ps: pra quem não conseguiu ver a Soph no post anterior, clique aqui

- De quem é esse bebê? – Perguntei paralisada.

- Não sei.

- Você seqüestrou um bebê?

Ai meu Deus, agora a gente ia parar cadeia.

- Claro que não, ta maluca?

- Então da onde saiu esse bebê?

- Ela foi abandonada na porta do hospital.

- E você a traz aqui pra casa? Tem que chamar a policia

- Mas vão levá-la para um orfanato. – Ele me olhou como uma criança que leva um cachinho pra casa e a mãe não quer deixar ele ficar com o bichinho.

- E a gente pra cadeia. E se ela foi, sei lá, seqüestrada e deixaram ela na porta do hospital e a família dela estiver procurando por ela? Edward isso é coisa seria, você precisa levar ela para delegacia.

- Mas deixaram ela lá, com um bilhetinho, olha. – Ele me entregou um papel todo amassado e um pouco rasgado.

“ O nome dela é Soph e tem um ano, se não puderem cuidar passem a diante”

- Credo! – Falei soltando o papel – Que tipo de pessoa faz isso com uma criança?

- Tem gente que joga lixo, pelo menos essa deixou que alguém cuidasse. – Ele beijou a cabecinha da nenê e ela levantou a cabeça para encará-lo. – Ela não é linda?

- É sim! – Me aproximei deles e ela se jogou no meu colo. – O que vamos fazer ein?

- A gente pode cuidar dela até eu achar uma família que queira adotá-la, não quero que ela vá para um orfanato.

- Não sabemos cuidar nem da gente, quem dirá de um bebê.

- Vai anjo, por favor, nós podemos tentar não deve ser tão difícil.

- Edward é um bebê, não é uma boneca.

- Eu sei, esqueceu que onde eu trabalho tem crianças também?

- Ta, mas eu não sei nem trocar uma fralda.

- Eu te ensino. – Olhei para a Soph que agora estava em meu colo e ela me parecia tão indefesa que meu coração se rompeu só de imaginar ela solta e sozinha na rua.

- Ta legal! Mas você precisar arrumar uma família logo pra ela. – O sorriso do Edward se alargou quase de orelha a orelha.

- Obrigada anjo. – Ele se aproximou de mim abraçando nós duas e me beijou.

- Nós ainda precisamos conversar.

- Não vamos começar a brigar na frente dela né?

- Não quero brigar – Deitei minha cabeça em seu peito -, não quero mais brigar.

- Desculpa por ter falado com você daquela maneira e por tudo que aconteceu. Não quero que fique brava ou chateada comigo. Você me perdoa? – Olhei para cima e seus olhos estavam fitando os meus, não tinha como negar qualquer coisa para ele quando ele me olhava daquela maneira.

- Só se você me perdoar também. – Ele soltou aquele sorrisinho perfeito e me beijou novamente.

- Ah anjo, eu te... – A Soph começou a chorar.

- Ai meu Deus! E agora? – Falei assustada passando a bebê para ele.

- Ela deve estar com fome. – O bip dele tocou.

- Não! Não, não, não, não, não! Você não vai sair daqui agora, de jeito nenhum, de maneira nenhuma, não!

- Mas anjo...

- Não Edward! Eu não sei cuidar de criança, e outra, ela ta com fome e eu não sei o que dar para ela, e tem mais, eu preciso ir trabalhar daqui a pouco ou vou perder meu emprego.

- Mas eu também preciso trabalhar, foi um acidente de ônibus e eles precisam de mim.

- Ela também precisa.

- Mas ela tem você – Ele passou a Soph para os meus braços. – Prometo que volto rapidinho anjo, por favor, por favor, por favor! São vidas que estão esperando por mim.

- Ta legal! Não precisa apelar também, mas pelo amor de Deus volta logo.

- Prometo! – Ele me deu um selinho, um beijo na Soph e saiu.

E agora? O que eu ia fazer? Ela não parava de chorar, então fui pra cozinha e dei tudo que criança gosta, bolacha, bala, colher, vasilha, mas ela só parou de chorar quando coloquei um chocolate na sua mãozinha.

- Que mulher não curte um chocolatinho, não é mesmo? – Ela sorriu e bateu palminhas.

Uma missão cumprida, agora eu precisava ir me trocar. Coloquei a Soph no chão e fui para o quarto, ela me seguiu e depois de um tempinho quando olhei em volta, no quarto inteiro tinha uma marquinha de chocolate.

