Um Lugar para Nós escrita por Jessy Rodrigues


Capítulo 6
O Final De Petit Mew


Notas iniciais do capítulo

Então... Desculpem a demora? É que, como vocês sabem, os autores sempre esperam por mais reviews para postar os capitulos. Eu já tenho essa história pronta até o capitulo 24, mas não estou tendo muita motivação, né... ¬¬'
De qualquer forma, eu espero que vocês gostem do capitulo e, relaxem, é o fim de Petit Mew, mas ainda haverá aventuras para nossas Mew Mews!



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                De
manhã, Elliot foi o primeiro a acordar, como sempre. Olhou para quem
compartilhava o cobertor. Ela estava com o cabelo um pouco bagunçado e caído no
rosto, dando um ar angelical. Levantou sem fazer barulho e foi para a cozinha,
onde sabia que a mãe estaria.



-Elliot, eu já te falei como você fica lindo de macacão?



-Sim, mãe, todas as manhãs. Bom dia.



-Bom dia. Você vai tomar café agora ou vai esperar os
outros?



-Vou chamar a Zoey pra tomar comigo.



                A mãe
fez um som tipo “huuumm” e Elliot revirou os olhos saindo da cozinha. O quarto
ainda estava escuro, mas isso não era problema para ele.



-Zoey, acorda. – Ela virou para o outro lado. – Vamos tomar
café. – Ela jogou a coberta no rosto. – Acorda, quero que você tome café
comigo.



                Ele
balançou um pouco a menina e sussurrou no ouvido dela para não acordar os
outros.



-O que você quer, Elliot?



-Que você tome café comigo.



-Que horas são?



-Sete horas, eu sempre acordo nesse horário.



-Que coragem!



                Zoey
afundou o rosto no travesseiro e levantou logo em seguida buscando ar. Levantou
da cama, arrumou o pijama e seguiu Elliot.



-Bom dia, Zoey.



-Bom dia, Sra. Grant.



-O Wesley fez um bolo formigueiro maravilhoso, vocês vão
adorar! Vão arrumar esses cabelos que eu arrumo a mesa.



                Na
verdade, Elliot parecia já acordar com o cabelo arrumado, mas o de Zoey tinha
alguns nós.



-Droga! – Resmungou na sala quando se machucou e o nó
continuou no lugar. Elliot tomou a escova da mão de Zoey e escovou o cabelo
sedoso. Ele tinha tanta calma e paciência que ela nem percebeu quando tinha
acabado e não sentiu dor nenhuma. – Você é bom em pentear cabelo.



-Em casa, eu ficava penteando o da minha mãe durante a
tarde.



                Elliot
acabou se perdendo nas lembranças de quando morava na grande casa apenas com
seus pais e Wesley. Gostaria de voltar ao que era antes, mas sabia que estava
morando ali por um bem maior, sem falar que ele tinha conhecido a Zoey. E
jamais se arrependeria da amizade que tinha feito.



-Vamos tomar café.



                Havia
um banquete para eles. Bolos de todos os tipos, pães variados, geléias de todos
os sabores, manteiga, requeijão e frios.



-Vocês querem beber o que? – Wesley perguntou educadamente.



-Eu vou tomar leite com chocolate mesmo.



-Zoey?



-Não sei, to em duvida...



-Prova o suco de morango do Wesley, é ótimo.



-Pode ser!



-Ok, um leite com chocolate para o senhor e um suco de
morango para sua dama! – Ele brincou.



                Elliot
deu uma risadinha de lado e Zoey corou um pouquinho.



-Zoey, você fica vermelha demais pra uma criança.



                Ela deu
um sorrisinho de lado meio sem graça e Elliot achou fofo apertando a bochecha
dela.



-Cheguei! Aqui seu leite, seu suco, senhorita.



                Wesley
colocou os pedaços de bolo que cada um pediu em um prato.



-Espero que esteja ao seu gosto, madame. – Beijou a mão de
Zoey e Elliot sentiu uma gota escorrer na cabeça, ela deu uma risadinha e comeu
com vontade.



-O Wesley é um cozinheiro maravilhoso!



                Eles
foram os primeiros a se arrumarem e Zoey prendia o cabelo com as fitas
vermelhas quando outras crianças começaram a acordar.



-Zoey, que horas você acordou? – Perguntou uma Corina
descabelada. Isso era cômico, uma garota sempre bonita e bem arrumada acordava
mais descabelada que Zoey. A única que parecia acordar sem um nó no cabelo e a
franja perfeitamente arrumada era Renée, mas claro, ela era praticamente
perfeita.



