Meu Amado Monitor escrita por violetharmon


Capítulo 16
Capítulo 16 - Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores! Atrasamos dois dias a mais que o esperado porque a Gabrielaa teve uma festa pra ir (ou seja, se ocupou toda) e a gaabslunetta tava sem inspiração. Mas o capítulo saiu!!
Boa leitura!



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Estou a caminho da sala de McGonagoll para irmos visitar Draco. Confesso que estou receosa em relação ao fato de Pansy Parkinson ir junto, mas o que posso fazer? Zabini queria ir também, mas não sei o que houve que o fez mudar de ideia. Confesso que não quero a presença dele, Parkinson já é o suficiente. 

Chegando ao meu destino, a porta já me espera aberta. Minerva e Pansy estão à minha espera. 

- Olá, senhorita Granger. - E estende o braço para mim.

- Pensei que não pudéssemos aparatar em Hogwarts. 

- Ser diretora tem seus privilégios. 

E, de repente, senti como se fosse puxada para dentro de mim mesma. Mas a sensação é tão rápida que logo me vejo em frente ao St. Mungus, com Minerva e Pansy ao meu lado.

- Vamos? - Perguntou a diretora.

- Sim. - Pansy e eu respondemos.

Passamos pelas enormes portas automáticas e o ambiente triste e agonizante mudou minha aura. Sem querer demorar, dirigimo-nos rapidamente para a UTI, onde Draco está. Chegando em frente ao quarto 123, Pansy e eu hesitamos. Sabemos que Minerva não entrará conosco, mas não queremos entrar juntas. 

- Eu vou primeiro. - Disse Pansy.

- De jeito nenhum! A namorada dele sou eu, portanto eu entro primeiro! 

- Garotas, vamos acalmar os ânimos, está bem? Vocês não ajudarão em nada discutindo. Draco precisa de vocês duas unidas... se possível.

- Creio que isso não seja possível. - Respondemos em uníssono. 

- Bom, então pelo menos comportem-se. 

Pansy e eu nos fuzilamos com o olhar. 

- Granger, entre primeiro. 

- O quê?! - Pansy protesta. 

- Como ela mesma disse, ela é namorada de Draco. Sem contar que ela não veio ontem. 

Lanço um olhar presunçoso à ela. 

- Droga! - Esbraveja.

- Eu irei te chamar quando seu tempo acabar. 

- Sim, senhora. - Digo.

Sem hesitar, entro na sala e fecho a porta. O barulho dos aparelhos me deixa tensa. Aproximo-me do corpo pálido e imóvel de Draco, sentindo um enorme vazio em meu íntimo. 

- Oi, meu amor. - E seguro sua mão gélida. - Estava com saudades. 

Duas finas lágrimas escorrem pelo meu rosto. 

- Parece tolo dizer o que direi sabendo que não pode ouvir, mas direi... Descobri quem tirou a foto, foi Lilá. Eu briguei com ela e com Córmaco mas, de certa forma, ambos me fizeram um favor. Tudo o que houve apenas contribuiu para que eu me aproximasse e me apaixonasse por você. 

Sua respiração torna-se um pouco falha, o que me causa um sobre-salto, mas logo se regulariza. Draco está respirando com a ajuda de aparelhos, e isso não me agrada. 

- Eu trouxe uma coisa. - Digo, puxando o velho livro de poesias debaixo do suéter. - Vou ler algo para você. Chama-se O Velho e a Flor, de Vinícius de Moraes.

Por céus e mares que andei

Vi um poeta e vi um rei

Na esperança de saber

O que é o amor.

Ninguém sabia me dizer,

Eu já queria até morrer

Quando um velhinho

Com uma flor assim falou:

O amor é o carinho,

É o espinho que não se vê em cada flor.

É a vida quando

Chega sangrando aberta 

em pétalas de amor.

- Gostou, amor? - Pergunto, mesmo sabendo que é em vão. 

Iludo-me ao pensar que a rápida aceleração de seu coração é uma resposta à minha pergunta. Que tola sou...

