A assassina I - Hogwarts, Uma Outra História escrita por GabrielleBriant


Capítulo 30
Eu Sinto Muito...




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/14032/chapter/30

CAPÍTULO XXX. - EU SINTO MUITO...

Lentamente, ela abriu o olho... Como era ruim despertar...

Era o último dia.

Os últimos momentos.

Olhou para o rosto do namorado... Snape estava tão sereno, dormindo, apenas. Relaxado. Seria bom guardar essa imagem dele.

Vestiu-se.

Caminhou até o canto do quarto. Espiou pela imensa janela. O dia já tinha nascido. Tinha que contar logo...

Mas ela não poderia.

Não poderia acordá-lo e dar a notícia...

Nem iria.

Decidida, Amélia procurou, num pequeno bolso escondido em seu vestido, a carta que o seu pai, dias antes, a enviara. Na réplica da escrivaninha de Snape, ela pegou uma pena e escreveu, no verso da carta:

Eu sinto muito”.

Mordeu o lábio.

Colocou o pedaço de pergaminho na mão de Severo e saiu.

XxXxXxX

O salão comunal da Grifinória já estava apinhado de alunos tagarelantes... Que pararam de agir feito maritacas assim que viram Amélia entrar...

Afinal, ela era a única pessoa lá que estava chorando, ainda nos seus trajes da noite passada.

Naturalmente, Elizabeth foi a primeira a querer saber o que se passara.

Nem se preocupou em ser discreta.

- Nossa! Você passou a noite com o Snape, foi?

Amélia a olhou em reprovação. Pensou em dizer poucas e boas para aquela menina... Mas não. Não valeria a pena. Sem responder, ela virou o rosto e voltou a fazer o seu caminho para o dormitório.

Lílian a seguiu.

XxXxXxX

- E aí?

Amélia abriu a grande mala, que tinha sido feita na noite anterior pelos elfos domésticos. Tirou uma roupa qualquer – não estava com humor para prestar atenção no que vestiria.

Apenas queria não chorar. De novo.

- E aí que nós ficamos juntos... E foi muito bom.

Lílian, por um momento, analisou a expressão no rosto da amiga. Aproximou-se lentamente e tocou o seu ombro.

- Ele não aceitou muito bem, não foi?

Ela sentiu um aperto no peito. Respirou fundo, buscando controle. Deu de ombros.

- Eu não sei. Nós não conversamos.

Lílian franziu o cenho.

- Como não?

- Eu deixei um bilhete.

- Um bilhete!

Um momento se passou, as duas em silêncio... Até Lílian continuar.

- Amélia, você não acha que ele tinha o direito de ter uma explicação?

- Eu não consegui.

Lílian entendeu.

- O que você escreveu?

- Nada. Eu apenas deixei a carta que meu pai mandou para ele ler.

Lílian balançou a cabeça lentamente. E então abraçou a amiga, dando conforto.

- Vamos descer.

XxXxXxX

Amélia tinha passado menos de meia hora no quarto... E já dera tempo de todos os alunos se amontoarem no salão comunal. Lílian a guiou até Remo, Tiago e Sirius.

Ela percebeu uma enorme aglomeração no centro do salão.

- O que tem lá?

Sirius respondeu, com um sorriso.

- Livro do Ano!

Amélia estava quase indo pegar o dela, mas Remo a interrompeu.

- Já peguei o seu.

Ele estendeu o livro para Amélia. Ela começou a folheá-lo lentamente, deixando-se levar pelas lembranças que trazia.

Ela quase riu quando viu que fora escolhida como “a mais provável a virar terrorista”... Mas se entristeceu ao ver que também aparecia, junto com Severo, como “os mais prováveis a cometer um crime passional” e “Casal mais estranho”.

Remo percebeu o olhar triste de Amélia... Mas antes que pudesse perguntar alguma coisa, já estavam cercados de dezenas de alunos que pediam as suas assinaturas nos livros.

XxXxXxX

Último café da manhã.

Pela primeira vez, Amélia não passou pela mesa da Sonserina. Sequer olhou para ela... Mas se sentiu perseguida pelo olhar dele...

Ainda não... Ainda não podia enfrentá-lo.

