tempo havia passado e era sábado, Quinn resolvera dormir até tarde naquele dia, mas foi interrompida pelo som campainha de seu novo apartamento que era tocada com muita insistência.

- Já vai!

Ao abrir a porta, Quinn se deparou com Sam com um ramo de flores na mão e um sorriso enorme no rosto.

- Sam! Sua biscate! – Quinn falou com muita empolgação – Quando você voltou? Por que não me avisou que viria?

- Acabei de chegar, vim direto para cá, queria te fazer uma surpresa. Como você está? – Sam estava sendo enforcado por Quinn pendurada em seu pescoço.

- Eu estou bem!  Como você está barbudo! Entre, eu vou preparar um café da manhã pra gente. Fique a vontade. – Quinn se dirigiu a cozinha e continuou falando – Falei com Santana ontem e ela me disse que você só voltaria semana que vem.

- Era para eu voltar só semana que vem mesmo, - Sam sentou-se em um banco em frente ao balcão que separava a sala da cozinha - mas aconteceram alguns imprevistos e como eu já ia voltar mesmo, resolvi voltar antes.

- O que aconteceu? – Quinn perguntou com um leve sorriso no rosto.

- Algo nada agradável, mas quando Santana chegar você vai ficar sabendo.

Quinn largou o que estava fazendo e perguntou franzindo a testa:

- A Santana está vindo para cá?! Agora eu estou preocupada! O que aconteceu?

-Você vai saber quando ela chegar aqui.

- Não, eu vou saber agora, pode começar a falar.

Os dois foram interrompidos por uma ruiva que saía do quarto de Quinn apenas com uma camisa larga e calcinha

- Quinn, você viu minhas roupas? – Perguntou a ruiva sem se dar conta da presença de Sam.

- A calça está perto da porta, a camisa não faço ideia. – Quinn respondeu.

- Merda, merda, merda! Hoje eu tinha que tomar café com meu editor, ele vai me matar!

Sam que observava a cena com um leve sorriso no rosto comentou:

- Nova decoração no apartamento, gostei! O vermelho dos cabelos combina com a parede.

A garota olhava para Sam espantada, e em uma reação involuntária tentava esconder as pernas puxando para baixo a camisa. Com o comentário de Sam, Quinn revirou os olhos fazendo lembrar muito a Quinn Fabray do ensino médio.

- Amanda, esse é Sam.

- Sam? O seu Sam e de Santana? – a garota perguntou inclinando a cabeça para o lado.

- O próprio! - Quinn respondeu.

- Muito prazer! – a garota falou estendendo a mão para Sam que retribuiu o gesto. – Já estava achando que você era uma fantasia das duas.

Sam sorriu e disse: - O prazer é todo meu!

- Por favor, se eu fosse fantasiar alguém, seria melhor que isso! – Quinn falou sorrindo.

- Ei! – Sam se indignou.

- Bota uma coisa na sua cabeça Fabray, - Amanda falava caminhando em direção a Quinn. – você tem permissão para fantasiar apenas comigo! Fui clara?

- Claríssima! – Quinn falou segurando pela cintura de Amanda que se pendurou em seu pescoço dando lhe um beijo.

- Olha minha camisa! – Amanda falou pegando a peça de roupa em cima da pia. – Você não se esqueceu do jantar com meus pais hoje né?

- Não, prometo que hoje eu vou conhecer seus pais.

- Ótimo! Agora eu vou se não eu morro! – A garota beijou Quinn e caminhava em direção a porta quando Santana abriu a mesma.

- Olha só! Barbie, Ken e Moranguinho! Parece uma loja mágica onde os brinquedos ganham vida! – Santana falou sorrindo.

- Desculpe Santana, estou sem tempo para suas loucuras, tchau! – Amanda falou ao sair pela porta.

- Ken, você ainda não largou dessa garota? – Santana perguntou para Quinn.

- Por que eu largaria? Ela me faz muito bem!

- Ei, pensei que Ken fosse eu! – Sam falou.

