Meu Amado Monitor escrita por violetharmon


Capítulo 15
Capítulo 15 - Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês apreciarem. Fiquem tranquilos que nesse cap ninguém vai querer matar o Blásio uahsauhsuahs!
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/139320/chapter/15

Neste momento, estou tomando café da manhã com Gina e Harry. 

- E então, Mi, como foi o primeiro dia com Zabini? - Pergunta Gina. 

- Bem melhor do que eu esperava. 

- Se ele fizer alguma coisa contra você, é só me chamar que eu jogo uma azaração bem potente nele. - Diz Harry, aos risos. 

- Pode deixar. - E rio junto. 

Ainda sinto a cabeça latejar um pouco, mas isso não me impede de realizar minhas atividades normais. 

- Nossa, mês que vem é Natal. - Gina comenta. 

- E aniversário do Draco. - Completo.

- Que dia? 

A pergunta de Harry é gentil, mas fico na dúvida se ele realmente está interessado em saber. 

- Vinte e nove. 

- Hum... 

Tocar no "Assunto Draco" não foi um bom negócio. Isso fez eu parecer muito triste, e eu não queria passar essa imagens aos meus amigos. Sei que a tristeza é imensurável, mas não quero que as pessoas fiquem me olhando com aquele olhar de pena. 

- Eu... hum... Acho que vou dar uma volta. Nos vemos na aula. - E me levanto antes de esperar resposta.

Sei que os olhos de Gina e Harry estão em minhas costas, todavia não há a menor possibilidade de eu voltar. Preciso respirar um ar diferente, tranquilo. Ficar nos mesmos lugares só fará com que eu me lembre ainda mais de Draco e do quanto me sinto culpada pelo o que houve. 

Chego ao jardim e me sento num banco. Por estarmos em meados do inverno, há uma agradável camada de neve no chão. Sinto alguns flocos caírem de forma cálida sobre minhas mãos e meu rosto. A palidez da neve faz-me lembrar o rosto de Draco. Sua pele clara contrastava de forma tão perfeita com os cabelos loiros e os olhos acinzentados de uma maneira inexplicável. 

Abraço minhas pernas e repouso o queixo entre os joelhos. Fecho os olhos e presto bastante atenção no farfalhar suave das folhas no encontro com o vento. E torna-se impossível não lembrar da voz melíflua de Draco ao meu ouvido. Abrindo os olhos, dou de cara com um floco de neve em formato de coração - ou será apenas minha fértil imaginação? - e então percebo que eu preciso fazer algo. Não posso ficar chorando pelos cantos enquanto meu namorado está em coma, entre a vida e a morte. Eu preciso fazer algo por ele, para ele. 

Antes de mais nada, levanto-me. Confesso que não tenho a menor ideia do que irei fazer, mas vou em direção à sala de McGonagoll sem hesitar. Ao chegar, entro sem bater na porta.

- Senhorita Granger! - Ela se surpreende. - Algum problema? 

- Olá, diretora. Desculpe-me por chegar assim, sem bater, mas eu preciso fazer alguma coisa por Draco. 

- Fazer o quê? - Seu olhar expressa pura confusão. 

- Também não sei. 

Ela se levanta de sua cadeira, rodeia a mesa e para defronte a mim. 

- Querida, você tem noção de algum desejo de Draco? 

- infelizmente, não. 

Seus olhos estão nos meus. Percebo que uma chama se acende em seu interior.

- Granger, você pode fazer algo pela mãe de Draco. 

- A dona Narcisa? Mas ela está...

- Louca! Exatamente! 

- Então, o que eu poderei fazer por ela? Ainda não descobri nenhum feitiço que cure loucura. 

- Nem eu, tampouco. O que fazer é com você, Granger. A ideia eu já lhe dei. 

- Muito grata, diretora. 

- Não precisa agradecer. E, seja lá o que decidir, eu estarei ao seu lado. O carinho que sinto por Draco nem se compara ao seu, mas é carinho também. - E um sorriso amável surge em seu rosto. 

Sabendo o que fazer ou não, abraço-a. Agora, todas as pessoas que quiserem me ajudar são muito bem-vindas. 

- Até mais, Granger. 

- Até. 

E vou embora. 

Dirijo-me ao Salão Principal para almoçar, até porque saco vazio não para em pé. Sento-me com meus amigos - sim, eles ainda estão ali. 

- Mi, tudo bem?

- Sim, Gina. Não se preocupe. 

Percebo que estou um pouco mais feliz, e Harry também percebe: 

- O que houve, Mione? O que fez você ficar mais alegre? 

- Percebi que eu tenho que fazer algo por Draco.

- E o que é? 

- Não sei. 

Harry ri. 

- Como assim? 

- Não sei. Conversei com McGonagoll e ela sugeriu que eu ajudasse Narcisa Malfoy... - Hesito. - Contei a vocês que ela está completamente louca? 

- Chegou a mencionar comigo. - Gina diz. 

- Pois é... Só não sei o que fazer...

