A assassina I - Hogwarts, Uma Outra História escrita por GabrielleBriant


Capítulo 10
Professor Dousset




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CAPÍTULO X – PROFESSOR DOUSSET

O olhar dele era... hipnotizante. Ela nunca pensou que alguém pudesse ter um olhar tão... maravilhoso... Que a fizesse ficar de pernas bambas só pela mera... 'Ai, Merlin...' Ele também estava mais alto que ela... Bem mais... Atrativamente mais alto. Amélia se pegou sem palavras... e sem fôlego também.

- Amélia.

Ele disse, acenando com a cabeça. A voz dele também tinha mudado... e para melhor, ela tinha que admitir... Aliás, Amélia tinha que admitir muita coisa... Por exemplo, que estava atraída pelo melhor amigo. Ela começou a abrir e fechar a boca, mas não conseguia emitir som algum.

- Amélia, você vai ficar aí parada ou vem comigo? Augusto já está no trem. Eu não pretendo demorar muito para chegar lá!

Ela, ainda incapaz de emitir qualquer som, se limitou a assentir e o seguir. Depois de alguns passos, ele quase gritou.

- Onde você estava com a cabeça para me chamar por aquele apelido idiota na frente de todos?!

'Certo! Tem algo muito estranho aqui!'

Ela não se recordava de nenhuma vez, exceto essa, que tivesse gostado de ter alguém gritando com ela. Ela não sabia explicar, mas... Parecia ser o conjunto... A expressão facial que ele fazia quando zangado e a mais nova e surpreendente voz. 'Wow...' Ela suspirou.

- Estava tentando me livrar do meu namorado!

- Então você também percebeu que ele não é mais exatamente o que ele era antes, não é verdade? - Ele disse, com um sorrisinho sarcástico no rosto, que ela tratou de ignorar.

- Verdade! Severo, você acha que eu serei muito fútil se acabar o namoro com ele?

- De maneira alguma! - Uma voz atrás dela respondeu. Ela se virou. Era Sirius... e mais uma surpresa: ele estava lindo! - Aliás, acabar com ele seria um favor que você faria a todos em Hogwarts!

Recuperada do susto, Amélia sorriu. Quando ia abraçar o amigo, Severo rosnou:

- Quer nos deixar em paz, Black?

- Ninguém falou com você, Ranhoso, então, cale a boca!

- Nós estávamos no nosso caminho, quando você se intrometeu na nossa conversa. Portanto, ninguém falou com você, Black!

- Vá lavar seu cab...

- VOCÊS DOIS! QUEREM PARAR? - Amélia gritou, antes que as varinhas fossem puxadas. Eles se calaram e passaram a dar atenção a ela. - Ótimo! Sirius, Tiago e Remo devem estar te esperando. Quando chegarmos a Hogwarts, eu falo com vocês. Severo, vamos logo, em paz!

Ela jamais pensou que controlar os amigos fosse tão fácil. Como cachorrinhos, eles obedeceram... e ela gostou. Logo estavam no trem. E lá, mais uma surpresa: Augusto e Bellatrix estavam juntos. Claro que Amélia foi perguntar a Augusto o que seu amigo mais lindo, rico e simpático estava fazendo com a bruaca da Bellatrix... Surpreendentemente, ele disse que gostava dela. De verdade.

Ao chegar em Hogwarts, ela foi direto falar com os amigos grifinórios. Entre eles estava o não tão amigo Frederick Schwartz.

- Amélia! Como é bom te ver!

Desde a quase saída de Amélia do time de quadribol, Schwartz tinha se tornado o cara mais gentil e amável do mundo com ela. Sempre estava procurando a ajudar e a agradar... E embora achasse tudo muito estranho e não visse as gentilezas do garoto com bons olhos, Amélia adorava.

- Fred! Você vai continuar com o time esse ano, não?

- Vou sim! Os NIEMS que se danem! Eu não preciso ser inteligente para jogar quadribol, não é mesmo?

- Não, acho que não!