- Você?! –Santana falou com um sorriso cínico. – Humpf, por favor!

Após atormentar Sam como sempre, Santana correu até o amigo e o abraçou fortemente.

- Mas largar a menina acho que ela não vai não, - Sam falou ao se soltar dos braços de Santana. – ela tinha planos de conhecer os pais da garota hoje.

Santana fechou o cenho e falou:

- Sinto muito Quinn, mas você vai viajar com a gente.

Quinn franziu a testa, pois não estava entendendo nada.

- O que? Só pode ser piada né?!

- Infelizmente nós temos notícias nada boas para te dar. – Sam falou se olhar para o rosto da amiga.

- Como assim? – Quinn estava ficando preocupada.

- A primeira é que você precisa ir para Lima conosco. – Santana falou meio sem jeito.

- Se isso é uma brincadeira, fiquem vocês sabendo que é de muito mau gosto. – Quinn falou fechando a cara de imediato, ela suava só em ouvir o nome da cidade.

- Sei que é algo você ainda não está pronta para fazer, porque apesar de você gostar muito daquela pessoa laranja que acabou de sair daqui, eu sei muito bem que não é nela que você pensa nos momentos de solidão.  Mas existe um motivo muito forte para que você vá conosco.  – Santana disse.

- Nem se eu tivesse ganhado milhões de dólares, eu voltaria à Lima. – Quinn soou sarcástica.

- Infelizmente o motivo não é ganho, é perda. – Quinn olhou para Sam sem entender o que ele quis dizer.

- Joe morreu! – Santana falou sem cerimonias.

- Quem? – Quinn ainda estava atordoada com a notícia de que teria que voltar à Lima, que não estava ligando o nome a pessoa.

- Joe do Bar. – Sam falou com certa tristeza na voz.

- Como morreu gente? O que é isso! - Quinn dizia incrédula.

- Não sabemos direito, foi infarto ou coisa assim, o enterro é amanhã, então ficaremos só um dia em Lima, dois no máximo. – Santana dizia com calma. – Acho que é imprescindível que você vá, ele gostava muito de você.

- Eu vou claro, eu... eu não estou acreditando! – Quinn sentou-se no chão da cozinha.

- Você está bem? - Sam perguntou debruçando sobre o balcão.

- Acho que estou, estou chocada com a morte de Joe... – Quinn foi interrompida por Sam

- Não é sobre isso que eu estou falando, sei que a morte dele pegou todo mundo de surpresa, mas eu estou falando de voltar para Lima.

- Faz tempo que eu não piso naquela cidade, ser praticamente forçada a voltar não estava nos meus planos, ainda mais agora que minha vida estava entrando nos eixos novamente, mas acho que estou preparada para enfrentar o que vem pela frente.

Quinn fingia ter uma força que não tinha para enfrentar a situação, Santana e Sam sabiam disso, mas estariam ao seu lado para o que precisasse.

A mãe de Quinn havia se casado novamente e não morava mais em Lima, o que facilitou a falta de contato com a cidade e com as pessoas de lá.

 Já na cidade, Quinn se recusou a ficar na casa de Santana como Sam, ela alugou um quarto de motel barato para que ela e Amanda ficassem esses dois dias.

Quinn e Amanda estavam juntas há quase cinco meses, depois de Rachel era a primeira vez que Quinn permitia que alguém se aproximasse dela.

Contrariando toda a tristeza que se encontrava nos corações dos presentes no velório de Joe, o dia era claro, o céu estava extremamente azul e o sol ardia forte naquele dia onde a despedida de alguém querido era inevitável.

Naquela altura do dia, muitas pessoas sabiam da presença de Quinn na cidade, inclusive Rachel.

Desde aquela noite onde elas se separaram Rachel mal ouvia o nome de Quinn, às vezes ela ficava sabendo de noticias da ex-namorada por uma ou outra pessoa que eventualmente ficava sabendo de algo acabava comentando, mas no geral, as pessoas evitava falar qualquer coisa sobre Quinn perto de Rachel.

