Entre Mares e Livros escrita por mille_crotti, kat_h


Capítulo 17
Só tenho uma coisa a dizer: dane-se!


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitorees!Milhões de desculpas pela demora, mas vamos recompensar vocês com um capítulo enormeeeee e cheio de emoções!Aaa e talvez alguns queiram nos mandar para o tártaro por causa de certos acontecimentos, mas antes de fazerem isso lembrem-se que essa fic ainda está longe de acabar então tem muita coisa para acontecer ainda!BeijosMille e KatCapítulo dedicado à MandyLove, Thaisy e Izabelle_Cullen, que nos deram nossa 5ª, 6ª e 7ª recomendação!



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Devo confessar que no momento do meu convite eu não pensava, simplesmente agia, movido pela adrenalina do momento. Mas agora que essa adrenalina se foi, eu voltei à realidade e me deparei com todos os campistas me encarando. Sem pensar, saí rápido de lá e fui direto ao meu chalé e me joguei em minha cama, pensando em tudo o que aconteceu.

                Eu convidei Annabeth para ir ao baile. Ela aceitou. Luke sumiu, provavelmente enciumado. Eu ganhei a competição e por causa disso Afrodite abençoou meus relacionamentos amorosos, e fez questão de olhar para Annie depois disso. É óbvio que ela saberia, não é Percy, sendo a Deusa do Amor ela não faz mais que a obrigação, dã!

                Mas então Apolo dissera que deveríamos caprichar no visual por que nossos pais queriam se orgulhar de nós. O que, pelas minhas contas, quer dizer que todos os deuses olimpianos estariam lá. O que significa que meu pai, Apolo, Afrodite e Atena estariam lá... Junto com Zeus e mais um bando de outros deuses que querem minha cabeça. Será que se Zeus tentasse me matar, meu pai iria interferir? Ou não, já que os deuses não podem interferir diretamente nas lutas dos semideuses, mesmo sendo seus filhos?

De um jeito ou de outro, acho que esse baile seria uma ótima oportunidade de contar à Annie como me sinto em relação a ela. Seria, se eu não tivesse ouvido de sua própria boca que ela me vê apenas como um amigo. Será que vale a pena abrir meu coração, e estragar nossa amizade? Não, não vale. Vou esquecer essa idéia. É melhor tê-la como amiga, do que não tê-la.

Aproveitei o resto da tarde para treinar um pouco mais, organizar meu quarto, sim eu sou extremamente bagunceiro, e arrumar minhas coisas para sair em missão amanhã. Deixei minha mochila ao lado da porta, não sei bem o porquê, mas era algum tipo de intuição.

 Conforme o sol começava a descer, eu fui me arrumar. Tomei um banho demorado, depois escovei os dentes, e fiquei meia hora, sim, meia hora tentando dar um jeito no meu cabelo, mas é claro, sem sucesso. Desisti e fiquei brincando com a poça de água que havia se formado no chão do banheiro, já que ainda estava cedo. Mesmo tendo enrolado bastante, tomei coragem, me vesti, e fiquei aguardando o sinal de que poderíamos sair dos nossos chalés em busca de nossas acompanhantes. Sim, mais uma idéia de Afrodite. Ao ouvir o sinal (o mesmo das refeições), saí do meu chalé, e vi que todos os meninos do acampamento fizeram o mesmo. Estávamos todos praticamente iguais, de fraque e sapatos finos, o que nos diferenciava eram as gravatas. Pelo que pude perceber, não havia duas gravatas, cada uma era de uma cor. A minha era verde, provavelmente para combinar com meus olhos. Mais coisas de Afrodite.

Olhei para o lado e vi Travis Stoll saindo de seu chalé, com o cabelo penteado para trás e uma gravata azul. Encontrei com ele no meio do caminho, e tivemos um rápido diálogo que se resume em:

- E aí, cara, como tá? – Eu perguntei.

- Tenso cara. E você?

