Little Princess escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 35
Ninguém chutará o traseiro de Alec


Notas iniciais do capítulo

Comentário sobre o título: QUE BOSTA, ESPEREI A FIC TODA POR ISSO!É, pois é né... *seescondeatrásdeumescudo*



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Capítulo 37 – Ninguém chutará o traseiro de Alec

(Fayette, Iowa)

Pov's Bella:

         Escondida nos arbustos, a uma distância em que poderia ver tudo, mas eles não poderiam me ver, senti meu estômago dar voltas ansiosas. Era como se eu fosse uma simples humana necessitando de algum chocolate para acalmar a ansiedade – será que Corin traria um cervo para acalmar a minha?

         Estreitei os olhos, dourados. Sabia que meus dois amigos estavam bem atrás de mim, somente esperando o momento que eu criaria coragem para andar até lá.

         Era noite de sábado, a corrida de Indiana até Iowa fora relativamente rápida, e tivemos que parar somente uma vez para eu caçar um puma que chamou minha garganta, digo, atenção. Agora, aqui, encarando a nova casa Cullen, eu não sei como estava me controlando. Tudo que sentia era de abrir a porta e abraçar todos, chorar em seus colos e blá, blá, blá. Toda aquela coisa clichê, muito convidativa no momento.

         Porém me segurei, o terror tomando conta de meu corpo. Como contaria sobre meus poderes, minha experiência em luta... Como fui estuprada uma semana inteira por Alec Volturi, inimigo declarado dos meus irmãos? Ah, dúvidas...

- Bells – disse Corin, pondo a mão em meu ombro. Ele me olhava sério, um dos poucos momentos em que assumia essa expressão, sabia que era sincera.

         Respirei fundo, prendendo o ar por alguns segundos, até finalmente soltá-lo lentamente. Eu consigo, eu consigo, é só a minha família, não o Godzilla, eu consigo... Eu não consigo!, gritei em minha cabeça quando meu corpo começou a se mexer em direção a casa/mansão/sei lá.

         Por mais que tivesse treinado, não conseguia ler mentes sem baixar meu escudo, somente passar meus pensamentos através dele, então, eu somente pegava o teor do que as pessoas estavam fazendo. Carlisle lia em seu escritório, com Esme limpando os livros no mesmo. Rosalie estava estirada ao sofá, vendo televisão com Emmett e outra pessoa cujo pelos pensamentos não consegui identificar quem era. Eddie – ah – tocava. Havia outra pessoa na casa, cantarolando uma musiqueta em sua cabeça – me perguntei quem era, entretanto, seu teor de pensamentos era muito alto.

         Aproximei-me da porta. As atividades pararam, o teor agora era somente sobre cheiros em frente a porta. Todos os três adocicados, mas facilmente distinguíveis. O primeiro era forte, cheirava levemente o pinheiro de natal – Corin, eu nunca entendi seu cheiro. O outro era suave, margaridas e o típico dos vampiros – Chel. E, por último, eu. De acordo com os pensamentos eu cheirava a flores do campo e morango.

- Será...? Mas... Impossível – as vozes dentro da casa gaguejavam entre si.

         Decidida a ignorar isso, bati na porta. Foram poucos milésimos de segundo para Esme – mãe! – abrir a porta e chocar-se com minha imagem ali.

         Ela estava igual, ou seja, linda. Seus cabelos ainda eram cor de mel, caindo um pouco depois dos ombros, seus olhos brilhavam dourados e um sorriso estava grande em seu rosto em forma de coração.

- Be... lla – ela engasgou, antes de me apertar forte contra si, num abraço esmagador e que me tirou do chão – Ah, minha filha – e beijou pelo menos umas mil vezes o topo de minha cabeça.

- Mamãe – eu murmurei, devolvendo o abraço na mesma intensidade, eu não me importava de ser quebrada em mil pedacinhos, desde que a abraçasse e nunca mais soltasse. Ela soluçou num choro seco.

         Carl estava logo atrás dela, de olhos dourados arregalado para mim. Alto, de cabelos loiros e inumanamente bonito, meu pai estava ali, entre choque e felicidade.