- Sinto sua falta. Queria poder te abraçar, sentir seus carinhos, te beijar... Mas, acima de tudo, queria que você estivesse bem. Não me importaria se você estivesse longe de mim. O simples fato de poder ver você saudável, saber que seu coração bate tranquilamente, ver você respirar sem a ajuda desses aparelhos... Isso me faria feliz. 

Sorrio ao pensar na possibilidade de vê-lo andando por Hogwarts novamente. De tanto desejar vê-lo de pé, ponho-me a chorar. Não sei nem se ele irá se safar desse estado lastimável, veja lá andar. Sei que devo ser otimista e manter a esperança viva, mas eu tenho que ter consciência de tudo o que pode acontecer. 

- Ahh, Draco. Preciso tanto ver a luz dos seus olhos novamente, tanto... Volta, meu amor, volta... 

Enxuguei as lágrimas restantes em meu rosto. Preciso me recompor. De que adiantará ficar chorando? 

- Sabe, amor, eu vou visitar sua mãe amanhã. Vou até ler poesia pra ela. Tentarei ajudá-la a recuperar a sanidade, sabe? Você precisa dela, e ela precisará de você quando voltar ao seu estado psicológico normal. 

Ouço a porta se abrir atrás de mim. 

- Vamos, querida? - Minerva me chama. 

- Sim. 

Antes de ir, aproximo meu rosto do dele e deixo um beijo em seus lábios. Mesmo sendo um beijo de poucos segundos, meu corpo inteiro se arrepia pelo simples fato de uma parte de meu corpo tocar o dele. 

Quando dou as costas, não olho para trás novamente. Se eu olhasse, não sairia nunca mais de perto dele. 

Ao passar por Parkinson, penso que nada poderia ter maior poder de fogo do que a linha entre nós. Um leão morreria queimado se passasse pelo ar que nos separa. Não sei se agradeço a Merlin por ela entrar e fechar logo a porta ou se entro lá e puxo ela pelos cabelos. 

- Tudo bem, Granger? 

- Sim, diretora. 

Os dez minutos que Pansy passa com Draco parecem se arrastar. Quando ela finalmente sai do quarto, aparatamos para Hogwarts. 

Sem dar boa noite a ninguém, corro para o "apartamento" dos monitores. Chegando lá, me deparo com Zabini dormindo no sofá... sem camisa. E, POR MERLIN, que diabo de coisa esses Sonserinos fazem para serem tão gostosos? Hermione, pare de pensar nessas coisas, você acabou de visitar Draco. Controle-se. 

Ignorando - ou tentando ignorar - esse fato, aproximo-me dele e o chamo: 

- Ei, Zabini... Vá para a cama. 

- Hum? - Ele geme. 

- Vá dormir na cama. 

Ele abre os olhos vagarosamente, piscando-os algumas vezes para acostumar-se com a claridade. 

- Eu dormi aqui? 

- O que você acha? 

Em resposta, ele se senta no sofá. Após espreguiçar-se, queixa-se: 

- Ahhh, que dor no ombro esquerdo. 

- Não é pra menos: você estava dormindo em cima dele. 

Ele faz movimentos circulares com o ombro. Antes que minha razão possa acompanhar meus atos, já me puz a massagear seu ombro. 

- Muito, muito obrigado. 

- Não precisa agradecer. 

Sinto-me estranha por estar tocando sua pele com tanta intensidade, com tanto... fervor. Meus ouvidos concentram-se, involuntariamente, em sua respiração calma e aconchegante. 

Suas mãos erguem-se tranquilamente e tocam as minhas. Percebo que não posso mais ficar aqui. 

- Bom, hum... Eu preciso ir dormir. Boa noite. 

- Espera! - Ele segura meu braço antes que eu possa ir. 

- Eu realmente preciso dormir. Estou cansada. 

Ele se levanta e põe-se em minha frente. 

- Só um minuto, Hermione. 

O nível de intimidade está aumentando rápido demais. 

- Então diga logo, porque eu irei contar.

Mentira, penso. 

- O.k., o.k.

