Jogando com os Sentimentos escrita por GabrielleBriant


Capítulo 13
Mentiras e Revelações




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/14033/chapter/13

CAPÍTULO XIII. MENTIRAS E REVELAÇÕES

Já se tinha passado meia hora desde o início da, talvez, pior reunião da Ordem da Fênix que ele participara.

Não era nada fácil medir cada palavra... Mentir, e parecer convincente a ponto de que Katrina soubesse que ele estava mentindo, e que Dumbledore nem chegasse a desconfiar disso.

Claro, ele mudaria o seu discurso... Assim, que a aquela maldita saísse dali.

Por que Dumbledore tinha que ser tão tolo? Ele disse para que o velho não confiasse muito em Katrina. Dissera que as aparências enganam... Mas, mais uma vez, não foi ouvido. E agora ela estava ali, ouvindo tudo o que a Ordem sabia... E certamente prontinha para passar as informações para o Lorde das Trevas...

Provavelmente faria isso assim que saísse dali.

Pelo menos aquele sufoco já estava perto de terminar, com Dumbledore dizendo as últimas palavras antes de liberar todos.

Mas antes...

- Severo?

- Sim, diretor?

- Você já conseguiu descobrir qual o carcereiro que facilitou a fuga de Malfoy?

Ele olhou de relance para o lado. Os grandes olhos azuis de Katrina o fitavam demoradamente. Ele suspirou.

- Nenhum.

Agora eram todos os outros olhos que o fitavam incrédulos.

Ele continuou.

- Ao que parece, foi tudo falta de segurança, mesmo. Lúcio disse que desde que fora preso tinha descoberto uma falha temporal entre a troca de pessoal do turno da noite. A ala em que ele estava ficava sem vigília por cinco minutos, exatamente. Quinze minutos antes, o carcereiro dava a última refeição. Ele o atacou e fugiu, vestido de carcereiro, durante a troca de turno.

O silêncio reinou na sala por um momento. Katrina, então falou.

- Na verdade, isso é bem possível. Se havia essa falha temporal, não havia como o outro carcereiro, o do turno da noite, visse o anterior... Talvez eles nem se conhecessem. E, a julgar pela quantidade absurda de áreas que aquela prisão tem, os guardas e porteiros não devem conhecer todos os carcereiros.

Todos da sala, então, concordaram, embora bastante desconfiados... É, Katrina já tinha conquistado todos eles. Ótimo. Ele olhou de relance para Remo Lupin, que só faltava comer a moça com o olhar...

Quem sabe, agora, ela não começa a querer dormir com o lobisomem e o deixar em paz?

A reunião foi dada por encerrada.

E Katrina não esperou um só minuto para deixar a casa.

Ele se virou para fitar o diretor, que, com um sorriso no rosto, dizia.

- Boa moça, a Katrina. Você devia prestar atenção nela, Severo.

E agora o velho queria dar conselhos amorosos a ele! Maravilha! Agora, sim, estava na hora de ele e de todos aqueles babacas da ordem ouvir algumas verdades...

- Eu presto atenção nela, Alvo. Muita. Você é quem devia prestar mais atenção a essa tão boa moça.

XxXxXxX

Ela estava ajoelhada aos pés daquele homem que tanto admirava. Tudo que tinha passado desde o dia que entrara em Hogwarts tinha valido a pena, só por causa daquele dia, daquela hora.

Onde ela pôde dar a notícia.

- Milorde, hoje eu tive a confirmação definitiva de que Severo não é o traidor. Ele está muito longe disso. Eu, inclusive, ousaria dizer que ele é um dos seus mais fies comensais.

As pupilas horrorizantes em fenda a miravam, perfurando. Talvez até felicitado com aquela idéia que ela estava passando.

Tudo pela felicidade do seu Mestre.

A voz dele veio baixa, perigosa.

- Como?

- Primeiramente, eu fiz o que o senhor mandou. O seduzi. Cheguei a ponto de quase ir para a cama com ele. E então disse que, se ele largasse tudo ele poderia ter o que quisesse de mim. – Ela abriu um sorriso – E ele não quis nada. Disse que preferiria me matar a trair as suas convicções.