- Também.

E Então eu havia chegado ao chalé de Atena, e ele seguiu até o chalé de Katie.

Aparentemente, todos do chalé de Atena já tinham saído, pois não havia movimento nas janelas. Passou por minha cabeça se Annie já não tinha ido, mas então ouvi o barulho de passos lá dentro e resolvi bater na porta.

Demorou alguns instantes, até que Annabeth abriu a porta. Cara, ela já é linda, mas estava absolutamente maravilhosa. Ela usava um vestido marinho longo azul escuro de um ombro só, com uma faixa de pedraria abaixo do busto, uma sandália prateada de salto e brincos e pulseiras também prateados. Meu coração deu um salto ao ver que ela usava o colar que lhe dei. Seu cabelo cacheado estava preso em um trabalhado penteado, com alguns cachos soltos, e seu rosto estava coberto por uma maquiagem perfeita. O ar sumiu de meus pulmões e eu me esqueci de como respirar. (look Annie: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=32709978&.locale=pt-br )

- Er... Olá, Percy. – Ela disse envergonhada.

- Er.. Hum... va... – Eu respirei fundo, não poderia ficar gaguejando o resto da noite. Senti meu coração dar um salto, depois pular umas três batidas e acelerar tentando recuperar o ritmo. Eu tive vontade de dizer tudo o que sentia, agora mesmo, pouco me importando com resto, queria mostrar a ela todos os meus sentimentos. Mas optei por resumir tudo isso em apenas uma única frase:

- Você está maravilhosa. - Ela corou.

- Obrigada, Percy. Você também está lindo. – Ok, por essa eu não esperava, corei violentamente. Acho que Afrodite deveria ter escolhido roupas vermelhas para combinar com nossas bochechas.

Eu lhe estendi o braço, e ao toque de nossas mãos, senti uma leve e conhecida corrente elétrica percorrer meu corpo.

Seguimos em silêncio até o refeitório. O lugar estava irreconhecível. Toda a decoração fora feita com tulipas rosadas, rosas vermelhas e lírios brancos, várias mesas para 4 pessoas foram colocadas ao longo do salão, decoradas com tecidos de seda branca e dourada. No centro do salão, uma pista de dança, e onde geralmente ficava a mesa de Quíron havia uma mesa ainda maior, onde estavam sentados todos os deuses. Do outro lado do salão, havia um palco com instrumentos que deveriam pertencer à uma orquestra, exceto pelo fato de que eles tocavam sozinhos.

Annie, como eu, olhava tudo boquiaberta. Ficamos observando o lugar por um tempo, até que ela disse.

- Essa é uma das coisas mais lindas que eu já vi na minha vida.

- Só perde para você – Deixei escapar. Corei violentamente, assim como ela, que apenas sorriu.

- Hu-hum – Ouvimos alguém chamar.

Viramos para trás e lá estava Travis e Kate. Travis estava com uma expressão alegre, de mão dadas com Kate. Ela estava muito bonita, com um vestido longo também de um ombro só, com uma estampa floral Pink com nuances em azul claro. Ela também usava uma sandália de salto e jóias azuis para combinar com os detalhes do vestido. Seu cabelo estava preso em uma trança embutida, que caia sobre seu ombro direito. (look Katie: http://www.polyvore.com/katie/set?id=32713505)

- Olá Travis. Kate. – Annie disse.

- Oi Annie. Oi Percy – Kate respondeu. Logo, as duas se afastaram um pouco para conversar, enquanto eu trocava uma idéia com Travis.

- E aí cara, passou o nervosismo? – Perguntei pra ele.

- Não, acho que só vai passar quando tudo isso acabar, mas já estou melhor. Cara, a Katie está maravilhosa, eu paguei o maior mico. Ela que atendeu a porta e eu disse “Ah, oi, você pode, por favor, chamar a Katie Gardner, ela é filha de Perséfone.”.