Por alguma razão, ele não diz nada. Apenas me olha intensamente nos olhos. Percebo que algo muito errado está se formando aqui. Ele vai se aproximando, se aproximando... Passa um braço por minha cintura, a fim de me aproximar dele. Com a mão livre, desliza os dedos por meu rosto. 

- Agora entendo porque Draco se apaixonou tão rapidamente por você. 

E, sem mais nem menos, seus lábios pousam nos meus. Inicialmente, eu reluto, mas logo me entrego. Permito que ele me beije, mesmo sendo errado. Permito que seus lábios doces e macios acariciem os meus da forma como bem quiserem. Permito que sua língua explore cada canto de minha boca. 

Suas mãos correm por minhas costas, enquanto as minhas permanecem imóveis em sua nuca. 

E então percebo quem estava me beijando quando tomei a Poção do Futuro: Blásio Zabini. 

Confusa, afasto-me dele. Meu corpo cai tenso no sofá e começo a chorar. 

- O que houve, Hermione?  

- Saia daqui! 

- Me explica o que houve, por favor? 

- Não! Isso não é certo! Não é certo! Draco está internado! Você não devia ter me beijado e eu não devia ter correspondido. ISSO FOI ERRADO! - Grito. 

Saio correndo escada acima e acabo tropeçando no quinto degrau. Rolo escada abaixo.

- Hermione! 

Blásio corre até mim e me ajuda a levantar, mas eu não quero que ele me ajude. 

- Me deixe em paz. 

Subo as escadas correndo, novamente. Mas, dessa vez, não tropeço. 

Ilusão da minha cabeça ou não, ouço ele dizer "desculpe" antes de bater a porta com uma força descomunal. 

Jogo-me na cama e choro com mais intensidade. Enterro o rosto no travesseiro e começo a gritar de raiva. Raiva de mim mesma por ter feito o que fiz nas circunstâncias atuais. A culpa não foi só de Blásio, eu também tenho minha parcela nessa história. 

Enquanto Draco está na UTI, eu e seu melhor amigo nos beijamos. Isso é errado. Eu o trai. Blásio o traiu. Como eu pude fazer isso? Como eu pude deixar que o desejo me dominasse? Como? 

Grito ainda mais, como se isso pudesse amenizar minha dor, mas não ameniza. Por mais que o travesseiro abafe os sons agudos que escapam de minha boca, sei que Blásio pode ouvir. E a minha certeza só aumenta quando ouço algumas batidas na porta e sua voz: 

- Hermione, me deixe entrar. 

- SAIA DAQUI AGORAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! - Grito com tanta intensidade que sei que ele não irá contestar. 

Ahh, como eu queria que Gina estivesse aqui comigo. Ela poderia me acalmar, tentar me entender. Ela poderia me ajudar a superar isso. 

Depois de uns cinco minutos gritando, já não tenho mais forças para fazê-lo. Sento-me na cama e enxugo as lágrimas ainda presentes. 

Olho para o chão e vejo que há um papel azul que foi passado pela fresta da porta. Pego-o e leio-o:

Hermione, fui para o dormitório da Sonserina. Acho que você precisa de um tempo.

Se quiser, durma no quarto de Draco. Acho que vai te fazer bem ficar com o que pertence a ele. 

Me desculpe. 

Afetuosamente, 

Blásio Zabini. 

Agradeço mentalmente por ele ter compreendido o que está acontecendo comigo. 

Sem hesitar, vou até o quarto de Draco. As luzes estão apagadas, sendo que a única iluminação é a do luar. Abro a porta do guarda-roupas e tiro uma de suas camisas do cabide. Abraço-a, como se fosse ele, e cheiro-a, como se fosse ele. O leve perfume me embriaga por alguns instantes. 

Depois, decidida de que preciso de companhia, saio do apartamento em direção ao dormitório da Grifinória. A Mulher Gorda me salda: 

- Olá, Granger. Faz tempo que não vem aqui! 

- Faz... Preciso falar com Gina Weasley. 

- Não tenho permissão para te deixar entrar. 