-Acordei sete horas da manhã...



-Você sempre acorda nesse horário? – Perguntou Bridget.



-Não, foi o Elliot quem me acordou!



                Corina
deu uma olhadinha rápida e significativa para Zoey.



-Gatinha! Aquele monstro te acordou cedo, eu nunca faria
isso com você. – Disse Dren, só faltava uma rosa.



-Bom dia, Mark. Dormiu bem? – Perguntou ao moreno, ignorando
Dren.



-Sim, e você?



-Muito bem.



                Elliot
que estava perto sorriu ao saber que ela dormiu bem. Torceu para que fosse pelo
carinho dele, que ficou até muito tarde coçando as orelhas da menina.



-Nós já tomamos café, Zoey, você quer ir brincar lá fora?



-Sim, vamos.



                Elliot
ficava feliz a cada instante que a afastava de Mark. Sabia que o moreno era
legal, mas queria a companhia da ruiva para si. Às vezes ele era meio
possessivo, mas é que ter aquele sorriso de diversão voltado para ele era como
o paraíso.



-Elliot, hora da aula. – Comunicou a mãe.



-Zoey, eu tenho que ir para uma aula onde só eu, a Renée, o
Mark e o Sardon estudamos, porque deveríamos estar na escola, mas à tarde eu
volto.



-Ta bom.



                Quando
ele se foi, Zoey se sentiu meio desolada.



-Zoey, eles passam a manhã inteira tendo aula, só param na
hora do almoço. Vem ficar com a gente. – Sugeriu Bridget.



-Tarb, por que você não para quieto? – Dren perguntou
mal-humorado.



-Não seja tão chato com ele! É só uma criança e quer poder
se mexer como você pode, Dren! – Ralhou Zoey.



-Dren, Dren! – Tarb pronunciou com sua voz infantil e o ‘r’
errado.



-É a primeira palavra dele! Não acredito que a primeira
palavra que ele falou foi o meu nome. – Dren parecia estar com o olhar
desfocado e desacreditado.



-O que tem de mais, vocês não são irmãos? É normal.



-É, Zoey, mas eu sou irmão adotivo!



-Espera, se você é adotado, por que tem as orelhas iguais
aos seus irmãos? – Perguntou Corina desconfiada.



-Foi por esse motivo que meus pais me adotaram, sabiam que
logo minhas orelhas ficariam pontudas a ponto das outras pessoas perceberem e
me adotaram para me protegerem.



-Que lindo! – Disse Bridget sonhadora.



-Lindo? Eu não vejo nada lindo em adotar alguém que ninguém
quis. – Ele respondeu amargurado demais para uma criança.



-Não seja tão duro com você mesmo. Nós estamos em um tempo
difícil, as pessoas tem medo da gente. Não sei se você percebeu, mas você não é
o único que foi deixado aqui! – Disse Corina.



-Na verdade, a única que ainda vê os pais é a Zoey.



-Mas vocês não têm contato nenhum com seus pais?



-Meus pais precisam cuidar do meu irmão mais novo, que não é
como eu, mas ainda converso com eles todo fim de semana. Eles vieram morar mais
perto da creche só para não deixarem de me ver. – Contou Bridget.



-Meus pais têm uma reputação a zelar, ninguém pode saber que
a filha deles tem asas e cauda de passarinho, isso acabaria com o nome da minha
família. Mas eles nunca me deram muita atenção mesmo, eu sempre tive uma
relação melhor com meu irmão mais velho. Ele gostava de me ver dançando balé.



-Você dança balé?



-Sim, Zoey.



-Me mostra?



                Corina
ficou em dúvida se fazia aquilo ou não. O único que a vira dançando era seu
irmão e não era realmente amiga de Zoey para dançar para ela. A ruiva tinha um
olhar pidão.



-Eu não sei dançar, então gosto de ver as outras pessoas
dançando, por favor, Corina!



-Só um pouco. – Cedeu Corina. – Vamos para o salão.



                Corina
sabia que não seria como Zoey, de saber que alguém consegue algo que ela não
consegue e ainda querer ver a pessoa fazendo aquilo.



                Ela
balançava braços e pernas com tanta delicadeza. Seus passos eram tão leves que
nem pareciam tocar o chão, Zoey achou que ela estava mesmo voando com as
pequenas asas.





                Dentro
do escritório, o Dr. Grant e Wesley conversavam.