Comecei a rir, muito. Meu colega me olhava emburrado.

- Ah, você não fez isso! - Eu disse. - E o que ela respondeu?

- Ela disse “Olha, serve essa?” E apontou para si mesmo. Eu fiquei super vermelho, mas ela começou a rir aí ficou tudo legal.

Nesse momento, Afrodite subiu ao palco e começou a falar.

- Boa noite, meus queridos. Por favor, sentem-se, uma mesa para dois casais, procurem seus lugares.

Nesse momento, eu e Annie nos despedimos de nossos amigos e fomos procurar nossa mesa. Encontramos, ficava no meio do salão, e íamos dividi-la com Travis e Kate, que apareceram nesse momento, rindo de algum comentário do menino.

- Opa, vocês estão nos seguindo! - Ele disse, rindo.

- Nem vem, Travis, chegamos antes então vocês é que estão nos seguindo. – Falei, enquanto puxava uma cadeira para Annie sentar. Travis deu uma piscadela e repetiu o gesto, murmurando um “boa idéia cara!”. Sentamos, e a sessão de discursos dos deuses começou.

TODOS, eu repito, TODOS os deuses fizeram um breve discurso, agradecendo aos heróis e ao acampamento os serviços restados nesses três mil anos de existência. Uma hora e meia e muitas palavras e aplausos depois, Afrodite anunciou que o jantar seria servido e depois disso aconteceria a valsa. Annie me olhou desesperada, se aproximou do meu ouvido e disse em um sussurro:

- Percy, você sabe dançar? Eu nunca dancei! – Senti um arrepio com sua aproximação, mas tentei me manter firme.

- Eu não gosto de dançar, Annabeth, mas acho que não teremos como escapar.

Ela fez uma careta, e voltou a sentar-se normalmente, para saborear a refeição que havia magicamente surgido em nossos pratos.

O jantar foi mais descontraído, rimos muito com Travis, que é um palhaço nato, diga-se de passagem. Katie lhe lançava olhares apaixonados, mas acho que ele não percebeu. Bom, na condição de amigo, eu aproveitei uma conversa entre as meninas e fiz um sinal de “Vai fundo que ela está na sua!”. Ele entendeu o recado e disse “Eu vou, mas como eu faço isso?”. A resposta veio direto da orquestra, que começou a tocar uma valsa enquanto os deuses se dirigiam para o centro da pista de dança. Travis sorriu, murmurou um “É a minha deixa!”, levantou-se, estendeu a mão para Katie, que logo estava se dirigindo para a pista com meu amigo. Isso vai dar namoro, tenho certeza!

Em questão de segundos, quase todo o acampamento estava na pista de dança. Aproveitei que estávamos sozinhos, me levantei e estendi minhas mãos.

- Concede-me essa dança, Annabeth?

- Está bem, Percy, mas só por que Afrodite e Apolo nos matam se não formos dançar. Minha santa Atena, isso vai ser o maior mico! – Ela disse, se levantando. Eu apenas ri, e acompanhei minha sabidinha até o centro da pista de dança.

- Percy, nós não sabemos dançar, o que vamos fazer? – Ela me perguntou com medo.

- Annabeth, você confia em mim? – Perguntei enquanto pegava sua mão direita com a minha e passava meu braço esquerdo em sua cintura.

- Mas Percy...

- Você confia em mim? – Repeti a pergunta.

- Confio. – Ela me disse, olhando em meus olhos.

- Então feche os olhos e deixe-me guiá-la. – Eu disse me aproximando, de modo que nossas bochechas ficaram coladas.