O homem assentiu lentamente.

- Continue.

- Eu disse que ele não me mataria porque me amava. E ele não negou isso. Apenas disse que sentimentos vêm depois de crença. Logo eu já me dei por satisfeita, já cheguei à conclusão definitivamente que ele não trai a nossa causa.

- Eu não sinto que isso é suficiente.

- Eu sei. Deixe-me terminar: logo depois, eu fui falar com Dumbledore, e fui aceita na Ordem. Fui acordada no meio da madrugada com uma convocação para reunião. Ele estava lá, espionando. Dumbledore sabe que ele é comensal, mas pensa que ele espiona para ele! Severo deu uma série de informações absurdas, que, com certeza, atrapalhará a Ordem, fará com que os seus planos dêem errado!

Pela primeira vez, talvez, ela viu o seu Mestre sorrir. Não era uma visão muito boa, mas, mesmo assim, ele estava feliz. Isso era o que bastava para ela.

O homem se aproximou lentamente e segurou a sua mão.

- Katrina, Severo, agora, provou ser um fiel comensal... E é um homem de boa família, distinto. E solteiro. Seria muito bom para ele se casar com uma moça de puro-sangue... como você, embora os seus pais não mereçam muita consideração. E essa união só viria a me fortalecer. Casamentos são laços que fortalecem qualquer revolução.

O seu coração pulou.

- Mestre, o senhor está querendo...?

- Sim. Um casamento entre meus dois comensais. Quero filhos, que serão educados segundo a minha doutrina. Se ele realmente nutre sentimentos por você, não será difícil casá-lo... A menos que você não queira.

Ela sorriu.

- Ele é um bom homem. Não será mal passar a minha vida ao seu lado.

- Ótimo. Então vá até o seu futuro marido e se revele. Eu quero que os seus herdeiros venham rápido.

O sorriso dela se alargou ainda mais, só de pensar na forma que os herdeiros seriam feitos. Apenas assentiu e se apressou em sair dali, voltando o mais rápido possível para Hogwarts... Mais especificamente para a masmorra de um professor carrancudo.

XxXxXxX

- Sente-se, Alvo, sentem-se, todos vocês. Essa reunião ainda não está acabada.

Mais uma vez ele experimentou os olhares hostis voltarem a ele. Não era amado, ele sabia... Mas as pessoas não precisavam explicitar os seus maus sentimentos.

Não que ele se importasse, é claro.

Antes de voltar a sua cadeira, Dumbledore perguntou.

- O que se passa, Severo?

- Vocês, sendo cegos.

Ele ouviu um ou outro ruído que explicitava a exasperação das pessoas... Mas não se importou. Só queria falar tudo, de uma vez.

Quando todos já estavam em seus lugares, ele começou.

- Todas as informações que forneci hoje foram falsas. E todas aquelas que foram fornecidas tornar-se-ão falsas também. Todos os planos expostos deverão ser mudados. Radicalmente mudados.

- Por que? – McGonagall perguntou, rolando os olhos.

- Porque ao invés de me escutarem, vocês trouxeram uma Comensal da Morte para dentro dessa reunião.

Todos se olhavam e cochichavam, incrédulos. A raiva dele até se atenuou, ao ver que ele não fora, realmente, o único a ser enganado. E se sentiu bem, sendo superior... Vendo que ela não conseguiu enganá-lo por tanto tempo... Ao contrário de todos os outros.

Continuou, atraindo de volta todas as atenções novamente.

- Sim, a doce Katrina White é uma comensal da morte. Uma das bem fiéis.

Ele passou a hora seguinte contando porque não tinha revelado a verdade, e contando os planos verdadeiros do Lorde... A reorganização dos planos ficaria para uma oura hora.

Ele só queria mesmo era voltar para Hogwarts, para a sua masmorra, e descansar.

XxXxXxX


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jogando com os Sentimentos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.