Hesitate

A floresta húmida e silenciosa estava sendo fracamente iluminada pelos pequenos feixes de luz do dia nublado.

As mãos brancas estavam fincadas fortemente aos galhos grossos da árvore.

Os olhos, em uma forma monstruosa, analisavam o pequeno acampamento improvisado a frente.

-Kevin! Vamos por aquele lado de manhã.

- Tudo bem! Eu vou pegar uns galhos para a fogueira...

Seu corpo se contraiu para trás em uma forma de lhe deixar mais escondida e invisível com estava.

Os passos pesados do homem batiam fortemente no chão quase em lama da floresta.

Seus passos deixavam grossas marcas pela terra molhada.

Seline curvou seu corpo para frente, e como uma cobra, esperou o momento para dar o bote certeiro.

Mas, a voz fina apareceu em seus ouvidos.

- Papai! Quero ajudar! – a garotinha loira veio correndo de forma desajeitada.

- Tudo bem... Me ajude aqui querida. Mas fique do meu lado.

O corpo de Seline se formou rígido por um instante.

Seu corpo se contraiu para trás.

Ela nunca havia hesitado em um ataque antes. Nunca.

Pena não era um sentimento que ela costumava sentir.

***

Seus passos compassados passavam pela pequena multidão existente no centro da cidade de Forks.

Ela andou um pouco mais a frente, se afastando da multidão.

Ela virou no pequeno beco ao lado.

Angel estava imprensado na parede com sua respiração detida.

Seus olhos negros avisavam a falta de sangue.

- Você tem de comer. – Seline disse em um tom breve.

- Eu me preocupo comigo. Se preocupe com você. – Angel disse em um tom ríspido. – Desculpe. – ele murmurou em seguida – Diga.

- Acho que sei como posso me tornar humana novamente. Hesitei em matar hoje... Talvez, se eu voltar a ter sentime... – Angel a interrompeu

- Não... Você já hesitou antes, uma vez. E não voltou a ser humana.

Seline pensou brevemente.

Na vez em que havia sido transformada ela havia hesitado em matar uma família, por causa de sua mãe.

Seline parou com o próprio pensamento.

- Minha mãe... – ela disse em um breve sussurro.

- O que? – Angel perguntou confuso.

- Eu amava minha mãe.

- E daí.

- Foi a ultima vez que eu fui humana.

- Está dizendo que você deve arrumar uma mãe que você ame? – Angel perguntou confuso.

- Não. Eu tenho que amar alguém. – Seline disse em um tom plano.

- Amar alguém?

- A ultima vez em que fui humana, eu assisti minha mãe morrer. – Seline disse em um tom seco – Pelas mãos do meu pai.

Angel se silenciou um breve momento inerte em seus pensamentos.

- Se se tornar humana, sua metade vampira adormecera. Estará fraca e vulnerável a qualquer coisa. –Angel pausou brevemente tirando algo do bolso de sua calça. Um pequeno pote com um líquido viscoso praticamente transparente – Vai precisar de um... Estimulante, para voltar a ser vampira novamente. – ele ergueu o pote e depositou na mão de Seline.

Ela analisou o pequeno recipiente em forma de cilindro, parecia uma pequena seringa.

- O que é isso.

- Veneno. – Angel disse rápido – Precisa acender sua forma humana. Matar agora é um erro, a impressa está chamando toda a atenção para essa cidade. Isso vai acabar intrigando seu pai.

Seline guardou o pequeno frasco.

- Eu preciso... Amar... Alguém. – Seline dizia as palavras forçadamente.

- Boa sorte com isso.

Seline nunca mais se importou ou passou a ter sentimentos nobres por alguém desde que sua mãe havia morrido.

E depois de tanto séculos, ela ainda não havia cumprido o pedido da mãe.