A Porta Espelhada que Tinha na Minha Escola escrita por Lie-chan


Capítulo 2
Atrás da porta


Notas iniciais do capítulo

Só uma reviwe no capítulo 1... T.T Mas vou postar logo puke minha ir~mã pediu...



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-- A Porta Espelhada Que Tinha na Minha Escola -- Capítulo 2: Atrás da porta --

-Ah, Anne, meu cabelo está estranho? – Perguntei enquanto me encarava na porta espelhada. Hoje eu fiz chapinha para ir ao aniversario de uma prima, mas ela cancelou a festa e eu tive que vir para a escola com o cabelo assim. Não gosto de chapinha, prefiro meu cabelo enrolado nas pontas em vez de ficar todo reto.

-Que coisa Amy, o seu cabelo está lindo! Só você que fica com essa paranóia... O que está estranho é essa cara de quem acordou com T.P.M. – Respondeu Anne rindo.

-Eu não estou de T.P.M... Você sabe muito bem que eu... Bem, você sabe o quê... Semana passada! – Respondi ficando vermelha.

-Eu quis dizer Tendência Para Matar! – Agora ela já estava quase chorando de tanto rir.

-Ah! Não enche! – Saí correndo. - Se você chegar primeiro que eu na cantina te pago um sorvete! – Consegui desviar a atenção dela do meu mau-humor.

A Anne corre muito rápido, tive que pagar um sorvete para ela.

Aproveitei para comprar outro bombom para ele. Espero que ele tenha ido bem no simulado. Se ele conseguir virar médico acho que vou querer ficar gripada para sempre... Nossa, viajei geral agora...

Fui andando para o ponto de ônibus como sempre. O vi conversando com o mesmo amigo que estava com ele da primeira vez que o vi.

-Oi garota! – Ele gritou para mim acenando.

-Ah... Oi... Como você foi no simulado? - Perguntei sorrindo.

-Ah, eu fui muito bem, fiz 40 pontos de 50! E... Hei! O que você fez com o seu cabelo?!? Os seus cachos eram tão fofos! – Ele reparou? Homens não costumam reparar coisas assim... Cachos fofos? Ele me elogiou! Não sei bem se isso é um elogio, mas to quase desmaiando.

-Acho que estou segurando vela... – Falou o amigo dele pigarreando para chamar a nossa atenção. Nossa, tinha até esquecido que ele estava ali.

-Desculpa John, essa é a... Qual é o seu nome mesmo? – Bem que eu pensei que estava bom demais para ser verdade Ele nem reparou que eu nunca disse o meu nome.

-Amy Aizawa. – Falei estendendo a mão para o tal John. Fiquei com a mão estendida mais tempo do que os vinte segundos recomendáveis. Parecia me analisar, coçou o queixo.

-Hei! Eu conheço você! É a garota da porta! – Falou parecendo se lembrar de alguma coisa.

-Como assim? – Como ele pode saber do que eu e a Anne fazemos?

-Todo dia eu e o Mike ficamos rindo de você e da sua amiguinha se arrumando na porta espelhada. – Como assim? Do que ele está falando?

-Quem é Mike? – Perguntei. Era a única pergunta que eu consegui formular dentre tantas outras que rondavam a minha mente.

-Você não sabe? – Seu semblante era de surpresa.  – Ele se chama Mike! – Apontou para “ele”.

Não acredito! Ele ria de mim pelas minhas costas? Mas como eu nunca o vi me olhando enquanto eu me arrumava na porta espelhada? O que ele fazia ali?

-Eu ainda não entendi... Como vocês me viram na porta? – Perguntei segurando as lagrimas que eu sabia que estavam para descer, usando a voz mais inexpressível que eu consegui.

-Vai me dizer que você não sabe?!? A porta só é um espelho do lado de fora, quem está do lado de dentro vê tudo o que acontece do lado de fora. Eu e ele trabalhamos de meio período na secretaria do colégio, que fica atrás daquela porta. – Ele parecia estar se divertindo com a situação, mas eu estava para ter um colapso. Olhei para o Mike, ele estava olhando para os próprios pés, não quis olhar nos meus olhos. Ele sempre me olha nos olhos. Essa foi a prova que eu precisava. Era verdade.

O ônibus chegou. Bem na hora. Se eu tivesse ficado lá mais um segundo começaria a chorar e a soluçar que nem um bebê. Não me despedi, apenas entrei no ônibus, paguei a passagem e me sentei, sem olhar para trás.

Na semana seguinte eu parei de usar aquela porta como espelho. Nem em meus sonhos mais loucos eu poderia imaginar que as pessoas atrás da porta pudessem me enxergar.

E se todo esse tempo ele me via trás da porta, porque não disse nada? Acho que aquele ditado “o sentimento mais próximo do amor é o ódio” deve ser mesmo verdade. É impressionante como até pouco tempo atrás eu ficava arrepiada só de vê-lo e agora penso em chorar sempre que me lembro dele.

A Anne fica tentando fazer eu mudar de idéia, mas não dou muita atenção a ela. Eu nunca tinha mencionado-o para ela, mesmo sendo minha melhor amiga, mas agora fui obrigada a falar.

Eu precisava explicar para ela um motivo para não usar mais aquela porta de espelho.

-Amy, você não pode ficar com raiva dele antes de escutar o que ele tem a te dizer! – Falou Anne pela milésima vez.

-Não tem desculpa Anne! Você também deveria estar com raiva! Também estavam rindo de você! – Respondi indignada com a indiferença dela quanto ao que aconteceu.

-Eu não entendo o motivo dessa sua raiva... Eu também não rio de você quando tropeça no próprio pé? Se você o odeia deveria me odiar também! E daí que eles riam da gente? Não se preocupe tanto com isso! – Falou ela me olhando com uma cara de “Você é idiota ou o quê?” – Ele é gostoso, legal, fofo, inteligente e provavelmente futuramente será rico! Não sei o que você está fazendo aí se remoendo em vês de abri aquela porta, dar um beijo nele e falar que não se importa dele rir de você, já que você o ama! – Ela completou. Um dos maiores motivos deu gostar da Anne são essas divagações totais dela, mas agora isso já estava me dando raiva. Mas apesar de tudo, o que me deu mais raiva foi saber que, no fundo, ela estava completamente certa. Mas eu sou orgulhosa demais para admitir isso, então apenas revirei os olhos e fui conversar com outra garota.

-- Fim do capítulo 2 --


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