         Eu simplesmente ri como uma menina de cinco anos quando Esme me soltou e eu abracei a cintura de Carlisle. Ele me postou em seu colo, tocando levemente minhas bochechas, como que se para confirmar se eu estava ali mesmo, mesmo. Nosso abraço foi sem palavras e carinhoso, nesse simples gesto dizendo tudo o que sentíamos.

         Quando finalmente nos soltamos, senti uma massa gigante de pessoa me girando loucamente no ar. Emmett me abraçava pela barriga, girando-me por aí, como Corin fizera esses dias – dessa vez não pedi para pararem.

- Abelhinha! – ele gritava enlouquecidamente e eu ria junto com meu irmão mais velho – Senti sua falta, Abelhinha! Deixou o Ursão aqui e nem disse "tchau!".

- Desculpa, Emm – eu pedi sorrindo alegremente. Coloquei a cabeça para o lado, onde o corpo armário de Emmett bloqueava minha visão, e vi minha irmã ali, em sua beleza e seu salto alto.

- Rose! – eu gritei, antes de, num salto elegante, pular agilmente em seus braços. Ela me apertou como se nunca quisesse me largar, acariciando meus cabelos.

- Como sua irmã mais velha; estou te falando – ela murmurou – nunca mais me deixe louca assim, Isabella Cullen!

         Eu ri e beijei sua bochecha: - Não se preocupe, Rose.

         De repente, uma mulher parou na minha frente – a que cantava a música em alto som na própria cabeça, reparei. Ela era uns bons dez centímetros mais alta que eu – revirei os olhos ao reparar que, como todos, ela poderia facilmente me segurar no colo -, de cabelos pretos espetados, sorriso gigantesco como Emmett e olhos dourados. Interessante.

- Oi, Bella! – ela disse, antes de me abraçar – Sou Alice e seremos melhores amigas, quero dizer, somos irmãs, mas seremos irmãs-melhores-amigas! Eu sou tipo a irmã do meio, já que Rose já assumiu o papel da mais velha, apesar de você ser mais velha que todos. Quero dizer, você tem só dez anos, e eu dezenove, mas, mesmo assim!

         Alice falava em alta velocidade e, se fosse humana, estaria vermelha por falta de ar. Eu sorri para minha, bom, como ela própria dizia, irmã. Carlisle gritava em sua mente que ela e seu parceiro tinham entrado na família há alguns anos.

         Falando em seu parceiro... Era um cara alto, mais ou menos da idade do meu irmão mais velho, Emm. Tinha cabelos loiros em cachos, olhos dourados e pele pálida. Era lindo, lindo – como, convenhamos, toda a família, né? Ele sorriu para mim, antes de estender a mão, quando já estava próximo.

- Sou Jasper, Bella – ele se apresentou.

         Ignorei completamente sua mão estendida, dando um abraço em sua cintura, pegando-o de surpresa, porém ele devolveu o abraço. Após alguns segundos o soltei, procurando desesperadamente o motivo de meus pensamentos e preocupações ao longo dessa viagem de volta. E lá estava ele.

         Edward ainda estava meio em choque, sentado em um piano no canto da sala. Seus cabelos cor de cobre estavam, naturalmente, bagunçados. Seus olhos dourados estavam brilhando na minha direção, arregalados, mas contentes.

         Eu não sei direito como aconteceu, sei somente que no instante seguinte eu estava no colo de Eddie, passando meus braços por seu pescoço e chorando lágrimas com a cabeça no vão de seu pescoço. Ele acariciava meus cabelos, devolvendo-me o abraço.

- Senti sua falta, Bella – ele murmurou no meu ouvido.

- Eu também, irmão – eu disse com a voz entrecortada pelos soluços, e apertei mais os meus braços em volta de seu pescoço – Parece que foi para sempre.

- Você não tem idéia – ah, eu tenho sim, Eddie. Mas não disse isso em voz alta, simplesmente abracei-o mais.

         O tempo pareceu parar, eu desejava mais que tudo sentar-se ao seu lado no piano, ouvindo minha canção de ninar enquanto contava tudo que tive de passar, como se ele fosse resolver meus problemas ou algo do tipo.

