Little Princess escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 10
É uma questão de controle




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Capítulo 11 – É uma questão de controle

Pov’s Bella:

         Eu e Carlisle nos aproximamos hesitantes, sabíamos como vampiros recém nascidos podiam se comportar – eu só era boa porque clonara a capacidade racional de Carl, seu controle.

         Edward abriu devagar os olhos e pareceu enxergar pela primeira vez.

- Um vampiro? – ele perguntou olhando para papai.

         O que eu perdi?

         Carlisle também pareceu assustado, como se não esperasse por essa pergunta: - Eu não falei nada.

- Mas eu ouvi – teimou o ruivo, cara, que cabelinhos legais *-* - Você disse: “Como contarei a ele sobre sua natureza vampírica?”.

         Franzi o cenho: - Papai nada disse, Edward.

         Ele olhou para mim.

- Estou ouvindo algo vindo dele, ele está falando – ele disse, parecia aquela criança confusa, cheia de perguntas e nenhuma resposta – Mas... Mas de você só vem silencio.

         Edward parecia irritado com o fato. Então compreendi.

- Edward, você está lendo a mente de Carlisle – bati palminhas – Ah, um vampiro talentoso, sim, posso sentir em minhas fibras que também possuo seu talento – desatei a falar – Estou usando meu escudo mental para bloquear seus pensamentos, Carl.

         Carlisle sorriu, meio confuso.

- Certo, Edward lê mentes, terei de controlar meus pensamentos, me sinto até exposto no meio de vocês dois – riu ele – Bella, iremos nos mudar, pode levar Edward para caçar?

- Pois sim – respondi dando um meio sorriso – Vamos, Eddie!

         Eu estava animada com a possibilidade de ter alguém para conversar de tarde. Ele enrugou a testa mediante ao apelido, mas me seguiu e pareceu surpreso quando começou a correr tão rápido que parecia um borrão entre as árvores.

         Corremos muito, corremos para onde eu e Carl sempre caçávamos – percebi o quanto eu estava com sede.

- Iremos... Caçar? – ele indagou confuso.

- Ah, Eddie – esse definitivamente seria seu apelido – Bom, acho que seria mais fácil eu te mostrar assim...

         Murmurei mais para mim mesma, mas deixei uma parte do meu escudo mental fugir, mostrando tudo que ele precisava saber sobre vampiros: as regras, os hábitos, a vida e os tipos (vegetariano ou, humpf, carnívoro, por assim dizer).

         Edward pareceu analisar tudo minuciosamente, lendo meus pensamentos, era bizarro, mas, tirando meu escudo mental, eu lia tudo que passava para ele – se fosse humana teria enxaqueca, credo.

         Quando terminou, ele olhou para mim com novos olhos, não quando ele acordou de sua transformação, mas como se dissesse “Ah, certo, sou vampiro, ok”.

- Bom – ele tentou sorrir, colocando meu escudo novamente para ele não ler meus pensamentos, não pude ler os seus também, e, frustrada, não soube se ele estava mesmo contente – e o que podemos caçar por aqui?

         Por alguns instantes, olhei, esperando se ele não ia perguntar minha idade, ou a lei das Crianças Imortais, mas ele aparentemente lera na minha mente, porque nada comentou ou indagou.

- Hmmmm – fingi pensar – Deliciosos leões da montanha, são muito bons.

         Mais tarde eu viria saber que eram seus favoritos.

ooOoo

- Bella? – chamou Edward, ele se encolhia no canto da sala.

         Agora, nós morávamos em Oklahoma. A nossa casa era longe o suficiente para não sentirmos o cheiro dos humanos, mas, sendo no meio da floresta, alguns “aventureiros” – inconvenientes – decidiam fazer trilhas ou se perder por essas bandas.

         E eram nessas horas que minha garganta ardia um pouco, mas eu ignorava – sabia que para aprender a usar completa e não parcialmente o dom de Carl, teria de treiná-lo – entretanto, Eddie, bom, ele tinha somente quatro meses de vida, não podia se esperar muito quando os humanos passavam assim, com o sangue na bandeja.

- Calma, Eddie, não respire fundo – eu ri da minha própria piada, esperando ele acompanhar, mas ele só riu nervoso.

         O ruivo colocou as mãos na garganta. Sentei-me do seu lado, deitando a cabeça no seu ombro – era final de dia e Carlisle estava no hospital.

- Como você consegue suportar, tudo dentro de mim fala para eu levantar e matar, sugando o delicioso sangue huma... – mas ele interrompeu-se, como que se, falasse mais, iria mesmo fazer isso.

- É tudo uma questão de aprender a se controlar, eu só fui boa porque peguei o dom do papai – expliquei meio murmurado – Daqui a cem anos quando estivermos velhinhos, iremos rir.

         Agora ele riu de verdade. Riu alto como eu nunca vira seu corpo tremendo contra o meu encostado.

- Bella, você, você – riu-se – Não ficaremos velhinhos, sua boba – ele tocou com o dedo indicador a ponta do meu nariz, com o toque o tremeliquei – Seremos jovens, fortes e...

- E risonhos, porque estaremos rindo disso – eu interrompi.

         Minha distração aparentemente funcionava, porque Eddie não segurava mais as não na garganta, com sede – ou com desejos assassinos, dá no mesmo.

         Levantei animada, tudo bem, eu tenho vinte e oito anos, mas sou uma pessoa feliz: - Vamos, vamos fazer alguma coisa, parecemos até emos, só falta cortarmos o pulso!

- Com nossa pele “incortável”? – ele perguntou.

