-... E o nosso relacionamento está cada vez melhor. Santana, você está me ouvindo? – Quinn perguntou a Santana que lixava as unhas.

            - Não, eu estava em coma! – Santana falou sarcasticamente. – Assim que você falou Rachel pela enésima vez na mesma frase, meu cérebro fez questão de se desligar.

            - Eu estou tão repetitiva assim?

            - Está! Por que você não fala de coisas mais interessantes? Como... qual foi a reação do Finn quando ele soube o que está acontecendo entre vocês, ainda seria sobre o seu relacionamento, mas bem mais interessante.

            - Ele ainda não sabe.

            - Como não sabe?! – Santana falou espantada.

            - Rachel quer contar para ele pessoalmente, ela disse que não seria justo se não fosse dessa forma.

            - E quando vai ser isso?

            - Acho que no dia de Ação de Graças.

            - Vocês vão para Lima?

            - Vamos, e você?

            - Canadá, preciso ver a Britt.

            - E o Sam? Vai para onde?

            - Se ele não for jogar, provavelmente vai para casa da família dele.

            - Nossa! – Quinn falou pensativa. – Essa é a primeira vez que vai cada um para seu lado. O que está acontecendo?

            - Acho que agora nós estamos realmente crescendo! – Santana falou sorrindo.

            - E quando começou que eu nem notei? – Quinn sorriu de volta.

            - Não sei, mas isso significa uma coisa... – Santana fechou a cara.

            - O que?

            - Rugas! Muitas delas... por todo o nosso corpo!

            - Ótimo, agora eu vou ter que alimentar o meu pequeno vício em creme facial, muito obrigada! –Quinn franziu a testa.

            - Sua namorada não sabe da sua tara por cremes?

            - Sabe, mas é uma coisa com a qual ela disse que pode conviver, porque ela adora a suavidade da minha pele. – Quinn sorria bobamente. – Mas não sou só eu que tenho esquisitices, ela diz não acreditar em horóscopos, mas todos os dias ela lê, escolhe qual acha melhor, então um dia ela é de câncer, outro de peixes, outro de aries e assim por diante...

            - Chega! – Santana falou revirando os olhos. – Eu tenho uma proposta para você. Nós vamos fazer compras, vamos comer e nos distrair, se durante esse você conseguir conversar sem falar na sua namorada, eu dou uma passagem para você ir a New York.

            - Serio?!

            - Serio! Você sabe que o tanto de milhas aéreas que eu tenho acumuladas nos meus cartões de crédito, dá para umas quinze pessoas irem até o sol e voltar. Mas está proibida qualquer referência a sua namorada.

            - Eu topo!

            Quinn ficou muito feliz, pois faltava quase um mês para Ação de Graças, e ela não queria ficar todo esse tempo sem ver Rachel, apesar de se falarem todos os dias, não era a mesma coisa, a cada dia elas sentiam mais falta uma da outra.

            Em maio se formariam e já estava decidido que iriam morar juntas, só não tinham decidido onde, mas não viam a hora de finalmente dormir e acordar uma ao lado da outra todos os dias.

            O dia passou, Quinn e Santana compram, comeram, caminharam pela praia e no final do dia, Quinn já tinha falado de Rachel algumas vezes, mas mesmo assim Santana deu a passagem para a amiga. Rachel fazia muito bem a Quinn e Santana sabia disso, mas para não dar o braço a torcer, ela disse que deu a passagem só para não ter que escutar Quinn falando da namorada, e também para evitar que Rachel fosse para Los Angeles e elas ficassem com demonstrações de afeto na frente dela.

            Finalmente era Ação de Graças, finalmente Quinn e Rachel se veriam novamente.

            Quinn chegou à casa de sua mãe e mal teve tempo de colocar as malas no chão, quando seu telefone toucou. Ao atender, o sorriso do rosto de Quinn desapareceu, ela ficou pálida e sentiu seu corpo todo gelar, e sem dar explicação nenhuma às pessoas que se encontravam na sala onde ela também estava, saiu correndo o mais rápido que podia, e pela primeira vez em muito tempo, ela pediu a ajuda de Deus.

Ao chegar ao hospital, Quinn chorava desesperadamente e quando se dirigia ao setor de informações, viu Leroy se aproximar. Imediatamente ela correu até o homem e o abraçou muito forte.

