Little Princess escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 11
Coisas esquisitas




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Capítulo 12 – Coisas esquisitas

(Colombus, Ohio, 1921)

Pov’s Bella (que surpresa!):

         Reprimi um suspiro frustrado. Já tinha se passado meio ano escolar e eu não conseguia deixar de pensar em como a escola era irritante e por que – por que, santo Deus?! – eu tivera de entrar nela.

         Essa era até boa, porque o fundamental e o médio eram juntos, o que significava que no almoço eu sentava-me com Eddie – era agradável, só não gostava como nos olhavam.

         A história que contamos era que eu era filha de Carlisle – que tinha trinta anos, viúvo – e eu tinha nove anos, e Edward era sobrinho de Carl, sua irmã era muito mais velha.

- Isso é uma tortura – murmurei certo dia para Eddie, no almoço.

         Ele, com as pernas esticadas e as costas encostadas na cadeira do refeitório, sorriu torto.

- Não é tão ruim assim, Bê – Eddie riu.

- Pra você, que é o “gatão, gostoso, sexy e musculoso Cullen” – chiei, todo dia era a mesma coisa – euzinha aqui, bonitona e gostosa – ri – é a “esquisita filha do Dr. Cullen”.

         Os olhos de Eddie levemente escureceram.

- Por que não me diz quem te chama de esquisita, Bella? Eu poderia resolver isso.

         Mas balancei a cabeça negativamente. Minha única sorte era que o fundamental e o médio só se juntavam na hora do almoço, porque os prédios de estudos eram separados.

- Não pode não, Edward. Não sou uma criança de verdade – falei séria – são meus problemas, por favor, não se envolva neles.

         Visivelmente contrariado, concordou e levantou-se para ir a sua aula de Biologia – quanta bobagem!

         Eu peguei meus livros que tinha deixado na cadeira ao lado e andei em direção a minha classe de Cálculo, quando cheguei a porta a “Gangue dos Idiotas” – constituída por Malcolm Evans, Leandro Michel, Will Rezende e Pete Luc – me abordou.

         Tão estúpidos, tããããããão sem noção do perigo que poderia causar a eles.

- Ora, ora, se não é Isabella Cullen – começou Malcolm.

- É, pois é, né? Agora, que tal vocês pegarem o maior cavalheirismo que ainda resta em vocês e me deixarem passar? – hoje era o dia que não ia segurar língua.

         Pareceram surpresos com minha resposta, pois sempre “aturava quieta”.

- Olha, gente – zombou Pete – não é que a feiurinha fala?

         Sei que ficaria vermelha de raiva se fosse humana.

- Obviamente, se você estava falando – respondi indiferente.

         Ele franziu o cenho, tentando entender, mas quando entendeu lançou um olhar mau – rá, eu quero dizer de ovelhinha.

- Você, Isabella Cullen vai se arrepender de dizer essa coisas pra gente, entendeu? – ameaçou Malcolm, erguendo o punho.

         Ergui as sobrancelhas, desafiadora: - Quero ver você tentar.

         As pessoas no corredor já se amontoavam a nossa volta nesse ponto. Leandro segurou meu pulso – tendo um tremelique involuntário – e me jogou no chão.

         Meus livros se espalharam pelo chão. Fingi passar a mão em volta do pulso, como se doesse de verdade.

- Puxa, estou chocada – respondi raivosa e um pouco irônica – além de idiotas arrogantes, também são mamutes descorteses.

- Somos corteses com damas – disse com frieza Will – mas obviamente você não se aplica nesse grupo.

         Os alunos que olhavam soltaram uma exclamação coletiva. Malcolm puxou meu pulso “já machucado” e me tacou com toda sua força contra o chão, minha cabeça bateu contra uma parede – sei que teria desmaiado, nessas horas, ser vampira era excelente.

         Um cheiro doce invadiu meu nariz e tive de me forçar a não sorrir.