         Ainda em seu colo, mas já soltando do abraço, ouvi a voz de Corin dizer: - Ahn, Bellucha? Sei que ama seu irmão, tudo mais, mas tem uma vampiro e um vampiro gostosão aqui na porta – ele quase cantarolou e Chelsea deu um tapa em suas costas, fazendo Emmett rir, e recebeu um tapa na nuca de Rose.

         Ri diante da cena e, contra minha vontade, pulei do colo de meu irmão, no entanto ainda segurava sua mão quando caminhei em direção a porta. Senti Eddie começar a soltar um silvo furioso em direção aos meus amigos, por isso apertei sua mão com mais força, tranqüilizando-o de que eram pacíficos.

- Esses são Corin Blake e Chelsea Huglibins – apresentei meus amigos com seus nomes humanos e eles pareceram ficarem mais agradados com o fato, ao invés de serem chamados de Volturi.

- Muito prazer, sou Carlisle Cullen – Carl se apresentou, e Corin logo aperto sua mão. Chelsea repetiu o gesto, porém com Esme.

- Eles eram da guarda Volturi – e continuei antes que qualquer um pudesse rosnar – Eram os únicos gentis e amigáveis comigo, espero que não se incomodem de eu tê-los trazido.

- Qualquer um que tenha cuidado de minha filha é bem-vindo – Carlisle logo esclareceu, agradecendo pelo olhar.

         Chelsea riu espontaneamente: - Não foi nada. Bella é realmente um doce de vampira – fiquei contente ao ouvir vampira e não criança – e foi uma amiga convidando-nos a vir com ela, fugindo dos Volturi, espero, para sempre.

         Esme assentiu amavelmente, compreendendo.

- Ah, e nos apresentou a dieta vegetariana – Corin contou em seu típico tom alegre – Claaaaro que não é tão bom quanto humanos – e pisei em seu pé e ele rapidamente concertou – mas é muito, muito bom mesmo.

- Cinco dólares, boa atuação – eu ri. Ele piscou e bateu na minha mão livre.

- Valeu, baixinha.

- De nada, pateta – retruquei. Odeio coisas relativas a minha altura – E, Corin, eu ouvi bem, mas você me chamou de Bellucha alguns minutos antes?

- N-Não, Bella – ele frisou meu nome, dando um passo para trás, depois, dramaticamente implorou de joelhos – Por favor, baixinha do mal, não faz nada comigo!

         Eu gargalhei, jogando a cabeça para trás: - Ah, não se preocupe, acho que você aprendeu depois que Santiago ficou com as mãos rosa choque por uma semana.

- Uou, uou, uou! – Emmett me parabenizou, bagunçando meus cabelos – Depois quero saber como você vez isso, mana. Sabe né? Pra eu fazer com o Sr. Emocional ali. Entendeu, emo? Cional... – e começou a rir sozinho.

         Revirei os olhos ante a bobeira do meu irmão.

- Bella – Eddie chamou – acho que você tem muito a nos contar, não é?

         Suspirei, assentindo – contar tudo era exatamente o que eu não queria. Mas Alice logo deu um jeito de virar todos os sofás e poltronas numa mesma direção, cantando alegremente "Hora da história!", como se fossemos do jardim de infância, ou algo do tipo.

         Rose e Emm logo se sentaram em uma poltrona, assim como Jasper e Alice – Jazz, sim, ele já tinha um apelido na minha cabeça, assim como Allie, olhava para ela com tanto amor que senti a reação de desviar o olhar, como se fosse um momento intimo. Carl e mamãe dividiram um sofá de quatro lugares com Chel e Corin. Agora novamente no colo de meu irmão, Eddie sentou-se numa poltrona.

- Acho que tudo começa na clareira quando os Volturi apareceram, não é? – eu disse quietamente. – Eu realmente não queria aceitar, mas não vi opções, minha cabeça deu pane, eu não conseguia pensar em outra forma de proteger vocês, senão esta – desatei a contar – Além de Carl, Corin e Chel, mais ninguém aqui encontrou os três Volturi principais.