- Calma querida! – Leroy tentava confortar Quinn.

- Como ela está? – Quinn mal conseguia falar entre os soluços.

- Ela só sofreu um corte na testa e está muito assustada. Te ver desse jeito pode não fazer bem para ela.  Venha, acalme-se e eu te levo até ela.

Quinn foi até o banheiro, lavou o rosto e no corredor Leroy a esperava com um copo de água.

- Beba, vai te fazer bem. Depois vamos ver Rachel.

Quando chegou a sala de espera Quinn viu Rachel e correu ao seu encontro e abraçando a namorada falou:

- Você está bem? – Quinn começou chorar novamente.

- Estou, foi tudo muito rápido.

- Nunca mais me assusta desse jeito. Que medo de te perder, eu nunca rezei tanto quanto hoje. – Quinn segurou o rosto de Rachel entre as mãos e lhe deu um selinho.

Elas se sentaram e Quinn perguntou:

- O que aconteceu?

- Finn estava dirigindo, e nós estávamos conversando. Eu resolvi contar para ele sobre a gente, e ele ficou nervoso e passou um sinal vermelho e eu só me lembro de que o carro rodava e eu só pensava em você. Ele estava do meu lado, ele pode perder a perna e eu só pensava em você. Que tipo de pessoa eu sou?

- Não fique assim, não foi culpa sua. - Quinn falou abraçando Rachel novamente.

- Como não é culpa minha? – Rachel começou a chorar novamente. – Eu poderia ter esperado, ter falado com mais calma, com mais jeito. Eu tinha que entender o que ele estava sentindo.

- Tudo vai ficar bem, ele vai ficar bem, nós vamos ficar bem. – Quinn tentava consolar Rachel, mas não conseguia conter as lágrimas que rolavam por todo seu rosto.

- Ele me perguntou por que estava tão feliz e eu resolvi contar por que. E eu contei sobre os nossos planos, e ele ficou muito furioso mais do que eu poderia se quer imaginar, nos começamos a discutir e... de repente ele estava preso no meio das ferragens. Nós não vimos que o sinal estava vermelho, nós não vimos o carro.

- Eu não sei o que eu faria sem você. – Quinn desabafou enquanto acariciava os cabelos de Rachel.

Algum tempo se passou e finalmente o médico veio trazer noticias sobre o estado de Finn, assim que se aproximou, o médico se viu cercado por todos que estavam ali, Carole, Burt, Hiram, Leroy, Rachel, Quinn e Kurt.

- Senhora Hudson...

- Como está meu filho doutor? – Carole antecipou-se perguntando desesperada.

- Ele está bem, está no quarto agora, mas infelizmente não foi possível salvarmos a perna dele.

Todos ficaram muito emocionados e com exceção de Leroy, todos recomeçaram a chorar.

- Eu preciso ver meu filho! – Carole falou aos prantos.

- Claro, mas aconselho somente a ir somente a senhora, ele precisa descansar. – O medico falou suavemente.

- Eu posso ir também? – Rachel perguntou enxugando as lágrimas. – Eu sou esposa dele.

Todos se surpreenderam com as palavras de Rachel.

- Claro que pode. Acompanhem-me, por favor. – O médico saiu e foi seguido por Carole e Rachel.

O silêncio era grande entre os que ficaram na sala de espera até que Quinn disse:

- Rachel foi muito esperta em dizer que era esposa dele para poder vê-lo.

Todos se entreolharam e se mantiveram em silêncio, até que Burt aparentemente irritado disse:

- Meu Deus! Eu não acredito nisso! Como... Se ninguém tomar uma atitude eu tomo!

- Isso é problema deles, nós não podemos interferir. – Hiram falou.

- O que está acontecendo, é a Rachel? – Quinn falou e olhou para os pais de Rachel que abaixaram a cabeça.

- Querida... - Burt começou a falar e foi interrompido por Kurt.

- Papai! Deixe comigo! – Kurt respirou fundo, segurou Quinn pelas mãos e sentou-se com ela em sofá da sala de espera.

- Kurt o que está acontecendo? Eu não estou entendendo! – Quinn estava muito confusa e estava começando a se desesperar.

- Quinn, Rachel e Finn são casados.

Kurt e os outros falaram mais uma porção de coisas, mas após essa frase Quinn não ouviu mais nada.