Manus Life - Segunda Temporada escrita por Apiolho


Capítulo 2
MEU AMOR


Notas iniciais do capítulo

QUERIDOS LEITORES,

Bem, isto é o começo e talvez o fim de uma amizade. Botei aquele enorme poesia porque eu não consegui inserir uma, todas mostravam um sentimento dela. Beijos e muito obrigada a nossas novas e leitoras e velhas. ESPERO QUE CURTEM.



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CAPÍTULO UM - MEU AMOR

Sou carne da minha carne
Pedaço de lama atirado ao vento
Na raiva que domina o pensamento

Sou o fardo que ninguém quer
Sou alma doente de um perigo iminente
Que paira sobre o malmequer

Sou tormento mais amargo que o fel
Lenha incandescente na mão do inimigo
Em chama ardente queimando-lhe a pele

Sou lixo oriundo das Índias
Que a ventania traz consigo
Sou o Outono da Primavera
Nuvem negra no céu azul
Sou ruína cercada de hera
Triste fim de uma quimera
Que habitou os mares do Sul

Sou sangue do teu sangue
Rejeição da tua carne
Sou náufrago angustiado
Num Oceano tenso e revoltado

Sou pó que a Terra arde
Choro desconsolado
Cria privada de correr

Sou fruto dum gesto viciado
Que por ti foi rejeitado
Num longo caminho a percorrer…

(Manuela Fonseca)


            Estava na aula de sociologia, mas minha mente estava trabalhando em outro assunto. Algumas coisas mudaram de um tempo para cá, James se matriculou na nossa escola e Matthew entrou na minha turma. Sua presença, arruinou-me completamente. Ele sentava do meu lado, mas não conversava comigo. Tornava-se a cada dia mais distante.

            Como há tanto esperava, o sinal bateu. Algo rotineiro ocorreu, pessoas saíram correndo para entrarem na fila da cantina. Eu fui a passos lentos para o meu banco, que agora não está mais sendo dominado pelo Fábio. Ele está diferente desde o dia em que eu paguei a aposta. Não o via mais ficando com uma mulher a cada dia e nem se divertindo com elas. Parecia que sua vida não tinha mais sentido, seus olhos agora só demonstravam melancolia.

            Álias, tantas coisas mudaram que o casal popular da escola era James e Nathália. Eles conheciam quase todas as pessoas deste local, mas insistiam em me acompanhar neste horário. Odiava ser o "centro" de atenções, mas todos me olhavam ao ver que eu estava com os dois.

                - Olá, meu amor - os apelidos que eram referidos a mim, davam-me náuseas. Em um dia eu perguntei o porquê de ela me chamar de amor e a mesma respondeu que significava "Adorada Manu, organizadora de romances". Eu sei que ela inventou isto para que eu não pudesse repreende-la, mas custava ela me chamar apenas de Manu? - Tudo bom contigo, AMOR?

            - YES! Nathália. - respondi de imediato, mostrando uma convicção de minha resposta que eu não tinha.

            - Já que você perguntou, eu também estou bem.

            "E eu com isto?" Pensei.

            O que ocorre há alguns dias é o Matthew sair correndo em minha direção, de um jeito afobado. A única coisa que eu gostava em sua companhia, era que o casal saia a procura de outra pessoa. Eu não tenho nada do que reclamar em relação ao meu primo e amiga, mas é que os outros colegas me olham de um jeito estranho quando eu estou com eles.

            - Guten Tag*. - começou a me cumprimentar deste jeito, desde o dia em que um alemão veio dar palestras para nós. Sua fala se tornou constante, quando soube que uma loira gostava desta língua.

            - Matthew. Que mal me pergunte, mas por que está afim de outra se estava namorando com a Courtney? - queria ouvir de seus lábios a frase "terminei com ela, por causa de ti. Manu."

            - Ela é muito imatura para mim, então eu terminei com ela. - respondeu apenas. Seu olhar foi de encontro a mulher que passava no pátio. Tanto sua expressão, quanto seus olhos mostravam admiração e desejo. - Um dia eu ainda a conquisto. - completou para si ao fechar a mão em formato de punho, mas as palavras puderam ser ouvidas por mim. - Manu, você acha que ela gostaria de mim?

            - Yeah. - completei de modo automático.

            Estava longe, para poder engolir estas palavras com facilidade. Talvez eu nunca consiga processá-las em minha mente, mas a dor é bem menor quando tenta ignorar o assunto. Minha vontade era de gritar do quanto ele estava errado em escolher aquela mulher. Eu não era tão interessante quanto ela, mas era sua amiga. Esse era um dos motivos de minha tristeza, ele não me via com outros olhos.

            Andamos pelo pátio, quando ouvimos o sinal tocar. Fomos em direção a sala de maneira apressada, pois a orientação estava mais rígida em relação aos atrasos. Há algum tempo, muitos alunos costumavam trazer bebidas para a escola e se atrasavam por causa disto. A direção resolveu tomar uma atitude radical ao saber deste assunto. Quem trazia algo ilícito ou se atrasava, a advertência ia para o histórico permanente do aluno.

            A sala já estava cheia quando chegamos. Matthew foi para a sua carteira de um modo apressado e sorriu ao ver que sua "paquera" estava no local. O professor começou a dar aula, mas os dois não prestavam atenção. Trocavam bilhetes um com o outro e eu estava curiosa para saber sobre o assunto que conversavam entre eles.

            "DEU, JÁ CHEGA!" Pensei ao observar a brincadeira dos dois.

            Ela passava o dedo entre os cabelos após pegar o bilhete e ele não era exceção. Rezei ao saber que as aulas haviam terminado e agradeci ao observar que o bilhete estava no chão. Peguei rapidamente o papel e comecei a ler.

"- Oi, meu amor.

 - Oi, Matthew

  - Eu não sei o porquê, mas eu estou gostando mesmo de ti. Tento dormir a noite, mas seu sorriso me impede de fazê-lo. Quando te vejo, tenho vontade de beijá-la para que todos saibam que você é apenas minha.  Dei-me uma chance, para que eu mostre que estou certo em minhas palavras. Posso te pegar as seis para irmos ao parque São Simão*?

- E a sua amiga, Manu? Eu não quero que ela saiba sobre o nosso romance.

 - Por quê? Ela não irá contar para ninguém...

 - Não percebe a maneira como ela te olha?

 - Não, nunca reparei nela. É, apenas uma pessoa que faz com que eu me sinta superior. Alguém que levanta a minha auto-estima, mas você me faz ter vida. Mas eu não conterei, fique tranquila!

 - Está bem, pegue-me as seis e meia. Agora vamos prestar atenção na aula, senão o professor lê o nosso bilhete se perceber a nossa movimentação."

            A dúvida sobre o que ele sentia em relação a mim, estava dada. É, apenas uma pessoa que faz com que eu me sinta superior. Sentia-me um lixo, uma pessoa que era totalmente submissa a outra, mas que não ganhava com isto. Pensei sobre tudo que passei com ele ao ir para casa. Tive a conclusão de que o mesmo não merecia as lágrimas que estavam em meus olhos, tinha que me valorizar. Percebi que só me perdendo, ele faria isso. Então, assim o ignorarei.


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Notas finais do capítulo

* - É, oi em alemão. Pode ser, Hallo também. *-*

Tadinha, né? ELE TERMINA COM UMA E VAI COM OUTRA...

GOSTARAM OU NÃO? REVIEWS?

BEIJOS E OBRIGADA.



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