A Garota da Capa Vermelha escrita por GillyM


Capítulo 24
Pontos Finais


Notas iniciais do capítulo

cada um escolhe seu caminho, permanece com sua dor e cria suas próprias esperanças. O destino pode ser mudado, mas uma vez escolhido, se torna inevitável.



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Quando acabou o lençol estava rasgado e coberto de sangue, seus corpos foram marcados pelo desejo desenfreado de ambos, havia dor e agonia em seus corpos. Valerie estava deitada sobre Henry na cama, ela encostou sua cabeça no peito frio dele e tocava sua pele gelada. Henry a observava enquanto brincava com uma mecha do seu cabelo, aquele momento parecia tranqüilo, mas apenas parecia, pois aquele silêncio era apenas uma desculpa para não conversarem.

Faltava apenas duas horas para o por do sol, e Valerie sentia-se ainda mais cansada, todo aquele envolvimento havia a esgotado por completo, como se acabara de sair de uma intensa luta. Ela relutou ao perceber seus olhos se fechando.

- Um cochilo de poucos minutos fará bem a você – Henry disse ao perceber o cansaço de Valerie.

- A noite já está chegando – Ela disse sem olhar para ele.

- Então aproveite os minutos restantes – Ele completou.

Valerie se deixou levar, os movimentos dos dedos de Henry em seu cabelo, a deixava ainda mais vulnerável ao sono, por um segundo ela se esqueceu da noite que chegava, e adormeceu nos braços dele.

Os poucos minutos que Valerie adormeceu, Henry ficou a pensar, desta vez o que mais lhe preocupava era o bebe que ela gerava. Ele temia as conseqüências que este nascimento resultaria, e depois de muito pensar tomou uma decisão perigosa, mas necessária.

Aquela criatura não poderia nascer, mas dizer isso a Valerie resultaria na separação de ambos, ela jamais concordaria em interromper aquela gestação, por isso Henry decidiu colocar um fim a tudo aquilo. Enquanto humana Valerie era vulnerável aos seus poderes, ele poderia manipulá-la, enganá-la, persuadi-la da forma que quisesse, usar seus poderes sobre ela não era algo que ele aprovasse fazer, mas isso era necessário, e já que ele os tinha, sentiu o dever de usá-los.

Henry aproveitou que Valerie estava entregue a um sono profundo e a deixou por alguns minutos, ele procurou Tina e pediu para que ela prepara-se um chá ainda mais forte de verbena, ela o questionou, mas logo compreendeu as intenções de Henry, então ela preparou o chá sem hesitar.

Repentinamente Valerie acordou e afastou-se, Henry estava deitado ao seu lado como se nunca houvesse a deixado, seu sono foi tão profundo que ela nem reparou sua ausência por alguns minutos.

- Algo errado? – Ele perguntou confuso.

– Sim – Ela disse ao se levantar e se enrolar no lençol rasgado – O sol está se pondo!

Valerie correu para fora da casa e entrou na floresta, Henry se vestiu rapidamente e foi atrás dela. Ela parou numa arvore e apertou fortemente a barriga.

- Você precisa de verbena – Henry a alertou e voltou rapidamente com a xícara de chá de verbena.

- Isso está verde demais – Ela resmungou ao olhar para xícara – Não está muito forte?

- Não, está na medida certa – Ele disse ao encará-la firmemente – Beba!

Valerie não conseguia desviar seus olhos do olhar hipnotizante dele, por alguns segundos ela hesitou ao colocar a xícara em seus lábios, mas quando Henry a pediu novamente para beber, ela bebeu rapidamente e quando terminou jogou a xícara para longe.

Ela olhou para o céu e viu o sol indo embora.

- Fique longe de mim Henry, pois quando sou um lobo, eu te odeio mais que te amo – Ela o advertiu antes de correr novamente – Não sou tão forte quanto você.

Henry não a deixou partir, apenas a deixou se afastar um pouco, ele ficou a observar friamente todo o seu processo de transformação, logo ele sentiu sua mente mudar.