- Visite-a. - Neville se manifesta. 

- O que? - Indagamos Harry, Gina e eu em uníssono. 

- Visite-a. - Ele repete. 

- E o que eu irei dizer? "Olá, dona Narcisa. Te contaram que seu filho está em coma?" - Sinto um calafrio ao dizer tais palavras. - Não. Eu não posso fazer isso. 

- Hermione, você não entendeu minha ideia. 

- Não mesmo, Neville. 

- Preste atenção: se ela está completamente louca, você pode ajudá-la a recuperar a sanidade. 

- Como? Que eu saiba, nenhum feitiço reverte esse tipo de coisa.

- Não estou falando de feitiços. Estou falando de sentimentos. 

- Neville... 

- Hermione! Borra, você está perdendo a sua inteligência. Eu não direi mais nada. Depois você vai pro quarto e examina o que eu te falei. 

- Eu entendi. - Gina diz. 

E Harry:

- Eu também.

- Que bom! Mas deixem a Hermione descobrir por si. Nos vemos depois. - E sai. 

Sabendo que Harry e Gina não irão me explicar o que Neville quis dizer, concentro-me em meu almoço. 

Após concluir, despeço-me de meus amigos e vou para o quarto. Eu preciso pensar. Pronuncio a senha e subo rapidamente as escadas. Não preciso vasculhar o local para saber que estou sozinha, uma vez que a porta do quarto de Draco está aberta. 

Vou até a varanda e fito o horizonte, como se ele pudesse me dar alguma resposta. Gostaria que Neville não tivesse falado em códigos comigo, mas talvez ele tenha razão ao dizer que estou perdendo minha inteligência. 

Vou até minha estante de livros e puxo um de capa azul. Após ler o título, percebo que peguei o livro de poesias que era da minha bisavó. Abro aleatoriamente em uma página e permito que a poesia salte da folha amarelada para meu cérebro. 

Desejo que você

Não tenha medo da vida, tenha medo de não vivê-la.

Não há céu sem tempestades, nem caminhos sem acidentes.

Só é digno do pódio quem usa as derrotas para alcançá-lo.

Só é digno da sabedoria quem usa as lágrimas para irrigá-la.

Os frágeis usam a força; os fortes, a inteligência.

Seja um sonhador, mas una seus sonhos com disciplina,

Pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas.

Seja um debatedor de idéias. Lute pelo que você ama.

- Augusto Cury. - Murmuro

Sei que não foi por acaso que abri justamente nessa poesia. Tal como minha bisavó, dona Guinevére, sempre acreditei no destino, nas "coincidências" que nos são proporcionadas. Não há como dizer que tudo na vida é por acaso porque não é. Se Draco está em minha vida é por um motivo, se ele sofreu este acidente então tem um motivo. Deus sempre sabe o que faz. 

Sento-me na cama e ponho-me a raciocinar sobre tudo o que vem acontecendo. Eu amo Draco, e disso não tenho dúvidas. Sei o quanto ele significa para mim e sei que não posso perdê-lo para a morte. Mas também sei que não posso fazer nada se for pra ser assim. No momento, a vida de Draco não depende de mim. 

Penso em dona Narcisa e no que Neville me disse. 

Sentimento...

Sentimento...

Falar de sentimento... 

Que raiva! Por que Neville não me falou logo de uma vez? Calma, Hermione. Pense. Se Neville não me falou, é porque deve ser algo muito óbvio. 

Narcisa Malfoy está louca, isto é fato. E, se ela está num estado tão avançado, de que adiantará conversar com ela? 

Adiantar... Conversar...

Conversar... Adiantar...

- ISSO! - Comemoro. 

Neville queria que eu conversasse com ela sobre o que ela sente, sobre o que ela deseja, e não sobre a loucura dela ou o acidente de Draco. No final das contas, Narcisa Malfoy só deve estar precisando de alguém que a ajude como uma pessoa normal, e não como uma louca. 

Saio em disparada para a sala de Minerva, com o livro de poesias em mãos. 

- Diretora! - Entro em sua sala, novamente sem bater. 

- Sim, Granger? 

- Eu quero visitar Narcisa Malfoy amanhã a tarde. 

- Tem certeza disso? 

- Sim. 

- Então, tudo bem. 

- Com licença.

Já estou quase saindo de sua sala quando ela me chama:

- Granger! 

- Sim? 

- Você virá comigo e com a Senhoria Parkinson ao St. Mungus hoje a noite para ver Draco? 

- Sim, senhora. 

Só não concordo com a parte de levar a cara de buldogue. 

- Me encontre aqui após a ronda, então. 

A noite chegou. Jantei com meus amigos e avisei a Neville que entendi o que ele havia dito, o que o alegrou. Por alguns instantes, meus amigos conseguiram tirar os problemas de minha cabeça, mas sempre que meus olhos corriam para a mesa da Sonserina, os infelizes voltavam. 

Agora é hora da ronda. Prendo os cabelos num coque antes de descer para a sala comum. Quando desço, Zabini já está me esperando.