A notícia de que Quinn já estava na cidade, veio através de Puck que havia se tornado alguém muito próximo da morena nesses anos em que elas não se viram ou se falaram.

A funerária onde seria velado o corpo de Joe estava bem cheia, pois ele era uma pessoa muito querida não só em Lima, mas também nos arredores.

Santana foi até o motel onde Quinn estava hospedada com a namorada e juntamente com Sam, levou-as ate o local do velório. Enquanto Sam e Amanda conversavam sobre a Viagem dele para a Europa da qual havia acabado de retornar, Santana puxou Quinn pelo braço para uma conversa privada.

- Como você está?

- O que você acha Santana? Eu estou nervosa, é uma situação pela qual eu nunca pensei em passar. – Quinn falou respirando profundamente.

- Você já sabe o que vai fazer?

- Vou entrar, achar um lugar e não olhar para os lados, acho que evitar contato visual é o melhor a fazer.

- Nada disso, você vai entrar lá ao melhor estilo Quinn Fabary, vai erguer a cabeça, olhar o mundo de cima como se nada mais pudesse te atingir e vai ter no rosto a expressão de quem chuta a bunda de qualquer um que meta em seu caminho.

- Isso eu já não sei se consigo fazer.

- Se você apenas tentar já é um passo enorme, mas para dar certo, você tem que querer. Não se esqueça Fabray, nada aqui te atinge.

- Santana, você é muito boa nisso! É isso que você fala para seus lutadores antes das lutas.

- Isso é fichinha para o que falo para eles, geralmente eu os ameaço, mas chega disso e vamos lá.

Quinn segurou a mão de Amanda com certa força e começou assubir os poucos degraus que davam para entrada da casa funerária, ela sentiu uma mão em seu ombro como se estivesse lhe dando forças para enfrentar o que viria pela frente, não se sabe se foi a mão de Sam ou Santana, pois os dois se encontrava logo atrás da loira.

Numa pequena antessala, se encontrava a família de Joe que recepcionava as pessoas que lhes davam os pêsames, passando por uma porta larga, havia outra sala onde estava o caixão em uma espécie de altar, nessa mesma sala, todos se encontravam sentados esperando que a cerimonia começasse.

Ao se aproximarem da tia de Joe que era a pessoa que ele tinha por mãe, pois aquela senhora o havia criado. A senhora de cabelos brancos perguntou a Quinn que acabara de lhe dar os pêsames:

- Me desculpe, mas você é Quinn Fabray?

Quinn apresentou de imediato um sorriso nos lábios e mesmo estranhando a pergunta fez que sim com a cabeça.

- Joe me falou muito sobre você, te descreveu tantas vezes para mim, que é como se eu já conhecesse seu rosto.

Quinn ficou muito emocionada com as palavras da senhora e lágrimas começaram a brotar de seus olhos.

- Não chore criança, - Falou a senhora estendendo um lenço para Quinn. – ele gostava muito de você, dizia que você era a filha que ele gostaria de ter. Você se importaria de falar algumas palavras sobre ele hoje?

- Eu? – Quinn estava surpresa.

- Sim, tem muita gente que passou a noite bebendo para homenageá-lo, gostaria que alguém por quem ele tivesse certo a carinho e estivesse sóbrio, disse algo.

- Mas eu não tenho nada preparado.

- Não precisa menina, é só dizer o que vier ao seu coração.

Depois desse pedido, Quinn não podia se recusar a dizer algumas palavras sobre Joe. Ela sorriu e limpou as lágrimas concordando com o pedido.

Quinn respirou profundamente como se tivesse se concentrando para encarar a próxima sala, pois não sabia o que a esperava.

