A Porta Espelhada que Tinha na Minha Escola escrita por Lie-chan
Notas iniciais do capítulo
Sei que por enquanto o título da fic não tem nada a ver com história, mas a partir do segundo capítulo vai dar para entender melhor...
A porta espelhada que tinha na minha escola - - Capítulo 1:O garoto do ponto de ônibus
Quando eu tinha 17 anos, estudava em uma escola que tinha uma porta espelhada. Sabe esse vidro que por fora parece um espelho, mas dentro é um vidro normal? Pois é, a porta era desse vidro.
O problema é que naquela época eu ainda não sabia disso.
Na hora do recreio, o banheiro feminino ficava lotado, então eu minha amiga Anne íamos todo recreio passar batom e ajeitar o cabelo naquela porta.
-Amy, você me empresta a sua escova? – Perguntou Anne enquanto penteava os cabelos negros e sedosos com os dedos.
-Claro. – Passei a mini-escova que estava no meu bolso para ela. - Mas você vai ter que me emprestar o seu batom rosa. – Nem esperei ela responder e já fui pegando o batom da mão dela.
-O que deu em você hoje? Você nunca usa batom, A-chan... No máximo um gloss... – Perguntou Anne desconfiada.
-Nada não, só deu vontade de ficar diferente. – Na verdade, é por causa de uma pessoa...
No ano passado eu tive umas complicações pulmonares sérias, e agora, mais ou menos uma vez por semana, eu vou embora logo depois do recreio para passar no hospital e fazer uns exames antes de voltar para casa. Em geral isso não atrapalha minhas notas, eu sempre perco aulas como artes e educação física. Mas foi por causa disso que eu o conheci.
Estava no ponto de ônibus quando o vi conversando com outro garoto e depois disso não consegui parar de o observar. Seus cabelos eram negros e compridos, seus olhos negros também e muito brilhantes. Ele era simplesmente lindo. Realmente foi uma decepção quando o meu ônibus passou.
Na semana seguinte, ele estava lá no mesmo ponto de novo. O meu ônibus passou, mas eu acabei não dando sinal para ele parar. Eu não sei o que me deu, mas eu acabei seguindo-o. Esperei ele dar sinal para um ônibus e entrei também. Dei a maior sorte que aquele também passava no hospital, só levava mais tempo.
Depois daquele dia comecei a pegar esse outro ônibus com ele toda semana.
Já se passaram quatro meses, mas a idiota aqui nunca teve coragem de dizer nada, absolutamente nada, para ele.
-Hei, você estuda naquela escola ali atrás não é? – AimeuDeus! Acho que vou ter um derrame! Ele falou comigo!
-Sim... - Respondi tomando cuidado para não gaguejar.
-Mas as suas aulas já acabaram? – Perguntou ele enquanto coçava a nuca, como se não estivesse entendendo. Como ele é fofo!
-Não, eu só saí mais cedo hoje... – Respondi.
-Mas eu te vejo aqui sempre... Você não parece o tipo de pessoa que mata aula sempre... – Ah! Ele reparou que eu estou sempre aqui! Será que também reparou que eu o sigo?
-Eu não mato aula! Eu preciso fazer uns exames... – Respondi parecendo um pouco indignada.
-Mas toda semana? – Perguntou desconfiado.
-É que eu tive um problema pulmonar no ano passado, então eu preciso fazer uns exames toda semana para não correr o risco de voltar. Não era nem para eu estar vindo à escola, mas a minha mãe não quis que eu ficasse atrasada... – Respondi.
-Que problema? – Parecia que estava começando a acreditar.
-Câncer. – Respondi séria, não gosto muito de falar sobre isso. Abaixei um pouco a cabeça. Bem que eu queria estar em um filme. Essa seria a parte que o mocinho levantaria a cabeça da mocinha, a beijaria e falaria que está tudo bem. Mas eu não estou em um filme.
-Desculpa, eu não quis... – Deixou a frase pairando no ar sem um fim. Seu semblante de repente também ficou sério.
-Tudo bem, já estou acostumada com isso... – Dei o meu melhor sorriso. Não ia deixar aquele clima pesado acabar com a nossa primeira conversa. Parece que ele entendeu o recado, porque mudou bruscamente de assunto.
-Hei, porque você não pega o 124 no lugar do 126? Ele é muito mais rápido. – Na mesma hora eu gelei. (N/A: Eu usei números qualquer como numero do ônibus.)
-Ah... É sério? Não sabia... – Falei rápido antes dele perceber a minha palidez.
-Olha lá! Eu já estou vendo ele ali! – Falou apontando para um ponto na rua. – Dá o sinal se não você vai perder!
Andei até o meio fio e estendi meu braço para o ônibus parar. Comecei a entrar no ônibus, mas antes dei uma ultima olhada para ele. Ele acenou. Eu sorri. O motorista fez um gesto para eu subir logo e eu entrei.
No mês seguinte passei a pegar o ônibus mais rápido toda semana, mas não me desanimei por ver ele menos, pois passamos a conversar enquanto eu esperava o ônibus.
-Oi garota! Como vai? – Falou ele sorrindo e acenando.
-Bem! – Agora bem melhor...
-E os seus exames, alguma coisa nova? – Nesse mês eu descobri que ele está fazendo cursinho para tentar vestibular em medicina, por isso sempre se interessa por meus exames.
-As minha hemácias estavam baixas, mas eu já estou tomando os remédios, vou refazer o exame de sangue hoje... – Respondi apontando para alguma coisa ilegível (N/A: Médicos deveriam fazer a receita no computado e depois imprimir) em uma folha de papel com o logotipo de um plano de saúde.
-Hoje eu vou fazer um simulado, me deseje sorte! – Falou cruzando os dedos no ar.
-Boa sorte! – Abri a minha bolsa e peguei um bombom. – Fica com isso como amuleto. – Pisquei para ele.
-Olha, seu ônibus está chegando! – Falou apontando para ele.
-Tchau! – Dei o sinal e saí correndo para o ônibus. Não acredito que fiz isso! Eu pisquei! Que coisa mais clichê! Ele deve ter percebido na hora que eu tenho uma queda por ele (N/A: Queda não querida, tombo...). E eu nem sei o nome dele!
Pois é... Em todo esse tempo não tive coragem de perguntar o nome dele... Ele também não perguntou o meu então ficou por assim mesmo.
--Fim do capítulo 1 --
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Essa fic já está pronta e vai ser postada aos poucos... Quanto mais reviews mais rapido eu posto! ^^