- Pronta? - Pergunta.

- Sempre. 

Abro a porta e não hesito em passar. Não vejo a hora de essa ronda terminar logo e eu ir ver meu amado monitor, o verdadeiro monitor. 

- Está tudo bem com você?

- Por que não haveria de estar? Quando essa maldita ronda acabar eu vou ver Draco e, por mais que ele esteja naquele triste estado, ele ainda está vivo e é isso que me anima. 

- Hum... 

Delirando ou não, percebo uma leve pontada de ciúmes em seu murmúrio. Que tolice a minha... 

Rodeamos vários corredores sem trocar uma palavra. Passamos atentamente pelas portas e, sempre que pensamos ouvir algum barulho anormal, adentramos nas salas e conferimos se há alguém. Pegamos, uma única vez, dois garotos do quarto ano planejando algo contra a professora Trelawney, mas aplicamos as devidas detenções. 

Já vistoriando o sétimo andar, sinto o cansaço me invadir, mas não deixo de prestar a devida atenção na ronda. Passando em frente à Sala de Astronomia, ouvimos duas vozes. Para Zabini, elas podem ser desconhecidas, mas são bem familiares para mim: Córmaco McLaggen e Lilá Brown. 

- Vamos tirá-los logo daí. 

- Espera! - Ordeno. - Quero saber sobre o que estão falando.

Aproximo o ouvido da porta e ouço Lilá esbravejar: 

- Eu fiz o que você me pediu: tirei aquela maldita foto. E o que eu ganhei em troca? Nada! O Ron se separou da cabelo de vassoura mas tá todo derretidinho pela lunática Lovegood! 

Então foi essa filha d'uma égua quem tirou a foto!, penso. Eu podia imaginar que qualquer pessoa tivesse feito isso, menos Lilá. 

- Agora podemos entrar? - Pergunta um Zabini impaciente. 

- Espere, quero ver se o Córmaco vai dizer alguma coisa. 

E diz: 

- Calma, queridinha. Eu garanti que o Weasley iria voltar pra você, e vai. Só precisamos tramar alguma coisa pra ele largar a di-Lua. 

- Vocês não vão armar borra nenhuma pra separar a Luna e o Ron! - Entro, movida pela fúria.

- Hermione! - Os dois pronunciam, pasmos. 

Antes de pensar em dizer qualquer coisa, dou um tapa em Lilá e outro em Córmaco. 

- Como vocês dois podem ser tão baixos? 

Zabini segura meu braço e diz:

- Calma, Granger. Ficar nervosa não resolve nada.

- Como você tem a cara de pau de me pedir calma?! - Grito com Zabini, que se afasta de mim.

Lilá se aproxima e ameaça revidar o tapa, mas não o faz. Ao invés disso, me provoca com palavras: 

- Quem diria: a certinha Hermione Granger distribuindo tapas por aí. 

- Cala. Essa. Boca. Antes. Que. Eu. Te. Dê. Outro. Tapa! - Falo pausadamente. 

Córmaco fica a um metro de mim e diz: 

- Minha flor, não é nada disso que você está pensando. 

- Sua flor o caramba! Olha aqui, se fosse só comigo eu nem teria me dado ao trabalho de bater em vocês, mas vocês cogitaram a possibilidade de prejudicar Luna e isso eu não admito! 

- Calma, Hermione. Calma. - McLaggen suplica. 

- Pega essa calma que você está me pedindo e enfia no seu... - GRRR!, maldita hora que eu fui fazer a promessa de não xingar mais. - E troca por vergonha na cara, porque é disso que você está precisando.

Os dois aproximam-se um do outro e trocam um rápido olhar. 

- Espero que estejam preparados para detenção. - Zabini pronuncia, a voz soberana. - Já foi dado o toque de recolher e vocês ainda estão fora dos dormitórios. Quer escolher a detenção, Granger? 

- Com certeza. - Um sorriso de prazer se forma em meus lábios. - Como sei que vocês são dois medrosos, passarão uma semana na Floresta Proibida com o Hagrid. 

- O QUE?! 

- Exatamente. - Zabini e eu falamos em uníssono. 

- Agora, é melhor que saiam da minha frente antes que eu volte a bater em vocês! 

Os dois saem correndo. Quando não há mais vestígios de nenhum deles, Zabini diz: 

- Então foi essa vaquinha de quinta quem tirou a tal da foto que Draco tanto me falou... 

- Sim. Draco prometeu me ajudar a descobrir quem havia tirado a foto, mas acabei descobrindo por acaso. 

E a tristeza me invade ao reparar na promessa não cumprida. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, vocês já devem ter reparado que postamos um cap por semana, e com um grande esforço, porque nossa vida não é só escrever. Gostaríamos muito de poder postar mais rápido, mas não é possível.
Agradecemos a todos por estarem acompanhando.
Ahh, e pra quem acha que a fic tá esquentando, ela ainda tá fria em comparação ao que estamos preparando *risada SUPER maligna*.
Beeeeeijos :*