Eu comecei a fazer o básico, dois passos para cada lado. Podia sentir Annie tensa em meus braços, mas logo ela foi relaxando. Comecei a aprimorar os movimentos, começamos a girar e logo Annie estava solta, se divertindo e dançando como se já soubesse fazer isso há muito tempo. Ela rodopiava lentamente, arriscando até alguns movimentos diferentes com os braços, movimentos que me lembravam ballet. Não sei quanto tempo se passou, só sei que quando essa música acabou eu e Annie estávamos com nossos rostos muito próximos. Mesmo parados, continuávamos em posição de dança. Eu sabia que todo o salão nos observava, mas não estava me importando. A única coisa em que eu conseguia pensar era naqueles lindos olhos cinza que pertenciam àquela linda menina, que possuía meu coração.

Nossos rostos estavam muito próximos, e sem perceber eu estava aos poucos encurtando esse espaço. Eu já podia sentir a respiração de Annabeth em minha boca, ela fechou os olhos e eu também, ambos esperando ansiosamente pelo beijo que não aconteceu.

Definitivamente. Sorte. De. Semideus. Não. Existe.

No momento em que eu ia acabar de vez com a distância que nos separava, alguém – Adivinha quem! – chegou e acabou com a minha noite.

- Com licença, Annabeth, mas você me concede essa dança?

Abri os olhos e com uma profunda irritação virei em direção a Luke, que tinha um visível sorriso de satisfação estampado no rosto. Annie também estava de olhos abertos, visivelmente corada. Acho que só agora ela percebeu que apesar da música tocando ao fundo, todo o salão havia parado para nos observar. Alguns campistas sorriam em ver Luke atrapalhando o que seria meu maior momento de felicidade (Leia: os filhos de Ares e alguns Deuses, dentre eles, Atena), enquanto alguns (leia: as filhas de Afrodite, a própria Deusa, Apolo e meu pai) olhavam feio para Luke e outros não sabiam o que pensar, ficavam olhando de mim para Luke com cara de “E agora?”.

- Hã... cl... Claro, Luke. – Annabeth respondeu, para minha infelicidade. – Você se incomoda, Percy?

- Não. – Respondi mais ríspido do que gostaria. Mas é claro que eu não iria embora calado. – Ei, Luke, você não deveria ter convidado a Sophie? Ela foi a única que não recebeu um convite hoje. Por onde ela anda?

A cara dele assumiu um leve tom de raiva, mas logo passou.

- Sei lá, só por que Afrodite mandou não significa que eu tenha que convidar a pessoa. Eu queria ter convidado a Annabeth, então não convidei a Sophie.

- Nossa, Luke, isso é que é egoísmo. Nunca esperaria isso de você. – Eu disse, e saí andando. Senti uma mão fina e delicada segurar meu braço.

- Percy, aonde você vai? – Annabeth perguntou.

- Buscar a Sophie, Annabeth. Não é justo ela não poder vir ao baile só por que um cara é egoísta demais para pensar nos sentimentos dos outros.

                - Então tá. - Ela disse, ficando repentinamente brava. – Vai lá chamar a sua namoradinha, ela deve estar morrendo de saudade de você.

- Annabeth, por favor, eu não quero brigar. Ela é minha amiga e não merece essa palhaçada que o idiota do Luke fez com ela.

- Não chame o Luke de idiota! E é claro que eu estou brava, afinal foi você quem me convidou para vir ao baile, então você é quem deveria me acompanhar.

- Então por que você aceitou dançar com ele? – Perguntei.

- Por que ele é meu amigo!

- Está vendo, você pode dançar com seu amiguinho loiro aí, mas eu não posso dançar com minha amiga? Isso por que você é filha da Deusa da Justiça, imagina se não fosse.

Com raiva, me desvencilhei de sua mão e saí do salão, seguindo em direção ao chalé de Dionísio.

Chegando lá, notei que estava tudo escuro, pela janela havia um fraco brilho alaranjado, provavelmente a pequena chama de uma vela. Sem hesitar, bati na porta.

- Olá Percy... O que faz aqui? – Ela me perguntou. Estava usando uma camisola roxa de cetim que ia um palmo acima dos seus joelhos e seus cabelos estavam bagunçados, o que me fez imaginar que ela já devia estar deitada. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, característicos de quem passou muito tempo chorando.