- Que maravilha ein? Uma verdadeira obra de arte, o bom é que eu vou deixar tudo isso pro Edward limpar.

Olhei para o relógio e já estava marcando três horas, eu tinha que estar no TAO às quatro. Soph começou a fazer cara de choro de novo e senti um cheiro horrível no quarto.

- O que é isso meu Deus? Será que tem um bicho morto aqui no quarto? – Mas ai eu percebi de onde estava vindo – Soph, minha nossa senhora você comeu o que pelo amor de Deus? E agora? Eu não tenho nenhuma fralda aqui.

Meu desespero ficou maior quando ela abriu a boca e começou a chorar.

- Calma, calma! Nós vamos dar um jeito nisso, ta bom?

Peguei minhas coisas e fui atrás de um taxi com a Soph pendurada nas minhas costas. Paramos na primeira farmácia que apareceu e eu comprei o primeiro pacotes de fraldas que estava na minha frente depois seguimos para o TAO. O Jacob ia ficar uma fera comigo, mas eu ia fazer o que? Deixar a menina trancada sozinha no apartamento? Meu celular tocou e eu quase dei um grito de felicidade.

- Alliee!!!! To morrendo de saudade!

- Nem me fale gatita, eu também. Onde você está?

- Indo para o TAO e você? – Se ela me dissesse que estava em casa eu poderia até me ajoelhar para ela ficar com a Soph.

- Indo para o GhostBar, arrumei um emprego lá, afinal não dá pra viver só diversão nesse lugar. Uma pena viu.

- Que droga!

- O que? Não está feliz por mim? Que tipo de amiga é você?

- Não Allie! Não é isso, eu precisava de um favor só isso, mas deixa pra lá.

- O que quer? Talvez eu consiga fazer.

- Não, não precisa. É uma longa historia e eu vou ter que te contar depois porque estou chegando no TAO.

- Ta certo gatita! Amanhã de tarde eu apareço no seu AP com o Emm, ta bom?

- Ta ótimo.

Paguei o taxi e sai arrastando a Soph e o pacote enorme de fraldas, graças ao meu bom Deus o restaurante ainda não estava aberto, mas pela fila que estava lá fora a noite ia ser bem cheia.

- De quem é esse bebê? – Assim que pisei no salão o Jacob já veio ao meu encontro.

- Então né.

- É sua? – O que eu ia falar? Ah não Jacob, o Edward achou ela na frente do hospital e a levou pra casa, já até imaginei o carro da policia parando na frente do restaurante e me levando algemada.

- É! Mas agora eu não tenho tempo pra conversar Jake. – Peguei a Soph e a coloquei no balcão. – Será que tem alguém, uma alma caridosa, um anjo, um ser maravilhoso que possa me fazer um favor enorme e trocar ela?

A Molly, uma senhora que cuidava da louça, veio em minha direção e pegou a Soph – Pode deixar que eu troco.

- Vou te amar para sempre Molly, sua linda! Se não for pedir demais você poderia dar alguma coisa pra ela comer?

- Claro!

- Muito obrigada!

- Bella você sabe que não pode trazer criança para o trabalho – Jacob me parou na metade do caminho.

- Serio Jake, eu não tinha com quem deixar ela. Por favor, quebra essa pra mim? Por favor?

- Ta! Mas vai ficar me devendo essa!

- Pode tirando os pensamentos pervertidos dessa sua mente suja, viu! – Ele riu e eu fui para o banheiro colocar o resto do meu uniforme.

O restaurante estava cheio e eu estava correndo mais que maratonista em época de jogos olímpicos. Meu celular começou a tocar desesperadamente no bolso de trás da minha calça, assim que olhei o visor dei graças a Deus.

- Oi anjo tudo bem com você e a Soph?

- Está sim, mas Edward eu preciso que você venha aqui no TAO buscá-la.

- Você foi trabalhar com ela?

- Claro né! Não podia deixar ela sozinha e nem podia faltar. Você pode vim, tipo, agora?

- Anjo...então ... não vou poder , o numero de feridos no acidente é grande provavelmente ficarei até tarde, por isso eu te liguei

- Edward!!! Como eu vou cuidar de uma criança se muito mal eu sei cuidar de mim, ainda mais no meu serviço. Você prometeu chegar cedo.

- Eu sei anjo, mas realmente eles precisam de mim, prometo ir o mais rápido possível.

-Arghhhhh!!!!!

Desliguei sem dar nem a oportunidade de se despedir, agora me fala quem consegue trabalhar com o pensamento em uma criança? E realmente não podia largar o restaurante na mão, o movimento estava aumentando cada vez mais... Ainda bem que a Soph estava na cozinha com a Molly.