A tarde que passara com Henry despertou ainda mais seus instintos primitivos, o cheiro dele que ficou impregnado em seu corpo a deixava ainda mais enraivecida, ela queria se livrar daquele cheiro de qualquer maneira. Quando se tornou um lobo ela ficou ainda mais feroz, e ao se lembrar do toque dele e do sabor de seu sangue, ela se descontrolou por completo e ao senti-lo próximo, ela o atacou violentamente.

Henry não sabia como se defender, ela estava cega e descontrolada, qualquer força que ele usa-se contra ela poderia ferir, e ele não suportaria tal coisa. Mas em contradição, cada fibra do seu ser queria matá-la, queria rasgar sua pele e se satisfazer dela.

Valerie o acuou sobre uma rocha, sua natureza vampiresca estava cada vez mais presente e influente em seu corpo, ele não se controlaria por muito tempo. Ele se esquivou da maneira que podia, e a cada instante ficava mais forte e cego de ódio, o contato com seu Pêlo lhe causava repulsa. Não demorou muito para que ele perdesse completamente o controle de seus atos, ambos se atracaram brutalmente floresta adentro, sedentes pelo sangue um do outro, feroz como duas bestas.

O tempo transformaria Valerie em um lobo destemido e temido por todos, tanto vampiros, quanto humanos e outros lobos, assim como Henry também seria, mas naquela situação, Valerie perderia certamente aquela luta, pois sua inexperiência a atrapalhava.

No meio do confronto ela parou, pois um novo cheiro que pairou no ar a distraiu.

- Corra! – Henry gritou a Tina que se aproximava.

Valerie logo correu ao seu encontro, mas Tina não hesitou, ela ficou parada vendo o lobo se aproximar com muita sede. Valerie se lançou sobre ela, mas Tina já estava prepara, ela levava consigo um punhal bem afiado, feito de prata e benzido pelo padre da igreja do vilarejo.

Tina a feriu na barriga, o corte da prata lhe causou uma dor insuportável. Mesmo ferida Valerie não desistiu, se voltou contra ela e a atacou brutalmente, Tina não tinha todas as características de uma vampira, mas era veloz e usou esta arma para se livrar do lobo.

Henry se colocou entre elas e usou sua força para tentar parar Valerie, ao perceber que não poderia vencê-lo devido ao seu ferimento, ela desistiu e correu para longe.

 Henry tentou segui-la, mas Tina se colocou a frente dele.

- Por que fez isso? – Ele disse aborrecido a ela.

- Para te salvar! – Ela respondeu rispidamente – Você poderia matá-la, mas não faria isso, então ela iria matar você.

- Então resolveu matá-la antes? – Henry rebateu.

- Eu só a afugentei – Ela contestou – Se eu a quisesse morta, teria acertado o coração dela.

-Mas se machucá-la novamente, machuco você também. Então se quiser ainda ter minha consideração, não meta-se nisso – Henry a intimidou e olhou para ela com os olhos sombrios.

- Eu estava certa – Tina disse antes dele partir – Sua obsessão por ela se assemelha a de Damon.

- Damon era movido por vingança – Henry respondeu – Eu sou movido por outra coisa.

- O mesmo amor que te move... Move a mim também – Ela lamentou.

- Então não deixe esse amor te cegar a ponto de ficar como Peter – Ele rebateu.

- Não deixe o seu amor o cegar a ponto de condená-la – Tina disse se supetão – Você viu que não pode se controlar, se obrigá-la a ficar por perto, você a matará.

Henry não respondeu, apenas deu de costas e ignorou a presença dela, Tina não disse mais nenhuma palavra e irritada voltou ao vilarejo.

ENQUANTO ISSO...

Valerie correu para o mais longe que conseguiu, a dor do ferimento em sua barriga estava insuportável, ela sentia que algo muito ruim estava a acontecer, seu filho estava morrendo dentro de sua barriga. A prata fora fatal ao feto, principalmente associada a verbena que ela havia tomado momentos antes, mas para ela, apenas Tina era responsável por aquela perda brutal, ela não podia imaginar que o chá que havia tomado, também fora uma dose letal ao seu filho.