-Nos descobriram, Wesley! Essas crianças não vão poder
continuar aqui e mudar a creche de lugar não vai adiantar. Todas essas crianças
correm perigo. – O Dr. Parecia preocupado e desolado. Como poderia evitar que
algo acontecesse com aquelas crianças?



-Senhor, vou avisar os pais sobre a situação, direi que o
melhor é que venham buscar as crianças. – Wesley tentou confortá-lo apoiando a
mão levemente em seu ombro, o outro continuava com os cotovelos na mesa e o
rosto nas mãos.





                Todos
os pais ou responsáveis deram certeza que iriam buscar suas crianças. Mark era
o único que voltaria para o orfanato. Que triste, pensar em tudo que aquelas
crianças teriam de passar.



                À tarde
quando os pais começaram a chegar, as crianças ficaram confusas.



-Crianças, por favor, escutem. – Pediu a Sra. Grant. Todos
fizeram silencio. – Eu sei que parece estranho, mas vocês precisam voltar para
suas casas. Infelizmente, descobriram nossa localização e logo virão tentar
pegar vocês. Saibam que gostaríamos muito que continuassem conosco, nosso tempo
juntos foi tão pouco e mesmo assim tão precioso. Espero que possam manter
contato, porque são todos iguais de certa forma e precisam se unir para o
futuro. Desculpem por esse transtorno, e agradecemos muito o tempo maravilhoso
que ficaram conosco.



                Algumas
crianças estavam felizes por voltarem para a família, mas gostariam muito mais
de ficar entre os amigos. Corina era o tipo que nem para casa não queria
voltar, não teria ninguém por perto mesmo, seus pais não estavam nem aí para
ela e seu irmão passou a se dedicar totalmente aos estudos e esqueceu-se dela.



-Gatinha, eu nunca vou te esquecer, você ainda será minha! –
Gritou Dren sendo arrastado para o carro por dois homens, um de cabelos pretos
e o outro loiro.



                Zoey
era a única que não via o que acontecia, ficou muito cansada e dormiu de novo
na hora de ir embora.



-Sr. e Sra. Hanson, esperem! – Pediu Elliot.



-O que foi, ela esqueceu de arrumar alguma coisa? –
Perguntou a moça ruiva.



-Não, eu só queria me despedir. Tchau, Zoey, vou sentir
muita saudade de você, eu te amo!



                Ele
abraçou o corpinho com seus braços finos. Os pais dos dois acharam a cena muito
fofa e triste. Como uma criança daquela idade podia dizer que amava alguém com
quem passou três dias?



-Prometo que um dia eu encontro você de novo e não vou
deixar ninguém te fazer mal.



                Zoey
estava dormindo e não pode dizer como se sentia com relação aquilo.





                Na
outra manhã, Zoey acordou nove horas.



-Mãe, a gente não vai? Estamos atrasadas! – Disse a menina
pulando as escadas.



-Ir? – A mãe perguntou meio desnorteada, estava cochilando
no sofá.



                Zoey
parou no final da escada e ficou olhando para a mãe. Tudo parecia como antes: a
mesma casa, os mesmo móveis, a mesma expressão no rosto da mãe. Mas ela não
estava na creche antes de dormir?



                Foi
então que Zoey se deu conta: não passou de um sonho. Com uma lágrima no olho
deixou o bracinho no corrimão cair.



-Zoey, ta tudo bem? – Perguntou a mãe, sem ainda entender a
situação.



-Sim, eu só tive um sonho estranho.



-Quer falar sobre ele?



                Não,
Zoey queria guardar Elliot somente para ela.



-Não, eu vou voltar a dormir.



                Os pais
nunca souberam que Zoey achou que aquilo fosse um sonho, mas como ela nunca
tocou no assunto, eles também acharam melhor não tocar.



                Naquela
manhã, Zoey chorou todas as lágrimas que tinha. Prometeu pelo Elliot de seu
sonho que não se esqueceria dele jamais.



-Eu te amo, Elliot! – Sussurrou na hora de dormir, sem que a
lua pudesse assistir isso, já que era lua nova. Pela primeira vez, Zoey sentiu
medo do escuro, que a seguiria pelo resto da vida. O carinho que fazia em sua
orelha não era como do loiro em seu sonho.


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Notas finais do capítulo

Gostou? Deixa review! Odiou? Deixa review! Quer me xingar? Se afoga na privada! Hahaha, não achou que eu ia deixar me xingar no review, né?