- Oras, Sophie, o baile do século acontecendo e você realmente acha que eu vou deixar minha amiga ficar trancada no quarto chorando por causa de um idiota?

Ela abriu um sorriso tímido e, do nada, me abraçou.

- Ah! Percy! Você não existe mesmo! Eu vou me arrumar, pode me dar 15 minutos?

- Claro, espero aqui fora.

Fiquei esperando sentado em uma cadeira na varanda. Antes dos 15 minutos, Sophie já saía pela porta. Ela estava linda. Usava um vestido longo roxo com duas flores que se encontravam na parte de cima, jóias negras e um salto alto, também preto. Seu cabelo pendia meio preso, somente com duas mexas roxas soltas em seu rosto. (look Sophie: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=32715361&.locale=pt-br)

- E então? O que acha? – Ela me perguntou em dúvida.

- Você está linda. – NOTA DO PERCY: Amo a Annie, mas não vou negar que Sophie estava linda. E só para constar, ainda prefiro minha sabidinha. – Vamos, uvinha?

- Uvinha? – Ela segurou em meu braço e fomos em direção ao refeitório. - Fala sério, Nemo, você pode ser muito habilidoso em lutas e tudo o mais, mas a criatividade passou longe dessa sua cabecinha. – Sophie ficou quieta de repente e seu olhar entristeceu. – Sabe, eu só queria saber por que ninguém me convidou para ir ao baile.

- Na verdade, Sophie, Afrodite nos deixou bilhetes dizendo quem deveríamos convidar. Mas Luke foi egoísta demais para pensar em você, ele queria ir com Annie, mas eu a convidei primeiro, então ele resolveu não convidar ninguém. Mas... hã... já aviso, ele está no baile.

- Ah! Que legal, então devo lhe agradecer mais uma vez, Percy. – Dizendo isso, ela me abraçou novamente.

Paramos na frente do refeitório.

- Que é isso, só me prometa uma coisa: que vai entrar nesse salão com a cabeça erguida e falando dane-se para o mundo!

- Então só tenho uma coisa a dizer: dane-se!

Nós caímos na risada, e abrimos as portas do refeitório.

Devo dizer que o baile parou. Todos, eu repito, todos olhavam para Sophie. Os meninos babavam, alguns nem ligavam que suas namoradas estavam ao seu lado. Outros olhavam disfarçadamente, como Travis, que deu uma olhada rápida e logo continuou dançando com Katie. Continuamos andando até o meio da pista de dança e começamos a dançar, compartilhando um único pensamento: dane-se!

Algumas músicas depois, senti uma mão encostar-se a meu ombro e, para meu espanto, ela pertencia ao Luke.

- Er... Percy será que você se importa se eu dançar um pouco com a Sophie? Quero dizer, em parte você estava certo, eu fui egoísta e não pensei nela, então acho que devo desculpas.

Está bem, quem era aquele e o que aconteceu com o verdadeiro Luke? Como pode ele ter se transformado tão de repente? Num minuto, soltando fogo pelas narinas e no outro, educado como um perfeito cavalheiro.

- Não, é claro Luke. Fique à vontade, vou pegar algo para beber.

E saí dali em direção à mesa de bebidas. Peguei uma taça de vinho e fiquei encostado em uma pilastra por alguns instantes, até que Annabeth surgiu do nada e começou a conversar.

- Percy? Olha me desculpe pelo que eu disse, você tinha razão, eu não pensei na Sophie. Se fosse comigo eu também teria ficado arrasada.

- Annabeth, com você isso nunca iria acontecer por que eu prometi estar sempre ao seu lado, lembra?

Ela sorriu. Aquele sorriso que me tira o fôlego e passeia por meus sonhos todas as noites.

- Agora me conta, por que você disse que não sabia dançar? Onde você aprendeu?