Sentou-se junto com os marotos.

Sirius, naturalmente, não perdeu a chance de alfinetar Amélia.

- O que aconteceu? O Morcegão não aprovou a transformação?

Amélia suspirou. Não tinha mais motivos para manter segredos.

- O Morcegão gostou muito. Mas nós não estamos mais juntos.

Ela viu Sirius, e todos os outros que a ouviram, empalidecer.

XxXxXxX

Ela explicou tudo aos amigos... E a quem mais quisesse ouvir.

Eles, até Sirius, quem diria, se compadeceram pela dor dela... Escoltaram-na todo momento – na ida a estação, durante a viagem e na saída do trem...

Mas ela não podia deixar de dizer adeus.

Ela tinha acabado de sair do trem. Ela constatou, com felicidade, que os pais dela não estavam ali. Que tinha a deixado voltar sozinha, como ela tinha pedido.

E viu Severo... Que a olhava insistentemente. Falaria com ele. Depois.

Ela olhou para os amigos grifinórios e suspirou.

- Então é isso. Aqui acaba tudo.

- Isso é tão estranho. - Lílian constatou - sabe, parte de mim ainda acredita que, daqui há algumas semanas, eu vou estar recebendo uma carta de Hogwarts com a lista do material escolar.

O olhar de Tiago estava distante.

- Nada mais de campeonato entre casas... Ou quadribol...

- Ou pragas – Sirius concluiu.

- É o fim da era dos marotos! – Remo disse.

Amélia olhou carinhosa para eles. Quase sorriu.

- Eu vou sentir tantas saudades de vocês! – choramingou.

Atirou-se nos braços de Remo. Ele era, de longe, o seu maroto favorito.

Depois foi mais fácil. Controlando as lágrimas, ela se despediu dos outros, um a um. E então percebeu que a fatídica hora tinha chegado: teria que dizer adeus para os seus amigos sonserinos e para Severo.

Ela foi até o grupo, que acompanhou todos os seus passos com o olhar.

A primeira pessoa com quem Amélia falou foi Augusto Malfoy.

- Amigo...

Ele estava sério.

- Eu soube que você não vai mais ficar na Inglaterra... É uma pena.

- Motivos de força maior – ela sentiu um olhar perfurar ela.

- Eu sei. E sinto muito. Se tiver qualquer coisa que eu possa fazer por você...

- No momento, você pode me abraçar e prometer que vai ser meu amigo para sempre – ela sorriu tristemente. – E que vai parecer nos Estados Unidos para tomar uma comigo!

- Prometo e prometo.

Depois de um longo período abraçados, Augusto disse:

- Próximo ano, assim que Narcissa terminar a escola, vai haver o casamento dela com o meu irmão, Lúcio. Será uma boa oportunidade de voltar.

- Eu vou pensar. Se eu puder, virei.

Eles se abraçaram mais uma vez, e então Amélia avançou para Bellatrix.

- Eu espero que você se dê bem nos Estados Unidos. Sinto por sua mãe.

Bella não estava triste por Amélia. Isso dava para se perceber. Mesmo assim, Amélia quis acreditar que era impressão dela. Que aquela falta de brilho no seu olhar era apenas mais uma coisa de sonserino que ela jamais entenderia...

- Obrigada.

- O meu casamento vai ser em breve, também.

- Rodolphus?

- Sim. Espero que você vá.

- Eu irei.

Mas o convite nunca chegou.

Ela deu um breve abraço em Bellatrix... E depois...

Bom, só faltava mais uma pessoa...

O semblante de Amélia ficou obscuro.

Lentamente, ela se pôs na frente dele e suspirou, quase inaudivelmente:

- Severo...

XxXxXxX

Sem você

Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim

Sem você, sem amor 
É tudo sofrimento 
Pois você é o amor 
Que eu sempre procurei em vão

Você é o que resiste 
Ao desespero e à solidão 
Nada existe 
E o mundo é triste sem você

Meu amor, meu amor 
Nunca te ausentes de mim 
Para que eu viva em paz 
Para que eu não sofra mais

Tanta mágoa assim, no mundo 
Sem você

XxXxXxX


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A assassina I - Hogwarts, Uma Outra História" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.