Na mesa, ela se sentou com Lílian e as garotas estudiosas. Depois de tanto tempo separadas, elas, naturalmente, sequer ouviram o que o diretor falou. Simplesmente não conseguiam parar de falar.

- Mas, Amélia, você já viu seu namorado? Ele está um tanto diferente...

- É, eu acho que ele andou exagerando no chocolate! - Ela respondeu, muito bem humorada, pra quem estava considerando acabar o namoro há apenas uns minutos.

- Ele não é mais o queridinho das meninas... - Rhiana comentou.

- Nem o meu. - As meninas ficaram surpresas com o que Amélia disse. Ela sentiu que deveria se explicar. - Ficamos muito tempo sem nos ver. Sabe... Perdeu o encanto! Ele foi o meu primeiro namorado... Eu acho que já está mais do que na hora de conseguir o meu segundo!

Boquiabertas, ela encararam Amélia. É claro que estavam pensando que ela só queria terminar o namoro por causa da aparência asquerosa do namorado... Mas isso não era verdade... Quer dizer, Amélia queria acreditar que aquilo não era verdade.

'Ah, que se dane!'

Ela era muito nova! Tinha apenas quatorze anos! Podia se dar ou luxo de ser fútil! E era isso! Não poderia continuar um namoro no qual não conseguia nem olhar para a cara do namorado! Mas ela deixaria isso para amanhã... Hoje, só queria dormir.

Estava subindo para o dormitório quando Tiago a chamou. Só então ela percebeu que ainda não tinha falado direito com ele... Nem Sirius... E nem... 'Onde está Remo?'

- Remo já foi dormir?

Os dois amigos (e Pettigrew) começaram a se olhar, como se estivessem considerando se deveriam ou não contar um segredo grave à Amélia. Depois de um tempo, Sirius deu a ela um sorriso amarelo e disse.

- Ele só vem amanhã!

Ela até pensou em perguntar a eles o que estava acontecendo, mas achou melhor não. Eles não contariam nem sob tortura, mesmo, ela sabia. Decidiu esquecer o assunto e fingir que nada tinha acontecido.

Ela estava com sono, sim, mas, ao invés de ir dormir, passou a noite inteira conversando com Sirius e Tiago (e fazendo questão de cortar Pettigrew todas as vezes que ele tentava entrar na conversa). A noite passou rápido, e ela logo estava caminhando para o que ia ser a primeira vez que terminava um relacionamento.

Amélia se levantou e começou a se encaminhar, um tanto cabisbaixa, para a mesa da Lufa-Lufa. Ela estava tranqüila... Até a hora de acabar o namoro se aproximar... E como tinha sido rápido. Ela ia se aproximando... Sentindo-se como uma vaca indo ao matadouro... E tinha certeza que Zwingli concordaria com a parte da "vaca".

O pior é que já não sabia se queria acabar tudo... O tempo que ela passou com George foi, de fato, maravilhoso. Ele era carinhoso, compreensivo, simpático... Mas, ao ver a espinha enorme que ele carregava no nariz, Amélia voltou a ter certeza da sua decisão. Tomou fôlego e foi até ele.

- George, nós precisamos conversar.

Ela estava séria, e rezava para que ele percebesse isso. Mas, contrariando as suas expectativas, George abriu u largo sorriso.

- Amélia! Você mal falou comigo ontem, meu amor!

O garoto se levantou, passou o braço na cintura de Amélia e deu um beijo estalado no rosto dela. Ela tentou se desvencilhar ao ver as bolsas de sebo verde se aproximarem, mas não conseguiu.

- Você quer tomar café aqui, comigo?

- NÃO! - Ela disse alto e rápido demais.

- Amélia, o que está acontecendo? - ele finalmente tinha ficado sério. Ela sentiu que não conseguiria conversar no momento... Tinha que fugir... A sorte é que ela viu passar...

- REMO!

Ela respirou aliviada ao ver o amigo. Sabia que tinha que terminar, mas a verdade é que ainda não tinha pensado como! Precisava de um pouco de tempo... E Remo era a desculpa de uma fuga perfeita.