Dentro da sala, ouvia- se o som de uma ou outra pessoa sussurrando. Quinn parou na porta e estendeu a mão para que Amanda a segurasse. Ao dar o primeiro passo, e sem que ao menos procurasse, pode reconhecer as costas de Rachel que tinha Puck sentado de um lado, Finn do outro. Quinn respirou novamente e começou a caminhar de cabeça erguida justamente como Santana disse para fazer. Conforme ela caminhava, por um simples acaso, a sala estava em total silêncio e ao ouvir o som dos saltos dos sapatos de Quinn e Santana no piso de madeira, quase todos se viraram para olhar inclusive Rachel.

Ao ver a figura de Quinn, Rachel sentiu seu corpo gelar e imediatamente começou a tremer. Puck vendo a situação da amiga segurou-lhe a mão com força enquanto Rachel observava Quinn caminhar de mãos dadas com Amanda e se sentar em umas cadeiras na frente da sala. Quando Amanda beijou o rosto de Quinn logo após sentarem, Rachel sentiu uma pontada muito forte no peito e abaixou a cabeça.

- Rach, você está bem? – Finn perguntou.

Rachel apenas fez um sinal positivo com a cabeça e continuou olhando para os próprios joelhos.

Houve a cerimônia religiosa, algumas pessoas da família de Joe fizeram pequenos discursos e finalmente Quinn foi chamada para dizer algumas palavras.

Quinn sentiu o como se o coração parasse de bater para depois voltar a bater muito forte, como se estivesse tentando recuperar o tempo que ficara parado.

As palmas das mãos de Quinn suavam frio, ela estava muito nervosa, sabia eu teria que ficar de frente para todos e consequentemente veria Rachel, pior veria Rachel com Finn, ela tentou se concentrar e dizia a si que tudo fazia parte do passado e lembrando se das palavras de Santana começou a repetir mentalmente que nada ali poderia afeta-la.

- É estranho estar aqui falando de alguém tão querido, parece que quando pessoas morrem, os outros dizem apenas o quanto essa pessoa era maravilhosa, amiga, companheira e coisas desse tipo, mas no caso de Joe tudo isso é totalmente verdade, – Quinn falava olhando o caixão fechado a sua frente. – ele tinha uma lista de endereços e telefones de seus clientes mais assíduos, para poder ligar para casa das pessoas e avisar alguém para ir buscar ou simplesmente chamar um taxi para aqueles que haviam passado da conta. Nunca vi em outro lugar onde o dono do bar fizesse isso, e olha que eu já frequentei muitos. – Quinn foi interrompida pelos risos de algumas pessoas. – Ele participou de momentos felizes e tristes da minha vida.

Nesse momento Quinn não conseguiu mais segurar as lágrimas e começou a chorar, ela levantou os olhos e encarou cada rosto ali presente, inclusive o de Rachel, no qual ela se demorou mais, claro, que pessoas que não sabiam do que houve entre elas não perceberam nada, mas para quem sabia, parecia séculos.

- Se foi assim na minha vida, - Quinn continuou a falar enxugando as lágrimas com as costas das mãos. – imagino como foi maravilhoso conviver por mais tempo com ele como alguns aqui. Eu tenho muitas coisas boas para falar sobre ele, mas como vocês estão vendo, eu estou muito emocionada e... eu só espero que você esteja bem onde você estiver Joe, porque hoje nós não estamos nada bem sem você. - E chorando mais ainda, Quinn foi sentar - se sendo amparada por Amanda.

A cada demonstração carinho entre Quinn e Amanda, Rachel sentia o estomago embrulhar e uma vontade louca de sair dali, mas as circunstancias não permitiam fazer isso.

A cerimonia acabou, todos rumaram para o cemitério onde deram o último adeus a Joe, após o enterro todos rumaram para a casa da tia de Joe, onde foram recepcionados com comida e bebidas.

- Estou orgulhosa do seu comportamento Quinn, - Santana conversava com Quinn em um canto da casa - até mesmo durante o enterro quando ela ficou te secando, você não perdeu a postura, muito bem!

- Posso te falar a verdade? – Quinn perguntou olhando para os lados para ver se Amanda não se aproximava.

