Um Crepúsculo Diferente escrita por Fash


Capítulo 11
Teorias




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Eu fico com as coisas boas que as pessoas dizem de mim. O que não é bom, ah, deixa pra lá.

Pov. Bella

Ele riu do mesmo jeito. - Mito.

– Você queima no sol? - eu pergunto

– Mito - ele diz

– Dormir em caixôes? - eu pergunto

– Mito. – Ele hesitou por um momento e um tom estranho invadiu sua voz. - Eu não posso dormir.

Como assim ele não pode dormir. - Nunca?

– Nunca - ele respondeu sua voz quase inaudível. Ele voltou a olhar pra mim com uma expressão tristonha. Os olhos dourados prenderam os meus, era o paraíso bem no meio do inferno.

– Você ainda não perguntou a coisa mais importante. - Sua voz estava dura de novo. Enquanto ele olhou pra mim, seus olhos estavam frios.

– Qual é? - eu pergunto tentando raciocinar.

Os olhos dele me levavam pra outro mundo.

– Você não está preocupada com a minha dieta? - ele perguntou sarcasticamente.

– Oh... - eu murmurei. - Isso.

– Sim, isso. - Sua voz estava vazia. - Você não quer saber se eu bebo sangue?

– Jacob me disse algo sobre isso. - eu digo fria

– O que Jacob disse? - ele perguntou monótono.

– Ele disse que você e sua família não...caçam pessoas. Ele disse que você e sua família não são perigosos porque vocês só caçam animais. - eu digo

– Ele disse que não éramos perigosos? - Sua voz estava profundamente cética.

– Não exatamente. Ele disse que vocês não deviam ser perigosos. Mas os Quileute não quiseram vocês nas terras deles, só por precaução. - eu digo

Ele olhou para frente, mas eu não sei dizer se ele estava olhando para a estrada ou não.

– Então ele estava certo? Sobre não caçar pessoas? - Eu tentei manter minha voz o mais uniforme possível.

– Os Quileute têm uma boa memória - ele murmurou

Eu considerei isso um sim.

– Porém, não deixe isso te enganar - ele avisou.

– Eles estavam certos em nos evitar. Nós ainda somos perigosos. - ele diz

– Eu não entendo. - eu digo confusa

– Nós tentamos - ele explicou devagar. - Geralmente somos bons no que fazemos. Às vezes cometemos erros. Eu, por exemplo, me permitindo ficar sozinho com você.

– Isso é um erro? - eu ouvi a tristeza na minha voz, mas não sei se ele também ouviu.

– Um erro bem perigoso - ele murmurou.

Ele não queria por perto. Eu tinha medo, de nunca mais ter outra oportunidade de ficar assim a sós com ele abertamente, as janelas que existiam entre nós haviam desaparecido. As palavras dele haviam se acabado, e eu não gostei da idéia. Eu não queria perder nem um minuto que tinha com ele.

– Me conte mais - eu pedi forçando um sorriso

Ele me olhou rapidamente, surpreso pela mudança do tom da minha voz.

– O que mais você quer saber? - ele perguntou

– Me diga por que você caça animais ao invés de gente - eu sugeri

Meu coração estava doendo, parecia que estava sendo arrancado do meu peito.

Desliga Bella! Sentimentos humanos demais machucam.

– Eu não quero ser um monstro. - Sua voz estava muito baixa.

– Mas animais não são o suficiente? - eu pergunto levantando minha sobrancelha.

Ele parou. - Eu não posso ter certeza, é claro, mas eu acho que é como viver a base de tofu e leite de soja; nós nos chamamos de vegetarianos, nossa piada particular. Não sacia a fome, ou melhor, dizendo, a sede. Mas nos mantêm fortes o suficiente para sobrevivermos. Na maioria das vezes. - Seu tom se tornou obscuro.

– É muito difícil pra você agora? - eu perguntei.

Ele suspirou. - Sim

– Mas você não está com fome agora. - eu disse afirmando não perguntando.

– Porque você acha isso? - ele perguntou

– Seus olhos, estão claros e não escuros. Outra teoria. - eu digo

Ele deu uma gargalhada. - Você é muito observadora, não é?

Eu não respondi, eu só prestei atenção ao som da sua risada, guardando ela na minha memória.

– Você estava caçando com Emmett esse fim de semana?- eu perguntei quando estava silencioso de novo.

– Sim - ele pausou por um instante, como se estivesse se decidindo entre me contar alguma coisa ou não.- Eu não queria ir embora, mas foi necessário. É um pouco mais fácil ficar perto de você quando eu não estou com sede.

– Porque você não queria ir? - eu pergunto, que motivo o prenderia

– Me deixa...nervoso...ficar longe de você. - Seus olhos eram gentis, nas intensos. - Eu não estava brincando quando te disse pra ficar longe do oceano ou sobre o acidente na quinta. Eu estava distraído durante o fim de semana inteiro, preocupado com você. E depois do que aconteceu hoje á noite, eu estou surpreso que você tenha sobrevivido ao fim de semana sem nenhum arranhão. Ele balançou a cabeça, e de repente pareceu se lembrar de alguma coisa. - Bem, não exatamente sem um arranhão

– O que? - eu pergunto

– Suas mãos - ele me lembrou. Eu olhei para as minhas palmas, para os arranhões quase sarados. Seus olhos não perdiam nada.