- Sabe, Remo não parece muito bem... Mas eu falo com você antes do almoço, certo?

- Tá - Ele respondeu, confuso.

Ela quase correu para a mesa da Grifinória. Sentou-se ao lado de Remo.

- Eu não te vi ontem - Ela disse, enquanto passava um pouco de geléia numa torrada. - O que aconteceu?

- Eu tive alguns problemas.

Ela olhou para as expressões faciais do amigo com preocupação. Ele parecia estar extremamente cansado... As olheiras eram profundas, como as de alguém que tivera uma grave insônia na noite anterior. E dava para ver algumas manchas roxas também... E ele tinha um enorme arranhão no rosto. Ela franziu a testa.

- Remo! Você está péssimo! Não acha que deveria ir à enfermaria?

- Já fui. - Ele a olhou, como se implorando para que as perguntas parassem por ali. Ela respeitou e se manteve calada, embora a expressão preocupara jamais deixasse seu rosto - Eu estou bem mesmo, Amélia!

Ela assentiu. Não faria mais perguntas. Sabia que o segredo que o amigo carregava era tão sério que ela não tentaria descobrir. Mordiscou a torrada.

Primeiro dia do quarto ano em Hogwarts. Para começar, Amélia teve dois tempos de Aritmancia com professor Akward. Depois, História da magia, com o fantasma Binns. Então um tempo de defesa contra as artes das trevas.

Ela entrou na sala pronta para ouvir a voz sinistra do professor McSueyd, mas, ao entrar, Amélia se deparou com um velhinho envergado que poderia ser a bruxa da branca de neve, não fosse ele um homem.

- Entrem todos! Fiquem à vontade! - O velho sorria. Aquilo suspeitava Amélia, deveria ser um sorriso simpático, mas causava inexplicáveis arrepios a ela. - Vamos! Vocês já estão atrasados!

Ela se acomodou ao lado de Lílian. Olhou mais uma vez para o velhinho. Levantou a mão.

- Sim, Srta...?

- Lair. Quem exatamente é o senhor?

- Acho que você é uma daquelas alunas que se acham boas demais para prestar atenção aos recados dados durante a cerimônia de seleção, estou certo, Srta Lair?

'Grosso!'

- E...

- Foi o que eu pensei. - O sorriso do velhinho desapareceu e deu lugar a uma expressão quase esquizofrênica. Amélia afundou na cadeira - Se por acaso tiver mais algum desocupado que não tenha ouvido o diretor falar, eu sou Napoleão Dousset - Ele disse o seu nome com um orgulho exagerado. A maneira que o seu peito estava estufado quase lembrava a postura do verdadeiro Napoleão. - O seu novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

'Ótimo! Um lunático por outro!'

Ela sentiu antipatia pelo professor. Sabia que enquanto ele ensinasse, não teria paz. E tinha certeza de que não daria paz a esse professor.

- Mas alguma pergunta, Srta Lair?

Ela baixou os olhos. Tinha que ficar calada, ou acabaria arrumando uma confusão... Mas...

'Talvez eu queira arrumar uma confusão'

- Na verdade, sim! - Ele a fuzilou com o olhar. Ela manteve a cabeça erguida, não deixando se intimidar. - Porque Professor McSueyd não vai nos ensinar esse ano?

- McSueyd foi fazer um curso na Finlândia. Volta em dois anos, mas, até lá, eu já terei conquistado o cargo completamente. Logo, Lair, acostume-se. - Ele arreganhou os dentes mais uma vez, numa tentativa frustrada de sorriso - Algo mais?

'Isso vai ser divertido'

- Sim! Primeiramente, é Srta Lair. Sinceramente, professor, sua mãe não te ensinou boa educação, não? Ah, você já deve ter esquecido! Em segundo lugar, você é mais capacitado que professor McSueyd? Quer dizer, o cara era um gênio!

Uma veia apareceu na testa do velho. Ele começou a suar.

- Eu tenho certeza que tenho muito mais experiência que professor Sueyd! - Ele disse, com os dentes cerrados. Amélia cerrou os dela para evitar que a gargalhada saísse.