- Deve!

- Eu achei que estava preparada, mas foi mais difícil do eu pensei, eu estou sentido como se a atmosfera fizesse uma pressão muito grande por todo meu corpo, é como se eu fosse explodir a qualquer momento.

- Você sabe pode ir quando quiser, não sabe?

- É isso que eu vou fazer, daqui eu vou para o aeroporto e volto para L.A.

Enquanto elas conversavam, Rachel, Finn e Puck entraram pela porta. Mais uma vez conversaram com a família de Joe e depois foram pegar bebidas.

Rachel seguia Quinn com os olhos a cada movimento, e por mais que Quinn tentasse evitar, às vezes se pegava fazendo o mesmo, até que Amanda percebeu:

- Quinn, você pode ao menos ter um pouco de consideração por mim e parar de olhar para ela como se fosse um cachorrinho atrás do dono?

- De onde você tirou essa ideia? Eu nem estou olhando para ela.

Amanda ia falar novamente, mas foi interrompida por Finn se aproximando.

- Quinn, não cumprimenta mais os amigos? – Finn falou com um sorriso bobo como sempre.

Quinn sentiu o sangue ferver, revirou os olhos e depois saiu de perto de Amanda e Finn. Ela se aproximou de Santana e pediu:

- Me dá as chaves do carro, eu preciso sair daqui, ou eu vou explodir literalmente.

- Tome cuidado Fabray, o carro é alugado – Santana falou dando as chaves.

- Eu só vou arejar um pouco, depois eu volto para pegar vocês.

- Não precisa, nós damos um jeito.

Ao ver que Quinn se dirigia a porta, Amanda foi atrás dela e perguntou:

- Aonde você vai?

- Vou dar uma volta. – Quinn falou andando em direção ao carro.

- Eu vou com você... – Amanda foi interrompida por Quinn que parou de caminhar.

- Não! Eu vou sozinha!

- Mas nós não terminamos nossa conversa.

- Aquilo não era uma conversa era introdução a uma discussão, e no momento eu preciso ficar sozinha.

- Para que, para poder pensar nela, no jeito que ela te olhava...

- Eu estou se tempo para isso! – Quinn falou de forma definitiva e entrou no carro.

Como há certo tempo a trás, Quinn dirigia sem rumo pela cidade, até que novamente foi parar em frente ao bar do Joe. Ela parou o carro, e sorriu levemente, mas algo estava diferente dessa vez, ela vasculhou a memoria e descobriu que aquela era a primeira vez que via o luminoso do bar escrito Joe’s apagado. Ela saiu do carro e lembrou- se com pesar da última vez que estivera naquele lugar, quando a tirou a força de dentro de seu carro.

Ela caminhou até a porta do bar e forçou a porta para que abrisse, mas estava trancada, então ficou encarando a fachada antiga do bar. Após algum tempo, ela baixou os olhos e sorriu ao observar o capacho na entrada, e como ela imaginou, a chave reserva estava sob o capacho.

Quinn pegou a chave e entrou no bar, ela nunca tinha visto o lugar tão vazio e escuro, a tristeza logo bateu sobre ela.

Com muito cuidado, ela caminhou até o interruptor e acendeu algumas luzes, foi para trás do balcão e acendeu o luminoso que ficava atrás do bar, pegou duas garrafas da cerveja preferida de Joe, foi até o jukebox e colocou algumas musicas que Joe gostava muito, a seleção começava com Ace of Spades do Motörhead. Ela sentou – se em uma mesa e abriu as duas garrafas, colocou uma logo a sua frente e antes que desse o primeiro gole na garrafa em sua mão, ela brindou com a garrafa a sua frente em cima da mesa.

- Eu realmente vou sentir saudades! – disse enquanto se lembrava de algumas conversas que tiveram.