"E é... Assustador. Não sei, eu simplesmente entendia que a promessa de que eles poderiam matar vocês se eu não seguisse a guarda para a Itália era real, eu sabia. E, por esse motivo, não consegui dizer outra coisa, senão, não".

         Senti Eddie apertar os braços mais fortes em volta de minha cintura protetoramente, como se, somente com a história, eu fosse ser levada novamente para longe.

- Na verdade, eu fiquei uma semana em uma caverna em uma fronteira do Canadá – soquei-me mentalmente, sabia que tinha vacilado, porém continuei com o rosto inexpressivo aparentando não ter tido essa luta mental – Não sei, acho que queriam ver se com a sede eu matava algum humano ou algo do tipo.

         Dei de ombros, pensando se cairiam na minha mentira.

- No final, acabou me trazendo um puma, foi o suficiente para eu não atacar humanos inocentes no avião nem no aeroporto – decidi deixar de lado que foi Alec que me prendeu. Edward já estava num caldeirão de raiva borbulhante sem eu nem mesmo mencionar o nome do vampiro, que ficasse assim, do que pior.

         Chelsea olhou para mim e assenti, deixando-a continuar o relato: - Aro havia nos contado seus planos de fazer uma vampira a princesa Volturi, seus olhos brilhavam em ambição quando nos contaram. Disse que era uma vampira poderosa. Imediatamente pensei em alguém arrogante, ou algo do tipo – ela se desculpou para comigo com o olhar, e eu sorri levemente para minha amiga – Não podem imaginar minha surpresa quando vi uma menina pequenina, de aparência frágil entrar no salão.

         Bufei com sua descrição da primeira vez que me viu, e Corin riu, brincando com os cabelos da esposa.

- Logo descobri que Bella não era exatamente indefesa, ou sequer frágil. – Chel contou – Nos primeiros dias ela não era muito sociável com ninguém, somente tinha olhares mortais à Alec, Jane e Aro, meses mais tarde fui descobrir por quê. Enfim, no fundo Bella era uma menina doce que estava lá contra a vontade dela, para proteger a família. Não pude me impedir de sentir-me penalizada e comecei a tornar-me sua amiga.

- E que amigona – eu murmurei. Não tinha sarcasmo algum na minha frase, somente agradecimento e carinho.

- Mas, meu Deus do céu, a menina era muito hiperativa e, vamos te contar, poderosa, né! – Corin logo exclamou como um adolescente contando sobre uma luta, com extrema animação e todos sorriram um pouco sobre seu tom de voz – Aro obrigou-a aprender a lutar, como todos da guarda Volturi, e, pooooxa, baixinha, desculpe por dedurar seus poderes! – ele interrompeu-se no meio de toda a história.

         Eu ri e expliquei para minha família confusa: - Corin tem o dom de saber quem mente, quem fala a verdade. Aro o obrigou a usar seu dom em mim, então tive de contar que dons eu tinha clonado, todos os dons. Mas eu já ter perdoei, Corin.

- Valeu, Bellota! – ele gritou e depois disse: - Ops! Bella. – corrigiu a si mesmo com um sorriso.

         Todos nós rimos, o clima tenso acabando, na verdade, senti uma paz invadindo-me. Olhei para Jasper, com o dom de Eleazar eu conseguia claramente ver sua empatia, e que Alice via o futuro. Seus dons automaticamente foram para mim e, como naquela vez na casa do Denali, vi duas poças de dons se formarem dentro de mim. A poça de Jasper era, no mínimo, curiosa. Parecia uma imagem de um círculo de pessoas de mãos dadas. Uma pessoa era vermelha, como raiva, outra branca, como calma, outra azul, como felicidade, e assim por diante. Simbolizava basicamente como ele conseguia mudar as emoções e senti-las – era realmente divertido. A poça de Alice, por outro lado, era completamente diferente. Tinha o formato de uma ampulheta, esta estava vazia e tinha uma cor cinza prateada, nebulosa, como o futuro.

         Tudo isso no espaço de um nano segundo, pois eu tinha, infelizmente, que continuar a história.