As fortes dores que sentia e o sangramento intenso de sua barriga obrigaram-na a procurar um ligar seguro e acolhedor, ela não teve duvidas de onde seria, ela voltou a antiga cabana de sua avó, o único lugar que conhecia, mesmo sabendo que seria fácil de ser encontrada por Henry.

Quando Valerie chegou a cabana ela não quis deitar-se na cama, pois mesmo que acolhedor, ainda era um lugar onde ela estaria vulnerável a todos, ela parou em frente a lareira e ficou observando seu sangue formar uma possa no chão, assustada ela então saiu da cabana e procurou um lugar ao redor, os ferimentos em sua barriga já começara a fechar-se.

NA MANHA SEGUINTE...

Quando amanheceu Henry seguiu o cheiro de Valerie facilmente, mas para ele não era preciso disso, ele sabia para onde ela iria, a velha cabana era o único lugar que ela se sentia em casa.

- Valerie? – Henry a chamou quando não a encontrou na cabana. Ele se assustou em ver a quantidade de sangue que estava no chão ao redor da lareira.

Ele foi para frente da cabana, onde seu cheiro estava mais forte.

- Sei que está aqui! – Ele gritou – Posso sentir seu cheiro.

Ele percorreu todo o perímetro da casa até encontrá-la, ele ficou surpreso ao avistá-la. Valerie em sua forma de lobo cavou um buraco no chão logo abaixo da cabana, ela se deitou nele e permaneceu o restante da noite. Quando Henry a encontrou, ela já estava em sua forma humana, ela estava encolhida e segurando sua barriga com as duas mãos, a neve que estava ao seu redor derreteu-se com o calor que vinha do corpo dela.

Henry se abaixou e afastou o cabelo de seu rosto, seus olhos estavam inchados. Ele percebeu que ela estava deitada sobre uma grande poça de sangue, então ele a carregou nos braços e a levou para a cabana.

- Você vai ficar bem? – Henry disse ao ver o enorme corte ainda aberto na barriga de Valerie.

- Ela matou meu bebe! – Valerie disse aos prantos.

- Não pense nisso! – Ele a interrompeu – Você já não está tão ferida.

- Ele morreu dentro de mim – Ela chorava desesperadamente – Eu não consegui parar.

Valerie chorava inconsolável e seus ferimentos curavam-se muito lentamente,  pois em sua forma humana todo o processo se retardava. Para amenizar sua dor, Henry logo ofereceu seu sangue, faminta ela agarrou seu braço e sugou todo o sangue que podia.

Ao ver que o sangue que ela bebera já fora suficiente, Henry puxou a mão, mas ela não queria largá-la, ela cravou ainda mais seus afiados dentes para obter mais sangue. Para se livrar dela, Henry puxou mais uma vez e a afastou com a outra mão.

- Controla-se! – Henry ordenou.

Ele a deitou na cama, ela se encolheu e fechou os olhos firmemente e ficou algumas horas na mesma posição em silencio. Momentos se passarão e Valerie estava completamente recuperada, nos lugares dos ferimentos ficaram apenas cicatrizes, mas ela continuava a chorar e a lamentar-se do fato ocorrido. Ela pediu para que Henry a deixasse só, e ele aceitou seu pedido. Porém, não a deixou sozinha totalmente, ele ficou a espreitá-la do lado de fora.

Ele ficou a pensar no que havia ocorrido, ele jamais a deixaria saber que ele a obrigou a beber o chá, por um momento começou a perceber que aquele fato não o incomodava como antes, ele estava convicto de que fez o necessário, mesmo que talvez não fosse a coisa certa.

DAGGERHORN...

- O que faz aqui Peter? – Tina assustou ao vê-lo no vilarejo.

- Eu voltei! – Ele a notificou.

- Ninguém o quer aqui, vá embora! – Ela ordenou a se colocar a frente dele.

- Sei o que você é do que você é capaz, mas não brinque comigo, pois como um lobo mato você rapidinho – Ele a ameaçou.

- Mas agora você ainda é um humano – Ela retrucou irritada – O que está planejando?

