Fiquei intrigado, o que poderia estar acontecendo entre os dois? Mas eu não iria seguir Wooyoung, se não ficaria muito na cara minhas intenções de bisbilhotar a vida alheia. Fui para o meu quarto, e para minha surpresa ao entrar as duas camas de solteiro estavam grudadas, será que foi mais uma obra de Lee Junho? Deitei-me em uma das camas, e dali a pouco Junho apareceu, estava no banho, acabara de sair. Estava com o corpo musculoso ainda um pouco úmido, só usava uma toalha que tampava da cintura á panturrilha, mas deixava a mostra a curva que dava para o começo de sua lombar, era uma visão agradável, fiquei desejando que ele se trocasse na minha frente para que eu pudesse contemplar a visão de seu corpo todo, mas não aconteceu.  Ele pegou uma calça de um tecido fino, própria para dormir, e retornou ao banheiro. Saiu de lá já vestido com ela, mas ainda continuava com a parte de cima despida, pelo menos de seu belo tronco não me poupou a visão. Eu mordia a parte inferior de meus lábios ao vê-lo se aproximar de mim, foi um ato involuntário.  Deitou-se ao meu lado.

- E aí, missão bem sucedida? – riu.

- Ainda não. – ri de volta.

- Falhou na missão? Que coisa feia.

- Não completei a missão ainda, tenha calma.

- Menos mal...se tivesse falhado receberia um castigo.

- Pensando bem, eu acho que falhei sim.

- Ah é? – disse virando-se para mim.

      Agarrou-se em meu corpo e me deu um beijo de tirar o fôlego. Eu enchi minha mão ao pegar em seu bumbum, puxando-o para mais perto de mim. Como nossas calças eram bem finas, pude sentir nossos órgãos se encostarem. Ao sentir isso foi como se meu instinto fosse maior então involuntariamente comecei a mexer meu púbis num movimento de vai e vem, como se estivesse fazendo sexo, e Junho envolvido acompanhou-me. Ah, como eu queria que num passe de mágica as calças desaparecessem, pena que as coisas não são tão fáceis assim. Ficamos nos atracando por um tempo, depois Junho parou, encolhendo-se para meu peito, como uma criança que buscava colo. Abraçava-me forte, era como se ele se abrigasse em mim naquele instante. Estar assim com ele era  uma sensação extraordinária, pois eu sentia a presença dele, isso bastava, eu tinha a pessoa que eu amava do meu lado, essa sensação é inigualável e nunca sairá da minha memória.  Eu quis mostrar carinho também, então decidi acariciá-lo na parte em que eu mais gostava dele. Passava minhas mãos levemente sobre seu bumbum, meu sonho de consumo era fazer isso e como ele não reclamou, continuei acariciando-o.

- Acho que deveria me aplicar um ‘castigo’ mais severo. – sorri.

- Não. Já te provoquei o suficiente para você querer mais, e não vou te dar mais. Esse castigo já está de bom tamanho, não acha?

- Ah, isso é cruel!

- Não falhe mais, e então quando você conseguir ter sucesso na sua missão terá sua recompensa.

          Nós dois rimos, mas mesmo assim o que ele disse era sério. Ele realmente me recompensaria bem.

          Eu prometi que iria contar a Junho sobre Nichkhun e Wooyoung, mas isso seria muita invasão de privacidade, não?  Oras, quem vê  eu espionando os dois não era nem um pouco invasivo.  Já fui longe demais com isso... mas ainda quero minha recompensa... e os dois parecem estar precisando de ajuda.

          Junho adormeceu nos meus braços, eu adorava vê-lo dormindo, era uma visão que me trazia paz e ao mesmo tempo fazia meu coração bater mais forte. Mas de repente senti uma brisa gelada, a janela não estava bem fechada e como eu não queria que Junho passasse frio levantei-me para fechá-la.  Quando olhei pela janela vi Nichkhun andando sem rumo perto da piscina do hotel, essa era minha deixa. Resolvi descer para falar com ele.

 - Por que ainda está acordado? – eu disse.

- E por que você ainda está acordado?

- Sabe que não consigo dormir quando estou perto de Junho. Mas agora responda-me, afinal eu perguntei primeiro.

- Sabe que não consigo dormir quando estou perto de Wooyoung...-riu. – Ele me irrita.

- Não sei não. E pare de repetir o que eu digo. Mas enfim, por que ele te irrita? Achei que eram bons amigos.

- Somos bons amigos, só que tem vezes que ele pega pesado.

- Explique direito. Se eu não souber não tenho como te ajudar. – ri.

- Não roube minhas falas. –riu. – Lembra que eu te disse isso quando você me pediu ajuda? Eu não preciso de ajuda agora, então não se preocupe.