- Bom, esses anos eu fiz o que falei: treinei. Foi realmente chato e eu só saía do castelo uma vez por semana, nessas horas eu podia ser feliz com Corin, Santiago, outro amigo que não pode, infelizmente, vir, e Chelsea. Mas, durante todo o tempo eu era a "princesa Volturi" – e imitei perfeitamente a voz nojenta de Heidi, o que os fez rir.

- No primeiro dia que Alice chegou aqui – Eddie começou a comentar – ela teve uma visão – daí foram dois minutos inteiros para explicarem aos meus amigos que Alice via o futuro, além das exclamações escandalosas de Corin, para Edward finalmente conseguir continuar: - Mostrava você e seu colar de bailarina.

         Ele olhou para meu pescoço, meu colar finalmente estava de volta, instintivamente o toquei.

- Interessante – murmurei, pensando nas poucas vezes que abri a caixa e vi meu colar, poderia ser qualquer uma das vezes a visão de minha nova irmã – Bom, há alguns meses comecei a questionar a mim mesma sobre algumas coisas... – ergui a mão, impedindo Emmett de falar, com perguntas que viriam – Desculpe, é um tanto quanto pessoal, Emm, realmente sinto muito. Não posso dizer o que me fez tomar a decisão de que eu estava finalmente pronta para voltar.

- Ela fez um acordo com Aro: se ganhasse uma luta com quem ele quisesse, ela poderia ir embora – Corin explicou e falou diretamente para mim – E, garota, você arrasou os traseiros daqueles manés!

         Eu ri e diante do olhar de dúvida falei: - Ele quer dizer Alec, Jane, Heidi, Félix e Lúcio. Lutei contra eles e ganhei, então estava livre... Mas algo ainda me incomoda nesse acordo que fiz – admiti, olhando para meu pai, que já tinha ficado com os Volturi alguns anos – a facilidade com que Aro me deixou ir, bom, não parece de seu feitio... Ah, talvez eu esteja somente paranóica.

         Decidi-me por desconversar, afinal, estava indo tudo tão bem. Eu estava no colo de meu irmão, com minha família e amigos, longe dos Volturi. Excelente.

- É bom ter você de volta a casa, filha – Esme disse carinhosamente – construí um quarto para você, sabia que você voltaria. Que bom que eu não estava errada.

         Sorri para minha mãe com os olhos marejados, aliás, qualquer dia teria de explicar para Corin e Chelsea que eu chorava de verdade. Havia tanta coisa que eles não sabiam sobre mim, algum dia sentaria e contaria minhas boas lembranças com essa família, que se tornou especial.

- Ah, Corin, Chelsea – eu disse aos meus amigos, chamando suas atenções – eu ficaria agradecida se vocês não se tornassem nômades e morassem conosco.

- Ah, não sei, Bella... – Chel murmurou olhando para mim – São muitos vampiros unidos, traria atenção a nós e... Eu não quero colocá-los em apuros logo que você voltou a sua família.

- Não! – eu quase berrei, somente não pulando do colo de Eddie, pois este travou os braços a minha volta – Vocês não podem me deixar! Não, não, não! Chel, Corin... Por favor, depois de tudo que passamos juntos, não podem fazer isso comigo, não podem.

         Carlisle concordou, vendo meu desespero: - Bella tem razão, não seria problema algum, vocês ficarem conosco. A casa é grande, e bem-vinda, como eu disse, a qualquer um que tenha cuidado e ajudado minha filha caçula.

         Sorri para meu pai. Corin pulou, implorando a olhos pidões para Chelsea, que estava pensativa. Eu logo me juntei a esses olhos, juntando minhas mãos e olhando para minha amiga. Alice me imitou e eu fiquei agradecida.

- Tudo bem – suspirou Chelsea – mas no momento em que trouxermos problemas a vocês, iremos embora, que fique claro.

         Alice e Corin deram pulinhos e eu bati palminhas animadas. Eddie resmungou atrás de mim: - Como se não bastasse Alice animada, Bella está mais feliz que nunca. E agora há Corin para discutir com carros e lutar com Emmette e Jasper.

