Chance para Amar escrita por Sandrini Matyas Mazazrini


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Ficou deveras grande este capítulo, me desculpem por isso!



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A casa de escorpião foi tomada pelos chamados incessantes de Kanon e Aiolia. Os dois estavam esperando o loiro dar as caras na cozinha, enquanto Milo se arrumava no banheiro. Fitou seu reflexo no espelho: bonitão como sempre. Sorriu. Tinha uma cota pequena de narcisismo, não era como os gêmeos Saga e Kanon que se adoravam.

Mal havia começado o dia e já estava pensando em visitar a garota da noite anterior. Queria explicações, queria entender porque tentou fazer aquilo. E queria... o que? Não sabia. Vê-la? Pode ser, mas porque?

-Nossa Milo, nem o vimos no bar ontem! – exclamou o leonino. – Por onde andou? Estava com uma garota? – sorriu.

-É, pode-se dizer que sim..

-Nossa! Quem é ela? Conhecemos?

-Acho que não. Eu mesmo nunca a vi por aqui.

-E é bonita? Gostosa? – animou-se Kanon, que estava calado até agora.

-Bonita? – Milo pensou um pouco. Na verdade, não havia visto seu rosto direito, mas presumiu pela voz doce que era igualmente bela. – Sim, é bonita.

Conversaram um pouco, os visitantes contaram como estava o bar ontem. Logo mais, Aiolia recebeu um chamado para ajudar no treinamento de jovens aprendizes e Kanon marcara um almoço com uma garota. Milo sorriu “Bem, ao menos agora tenho tempo para ir visitá-la.”

@@@@

Milo reconheceu alguns pontos, conseguindo encontrar a casa da noite passada. Adiantou-se até a porta e bateu. Ainda não sabia ao certo o porque estava ali, sabia apenas que queria conhecê-la, talvez entender o porque da tentativa de fuga.

Minutos depois a porta se abriu. Milo reconheceu a jovem pelo cabelo, que ele constatou ser negro como a noite. Tinha um par de esmeraldas nos olhos, lindo contraste com a pele alva.

-Pois não? – o loiro fora despertado de seus pensamentos. Coçou a nuca, sentindo o rosto um tanto corado pelo sem jeito que se encontrava.

-Acho que foi você encontrei noite passada. – disse. “Mas o que é isso, Milo” pensou, “Nunca ficou sem jeito assim, e estava justo na frente de uma garota!

-Ah! Então foi o senhor! – sorriu descontente. Fitou o homem na sua frente; não queria convidá-lo para entrar, achou mais conveniente conversarem ali mesmo. – Devo agradecê-lo, não devo? Mas.. não sinto vontade de fazê-lo!

-Não precisa agradecer! – irritou-se o cavaleiro. – Você é mal educada! Ajudo e ainda não agradece!

-Disse que não precisava.

-Mas devia ao menos ser mais educada comigo! Por um acaso sabe quem eu sou?!

-Hmmm... – Fitou o escorpião de cima a baixo. – Striper?

-OQUE?! – gritou, dando meia volta e saindo, resmungando pela rua enquanto as outras pessoas lhe olhavam estranho. – FOI PERCA DE TEMPO! Eu já devia saber que era uma vândala!

-Nossa, o senhor Milo esta estranho hoje... – alguém comentou na rua.

-Tudo bem, deve ter tido um encontro ruim... – responderam.

Aquilo só irritava ainda mais o escorpião, que de súbito decidiu ir para a arena treinar um pouco, quem sabe aquilo distrair sua mente.

A garota ficou olhando para ele, fechando a porta e se encostando na mesma. “Estranho...” pensou “Onde é que se acha um desses? Bonito, e preocupado com os outros. Mas devia querer apenas ser gentil, alias, nem sei seu nome.”

Ouviu passos na escada, se virou para a mulher que descia. Tinha os olhos azuis como o céu e o cabelo loiro cortado estilo channel, na altura das orelhas. Era bela, vestia-se de social quase o tempo todo, mas tinha um temperamento nada agradável.

-Quem era na porta, honney?