Flashback

- Joe, pare de reclamar, eu vejo o tanto de mulher que dá em cima de você, você está sozinho por que quer! – Quinn falava sorrindo diante das reclamações de Joe

- Você acha que eu sou fácil desse jeito? Eu já me separei três vezes, e sempre achava que era a mulher certa. Agora a candidata vai ter que passar por provas físicas e psicológicas... – Quinn interrompeu Joe!

- Nossa!

- É isso mesmo! Além disso, ainda tem a pergunta de fogo, se passar em todas e não passar nessa, está fora!

- Qual seria essa pergunta?

- Você está se candidatando?

- Quem sabe! – Quinn falou jogando charme.

- Muito bem Quinn Fabray, - Joe disse após pensar um pouco – no caso de um final apocalíptico do mundo, que espécie de criaturas você ia preferir que invadissem a terra: zumbis ou vampiros?

Quinn cuspiu toda a cerveja que estava na boca antes que engasgasse e perguntou: - Como é?

- É uma pergunta legítima, eu tenho que saber que tipo de pessoa estará ao meu lado caso algo muito ruim aconteça.

- Tudo bem, essa é fácil...

- Espera aí, - Joe falou interrompendo – você tem que defender sua tese.

Quinn gargalhou muito alto e disse:

- Espero que você valha a pena!

- Tá brincando garota, olha tudo isso!- Joe falou apontando para o próprio corpo. – É pouco para você?

Quinn ria mais ainda e respondeu:

- Você me convenceu! Vamos partir do princípio de que os dois são mortos vivos se alimentam de coisas vivas, tendo predileção por humanos.

- Certo!

- Bom... – Quinn pensou um pouco – vampiros são atraentes e sedutores, zumbis são corpos em decomposição caminhando por aí, então visualmente falando, seria mais agradável ter vampiros por aí do que zumbis.

- Então é essa sua resposta?

- Calma! – Quinn falou sorrindo. – Vamos ver, eu poderia ser seduzida por um vampiro e só saber na hora do jantar que eu seria sua próxima refeição, não aconteceria com um zumbi, o elemento surpresa não existiria, mas tem o lado selvagem da coisa toda de me apaixonar pelo proibido, sabe aquela coisa de amor bandido, o que não aconteceria com zumbis.  Zumbis atacam noite e dia, vampiros só à noite, o que daria mais tempo para fugir... definitivamente eu escolheria zumbis!

- Assim sem considerações finais?

- Zumbis seguem apenas o instinto animal, querem se alimentar e pronto. Seria muito mais fácil fugir de algo que não pensa do que fugir de algo que te prepara armadilhas, além disso, a hipótese de me apaixonar por um morto vivo, me leva apensar que de certa forma seria necrofilia, isso sim me assusta!

- Quer casar comigo agora? – Joe falou sorrindo.

- Não posso, tenho aula. – Quinn sorriu de volta.

- Quando então?

Quinn pensou um pouco e disse:

- Quando eu tiver sessenta anos, pode ser?

Joe fingiu que pensava e falou:

- Perfeito! Está combinado!

E os dois se abraçaram carinhosamente.

Quinn lembrou-se da cena como se acabasse de ter acontecido, mas por mais que forçasse para que não acontecesse, a próxima historia a passar por cabeça foi a do dia do acidente de Rachel e Finn. Imediatamente, tudo o vinha a sua cabeça era Rachel.

Enquanto Quinn pensava, ela tirava o rotulo da garrafa de cerveja, ela nem percebeu quando a porta do bar se abriu e se fechou atrás dela.

Foi tirada de seus pensamentos apenas pela voz conhecida que não ouvia há tempos.

- Tinha o palpite de que te encontraria aqui!

Quinn virou-se e assustada perguntou:

- O que você está fazendo aqui, Rachel?


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Notas finais do capítulo

Para quem está se perguntando "mas e a Rachel?" calma, ela ficou para o proximo capitulo.
Se eu fosse escrever sobre ela, demoraria muito mais para atualizar.
Espero que tenham gostado, deixem suas opiniões, é muito importante para mim saber da aceitação do capitulo.
Até breve, bejo!