Quando estava próximo do meu horário de serviço terminar meu celular tocou, era o Edward novamente.

- Que foi? – Perguntei sem a menor paciência.

- Estou indo pra ai buscar vocês duas.

- Ta bom. – Desliguei e fui para cozinha atrás da Soph. – Molly?

- Oi querida.

- Cadê a Soph?

- Pensei que estivesse com você – Meu coração parou.

- Fala pra mim que você ta mentindo.

- Estou falando serio. Eu dei um pouco de sopa pra ela e depois o Jake a levou daqui dizendo que ia entregá-la pra você.

- Ai meu bom Jesus e onde é ta o Jake?

- Não sei!

- Vou ter que mata ele!

Sai correndo a procura do Jacob, por sorte o restaurante já estava esvaziando e não foi muito difícil encontrá-lo.

- Jacob! Cadê a Soph?

- E eu que vou saber? A filha é sua.

- Não me faça perder a paciência Jake. Eu assisto muita série de investigação, posso te matar e colocar a culpa coelhinho da páscoa e todo mundo vai acreditar.

- É serio Bells, eu a peguei pra te entregar, mas me chamaram e eu a deixei com o Josh.

- Se eu não achar essa menina em cinco minutos é melhor você torcer pra Samara sair da sua televisão e te matar antes de mim. – Sai a procura do Josh e o encontrei entregando mais pratos para a Molly. – Cadê a Soph, Josh?

- Lá dentro na cozinha industrial

- Na cozinha? Você quer matar a menina?

Entrei na cozinha e graças a Deus ela estava lá, sentada em uma das bancadas com uma bandana na cabeça igual a do chefe Yoshiro e cheia de colheres.

- Ai está você mocinha. – Ela sacudiu os bracinhos em minha direção e eu a peguei no colo. – Te deu trabalho Yoshi?

- Que nada, sua filha é muito linda Bella  - Ele  sorriu para mim e depois entregou um biscoito da sorte para Soph. – Você precisa trazê-la mais vezes, ela foi a alegria da cozinha hoje.

- É, quem sabe! – Se eu não fosse parar na cadeia antes. – Bom, mas agora nós temos que ir, dá tchau pra todo mundo Soph.

Ela acenou e deu um sorrisinho com a boca cheia de bolacha deslumbrando todos que estavam ao redor dela. Assim que saímos do TAO o Edward já estava parado na porta nos esperando.

- Achei que não fossem sair nunca.

- Não reclama não! – Ele me puxou pelo quimono e me beijou.

- Oi anjo!

- Agora que você me fala oi? – Saiu mais pra um resmungo dengoso do que uma bronca.

- Desculpa. – Ele pegou a Soph do meu colo e deu um monte de beijinhos em sua bochecha. – Oi anjinho, se divertiu com a Bella?

Ela se sacudiu no colo dele soltando risadinhas. Ai meu Deus já estávamos nos apegando demais a ela, isso não era nada bom, nada bom. Quando chegamos em casa o Edward foi nos mostrar o que tinha comprado para Soph, mamadeiras, chupetas, fraldas, lenços, pomadas, leite, papinhas...

- Ta legal – O interrompi –, e roupas?

- Ai caramba! – Ele bateu a mão na testa.

- Ela vai vestir o que?

Minutos depois Soph aparece com uma camiseta minha que cabia três dela.

- Temos que comprar roupas para ela. – Falei assim que ela se sentou no meu colo.

- Amanhã de manhã de preferência. – Soph bocejou e deixou sua cabeça cair em meu colo.

- Onde ela vai dormir?

- Com a gente, por enquanto.

- Edward você precisa achar logo uma família pra ela.

- Eu sei anjo, eu sei.

Acordei no dia seguinte com os pezinhos da Soph no meu rosto e sua cabeça encostada na barriga do Edward, os dois estavam em um sono profundo e tentei fazer de tudo para não acordá-los, mas assim que segurei seu pezinho Soph abriu os olhos.

- Oi bebê! – Ela esfregou os olhinhos e se espreguiçou acordando o Edward. – Que bom que acordou, tem que trocar a fralda dela.

- A parte mais divertida sempre fica pra mim, né?

- Claro! – Ele se levantou e me puxou para a cama de novo.

- Preciso fazer o café.

- Acho que a Bella está precisando de cosquinhas Soph, o que você acha? – Ela pulou na cama e depois os dois voaram pra cima de mim. Ficamos mais meia hora no quarto brincando de fazer cosquinhas.