-Ninguém, apenas um amigo. – mentiu.

-Hm, amigo? – riu. – Você não tem amigos, honney! Chegou aqui a pouco tempo!

-Já fiz amizade com algumas pessoas! Você que nunca vê!

Foi andando para a cozinha, sendo seguida pela loira.

- Ah é? E ele é bonito? – perguntou enquanto ia para o armário, pegando um pacote de aveia.

-Sim, é lindo. – a jovem sentiu seu peito arder com a afirmação. Sabia disso, mas dizer em voz alta era diferente.

-Então da próxima vez que ele vier aqui, me apresenta querida!

-E seu marido?

-Ele vai adorar! Vai ser mais um incremento à nossa relação!

A morena pegou apenas uma maçã e foi para seu quarto. Sentia nojo de morar na mesma casa que aquela mulher, e isso fora apenas um dos motivos pelo qual queria ir embora. Mas aquele rapaz tinha razão; pra onde iria? Como iria comer?

@@@

Milo estava com o coração na garganta de tanto que pulsava. Estava treinando à horas, desde que saíra da casa da menina... alias, nem sabia seu nome!

Vendo que isso não daria o resultado que queria, resolveu sentar-se nos degraus do lugar. Fitou o céu, viu alguns pássaros plainando por lá, e ouviu alguns passos atrás de você. Virou-se bruscamente e deu de cara com Aquário.

-Kamus! O que está fazendo aqui? – estranhou, já que o ruivo quase nunca iria ao coliseu.

-Aiolia me contou que estava estranho essa manhã, e ninguém o viu na mesa do almoço, então resolvi vir ver se estava tudo bem.. – disse, num tom calmo e tranqüilo.

-E como sabia que estava aqui?

-Seu cosmo esta agitado, Milo. O que o perturba?

-Não é nada. – levantou-se para ir embora.

-Tudo bem, se não quer falar...

-EU QUERO!! – gritou, virando-se para Kamus que recebia um susto com aquela reação, mas era típica do escorpião. Abaixou a cabeça, levando a mão à testa.

-Tudo bem... O que aconteceu?

Os dois sentaram-se nos degraus. Milo notou que Kamus estava de armadura, não entendia o porque do aquariano gostar tanto de andar com aqueles trajes.

-Ontem eu conheci uma menina..

-Por favor, Milo! Me poupe dos seus casinhos! Está assim por causa de uma mulher?!

-Kamus! Ela não é um casinho! Alias, nem sei seu nome!

-Então porque esta perturbado desse jeito?

-Na verdade, nem eu sei... – O loiro apoiou o cotovelo em cima da perna e o queixo na mão. – Mas ela não me sai da cabeça! Aquela atitude hostil parece ser uma camuflagem... Mas eu não tenho certeza! Kamus, estou enlouquecendo!

-Acalme-se. – o ruivo começava a se preocupar com o amigo. Nunca vira o escorpiano assim, perdendo a cabeça por uma garota! – Porque não vai falar com ela?

-Não posso!! – disse, agarrando-se aos ombros dele. – Ela é hostil! Não conversa direito! O que eu vou fazer se ficar silêncio?!

-Milo, por Athena!! – Kamus se desvencilhava das mãos do loiro. – Já vi você contornar situação piores do que essa!

-É, mas é diferente!

-Diferente como?!

-Não sei, ela é diferente das mulheres que eu encontro no bar!

-Milo, se eu não o conhecesse, diria que está apaixonado!

-NUNCA!!! – gritou – Milo de Escorpião não vai se apaixonar assim tão jovem!! Ainda mais por uma fedelha como ela!

Kamus ficou observando o loiro; estava agindo estranho, nunca foi de se desesperar a esse ponto por alguém.

-Vamos, Ka! Tem que me ajudar!

-Não me chame de “Ka”, Milo! – o aquariano cruzou os braços. – E como eu iria ajudá-lo?

-Vamos visitá-la nós dois e você fala com ela!

-OQUE? – exasperou-se o ruivo – Nem pensar! Não vou entrar nesse seu plano ridículo!