         Todos riram de seu comentário, realmente. Estava tudo as mil maravilhas, até eu travar com um comentário de – quem mais? - Emmett:

- Ei, Abelhinha, espero que Alec Volturi não tenha te incomodado, senão ele vai ver só – e para dar ênfase bateu com o punho fechado na palma da outra mão.

         Revirei os olhos, tentando parecer descontraída. Como iria explicar que Alec não me incomodara, pois ele já ficara "satisfeito", após me estuprar?

- Você não vai contar à eles, vai, Bella? – Corin murmurou seriamente para mim. Depois de alguns anos, havia tomado coragem para contar aos meus amigos o que o maldito vampiro tinha cometido a mim. Claro que tive de segurar Corin e Santiago para eles não socarem Alec e, assim, trazer mais problemas.

         Entretanto, senti que cometi outro erro, porque não contei aos meus dois amigos que Edward lia mentes e, se Corin tivesse pensado na cena em que contei a eles, estava tudo frito.

- Não pense nisso! – exclamei para Corin, que me olhou assustado.

         Tarde demais. Edward tinha apertado com força o braço em volta de mim, um aperto de aço em que me impedia de respirar – mesmo sendo vampira era incomodo. Sua face era de ódio e Jasper se concentrou em manter a calma em meu irmão, falhando miseravelmente, reparei (mesmo o dom de Jazz sendo novo, as ondas de ódio que emanavam de Eddie eram muito fortes).

- Ele-não-fez-isso – Eddie disse entre dentes, num rosnado irritado. Parecia a ponto de levantar-se e ir até Volterra, somente para matar alguém.

- Edward, por favor – eu choraminguei, desejando que ele esquecesse o que ouviu na mente de Corin – Esqueça o que você leu, por favor.

- Como? – ele rosnou para mim. Minha família nos olhava confusa – Como esquecer que Alec Volturi... Violou minha irmã?! – seu aperto a minha volta aumentou.

- O quê? – Emmett logo tinha levantado, estalando o pescoço e mexendo os braços, como que se aquecendo.

         Todos estavam de pé, e Eddie ainda me tinha no colo, parecendo que queria socar Alec nem que eu continuasse ali, em seus braços. Sabia que algo ia dar errado quando vi até a face de Carlisle distorcida numa careta de raiva.

- Gente... Por favor – implorei.

- Bella – Rosalie rosnou – Alec estuprou você, minha irmã...! Aquele bastardo, vou chutar o seu traseiro!

- Somente depois que eu socar o rosto dele! – Emmett exclamou, dessa vez sua voz não tinha um tom de brincadeira.

         Jazz estava rapidamente adquirindo raiva, vendo tantas pessoas transmitirem esse sentimento – se a situação não fosse critica, teria ficado lisonjeada que ele e Allie já me considerassem uma irmãzinha.

- Não, Alec abusou de Bella uma semana inteira! – Eddie estava realmente irritado.

         Tentei me concentrar no meu novo dom empático, mandar ondas calmas, porém não sabia muito, e, mesmo que soubesse, não funcionaria. Estava todos realmente muito irritados – até mesmo Chelsea e Corin pareciam estar se irritando novamente com o fato.

- Vocês não irão fazer nada – eu disse naquela voz fria que aprendi a usar ao longo desses anos, atraindo suas atenções – Alec me estuprou, não fiz nada no momento, estava fraca, inútil. Semana passada, eu mesma chutei seu traseiro e quebrei sua cara, ele provavelmente ainda está em estado vegetativo. Não será necessário que vocês façam isso por mim.

         A sala ficou em silêncio. Carl suspirou: - Não gosto disso, mas não tenho outra opção, senão aceitar, minha filha – assenti para meu pai. Ele com certeza seria o primeiro a entender.

         Vi Rosalie bufar completamente irritada, jogando-se no sofá e ajeitando o cabelo, como se fosse a única coisa que pudesse fazer além de matar lenta e dolorosamente Alec Volturi. Emm sentou-se ao seu lado, num bico de criança.

         Esme abraçou Carlisle, e Alice abraçou Jasper. Vi que Chelsea também teve de acalmar Corin, sussurrando palavras doces ao seu ouvido, assim como com meus novos irmãos, senti que tinha de desviar os olhos, era um momento só e unicamente deles.

