A assassina I - Hogwarts, Uma Outra História escrita por GabrielleBriant


Capítulo 11
E no Corujal...




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CAPÍTULO XI. E NO CORUJAL...

Amélia e Severo passaram horas preparando a redação e conversando sobre o que tinha acontecido nas férias. Naturalmente, Amélia era aquela que falava mais – féria lembrava família, e família era um assunto proibido para Severo. As poucas vezes que Amélia tinha conseguido fazê-lo falar sobre tal assunto, conseguira arrancar apenas algumas poucas palavras sobre a mãe dele e os dois irmãos - Daemon e Katrina Snape, ambos mais novos. Nunca perguntava sobre o pai dele. Severo o odiava, ela sabia. Preferia evitar aborrecer o amigo.

Amélia se levantou e foi até o dormitório dos meninos procurar um livro na vasta coleção de Severo. Ao abrir o baú dos livros, viu um recorte antigo do Profeta Diário, que carregava uma manchete em letras garrafais:

'LADY ALEXANDRA SEQUESTRADA'

Amélia pegou o recorte e estreitou os olhos. Há muito tempo tinha se esquecido do seqüestro de Lady Alexandra, a mulher de Lorde Voldemort. Ela desaparecera há mais ou menos três meses, em sua própria casa. Até o momento, ninguém conseguira qualquer notícia sobre o paradeiro dela.

Mas isso não preocupava Amélia. O que a intrigava era o fato do recorte estar guardado junto dos preciosos livros de Severo. Ela levou o recorte até a mesa onde ela e o amigo estavam estudando. Colocou-o em cima do livro que ele lia.

- Por que você guarda esse jornal?

- Não sei - Ele respondeu displicentemente - Meu pai. - Ele fez uma expressão desgostosa ao mencionar o pai. - Disse que isso era história acontecendo. Disse que, se eu não guardasse o jornal, poderia me arrepender. E que eu logo saberia o porquê.

- Estranho... História acontecendo?

- Sim. Ele disse que logo esse seqüestro seria um episódio de uma revolução. - Ela franziu a testa, tentando encontrar algum sentido nas palavras do amigo... Mas ele não parecia saber muito mais que ela.

- Bom, mas vamos continuar?

Mais meia hora foi suficiente para terminar quase toda a redação. Amélia se levantou e se despediu do amigo... Estava quase na hora do almoço... E ela tinha um assunto bem importante para resolver antes disso.

Ela chegou ao salão principal rezando para que George não tivesse lá ainda, mas não foi bem isso o que aconteceu. O garoto foi ao encontro dela assim que ela colocou os pés lá.

- Amélia! Agora você vai me falar exatamente o que está acontecendo!

Ela suspirou, segurou o garoto pela mão e o levou para fora do castelo. Caminharam até chegar à sobra de uma vasta árvore, onde se sentaram. Ela respirou fundo e tomando coragem disse:

- Então? - Ele exigiu.

- Bom, George, é que... Sabe? Eu e você? Eu não estou me sentindo...

- O que, Amélia?

- Olha, não é você! O problema sou eu! - 'o que não deixa de ser verdade, já que eu não suporto a sua aparência'.

- Amélia... - Ele suspirou e riu - Sabe, quem te ouve falando assim até pensa que você está acabando o nosso namoro!

- É exatamente isso que eu estou fazendo!

O garoto arregalou os olhos, num misto de surpresa, tristeza e raiva.

- Mas... Nós... Era tão bom... Não era? Por que?

- Assim... - 'porque eu sou fútil e não quero namorar uma acne ambulante.' – Sabe, nós passamos muito tempo separados! - 'e você comeu muito chocolate' - e o que sentia por você esfriou!

Ele a olhou, descrente e inconsolável. Ela o olhou sentindo um pouco de pena, um pouco de alívio. Tentou consolar o ex.

- Olha, você foi o meu primeiro namorado! Foi só um namoro de colégio! Você não pensou que seria para sempre, não é?

Ele a olhou, agora descrente e indignado.

'Oooooooooooooops! Ele pensava que ia ser para sempre!'

- Aaaaaaaaaaaaai... Desculpa! Você realmente pensou que seria para sempre?