- Eu cometi o erro no passado de deixar Daggerhorn, então não novamente – Ele explicou ao andar até o centro do vilarejo, Tina o acompanhou – Estas pessoas terão que conviver comigo e com você.

- O que vai fazer? Vai me entregar? – Ela disse preocupada – Não pode fazer isso.

- Daggerhorn não é mais um vilarejo desconhecido – Peter a alertou – O que fará quando mais de mim e mais de você chegar aqui?

Tina se calou ao pensar na possibilidade.

Os moradores de Daggerhorn ficaram apavorados com a presença de Peter, mas isso não incomodou a ele.

- Senhores e Senhoras moradores! – Peter gritou em meio à praça central do vilarejo.

Aqueles que estavam nas ruas ficaram paralisados ao escutá-los, aqueles que estavam em suas casas, trancaram as portas e janelas e o observava através das cortinas.

- Como já devem suspeitar... Sim, eu sou um lobo! – Ele gritou para todos o ouvirem.

-O que está fazendo? – Tina o contrapôs.

- Não tenham medo de mim – Ele continuou – Eu não sou um lobo ruim como aquele que vocês já conhecerão. Para dizer a verdade eu até os protejo.

Ninguém ousava interrompe-lo.

- Eu estava disposto a ir embora... Mas não posso! – Ele respirou fundo e prosseguiu – Pois se eu for, todos vocês ficaram em perigo, há muito mais nesta floresta que apenas lobos, e enquanto eu estiver aqui, vocês estarão seguros, mas se eu for não haverá ninguém para protegê-los.

Tina logo entendeu o que Peter estava a dizer, com toda a batalha que acontecera na vila, muitos lobos e vampiros iriam aparecer para conhecer de perto o vilarejo, trazendo dor e morte aos moradores. Sozinha ela não seria capaz de proteger a todos, mas com a ajuda do lobo, mesmo que não fosse constante, seria muito importante.

- Há muito tempo um lobo viveu entre nós! Aterrorizando-nos. Não precisa ser mais assim! – Tina gritou a todos.

Peter a olhou incrédulo.

- Muitos moradores já se foram, mas muitos não têm mais aonde ir e sabemos que outros monstros viram – Ela prosseguiu – Peter está disposto a nos proteger e nós não estamos em condições de recusar ajuda.

Logo a mãe de Henry se pronunciou.

- Como ficaremos seguros com a presença dele?  – Ela retrucou – Como ele se alimentará nas noites de lua cheia?

- Da mesma forma que antes – Peter respondeu – Eu só preciso de animais.

Os moradores ficaram alarmantes ao ouvir as palavras de Tina e Peter.

- Vá embora, não confiamos em lobos! – Uma voz ecoou d uma das casas.

- E quando os vampiros chegarem? Em quem vocês confiaram? – Peter retrucou.

Ninguém respondeu, mas todos cochichavam entre si. Peter se moveu a se aproximou de uma senhora que segurava aterrorizada a mão de sua filha ainda criança. Peter estendeu o braço em direção a ela.

- Toque! – Ele ordenou – Não vou machucá-la, apenas toque!

Apavorada a jovem senhora o tocou, sua mão estava tremula demais, então Peter a segurou firmemente.

- Veja! – Ele disse a ela – Sou um humano como você, posso morrer também!

Ela ficou imóvel e em silencio. A criança que estava ao lado dela, uma pequena garotinha, se aproximou e o tocou curiosa, ela não entendia o que estava acontecendo, apenas sabia que tinha que temê-lo por algum motivo.

- Ele é quente mamãe! – Ela disse sorrindo.

- Sim, é sim querida – A senhora disse ao pegá-la no colo.

Logo as outras pessoas começaram a se aproximar curiosas.

-Será que ele não vai nos matar? – Cochichavam duas senhoras que também estavam próximas dele.

- Não se preocupe, ele não fará mal a ninguém! – Tina gritou.

As pessoas se aproximavam ainda mais, algumas muito curiosas, outras completamente apavoradas, outras pessoas saíram de suas casas para conferir de perto e Tina logo sentiu que o medo das pessoas estava se tornando curiosidade.

- Acho que precisamos nos reunir na igreja! – Tina gritou.