         Nem pisquei ao olhar para ele: - Incortável?

- É, tudo que vem com o sufixo “in” quer dizer não, não é? – ele riu, divertido com nossa brincadeira.

- Tem razão – eu ri, e sorri sapeca – Sabe, Eddie, você é muito inteligente.

         Ele fez-se de ofendido e quando tentou me pegar corri, subindo no sofá e rindo.

- Rá, rá, não me pega, não me pega – ri – O Eddie não pega ninguém, só pega coco de neném! (N/A: O.O, sim, primeiro “N/A”, então, estou mesmo chocada.)

         Ele piscou os olhos, aturdido, e sorriu torto, antes de começarmos a brincar como crianças felizes, até que Eddie me alcançou e me girou pela sala.

- Pára, to tonta! – brinquei.

- Vampiros não ficam tontos, Bellinha! – Eddie riu, mas parou de me girar e me segurou no colo, como aqueles irmãos cuidando da irmãzinha – Carlisle tinha razão – Edward não chamava Carl de pai, ainda – você é mesmo uma coisinha pequena, um bebê.

         Fiz bico e cruzei os braços, sabia que ele fazia para irritar com minha altura, porque ele tinha um e oitenta e cinco e eu um e quarenta. Ai, ai.

- A é, é? – perguntei, fingindo ironia – Você e papai parecem duas velhinhas se reunindo para fofocar.

         Edward riu: - Carlisle é, de fato, velho. Mas, “velhinha fofoqueira”? Vou contar para ele isso.

         Pigarreei teatralmente: - Correção, ele é uma velhinha fofoqueira, você é uma adolescente fofoqueira.

         Ele bufou, mas riu levemente depois. Depositou-me cuidadosamente no chão e falou:

- Bê, você é uma figura, sabia? – agachou-se e deu-me um beijo na bochecha. – Se não fosse, não seria Bella, a minha irmãzinha querida.

         Balancei levemente a cabeça e sorri meio arrogante: - Sei que sou gostosa, querido, não precisa me dizer.

- Coitado do cara que ficar com você – ele riu.

         Meu sorriso oscilou, mas não sumiu – “coitado do cara que ficar com você”... E alguém ficaria comigo para ser coitado?

- Eddie – falei, sentando no braço da poltrona e balançando os pés – você se considera da família Cullen?

         Edward olhou para mim, como que perguntando por que isso de repente: - É claro, Bella, sou Edward Cullen, não é?

- Então – comecei, virando a cabeça de lado – por que não considera Carl seu pai?

         A única coisa irritante no meu escudo mental era: ou eu o tirava, deixando meus pensamentos expostos para Eddie, e lia os dele, ou ficava sozinha na minha mente e sem ler o que ele pensava. Irritante isso...

- É... – ele parecia prestes a explicar, mas pareceu pensar um pouco e depois de um tempo concluiu – Não sei, Bella, ando confuso, sabe? Ainda não me acostumei direito a essa vida nova.

- Entendo – assenti.

- Mas, sabe que é minha irmãzinha, não sabe? – Eddie perguntou, sorrindo.

         Fiz manha: - Só saberei quando Carlisle for nosso pai, não meu.

         Ele suspirou.

- Não é uma tortura, é só... Bom, é complicado, talvez porque não me sinta a vontade.

         Franzi o cenho.

- Ora, papai é pai – ri da minha frase – meu pai, seu pai, acostume-se com a idéia.

         Ele ergueu uma sobrancelha, mas nada disse.

- Certo, não deve ser difícil chamá-lo assim, não é? – Edward parecia querer convencer a si mesmo.

- E não é – e brincando, completei – a não ser que um vampiro montado num dragão gigante apareça toda vez você fale, aí sim pode ficar preta. Entendeu, sede, preta, olhos pretos, sede?

         Eu ri da minha própria bobeira enquanto Eddie dava um tapa na sua testa.

- Voltei – avisou uma voz na porta. Carlisle entrou, sorrindo para nós dois.

- Papi! – saltitei numa dança e me joguei no seu colo, sorrindo e beijando sua face – Senti sua falta.

         Ele riu e passou a mão nos cabelos loiros: - Hoje você está espontânea, Princesa.

- Ah, Eddie despertou meu lado “criançal” – brinquei, piscando para Eddie sobre inventar palavras.

         O ruivo riu, sorrindo torto.

- E foi tudo bem? – agora papai parecia mais cauteloso – Ninguém precisa caçar?

         Edward desviou os olhos, ainda vermelhos vivido, um pouco incomodado, mas balançou a cabeça negativamente: - Bella é muito persuasiva.

         Perguntei-me se ele falava de quando o distrai da sede ou se quando pedi-lhe que chamasse Carlisle de pai.

- Bom, está bem, fico tranqüilo – ironizou papai sorrindo para mim.

         Sorri amarelo.

- Pode ficar – por um instante hesitou, mas completou, Eddie – pai.

         Carl olhou para ele, com olhos surpresos, mas contentes – seu desejo de ter uma família era tanto quanto o meu, ambos éramos pessoas que perderam a família.

         Pulei do colo de Carl e abracei Eddie, que me colocou nos ombros, rindo: - Agora, irmãozão, por que não vai comprar um presente para sua irmãzinha?

         E foi assim que Edward entrou para família – e aprendeu que ficar perto dos humanos é uma questão de controle, afinal, não éramos monstros, éramos pessoas sugadoras de sangue de animal que se amavam e agiam como uma família.

         Tudo muito normal. ;D


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Notas finais do capítulo

Comentem, critiquem, sei lá! =DDDDDDDDD