Ela mordeu o lábio. Ele se limitou a se levantar e sair, sem dizer uma só palavra à Amélia.

'Mau dia!'

Meio cabisbaixa Amélia voltou para o salão. Todos já almoçavam. Ela se sentou num cantinho junto de Remo, Sirius e Tiago (e Pettigrew, mas esse não conta), que sorriam exultantes.

- Você é minha heroína! - Sirius disse. Ela o olhou, interrogativo.

- Por que?

- Por que? - Tiago respondeu - Você se transformou de uma garota respeitosa para uma aluna abusada! - Vindo de qualquer outra pessoa, essa frase seria interpretada como um insulto - Você está cada vez mais interessante, Amélia!

- Só falta ser solteira!

Pettigrew tinha falado. Ela, que antes ria, fechou a cara imediatamente. O olhou com raiva.

- Em primeiro lugar, Pettigrew, não se meta onde não foi chamado. Em segundo lugar, o fato de eu ser solteira, ou não, não muda absolutamente nada para você, já que eu não teria nada com você nem que você fosse o ultimo homem na terra. E em terceiro lugar não fala mais nada. Eu estou solteira.

'O que está acontecendo comigo?'

Pettigrew se assustou com a grosseria de Amélia. E com razão. Mesmo que deixasse claro que jamais gostou dele, Amélia nunca tinha sido grossa. Sempre soubera respeitar... De vez em quando até chegava a rir das tentativas de piada dele! O garoto se calou. Um clima tenso se colocou entre os garotos por algum tempo. Rompendo o silêncio, Tiago disse:

- Então só falta parar de falar com Ranhoso e com Malfoy!

O sorriso do amigo era tão encantador e contagiante que era impossível não sorrir junto. Sirius continuou a descontrair.

- Quer dizer que você está solteira é? Se depender de mim, não por muito tempo!

XxXxXxX

O tempo foi passando rápido e, antes que Amélia pudesse perceber, já tinha chegado em meados de novembro.

Ainda não tinha se entendido com o Professor Dousset. Sempre que ela tentava participar de alguma maneira na aula dele, uma briga acontecia... E, normalmente, pegava uma detenção depois delas. Amélia, que não conhecia ainda o castelo direito, passou a saber a localização de tudo - desde a sala de Dumbledore, até a sala dos troféus... Mas sempre estava acompanhada... Bem acompanhada! Ela não sabia por que, mas Severo, sempre que tinha uma discussão, se colocava ao lado dela e acabava em detenção também.

Ela estava conhecendo o amigo cada vez melhor... E ficar junto dele estava cada vez mais estranho. A proximidade era estranha. Amélia tinha uma queda por ele... Ela gostava dele mesmo. E tinha começado a achar que ele também gostava dela.

Quanto à escola... Bom, os professores pareciam estar obcecados pelos os NOMs. Dumbledore, inclusive, tinha chamado Amélia e Severo para conversarem várias vezes, implorando para que os amigos mudassem o seu comportamento durante as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas. Claro, ela disse que se garantia nessa matéria.

Mas a verdade era a que Amélia não se importava muito com os NOMs... Nem um pouco, aliás! Guardava toda a sua preocupação para o quadribol!

XxXxXxX

Mas um treino de Quadribol estava chegando ao fim. Ela tinha sido formidável! Frederick Schwartz não parava de cobrir Amélia de elogios. Ele reuniu o grupo.

- Nós estamos ótimos! A Sonserina simplesmente não tem chances contra nós no próximo jogo! Eu estou falando sério! É só vocês todos continuarem assim! Tiago espero que você pegue o pomo tão rápido quanto fez hoje! Estão dispensados! - Amélia segurou a vassoura e se virou, quando escutou - Amélia, você fica! Eu preciso conversar com você!

'O que foi que eu fiz de errado dessa vez?'

Ela se virou, mas não estava tão apreensiva... Sabia que, qualquer coisa, era só ameaçar sair do time e ele voltava atrás e pedia desculpa. Ela se aproximou. Ele parecia perturbado.

- Fred? Aconteceu alguma coisa?

- Er... Amélia será que... Você poderia me dizer... Er... Se... Você... - Ele corou e abaixou a cabeça – estasaindocomalguem?