- Por favorzinho. - Peço, de joelhos. 

- Não! 

- Eu vou atear fogo em você! 

- Não! Entre, entre. 

Ela abre espaço para eu passar pelo buraco. Quando entro, há apenas duas velas acesas da Sala Comunal. Pego uma delas e subo as escadas para ir ao dormitório feminino. Não é difícil encontrar Gina.

- Gina, acorde. - Sussurro. 

- Huum? - Ela resmunga. 

- Acorde logo! 

Ela abre os olhos lentamente, depois esfrega-os. 

- Hermione? 

- Sim. 

- O que você quer? 

Penso bem nas palavras que usarei. 

- Preciso de companhia. Não consigo ficar só naquele lugar. 

- E Zabini? 

- Te conto tudo depois. Agora, venha. 

Gina se levanta aos poucos, veste um jeans e camiseta e me acompanha. Saindo do buraco, a Mulher Gorda pergunta:

- Aonde vão, mocinhas?

- Para o dormitório dos monitores. - Respondo. 

- Na-na-ni-na-não. A Weasley não pode ir. 

- Nem mesmo se te queimarmos? - Ameaço novamente. 

Ela hesita, depois diz:

- Vão logo, antes que eu me arrependa. 

Gina me seguiu até o dormitório sem dizer uma palavra. Eu sabia que ela queria perguntar; Ela sabia que eu não iria responder. Chegando à porta do dormitório, pronunciei a senha: 

- A Serpente e o Leão: Unidos em um só coração. - Minha voz saiu trêmula ao dizer "unidos", e acho que Gina percebeu. 

A porta se abriu e entramos. 

- Interessante a senha. - Gina comentou. 

- Uhum.... - Murmurei. 

Sentamo-nos. 

- Agora, senhorita Hermione Granger, pode me explicar por que me tirou do quentinho da minha cama no meio da madrugada? - Esbravejou.

- Gina, acalme-se. Eu te explicarei tudo. 

- Então explica logo antes que eu brigue com você. 

- O.k., o.k... Bom, é meio complicado, é que... 

Silêncio.

 - FALA LOGO! - Gina grita. 

- Zabinimebeijou. - Falo rapidamente. 

- Oi? 

Respiro fundo antes de repetir. 

- Blásio Zabini me beijou...

- O QUE?! 

- E eu correspondi. 

A primeira reação de Gina foi ficar com a boca escancarada e os olhos arregalados. Depois, seu olhar foi de pura censura. Com vergonha, abaixo a cabeça. 

- Mi, você não devia ter deixado isso acontecer. 

- Eu sei, Gina. Eu sei. 

- Então...? 

- Foi sem querer. 

- Não. Não tem como beijar uma pessoa sem querer. 

- O.k., o.k... Gina, sabe aquela Poção do Futuro e o que eu vi? 

- Sei, sei... - Seu olhar muda. - Não me diga que...! 

- SIm, Gina. Foi ele. 

- PELAS CUECAS DE MERLIM, HERMIONE! Borra, até o futuro está contra você! 

- Tipo isso... 

- Ai, ai... E Draco nessa história? 

- Estou me sentindo super mal... 

Por uns instantes, Gina parece perceber que não aguento mais responder perguntas. 

- Dorme aqui comigo? - Convido-a. 

- Claro. 

Levanto-me e sigo em direção ao quarto de Draco. Gina me segue, sem mais perguntas. Entrando no quarto, comunico: 

- Prefiro dormir aqui. Se importa? 

- Claro que não, amiga.

E assim, deitamos na cama de Draco e adormecemos.


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Notas finais do capítulo

Por favor, só não digam que querem nossa cabeça com azeite, sal e limão depois do que aconteceu entre o Blás e a Mi *medo*
REVIEWS? Recomendações? Estamos de braços abertos para todo tipo de comentário!!
P.s.: gente, sentimos falta de reviews no capítulo passad, viu? Quem não comentou antes, pode comentar em relação aos dois caps num review só, não tem problema, mas queremos saber a opinião de todos os leitores!
Beijos