Universo quase Secreto escrita por kayjoy


Capítulo 9
Bikinis e Tatuís.




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Bikinis e Tatuís.

- Nossa, onde ela arranjou aquele biquíni? Roubou da vovó! Aquilo mais parece um maiô – Alex comentou maldosamente.
- Sei lá, às vezes foi a única coisa que ela conseguiu num tamanho que cobrisse os peitos – Ju riu.

Ju, Bia, Mimi e Alex estavam deitadas em cangas na areia da praia, enquanto comentavam sobre o biquíni cobre-tudo amarelo de Ana, que jogava frescobol com seus irmãos perto da água. A praia não estava tão cheia, ainda mais considerando que estávamos nas férias de Julho e se fazia um calor infernal.

- E esse amarelo! Só pode ser para combinar com o cabelo amarelo banana dela! – Alex continuou, ainda não cansada de humilhar a garota.

Sim, os boatos de que Alex estava voltando de Sampa eram verdadeiros. Ela apareceu no meio de uma aula de Português, no final de Abril. Alguém bateu na porta e a professora, depois de verificar quem era, gritou “Alexandrea” num ar tão feliz que fez toda turma rir. Alex era a queridinha das professoras. Ela estava muito diferente de como tinha deixado o Rio, no fim do ano passado. Ao invés da pele bronzeada de sempre, ela estava mais pálida e seus cabelos castanhos estavam picotados de um jeito que gritava “Junkie”. Sorte dela que naquela época os emos não estavam na moda. Outra coisa que foi prevista corretamente é que Alex não gostou nada nada de ter que dividir espaço com Ana. O grupo era complexo, tinha um hierarquia: Ju, Alex, Bia e Mimi no fundo da cadeia. Se outra garota se intrometesse na jogada, as chances de Alex assumir a liderança das mosqueteiras eram menores. E elas nem sequer podiam ser chamadas de Ju e as três mosqueteiras, graças aquela americana intrometida! Mas foi preciso pouco tempo para que Alex reparasse o que metade da escola já tinha reparado. Ana era apenas um jogo para Ju, um peixinho fora d’água que Ju poderia fazer o que quiser. E foi assim que Alex resolveu fingir que gostava da garota também. Além do mais, era tão legal ter alguém para ficar falando mal pelas costas.

- Ah gente, pára de pegar no pé da garota. Ela é uma de nós, né? – Bia falou com inocência enquanto virava de barriga para cima.
- Ih, ela ta olhando para cá, sorri gente! – Alex completou com pressa.

Ana tinha se cansado de jogar a bola de um lado para o outro. Seus irmãos eram muito mais altos que ela então ela sempre ficava em desvantagem. Ela guardou a raquete na bolsa de plástico e foi até as garotas.

- Oi meninas – disse ela enquanto se sentava sorridente ao lado das garotas.

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É original do Brasil.

Derek e Josh continuaram jogando frescobol, mesmo sem a irmã. Pelo menos agora a bola ficava mais tempo em jogo. A não ser naquelas várias vezes em que Derek se distraia do jogo para olhar as garotas jogando vôlei perto da orla. Ele não olhava para as garotas de uma forma geral, ele olhava para uma em particular. Assim que o jogo delas terminou, Derek jogou a raquete no irmão e saiu correndo pela areia na direção delas.

- Oi Luka! – Derek disse recuperando o fôlego. Ele tinha corrido muito para alcançar a garota que tirava a blusa suada e ficava só de biquíni – Sim, eu sei seu nome.
- Reparei – ela disse com uma certa ironia enquanto botava o chinelo e ia para a orla.
- Então, jogou legal, né?
- Ok, Derek, qual o seu problema? – A menina parou de andar e cruzou os braços enquanto encarava o garoto.
- Qual o meu problema? Qual é o seu problema?
- Não sou eu que estou perseguindo uma garota mais nova que eu.
- Então ou você é lésbica...
- Ou a segunda opção. Eu tenho namorado. – Ela voltou a andar em direção a um quiosque.
- Aquele garoto magrelo que eu vi você andando pela escola?

Era verdade. Luka e Fernando (ou o garoto magrelo) tinham trocado os primeiros beijos enquanto eles achavam, e eu repito: achavam, que ninguém via, na festa de aniversário dela. Ele não era tão magrelo quanto Derek comentava com os amigos sempre que podia. Era um garoto normal, de olhos azuis normais, e cabelos castanhos normais, e uma altura normal também. Eles estavam namorando firme agora, e pareciam completamente apaixonados.

- Se você ta falando do Fernando, então sim – respondeu irritada enquanto se debruçava no balcão do quiosque e espera o vendedor.
- E aí nega, o que você quer? – perguntou o vendedor louro, com um sotaque sulista e um sorriso colgate.
- Um guará... – Ela não teve tempo de terminar a frase.
- Guaraná natural, original do Brasil. Acertei? – perguntou o vendedor enquanto colocava uma garrafinha de guaraná e dois canudos no balcão – É R$ 1,99.
- Eu pago! – Derek quase derrubou a garota enquanto se jogava na frente do balcão e entregava uma nota de dez – Pode ficar com o troco.
Luka pegou a garrafinha e bebericou um pouco do guaraná enquanto voltava pelo mesmo caminho com Derek.
- Sabe, a gente passou por um monte de quiosque, isso é algum tipo de OCD seu de só comprar naquele? – Derek observou, mas não obteve resposta da garota – O que? O guaraná de lá é mais gostoso?
- Tem algo lá que é mais gostoso, mas não é o guaraná – a garota riu.
- Pera! – Derek parou e olhou incrédulo – Quer dizer que eu acabei de dar oito reais para o meu rival?
A garota riu, gostosamente alto.
- Ok, então deixa pelo menos eu te levar de volta a casa.
- Não precisa. Eu moro a menos de dez metros daqui.
- Qual é?
- Não sério, eu moro ali – disse ela apontando para um condomínio de casas, bem do outro lado da Sernambetiba – é só atravessar a rua...
- Você mora em frente a praia, legal – Derek se distraiu.
- Agora você sabe onde me encontrar... ciao cat – Luka sorriu e atravessou a rua correndo, enquanto Derek coçava a nuca.

Bem, tinham sido progressos, poucos, mas progressos.


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