- O que?

Ele a olhou nos olhos e disse, pausadamente.

- Você está saindo com alguém?

Ela perdeu a fala.

'O que será que esse menino quer?'

- Não. Não estou - ela respondeu um pouco apreensiva.

- Então... Quer dizer, no próximo fim de semana vai ter um passeio a Hogsmeade e... Bom, eu estive imaginando... Se você quer ir comigo?

Isso a pegou de surpresa... Amélia pensou que notaria se Frederick tivesse algum interesse nela... Mas não. E ele era bonito, popular e capitão do time! Tudo que qualquer garota poderia querer, mas... Mas ela tinha uma inegável queda por Severo, e só de pensar que ele pudesse ter uma quedar por ela já a fazia não querer nada com garoto algum... E, além disso, tal Schwartz fosse o último garoto na face da terra com quem ela pensaria me ter um qualquer coisa. Ela suspirou.

- Eu... Eu acho que tenho que pensar um pouco!

- Tudo bem! Amanhã é o nosso próximo treino... - Ele deu um sorriso amarelo - Você me dá a resposta, então.

- Tá! - ela esboçou um sorriso e saiu correndo.

Não sabia o que fazer. De um lado tinha Severo - o melhor amigo. Ela gostava dele... e achava que ele gostava dela! Mas como dizer isso? Ela jamais diria nada a ele. E sabia que ele também não diria nada a ela, caso sentisse alguma coisa. Nunca! De outro lado, Fred - o capitão do time. Gostava dela. Era cobiçado. E... Bom, só gostar dela já era uma boa coisa!

No fim, ela decidiu que falaria com Severo sobre o convite. Se ele mostrasse algum ciúme ou coisa parecida, tentaria fazer com que ele visse que ela gostava dele. Se não... Bom, se não, sairia com frederick, mesmo... Talvez...

E ela aproveitou para falar com Severo numa detenção gentilmente aplicada por Dousset.

Limpar o corujal sem nenhum tipo de magia era uma tarefa, no mínimo, cruel.

'Se Dousset soubesse como isso é nojento, não passaria essa detenção nem para mim!'

Ela nunca tivera uma detenção tão horrenda... E não foram poucas!

Amélia e Severo já estavam lá há quase duas horas... E, quanto mais eles limpavam, mais sujeira aparecia... Os dois já tinham conversado sobre tudo... Menos sobre quadribol. Amélia estava quase implorando para que esse assunto chegasse, para que ela pudesse deixar “escapar” que Frederick tinha chamado ela para sair.

Mas, depois de tantas esperanças frustradas, Amélia já não conseguia nem prestar atenção no que o amigo dizia.

-...Foi muito emocionante quando...

- É! - Ela interrompeu ao ouvir a palavra emocionante – Tão emocionante quanto o amistoso Inglaterra vs Irlanda!

- Talvez não, mas, como eu ia dizer...

- Você soube desse jogo, Sev? - Ele a olhou com raiva. Odiava ser interrompido, e ela sabia... Mas não podia deixar o assunto morrer. Tinha que falar de quadribol! - É sério! A Inglaterra não ganhou por cinco pontos de diferença!

- Eu soube! Bom, depois do que eu t...

- Cinco pontos! Sabe, eu fiquei revoltada quando vi o jogo! – Ele abriu a boca para dizer algo. Antes que pudesse diferir qualquer desaforo, Amélia atirou. - Por falar em quadribol, sabe quem me chamou para sair? O Frederick!

Ele pareceu ter esquecido imediatamente o assunto anterior. A olhou, incrédulo. Ela mordeu o lábio, esperando uma reação. Passando o choque, ele riu, sarcástico.

- Schwartz te chamou para sair? Piada!

Ela estreitou os olhos, irritada.

- E por que ele não me chamaria? - Ela perguntou, um pouco mais grossa do que pretendera.

- Você me entendeu errado. - ele a olhou, como se o que tivesse acabado de querer dizer fosse a coisa mais obvia. - Ele querer te chamar é normal. Agora, ele realmente te chamar... Isso sim é piada!

'Isso foi um elogio?'

XxXxXxX


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