- Com licença – eu pedi, puxando Edward para fora de casa.

         Ele ainda bufava e rosnava, no entanto não mostrou resistência a minha força que o impelia para frente. Pulamos algumas raízes e pedras altas, até finalmente parar na floresta, longe o suficiente para ninguém ouvir. Era outono, as folhas atingiam um tom alaranjado a nossa volta e caiam durante nosso silêncio. Uma corrente "fria" bateu em meu rosto, levantando meus cabelos, mas eles voltaram ao mesmo lugar após.

         Parei, finalmente analisando minuciosamente meu irmão depois de tanto tempo. Seus cabelos rebeldes pareciam mais bronze do que nunca e sua aparência rebelde permaneceu quando Eddie passou as mãos, levemente emburrado, eu sabia reparar. Seus olhos ainda eram duas poças douradas. Seu maxilar estava trincado fortemente e eu sabia que ele estava se segurando para não gritar frustrado. Ele vestia uma calça jeans escura, um tênis branco e uma camiseta lisa preta, que acentuavam seus músculos que, diferentes dos de Emmett, não eram exagerados. Eddie estava "estiloso" e perguntei-me se era por causa de Alice.

         Conhecia aquela lá há alguns minutos e já saberia dizer que ela tinha as roupas de todos na palminha da mão. Internamente gemi, eu não queria ser uma boneca em tamanho real, mas com seu novo dom – novo para mim – de ver o futuro, essa intuição parecia bem forte dentro de mim. Ai, ai.

- Eddie – eu sussurrei, ficando na ponta dos pés e esticando o braço, passando a mão em sua bochecha, ele tinha que relaxar. – Por favor, fique calmo, ok?

- Estou tentando, Bella, mas... Tenho tanto ódio – ele sussurrou para mim, sentando-se frustrado e chateado em uma pedra lisa. Sentei calmamente ao seu lado.

         Começou a chuviscar, ignorei as gotas molhando a mim.

- Não tenha – retruquei na minha teimosia de sempre – por favor, por mim.

         Fiz meu melhor olhar de "você-é-meu-irmão-mais-velho-e-eu-a-mais-nova-tem-que-fazer-tudo-que-eu-pedir" – meus olhares em geral diziam muitas coisas, literalmente.

         Ele sorriu torto, passando os braços por mim, puxando-me para si. Ficamos alguns instantes em silêncio, eu somente encostada ao peito de Eddie, ouvindo-o mexer em meu cabelo. Era relaxante depois de anos estressantes e quase solitários.

         Edward beijou o topo de minha cabeça.

- Eu senti muito a sua falta, irmãzinha – ele sussurrou entre alegre e melancólico para mim.

         Eu sorri, ainda com a cabeça encostada em seu ombro: - Eu sei que sou importante.

- E modesta, Bella, muito modesta – ele riu.

         A chuva começou a cair mais forte, e eu saltei do colo de meu irmão, começando a dançar e brincar nela, risonha.

- Venha, não brincamos na chuva há séculos – e era o que parecia quando começamos a brincar e rir.

         Joguei a cabeça para trás, meus cabelos estavam encharcados e provavelmente numa coloração mais escura por causa da água. Entreabri a boca, as gotas de chuva molhando meus lábios e meu rosto era uma sensação extremamente agradável.

         Edward de repente colocou em cima de seus pés e começamos a dançar alegremente na chuva, e eu não conseguia parar de sorrir, pois estes momentos eram necessidades que eu não conseguia suprir em Volterra. Nunca.

         Pareceu que somente horas depois a chuva foi acalmando-se, até finalmente parar. Eddie beijou minha bochecha e me jogou em suas costas, eu sabia o que ele faria: correria como nunca.

         Segurando firme em seu pescoço e finalmente relaxando a cabeça em suas costas, senti como se pudesse dormir, alegremente relaxar. Algo novo surgia dentro de mim. Um sentimento.

         Eu ainda não conseguia explicar exatamente o que era, mas tinha um gosto bom.


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Notas finais do capítulo

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