Graças a Deus as instruções atrás da latinha de leite eram bem claras e bem explicativas. Preparei a mamadeira da Soph, coloquei os pães na torradeira e liguei a cafeteira, Deus abençoe a tecnologia. Meu celular começou a tocar e pela musica eu já sabia que era a Alice.

- Oi!

- Fala gatita! Já estamos chegando ai e estamos levando Donuts e Frapuccinos, agora você já pode dizer que me ama e não é nada sem mim.

- Te amo Allie e não sou nada sem você.

- Ótimo! Agora abre a porta que já chegamos.

Os dois ficaram paralisados assim que viram a Soph nos braços do Edward, Allie teve até que se sentar.

- O que é que está acontecendo com você ein? Primeiro você dorme e acorda casada, depois você dorme e acorda mãe? Acho que você tem que parar de dormiu viu gatita.

- A história de vocês deveria entrar pro Guiness sabia? – Emmett pegou a Soph no colo e começou a brincar com ela. – E o melhor de tudo é que ela se parece com vocês.

- A conversa está ótima, mas eu preciso ir trabalhar. – Edward me abraçou e colou seus lábios nos meus. – Chego bem cedo pra ficar com ela pra você ir trabalhar.

- Você promete?

- Prometo – Ele me beijou de novo, depois a Soph e deu um tchau para a Alice e o Emmett.

- Allie precisamos ir comprar roupas pra Soph.

- Ebaaa! – Alice pulou – Vamos transformar você em uma princesinha.

Passamos praticamente a manhã inteira comprando roupas para Soph, com o cartão do Edward, claro! Alice não podia ver nada que ela já queria comprar, chegamos em casa com um milhão de sacolas.

- Emmett faz ela dormir.

- Mas não sei fazer uma criança dormir.

- Canta uma musica – Allie sugeriu.

- Mas não sei musica de criança, só aquela dos patinhos. Só que ela é muito estranha, tem ‘uma coisa que eu nunca entendi: cinco patinhos foram passear ok? Mas apenas quatro patinhos voltaram, certo? Então, me diga: porque a mamãe patinho não foi procurar o filho que sumiu primeiro, ao invés de todos os outros sumirem também pra ela tomar a iniciativa de procurar? Que tipo de mãe é essa que espera todos os filhos sumirem pra procurá-los todos de uma vez?

E onde os patinhos ficaram esse tempo todo? Como eles sobreviveram sozinhos? Como que do nada ela gritou ‘QUÁ QUÁ QUÁ QUÁ’ e todo mundo apareceu? Essa música é muito mal contada hein, vou te contar.’ Pode traumatizar uma criança.

- Só liga a televisão e deita com ela no sofá então Emmett, oh criatura que gosta de complicar a minha vida. – Fui para cozinha e a Allie me seguiu.

- Como estão as outras entre você e o Dr. Delicia?

- Estão indo bem, até agora está indo tudo bem.

- E você ainda quer anular o casamento?

- Não sei Allie, honestamente eu não sei.

- Para de ser idiota Bella, você gosta dele, ta ai estampado na sua cara.

- Vamos mudar de assunto ta legal?

- Você sempre foge da verdade.

- Por favor, Allice?

- Ta! Sua chata.

Soph acordou minutos depois que a Alice e o Emmett foram embora, ou seja, tive que trocá-la sozinha. Foi uma missão quase impossível, mas eu consegui e ela estava a bebê mais linda que eu já tinha visto com um conjuntinho de bolinhas que a Alice fez questão de dar de presente.

- Soph! De ponta cabeça não! Vai que você cai e se machuca, o Edward não vai gostar nada se a gente aparecer lá no hospital com você toda quebrada. – Ele virou cambalhota e bateu palminhas. Oh meu Deus que vontade de esmagá-la em um abraço e sufocar ela de beijos. – Ah mocinha, eu vou te pegar!

Ela saiu correndo e subiu na cama se escondendo debaixo do edredom, mas assim que ouvimos o barulho da porta ela descobriu a cabeça.

- Quem será que chegou? – Perguntei e ela levantou toda animada.

Edward chegou com pontualidade o que era muito raro, mas ele tinha cumprido o prometido.

- Anjo?

- Aqui no quarto! – Assim que ele entrou eu já fiquei preocupada, seus olhos estavam tristes e ele não tinha aquele sorriso que eu tanto gostava em seus lábios.

- O que foi?

- Acho que encontrei uma família pra Soph.