– Eu caí - eu suspirei.

– Foi o que eu pensei. - Seus lábios se contorceram nos cantos. - Eu acho que, sendo você, podia ter sido bem pior e essa possibilidade me atormentou o tempo inteiro enquanto eu estive fora. Foram três dias bem longos. Eu deixei o Emmett louco. - Ele sorriu pra mim como se estivesse se sentindo culpado.

– Três dias? Vocês não voltaram hoje? - eu perguntei

– Não, nós voltamos no Domingo. - ele responde

– Então porque nenhum de vocês foi para a escola? - eu estava frustrada.

– Bem, você perguntou se o sol me machuca, e não machuca. Mas eu não posso sair na luz do sol pelo menos, não quando as pessoas estão olhando. - ele diz

O que acontecia?

– Porque não? - eu pergunto curiosa

– Um dia desse eu te mostro - ele prometeu.

– Claro. - eu digo olho pra janela, só conseguia ver vultos.

Ele estava quieto. Eu olhei pra cima, apreensiva, sua expressão estava cheia de dor.

– Ah - ele gemeu baixinho. - Isso não é certo.

Eu não consegui entender a resposta dele. O que foi que eu disse?

– Será que você não vê, Bella? Uma coisa é eu me fazer completamente infeliz. Outra completamente diferente é você estar tão envolvida. - Ele virou seus olhos angustiados para a estrada.

– Eu não estou envolvida, você é só meu amigo. - eu digo irritada

Ela pensava que estava apaixonada por ele.

– Eu sou perigoso compreenda isso, Bella. - ele diz

– Não - eu fiz de tudo para não parecer uma criança mimada.

– Eu estou falando sério - ele grunhiu.

– Eu também. Eu já falei que não me importo com o que você é. É tarde demais. - eu digo com raiva, sem perceber já tinha falado.

A voz dele chicoteou, baixa e forte. - Nunca diga isso.

Eu mordi meu lábio, estava feliz que ele não sabia o quanto doía o ouvi dizer aquilo. Eu olhei para fora. Já devíamos estar perto agora. Parecia que estava vivendo toda fase que eu era mimada. Ele estava dirigindo rápido demais.

– No que você está pensando? - ele perguntou, com a voz ainda dura.

Era agora, monste sua face do mal.

– No quanto é idiota, isso tudo... Nunca acreditei em vampiros e agora... - eu digo deixando vago

Olhei pra ele sua exprenssão era indecifrável.

– Já está perto? - eu perguntei fria.

– Sim. - sua voz era tão dura quanto a minha.

Eu suspirei. Nós estavamos indo mais devagar, passando pela fronteira de Forks. Levou menos de vinte minutos.

Nós estávamos na frente da casa de Jonathas. As luzes estavam ligadas, o carro do papai estava no lugar, tudo estava extremamente normal.

Abri a porta e sai, tirei o casaco e estendi pra ele.

– É melhor, você... - ele começa

– Tenho vários casacos. - eu digo interrompendo ele.

Ele pega e suspira. Fecho a porta do seu quarto e vou para dentro de casa, entro e fecho a porta.

Senti uma tristeza enorme, mas era melhor assim.

Eu subi as escadas lentamente, um torpor dominando a minha mente. Eu me preparei para ir para a cama sem prestar a mínima atenção com o que estava fazendo. Não foi até que eu estivesse embaixo do chuveiro a água muito quente, queimando minha pele que eu me dei conta de que estava morrendo de frio. Eu tremi violentamente por alguns minutos até que os jatos de água finalmente relaxaram meus músculos rígidos. Então eu fiquei embaixo do chuveiro, cansada demais pra me mexer.

Eu saí, me envolvi cuidadosamente numa toalha, tentando manter o calor da água para que os tremores não voltassem. Eu me vesti rapidamente pra ir para a cama e me enfiei embaixo do edredom, me curvando até ficar no formato de uma bola, me abraçando para manter o calor. Uns pequenos tremores passaram por mim.

Algo cheio de pelos pulou em cima de mim. Era Barbie, ela estava me olhando, a abracei.

Minha mente ainda estava rodando, cheia de imagens que eu não conseguia entender, e algumas que eu lutei pra reprimir. Nada perecia estar claro no início, mas quanto mais perto eu chegava da inconsciência, mais algumas coisas se tornavam evidentes.

Sobre três coisas eu tinha certeza absoluta.

Primeira: Edward era um vampiro.

Segunda: havia uma parte dele e eu não sabia o quão poderosa ela poderia ser que tinha sede do meu sangue.

E terceira, eu estava incondicionalmente e irrevogavelmente apaixonada por ele.


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