- Disso eu não duvido, senhor!

- Você está me chamando de velho?

O velho professor ficou vermelho. Lílian deu um leve beliscão no braço de Amélia, mas ela não se incomodou. Embora a grande maioria dos grifinórios estivesse apreensiva, ela estava se divertindo bastante!

'Esses grifinórios não sabem se divertir!'

- Mais uma vez professor, devo-lhe chamar atenção à sua educação. O senhor não deve me tratar por você, e sim por Srta Lair. E, te respondendo, eu não estou te chamando de velho, professor! De maneira nenhuma! Eu tenho certeza que a sua aparência é essa devido a um feitiço que não deu certo! - Fortes gargalhadas foram ouvidas dos sonserinos. Lílian apertou a mão dela - O que nos faz voltar à questão que nos trouxe a essa discussão: Você é mais qualificado que o professor McSueyd?

Ele a olhou, olhos vermelhos de fúria. Ela estava adorando!

'Merlin, o que está acontecendo comigo?'

- A minha aparência não é essa devido a um feitiço! - O lábio de Amélia se curvou num inevitável risinho de deboche. - Eu não sou velho, Srta Lair! Eu sou experiente e sábio!

- Muito bem, Sr Ancião! - O lábio dele crispou - Eu realmente acredito que a idade traga sabedoria. Mas só o conhecimento prático! Como o senhor pretende nos ensinar como se defender de bruxos das trevas, se o senhor não consegue nem se livrar de uma simples aluna atrevida?

Com essa colocação, todos se calaram.

'Agora você está ferrada, Amélia. Foi longe demais'

Dousset caminhou a passos largos até Amélia. Colocou os braços pesadamente na mesa e se inclinou. Ela manteve a cabeça erguida e se policiou para nunca desviar o olhar. Ele disse lentamente, controlando a voz.

- Lair... Você... Deve-me... Respeito!

- Srta Lair! - Ela corrigiu calmamente. O velho perdeu a calma aparente

- DETENÇÃO, SRTA LAIR! COM FILCH! E EU QUERO UMA REDAÇÃO SOBRE O ÚLTIMO CAPÍTULO DO LIVRO, SEJA ELE QUAL FOR! CINQUENTA CENTÍMETROS! PARA A PRÓXIMA AULA! E SAIA DA MINHA VISTA!

Calmamente, sem alterar a respiração, ela se levantou. Sorriu pra Dousset, simpática.

- Será um prazer, professor!

Ao chegar na porta, ela se virou, atrevida.

- Ah! Professor Dousset! É Sr Filch!

- SAIA!

Ao chegar no lado de fora, ela quase explodiu de tanto rir. Nunca tinha sido tão atrevida na vida... E tinha adorado! Ela sabia que não estava nada certo aborrecer um senhor de idade... Mas... tinha sido tão bom! É, talvez ela não fosse a pessoinha boa que pensava ser...

'Sou boa sim! Tudo foi culpa daquele velho inútil que foi grosso comigo!'

Pouco tempo depois, a porta da sala volta a se abrir. Severo estava saindo dela.

- O que...?

- Eu achei que você poderia precisar de companhia na detenção!

- Sev... O que você fez?

- Eu apenas disse que era um péssimo exemplo perder a cabeça... E que você estava certa

- E ele te expulsou só por isso?

- Não! Ele foi me dar à resposta e me chamou de Snape... Eu te imitei e disse 'É Sr Snape'. Bom, não precisou de mais nada!

Eles começaram a rir e, quase que num impulso, ela abraçou o amigo. Ele parou de rir. Prendeu a respiração, ela percebeu... E só então viu o que estava fazendo... E era tão bom...

'Ótimo! Eu, definitivamente, tenho uma queda por ele.'

Tratou de se afastar dele imediatamente. Ele desconversou.

- É melhor irmos para a Sonserina, adiantar a redação.

- Ele também...

- Também! - Ele a olhou por um tempo - Sabe, Amélia, eu acho que o chapéu seletor cometeu um erro com você!


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