-AH! Bruder!

-Kesesesesese! Seja mais esperto, West!

Os irmãos corriam pelo pátio coberto de neve do castelo. Estavam em meio a uma guerra de bolas de neve e a batalha estava feroz.

Gritavam, se escondiam atrás de árvores, riam. Era um belo quadro.

O que não imaginavam era que estavam sendo observados por uma húngara, posicionada em uma das sacadas do prédio.

Roderich e Elisabeta haviam viajado até a Prússia com seus soberanos para algumas reuniões de negócios e não era surpresa Gilbert estar alheio ao fato até o último momento.

“Sou um guerreiro, não um diplomata” dizia o albino, nem um pouco interessado nas questões de Estado que não envolvia ações “incríveis e à altura do grandioso eu”.

Ludwig gritou ao sentir seu irmão se jogar em cima do seu pequeno corpo, ambos rolando pela neve. Gilbert parou em cima do menor, fazendo cócegas nele e recebendo protestos risonhos em troca.

-Gilbert! Ludwig!

Ambos pararam com a brincadeira ao serem chamados. Olharam para a direção de onde vinha a voz altiva e notaram a rainha lhes esperando, sorridente.

-Hora de compromissos, West.

O mais velho levantou-se em um salto e pegou o loirinho no colo, pondo-o sentado em seu braço. Ainda riam e brincavam enquanto se aproximavam da soberana.

-Oh, nossa, estão encharcados. – riu-se a mulher – Vão tomar um banho quente antes que peguem um resfriado.

Gilbert colocou o irmão no chão, que se posicionou ao lado do maior, como se o esperasse para irem juntos. O albino sorriu.

-Ah, e não se esqueçam das roupas formais.

O jovem mais velho a encarou confuso, recebendo um olhar igual seguido de um suspiro conformado.

-Como sempre, alheio a tudo, não é? Teremos um jantar com os soberanos do Império Austro-Húngaro hoje. Aliás, creio ter visto a senhora Elisabeta Edelstein na sacada de vista para o pátio.

Os olhos vermelhos se arregalaram e Gilbert preferiu ignorar o aperto no peito ao ouvir o sobrenome daquele austríaco fracote na apresentação da húngara. Não soube explicar a si mesmo por que, mas quando percebeu, havia corrido de volta para o pátio e encarava a tal sacada – vazia.

-Bruder? Qual o problema?

-...Nenhum, West.

O jovem voltou e tomou a mão do pequeno entre a sua, guiando-o para dentro do castelo. Mal viraram o corredor, Elisabeta apareceu ao lado da rainha prussiana.

-É muito lindo vê-los juntos, não? – comentou a estrangeira, após os devidos cumprimentos formais.

E Gilbert jamais descobriria que aquela não seria a última vez que a húngara se esconderia para observá-lo brincando com o pequeno Ludwig.

Isso porque a moça adorava crianças. E Roderich não as suportava.

Elisabeta sorriu e sorriria sempre que se lembrasse daquele lado doce do guerreiro prussiano.