- Não disse que não sabia dançar, disse que não gostava de dançar, são coisas completamente diferentes. Minha mãe me ensinou – Meu peito doeu ao lembrar-se dela – quando eu tinha 10 anos fui no casamento de uma prima rica dela, então ela me ensinou para eu não fazer feio. Falando em dançar, vamos lá.

Eu nem esperei a reposta. Segurei em sua mão (novamente ignorando a corrente elétrica que percorreu meu corpo) e corri para a pista de dança. Mal tínhamos começado quando Zeus e Hera, também dançando, se aproximaram de nós.

- Ora ora, se não são os ladrõezinhos.

Atena, que estava próxima dali dançando com Apolo, chegou em defesa da filha.

- Pai, acho que já conversamos que minha filha não tem nada a ver com isso. – Ela disse – Já o peixinho aí, não me espantaria se fosse culpado.

Meu pai, que surgiu não sei de onde com uma bela moça, provavelmente minha madrasta Anfitrite, veio em minha defesa.

- Irmão, pare. Hoje é um dia de festa, não devemos brigar.

- Só se for para você, Poseidon, que está comemorando seu triunfo em roubar meu raio mestre!

A música havia parado. Ninguém mais dançava. Eu, Annabeth e os deuses estávamos no centro do salão, onde havia uma roda de espectadores.

Eu estava prestes a abrir a boca, quando meu pai me advertiu com um aceno de cabeça. É, ele sabia que eu ia falar besteira e ser pulverizado.

- Zeus, você insiste nessa história. Já falei que não fui eu, muito menos Percy, mas se minha palavra não basta, não posso fazer nada.

- Pode sim, Poseidon! Pode devolver o que é meu! Ou então pode dar adeus a esse ladrãozinho que você chama de filho!

Raios e trovões caíam do céu.

- Não ouse tocar um dedo no meu filho, Poseidon, ou então você verá como o mar pode ser tempestuoso quando eu quero!

- Isso foi uma ameaça? Ninguém me ameaça Poseidon, e aqui está a prova.

Ele levantou o dedo em minha direção, e uma forte corrente elétrica passou por meu corpo. Eu fiquei mole, e meus músculos não respondiam aos meus comandos.

Eu via tudo borrado, mas pude distinguir o vulto de meu pai indo para cima de Zeus.

Senti mais dois pares de mãos me agarrando, e pude distinguir as vozes de Luke e Grover, eles estavam me levando para fora dali. Colocaram-me em minha cama, até que minha tontura passasse, o que levou 5 minutos, graças ao néctar e à ambrosia.

- Percy, temos que sair daqui. Seu pai não vai conseguir segurar Zeus por muito tempo, e se ele te alcançar... – Annie não terminou a frase, mas eu tinha entendido. Era o meu fim.

- Minha mochila está pronta Annabeth, aqui ao lado da porta. Encontre-me e Grover no pé da árvore de Thalia em 2 minutos! Depois nos trocamos, vamos logo!

Ela saiu correndo, e Luke saiu dizendo que iria buscar alguma coisa.

Eu peguei minha mochila, ainda abalado com o forte choque, e saí correndo em direção à colina com Grover em meu encalço. Sophie, que estava indo em direção ao meu chalé, mudou de rumo e seguiu conosco até o pé do pinheiro. Argos, o motorista do acampamento, já estava no outro lado da colina, nos esperando na van do acampamento.

- Percy, você está bem? – Ela me perguntou – Onde vai?

- Estou bem sim, Sophie, mas temos que ir, eu preciso provar que não roubei nada.

Nesse momento Annie chegou, com a respiração acelerada e o penteado já meio desfeito. De cima da colina era possível ver e ouvir raios e trovões caindo ao redor do refeitório, o que significava que os deuses ainda estavam brigando.

- Percy, Grover, vamos? – Ela disse ofegante.

- Vamos, antes que Zeus me acerte novamente. – Eu disse, ainda com raiva.