@@@

Milo caminhava apressado em direção àquela rua, sendo seguido por um certo ruivo que bufava de raiva.

-Você vai me dever essa! – resmungava. – Um dia vou precisar que cubra as provas de um crime para mim, e você vai ter que fazê-lo!

-Crime? Que crime?

-Se não encontrarmos logo a tal garota, será SEU crime!

-Olha lá! – desconversou o escorpião, apontando para a garota que estava saindo de casa. – Vamos! Temos que falar com ela!

 Milo agarrou Aquário pelo pulso e foi arrastando-o na frente, seguindo a jovem que ia para a direção oposta da deles.

Não demorou muito, chegaram ao centro comercial de Athenas. Várias barracas montadas nas ruas, várias pessoas vendendo e comprando, ali era o lugar onde você encontrava de tudo um pouco. Era o lugar mais propício para se vender algo.

As pessoas conversavam animadas, escolhiam cuidadosamente as mercadorias, provavam, algumas levam para presente. Era divertido estar ali, no meio de tantas pessoas... e era fácil de se perder alguém.

-Perdemos ela!! – desesperou-se um certo loiro.

-Eu falei que isso não ia dar certo. – suspirou. – Melhor voltarmos para o Santuário. Encontramos ela outra hora...

-Não!! Milo de Escorpião não desiste jamais!! – disse, enquanto erguia um braço para o alto com o punho fechado, no meio da rua. – Se eu não encontrá-la agora, não vou nunca mais!

-Ta bom Milo, vamos continuar procurando, mas por favor... pare com isso! – Kamus colocava a mão em cima do rosto, vendo que já se aglomerava um certo numero de pessoas para ver os dois discutindo no meio da rua.

Os dois voltaram sua procura pelo mercado; Kamus andava calmamente sem se preocupar muito, Milo estava impaciente! Tinham atravessado quase toda a avenida, quando o escorpiano deparou-se com a garota numa sorveteria, sentada numa das mesas da calçada com um pote de sorvete de morango à sua frente.

-Ali! Ali Ka! – apontou, enquanto puxava Kamus pela camisa.

-Não me chame de Ka! – deu um tapinha na mão do loiro. – E fique calmo! Vá até lá falar com ela como se fosse uma coincidência que a tivesse encontrado aqui!

-Não vou sozinho! Você disse que me ajudaria a falar com ela!

-Acho que já está bem crescidinho para tal coisa...

-Por favor, Kamus!! Eu te imploro!! – disse, já se ajoelhando no chão para implorar ajuda ao amigo.

-Ta bom! Athena me ajude! – disse rápido, vendo que as pessoas ao redor já começavam a encarar torto.

O loiro pegou um óculos escuro qualquer em uma barraca e colocou, indo atrás de Kamus que já estava parado ao lado da mesa da garota.

De uma pigarreada para chamar atenção, e ao ter os olhos verdes da menina pousados sobre si, deu uma cotovelada em Milo que despertou.

-Ah.. Nossa! Que coincidência encontrar você aqui! – era notável seu fingimento.

A menina estreitou os olhos: - Ahh sim! É o stripper!

-STRIPPER É O...

-Milo! – cortou Aquário, vendo que Milo podia perder a paciência a qualquer hora com aquela garota. Suspirou, passando a mão na testa antes de voltar a se dirigir para a moça. – Peço desculpas pelo meu amigo, ele perde a cabeça muito fácil. – tampou a boca do escorpião que já ia dizer mais algumas ofensas. – Estamos incomodando em algo?

-Não, podem se sentar! – apontou para as cadeiras do outro lado da mesa, enquanto ria das caretas que os cavaleiros faziam. – Quem são os senhores?

-Oh, por favor! Senhores não! Creio que não somos muitos anos mais velhos que você! – riu Kamus, já se sentando numa cadeira enquanto Milo virava a outro ao contrário e sentava-se também.

– Eu sou... Kamus, e este é Milo. – suspirou. – E o seu nome, senhorita, seria...?

-Amelié.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!
Reviews, sim? =]



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