Jogando com os Sentimentos escrita por GabrielleBriant


Capítulo 14
A Farsa Continua




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CAPÍTULO XIV. A FARSA CONTINUA

Ele chegou ao seu quarto, nas masmorras... Estava cansado. Apenas queria deitar... E ficar deitado. Há muito tempo que ele não dormia, que apenas ficava se virando na cama, de um lado para o outro. Há algum tempo, ele teria dito que era tudo culpa do Lorde das Trevas e tudo que ele tinha que fazer, tudo que ele era obrigado a fazer, para manter o disfarce...

Mas ultimamente ele tinha perdido o sono por causa dela. Somente dela.

E como ele se odiava por isso.

Observou a sua prateleira. Achou uma boa poção do sono. Claro, como ele tinha que estar sempre alerta, ele alterava a poção, que, ao invés que proporcionar um sono pesado, o dava um sono leve, que o deixava desperto a qualquer uivada do vento. Tudo porque tinha que estar sempre alerta.

Mas não estava alerta agora.

Sobressaltou-se quando uma mão delicada tocou o seu ombro.

Virou-se. Era ela.

- Severo...

Aquele maldito sorriso doce estava estampado em seu rosto... Mas, dessa vez, havia algo diferente. Ela parecia estar mais relaxada.

Sensação de dever cumprido.’

Zangou-se. Tirou a mão dela e fugiu do seu cheiro doce de rosas.

- O que diabos você está fazendo aqui, Katrina?

Ela se aproximou. Muito.

- Te esperando.

Ele suspirou. A farsa continuava, ele sabia. Tinha que continuar fingindo que não sabia de nada, ou acabaria destruindo o tempo de torturante fingimento.

- No meu quarto? Não é o lugar mais apropriado.

- Mas é esse o único canto que eu quero estar. No seu quarto.

Ela se aproximou mais. Ficou de frente para ele. As mãos foram ao seu peito, desavergonhadas... Deslizando de cima para baixo... Muito baixo.

Ele tentou se conter.

Ela ficou na ponta dos pés e levantou o rosto, deixando o seu lábio roçar no rosto dele, até perto da orelha. Sussurrou.

- Na sua cama... Embaixo da você... E com você dentro de mim.

As mãos dela desceram mais um pouco. Ele sentiu um arrepio elétrico atravessar o seu corpo. Amaldiçoou-se por não conseguir resistir àquela mulher.

Respirou fundo.

Segurou-a pela cintura e a afastou.

A farsa continuava.

- Eu pensei que você não quisesse nada com um assassino imundo.

Mais uma vez, ela se aproximou.

O sorriso já não era mais o doce, que ao anjo sempre carregava... Era um sorriso malicioso, luxurioso... Do jeito que um diabo carregaria.

Sim, ela estava se revelando.

As mãos dela, agora, se concentram nos botões da própria blusa... Abrindo-os, um por um, lentamente, enquanto se aproximava. Ao chegar no último, estava perto dele de novo. Encarando-o, de uma maneira irresistível.

- Talvez. Mas um assassino limpinho até que vai...

Ele quase riu. Mas se impediu.

Ela ficou o olhando, com aquela blusa aberta... Quase revelando os seios... Um pouco de vento seria suficiente para separar aquelas partes e deixar o seu busto farto exposto...

Como ele queria...

Como ele a queria.

Ela ergueu uma sobrancelha, dando mais um passo.

- Você não vai tirar a minha blusa?

Ele não conseguia tirar os olhos dela... Como se estivesse enfeitiçado.

Ela se colocou na ponta dos pés novamente... Encostou os seus lábios no dele. Mordiscou avidamente.

Com as suas mãos, segurou as mãos dele. E o obrigou a tocar a sua barriga... E a deslizar até os seus seios...

Tão fartos, macios... Ela o soltou... Mas ele não largou. Não queria largar. Ela sorriu. Ele apertou-os. Massageou os bicos, tão intumescentes pela excitação.

Ela deu um pequeno gemido.

Estava cada vez mais difícil ignorar a pressão latejante que ele tinha entre as pernas.

Era cada vez mais impossível ignorá-la.

Então não se conteve.

Com um movimento rápido, ele soltou a seu seio, apertou a sua cintura e a trouxe para mais perto. Aproveitou a proximidade das bocas para beijá-la com a fome de quem há muito espera por esse momento.

Ela o abraçou forte, correspondendo às suas investidas despudoradas.

Ele começou a guiá-la para a cama.

Tirou a blusa. E, então, viu, no braço esquerdo daquela bela mulher, a marca negra.

Obrigou-se a afastar-se. A farsa continuava.

Ela, ofegante, perguntou:

- O que foi?

- Você é uma Comensal.

Ela então olhou para a marca. E deu de ombros. Aproximou, se, com o sorriso malicioso de volta ao belo rosto.

- Surpresa.

E o trouxe de volta, com uma força que ele não poderia imaginar que ela tivesse.

O empurrou na cama.

Subiu nele, suas mãos novamente deslizando para a parte mais sensível do seu corpo. O olhou com malícia. Abriu a calça.

Ele tinha que resistir.

Rapidamente se colocou por cima dela. A olhou, duro.

- Pare.

Ela franziu o cenho. Sorriu, sem-graça.

- Por que? Nós dois queremos isso! Não há empecilhos.

- Porque você mentiu?

- Ele mandou. Eu tive que testar você. Mas agora é real. Agora é real.

Agora é real.’

Ele a encarou por um momento. Como saber se ela falara a verdade?

Que se dane!’

Mas, quando ia beijá-la, uma dor em seu braço esquerdo o fez esquivar-se.

Ele se ajoelhou.

Ela se sentou, cobrindo os seios com os braços.

- O nosso mestre está chamando. – sorriu – Vamos. E depois continuamos com tudo.

Sim, a farsa continuaria.

XxXxXxX


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