Genya  a  olha  gentilmente  e  pede:
-Gostaria  que  me  contasse  sobre  suas  histórias  jornalísticas.

Beatrice, meio  tímida, diz:
-Ah  claro, as  histórias  da  Senhorita  Mistério.

Genya, sem  entender, pergunta:
-Senhorita  Mistério?

Beatrice, tímida, conta:
-É  como  me  chamam  na  redação.

Genya  julga:
-Insultante!

Beatrice  pergunta:
-Você  acha?

Genya  responde:
-Sim, afinal  cada  um  trabalha  à  sua  maneira, é  errado  lhe  rotular  só por  isso.

Beatrice  dá  um  sorriso  tímido  e  consente:

-Tem  razão.

Logo, Julia lhes  serve o  cappuccino  e  o  chocolate  e  diz:

-Se  quiserem  mais  alguma  coisa,  é  só  pedir.

Genya  se  vira  para  ela  e  educadamente  fala:

-Encerrarei  com esse, pode  providenciar  a  conta, sim? Inclua  os  chocolates  da  Beatrice  e  o  cappuccino  da  Marie.

Julia  conta:

-Mas  a  Marie  pagou   o  cappuccino  dela.

Genya  resolve:

-Então  inclua  os  meus  e  os  chocolates  da  Beatrice.

Julia  consente:

-Sim, Senhor.

Beatrice, tímida, argumenta:

-Genya, não  precisava, eu  pagaria  o  chocolate.

Genya, educadamente, fala:

-Não  se  incomode, vamos, tome  o  seu  chocolate.

Beatrice, tímida, consente:

-Está  bem.

Ela  dá  uma  golada  e  coloca  a  xícara  à  mesa   enquanto  Genya  faz  o  mesmo  com  o  cappuccino.

Logo, Genya  pede:

-Como  dizia, gostaria  de  ouvir um  pouco  de  suas  histórias.

Beatrice, tímida, consente:

-Ah, está  bem, só  não  vai  rir.

Genya, gentilmente, garante:

-Prometo  que  não.

Beatrice  sorri  e  começa  a contar:

-Uma  vez  estava  correndo  boatos  de  que  grupos  musicais  estavam  sendo  abduzidos, pois  quando  um  dos  integrantes  sumia, quando  voltava  já  não  era  mais  o  mesmo, então  comecei  a  investigar  sobre  o  que  estava  acontecendo  e  no  fim  de  tudo, era  só  marketing, se  aproveitaram  da  época  em  que  falavam  de  aliens  e  coisas  do  tipo  para  se  promover.

Genya  exclama:

-Interessante!

Beatrice  sorri  e  continua:

-Teve  outra  também   na  qual  apareceram  uns  seguidores  de  seitas  secretas, inclusive  eles  faziam  rituais  em  cemitérios  e  sempre  um  deles  era  encontrado  com  marcas  no   pescoço  dizendo   que  haviam  sido  atacados  por   vampiros.

Genya  pergunta:

-Vampiros?

Beatrice  responde:

-Sim, mas  na  verdade  eles  eram  jogadores  de  RPG  que  interpretavam  vampiros  no  jogo  e  por  isso  falavam  que  tinham  sido  atacados, mas  que  na  verdade  eles  escolhiam  entre  eles  quem  seria  a  vítima  e  o  escolhido   aparecia    com  as  tais marcas  dizendo  que  foi  mesmo  atacado  por  um  vampiro.

Genya  fala:

-Compreendo.

Beatrice  pergunta:

-Não  acha  absurdo  tudo  que  estou  contando?

Genya  responde:

-Não, por  que  deveria?

Beatrice    conta:

-Quando  apareci  lá  na  redação  com  essas  histórias,  fui  motivo  de  chacota.

Genya  fala:

-Não  entendo  por  que. Ah, sim, melhor  tomarmos  as  bebidas, ou   vão  esfriar.

Beatrice  se  espanta  e diz:

-Sim, você  está  coberto  de  razão.

Assim, eles  terminam  as   bebidas, Genya  paga  a  conta, os  dois   saem  do  café  e  caminham  pela rua.

Beatrice, timidamente, fala:

-Gostei  muito  de  conversar  com  você  e  obrigada  pelos  chocolates

Genya, gentilmente, diz:

-De  nada, aliás, qualquer  dia  temos  de  conversar  de  novo, quero  ouvir  mais  de  suas  histórias.

Beatrice  sorri  e  consente:

-Está  bem.

Genya  fala:

-Aliás, passarei  a  acompanhar  mais  dos  seus  artigos  de  jornal, sei  que  você  tem  muito  a  contar.

Beatrice  dispara:

-Isso se  eu   ainda  tiver  emprego.

Genya  não  entende  e  pergunta:

-Como  assim?

Beatrice, triste, conta:

-É  que  tenho  dez  dias  para  entrevistar  um  nobre, caso  contrário, estarei  na  rua.

Genya  exclama:

-Que  cruel!

Beatrice  explica:

-É  exigência  nova  do  meu  chefe, todos  nós  da  redação  estamos  com  tal  tarefa, mas  qual  nobre  aceitaria  ser   entrevistado  por   mim?

Genya  pensa  e  resolve:

-Deixa  comigo.

Beatrice, sem  entender, pergunta:

-Como   é  que  é?

Genya  dá  um  cartão  pra  ela  e  responde:

-Meu  endereço  está   aqui, se  você  puder, venha  ao  meu  apartamento hoje   à  noite, um  nobre  irá  dar  a  entrevista  que  você  está  precisando.

Beatrice  se  enche  de  euforia, mal  podia  acreditar  que  salvaria  seu   emprego  e   diz:

-Eu   não  posso  acreditar  nisso! Você  diz  à  verdade, Genya?

Genya, sério, responde:

-Digo  sim, à  noite  você  entenderá  que  não  mentiria  pra  você.

Beatrice, toda  feliz, o  abraça  rapidamente  e  agradece:

-Obrigada, obrigada  mesmo, Genya!

Genya coloca  as  mãos  nos  ombros  dela  e  responde:

-Disponha.

Beatrice  se  espanta, cora  de   vergonha  pelo  que  acabara  de  fazer, abaixa  a  cabeça  e  diz:

-Desculpa, eu  me  empolguei.

Genya  sorri  gentilmente  e  fala:

-Não  tem  problema, Beatrice.

Beatrice  sorri  e  diz:

-Agora  já  vou, quero  estar  preparada  pra  entrevistar   esse  nobre.

Genya  pega  a  mão   dela, a  beija  e  fala:

-Até  a  noite  então.

Beatrice   sorri e  responde;

-Até.

Os  dois  se  despedem  e  saem,  Beatrice   mal  podia  acreditar, conseguiria  manter  seu  emprego, afinal  quem  seria  o  nobre  que  Genya  iria  lhe  arranjar? Queria  estar  preparada, por  isso  correu  logo  para  seu   apartamento  em  busca  de  tudo  que  precisaria, afinal  aquele  momento  seria  sua  salvação.

Continua...