- Lembra que você percebeu que eu precisava de ajuda antes mesmo de eu te pedir? Pois é isso que estou percebendo agora.

- Não seja tolo, estou dizendo que estou bem.

- E desde quando palavras são garantias de verdade? Mas deixe para lá...quando quiser conversar me chame. – me virei e segui andando.

- Espere Junsu.  Acho que preciso mesmo conversar, e você seria a única pessoa que entenderia.

- Então diga. – voltei para o lado dele.

- Eu disse coisas horríveis pra Wooyoung hoje, e agora estou me sentindo mal. É que ele me irritou tanto que não contive minha raiva.

- É só isso?

- É...- disfarçou.

- Khun, seja sincero por favor. Eu serei sincero com você, eu sei que vocês discutiram, sei também que ele te beijou, então fale a verdade.

- Como você sabe disso? – disse surpreso.

- Eu estava espiando pela fechadura. – disse vergonhoso. – Mas deixa eu me explicar.

- Explique! – disse bravo.

- É que eu escutei Wooyoung falando sozinho, e ele por acaso disse algo suspeito, e aí eu fiquei curioso.

- Ele disse o que? Quando você escutou? E onde?

- Ele disse algo do tipo “Khun não está aqui para me trazer a toalha” e eu por acaso estava no banheiro no mesmo momento, mas ele não sabia. Foi ontem, quando ele chegou de Busan.

- O quê? Por que vocês dois estavam no banheiro ao mesmo tempo? E como ele não sabia?

- Se acalme, esses seus interrogatórios me dão medo. – respirei fundo. – É que não posso dizer.

- Você disse que ia ser sincero, não descumpra sua palavra.

- Mas o problema é esse, se eu cumprir minha palavra com você, descumprirei com outra pessoa, você entende?

- Entendo, claro. Só que se você não for sincero comigo, não serei com você, direitos iguais.

- Ah, tá bom vai. É que eu e Junho nos acertamos, ficamos juntos, algo mais rolou e fomos pro banho, e Wooyoung chegou apertado e nós não quisemos dar bandeira, então só ele saiu do banheiro, foi isso. – disse apressado. – Mas nunca nunca nunca –enfatizei- fale sobre isso com ninguém, ninguém mesmo, nem se quer comigo, guarde isso pra você. Prometi pra Junho que não ia falar um A sobre isso.

- Own, então quer dizer que vocês...own! – sua expressão mudou de brava para contente. – Pode deixar, vou guardar seu segredo com muito zelo.

- Não fuja do assunto, agora é sua vez.

- Wooyoung dá em cima de mim desde alguns meses atrás. Ele fica me pedindo pra levar a toalha quando está tomando banho, entre outras coisas. E hoje ele achou que só porque eu quis ficar no mesmo quarto que ele, eu quero algo mais com ele.

- E não queria?

- Não, eu só quis ficar no quarto com ele porque queria deixar você e Junho no outro quarto de dois, e os outros três são muito barulhentos na hora de dormir. Jaebeom ronca, Taecyeon se move brutalmente na cama e a barriga de Chansung faz ruídos estranhos de fome.

- E você fica levando a toalha pra ele? Isso é iludir, não devia ter iludido ele se você não queria nada.

- Eu levava por educação, tá. E também eu não conseguia não levar, era como se...

- Você gostava de ver ele pelado e não quer admitir né? – interrompi-o

- Não, você tá louco?

- Mas você olhava?

- É...olhava.

- Que parte?

- Tudo. – disse baixo.

- Hm...me diga o que sentiu quando ele te beijou? Aliás, foi a primeira vez que ele te beijou ?

- Eu achei que os interrogatórios medonhos eram exclusivamente meus. – riu nervoso. – Eu senti alguma coisa, não sei explicar, mas não quer dizer que eu tenha gostado, e é claro que foi a primeira vez, e espero que a única.

- Ah, não seja assim. Você gosta dele, e ele já percebeu isso por isso que dá em cima, ele não faria isso sem motivo, conheço Wooyoung. Só você não se dá conta, talvez porque não queira se dar conta. Agora é você que está negando quem você é. Dá uma chance pra ele, com certeza ele vai te fazer feliz se você deixar.

- Mas é que é estranho, nunca me imaginei com outro homem.

- Deve ter se imaginado, mas parou no meio do caminho pois sentiu vergonha de si mesmo. Eu era assim com Junho, e olha onde estamos hoje.

- Ai, por que você tem que estar certo hein?

   Terminamos nosso papo, e seguimos para voltar aos nossos quartos. Quando entramos no saguão que dava pra piscina, avistei Junho lá.

- Eu vou subindo. – disse Nichkhun.

- O que veio fazer aqui? – sorri.

-Quando eu acordei você não estava lá, aí olhei pela janela e te vi aqui. – disse Junho.