Todos caminharam para a igreja, menos Peter que ficou a observar tudo de fora.

Muitas discussões aconteceram na igreja, alguns aprovavam e outros não, mas Tina conseguiu convencê-los de que existiam coisas muito ruins na floresta e nos vilarejos próximos, e ressaltou a importância de ter Peter por perto.

- Como pode nos pedir para deixar um lobo conviver conosco? – Uma senhora perguntou incrédula.

- Olhem ao redor. Não passamos de trinta moradores, quase fomos extintos daqui – Tina argumentou – Faremos como no passado... Se ele for alimentado, não nos ofereça riscos. Ele será um perigo apenas as criaturas que estiverem na floresta, ele poderá proteger o vilarejo com sua força. Nós estamos falando de Peter, que ficou em nosso meio por muito tempo.

- E matou nossos amigos também! – Um antigo lenhador que morava na vila contrapôs.

- Este lobo ao que o senhor se refere, não era o Peter – Ela explicou – Peter foi mordido ao tentar salvar uma jovem e a partir deste dia ele só ajudou a proteger a todos.

- E o que aconteceu com o outro lobo? – Outro morador perguntou.

- O outro lobo está morto – Ela avisou – Peter o matou.

As discussões não paravam e parecia não terminar nunca, Peter ficou apreensivo, pois não havia outro lugar para ir, ele não queria deixar o vilarejo em que cresceu e que conhecia tão perfeitamente. Após muitas horas, os moradores de Daggerhorn chegaram a um acordo. Tina foi ao encontro de Peter para dar a noticia.

- Não espere que seja bem vindo! – Ela o notificou.

- Não espero isso – Ele retrucou.

- Bem... As condições são as seguintes – Ela explicou – Você pode ficar, mas deverá morar aos arredores. Se algo ocorrer com um de nós, sofrerá as conseqüências e você não tem permissão para ficar andando tão próximo a nós.

- Você realmente conseguiu convencê-los? – Peter perguntou admirado e em seguida debochou – Que bom que você não foi tão persuasiva assim quando tentou nos matar para proteger a si própria.

- Cala-se! – Ela respondeu irritada, mas orgulhosa de si mesmo – E não faça mais besteiras! Onde ficará?

- Vou reformar a cabana onde Valerie estava e que você a encontrou e retirou todas as verbenas que coloquei – Peter riu.

- Bom para você! – Ela disse em tom de desprezo – Precisará de ajuda?

- Você esta me oferecendo ajuda? – Ele riu abismado com o comportamento dela.

- Eu sou veloz e mais forte e você é apenas um humano sem graça – Ela debochou – Vai querer ou não?

- Acho que você pode ser útil – Ele a olhou de cima a baixo e deu um meio sorriso.

- Nem pense cachorro! – Ela riu e o desprezou – Não sou para o seu fuço!

Peter riu de volta e se dirigiu a floresta.

- Vai ser assim? – Tina perguntou curiosa – O que fará com a Valerie?

Peter se entristeceu ao lembrar-se dela.

- Ela quer seguir um caminho – Ele lamentou – Eu vou seguir o meu. Nada disso é mais problema meu, e se quiser me ajudar pare de falar neste assunto.

- Tudo bem... Desculpa-me – Ela respondeu – Sei do que está falando.

- Você está dizendo que também se apaixonou por ele? – Peter perguntou perplexo – Qual é o problema de vocês mulheres?

- O mesmo problema que tínhamos quando você era o preferido – Ela retrucou – Não quero mais falar nisso.

Entre insultos e mais insultos, ambos continuaram a trabalhar na cabana durante todo o dia, preparados para viver suas vidas, mesmo que um pouco infelizes.

NA CABANA...

Antes que a noite caísse, Henry acordou Valerie que dormira um sono profundo durante o dia todo, ele havia lhe oferecido alimento, pois em sua forma humana ela tinha que viver da mesma forma que antes, pois sua fome era de alimento e sua sede era de água.

Valerie acordou ao toque de Henry e coçou os olhos para despertar mais rápido.

- Como está? – Ele perguntou calmamente.

- Bem – Ela respondeu friamente.