- Annie! – Ouvi uma voz chamando. Era Luke, que subia correndo pela colina.

- Vai indo, Percy. Eu já vou – Annabeth me disse. Mas eu virei para falar com Sophie.

- Escuta, prometa que vai se meter fora de encrencas viu mocinha? Eu quero lutar com você, para vermos quem é melhor. Isto é, se eu voltar vivo, é claro.

Ela me abraçou e deu um beijo em minha bochecha.

- Você sabe que semideuses e paz não combinam não é? Mas não se preocupe Nemo, você vai conseguir provar que é inocente, e quando você voltar, eu vou provar que sou melhor que você. – Ela falou rindo.

- Hey, Percy, só queria desejar boa sorte. E pensei... ahn, quem sabe você poderia usar isso – Falou Luke, entregando-me um par de sapatos de basquete, que pareciam bastante normais. Tinham até cheiro de normais. Luke disse:

- Maia!

Asas brancas de ave brotaram dos calcanhares, deixando-me tão surpreso que os deixei cair. Os tênis bateram as asas no chão até que estas se dobraram e desapareceram.

- Impressionante! - disse Grover.

Luke sorriu.

- Ajudaram muito quando eu estava na minha missão. Presente do papai. É claro, eu não os uso muito hoje em dia... - Sua expressão tornou-se triste.

Eu não sabia o que dizer. Já era bem legal o fato de Luke ter ido se despedir. Tinha receio de que ele ainda estivesse magoado comigo por ter convidado Annie para o baile antes, mas ali estava ele, com um presente mágico...

- Ei, cara, obrigado. – Foi tudo o que consegui dizer. Ainda estava surpreso.

- Escute Percy... - Luke pareceu sem graça. - Todos esperam muito de você. Então, apenas... Mate alguns monstros por mim, ok?

Trocamos um aperto de mãos. Luke afagou a cabeça de Grover entre os chifres e depois se virou para Annabeth.

- E isso é para você, Annie. – Ele lhe disse, entregando-lhe um par de adagas de bronze. – Para você lembrar que sempre estarei ao seu lado te protegendo. - E a abraçou.

Ok. Meu sangue ferveu, mas eu respirei fundo e tentei me controlar. Sophie e Grover trocaram um olhar tenso, provavelmente com medo que eu fosse fazer alguma coisa. Mas eu não ia, afinal, ela não fez nada, só ganhou um presente.

Mas Luke não se conteve com o abraço. Ele se aproximou mais e deu um demorado selinho em Annie, que estava visivelmente surpresa e corada.

- Eu te amo – Ele lhe disse. – Volte para mim, ok?

E saiu correndo de volta em direção aos chalés. Annie estava estática e mais vermelha que pimentão. Eu tremia. Sophie e Grover trocaram outro olhar tenso, provavelmente com medo que eu fosse fazer alguma coisa. Mas eu não ia, afinal, ela não fez nada. E esse foi o problema. Ela não fez nada.

Depois que consegui me recompor, eu disse a ela:

- Você está com a respiração acelerada.

- Não estou não.

- Vamos embora logo, antes que... Aconteça alguma coisa. – Certo. Eu ia dizer “antes que eu mate ele”. Coisa que eu estava morrendo de vontade de fazer.

Não sei o que me deu, mas eu peguei Sophie e lhe dei um selinho também. Ela ficou visivelmente assustada com minha reação, mas não disse nada.

- Tchau, Sophie, mal posso esperar para encontrá-la quando voltar.

E saí em direção ao carro, com Grover balançando negativamente a cabeça em meu lado direito e Annabeth bufando de raiva e pisando forte à minha esquerda.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? E o que acharam das roupas das meninas?Reviews?Recomendações?Campanhas por reviews: não dói, o dedo não cai e você deixa duas autoras mega felizes! Deixem review, nem que seja um "Oi eu li!"beijosMille e Kat