Henry se calou ao perceber que ela não queria conversar, o silencio se manteve por alguns instantes.

- Ainda não sei o que pensar – Ela disse o sentar-se na cama e abraçar os joelhos.

- Então não pense – Henry respondeu ao se encostar ao lado da janela do quarto – A lua está chegando.

- Não quero pensar nisso – Ela disse balançando a cabeça negativamente, tentando evitar os pensamentos.

- Você não tem escolha. O que fará? Vai impedir a lua de nascer? – Ele foi sarcastico – Nós temos que pensar, ou será uma briga de gato e rato como a noite passada.

Ela levantou irritada da cama.

- Eu sinto muito! – Ela disse aborrecida – Disse para ficar longe de mim. Por que não ficou longe de mim?

- Por que não quis, não preciso de razões para fazer o que quero – Ele replicou – Você é inexperiente ainda, não tem controle de si mesma.

Ela ficou a olhar para ele.

- Eu não estou disposto a abrir a mão de você – Ele se aproximou dela – Quero saber se posso esperar o mesmo de você.

- Se eu te atacar de novo? – Ela perguntou angustiada – E seu eu te matar?

- Está falando de quem? De você? – Ele disse e sorriu sarcástico e segurou seu queixo com uma das mãos – Você é apenas um lobo, não deve se preocupar com tanto!

Valerie com muito esforço conseguiu sorrir para ele, ela ainda estava triste e confusa sobre o que ocorrera na noite anterior, mas ela sabia de algum modo, que as coisas seriam mais pacificas desta forma, porém a raiva que sentia de Tina era muito grande e começou a sentir seu corpo tremer de tanta raiva.

- Esqueça Tina – Ele disse rispidamente – Isso acaba aqui!

- Por que acha que estou pensando nela? – Ela perguntou incrédula.

- Posso sentir a adrenalina no seu sangue – Ele disse ao olhar para o pescoço dela – Posso ler seu olhar agora, ainda mais que antes.

- Não pode me impedir – Ela retrucou.

- Sim, eu posso – Ele replicou e a olhou sombriamente – E farei sem hesitar. Então para de orquestrar planos de vingança em sua mente, porque não adiantará.

- Por que está a protegendo? – Ela se irritou.

- Não estou a protegendo, estou protegendo todo o vilarejo. Lembra-se de como me atacou ontem? O que acha que vai acontecer, quando um humano cruzar seu caminho?

- Ela não é humana – Valerie respondeu.

- Mas ela está entre eles e ficará assim – Ele segurou os braços dela e olhou dentro de seus olhos – Você não fará absolutamente nada.

Valerie quase se perdeu no olhar de Henry, mas rapidamente voltou a realidade, ela sentiu a superioridade na voz dele, e viu que ele estava certo, um dia quando estivesse no controle de sua própria situação, ela voltaria a Daggerhorn e encontraria Tina, mas naquele momento o melhor a fazer era esquecer e carregar a sua dor que logo passaria.

- O que faremos? – Ela perguntou preocupada com a noite que iria chegar.

- Como sou o ser mais evoluído, eu já pensei em tudo – Ele debochou mais uma vez.

- Você se acha melhor que eu? – Ela perguntou ofendida.

- Você não? – Ele perguntou e fez cara de surpreso.

Ela ignorou seu comportamento vampiresco de se achar a cima de todas as criaturas da terra e continuou.

- Então...

- Vamos embora para um lugar bem distante e desconhecido. Carne nova e sangue novo!  – Ele explicou irônico – E quando for noite de lua cheia, eu fico distante e impeço que se envolva em confusões.

Ela ficou pensativa por um instante, após os últimos acontecimentos, ela não pensará em deixar o vilarejo.

- É o único jeito de ficarmos em paz com o que nós somos – Henry explicou sério – Quando a noite cair, vamos correr pela a floresta, correr lado a lado, para o mais distante possível.

- E quando amanhecer? – Ela perguntou sorrindo.

- Então nós paramos e você poderá descansar, depois eu te devoro novamente – Ele se aproximou e cochichou em seu ouvido.


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Notas finais do capítulo

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