- Bella – chamou Edward.

         Todo corredor parou, Eddie estava ali, lançando olhares de calar e boca para a Gangue dos Idiotas e o resto do pessoal ficava entre sentir medo e admirado.

         Ele catou, pacientemente, meus livros e me ajudou a levantar.

- Vamos, Carlisle está nos esperando, lembra? – Eddie fingiu.

- Sim, claro – respondi como quem está sentindo muita dor.

         Começamos a andar pelo corredor, quando ouvi uma voz dizer: - Isso, sua esquisita, vai embora.

         Era Malcolm. Eddie lançou um olhar de matar por sobre o ombro, Malcolm calou-se.

- Por que fez isso? – protestei. Já estávamos no meio da floresta onde morávamos, caminhando devagar entre as árvores e pulando raízes. O silêncio tinha predominado até essa hora.

- Achou mesmo que eu não ia querer saber quem xinga minha irmã, Bella? – ele disse entre dentes, nervoso.

- Acho, na verdade – tinha uma resposta na ponta da língua, mas parei, e disse num suspiro: - Obrigada, de qualquer forma.

         Ele sorriu torto.

- Mas, em questão de respostas afiadas, você tem todas elas na ponta da língua, irmãzinha, então, eles não tinham chance – riu-se Eddie.

- Sei que sou muito boa – joguei meu cabelo pra trás, como aquelas metidinhas de Denali Elementary School.

- E muito modesta também – nós rimos e voltamos a caminhar entre as árvores.

         Pulei uma raiz alta, me divertindo, era legal ficar com Eddie.

- Que tal assim – comecei a sugerir – vamos caçar alguns pumas? Soube que por aqui têm alguns... Deliciosos – e dramaticamente lambi o lábio inferior.

         Edward riu e começamos a correr, jogamos nossos livros ao lado de uma árvore qualquer, na volta pegaríamos.

- Aposto que termino mais rápido que você! – desafiei, ligando meu dom de rastrear, era mais poderoso do que usar o olfato.

         Meus ouvidos e meu nariz pareciam ter setas neon apontando para onde eu deveria seguir, e não me decepcionei: lá estava um puma, tranqüilo e rondando a mata.

         Corri e ele virou-se na minha direção, desviei de uma patada sua – isso era divertido. Desviei de mais uma patada e chutei seu tronco, ele fraquejou e eu mordi seu pescoço, sugando o delicioso sabor que invadia minha boca.

         Quando terminei, levantei delicadamente – finalmente não conseguia sujar minhas roupas nem minha boca.

- Nada mal, nada mal – elogiou, sorrindo, Eddie. Encostado a uma árvore, lá estava ele.

- Fala sério, Eddie, sou demais – e modesta, ri na minha cabeça.

- Olhe e aprenda maninha, olhe e aprendeu – sussurrou Edward, seus olhos fixos num puma entre as árvores, nos olhos com olhos amarelados.

         Ele correu e lutou, o puma tentou mordê-lo e Eddie atacou seu pescoço, terminando mais rápido que eu.

         Cruzei os braços e fiz, infantilmente, um bico.

- Entendeu o espírito? – Edward riu – Assim que se caça, rápido, veloz, elegante... Bonito.

- Você não pode parar um segundo com seu ego, Sr. Enorme Cabeção? – reclamei.

- Não – ele sorriu torto e completou – estou ocupado demais ignorando o seu.

         Mostrei a língua e depois sorri.

- Vamos, está tarde – eu disse olhando para o céu – Carl daqui a pouco chegará a casa.

         E pulei nas suas costas, deixando-o surpreso. Passei as pernas em torno da cintura e os braços pelo pescoço.

- O que é isso? – perguntou.

- Ora, anda cavalinho! – e bati na sua perna, como quem diz “Eia!”.

         Eddie riu e começou a correr, tão rápido que no meio do caminho quase não reparei que ele tinha se abaixado a pegado os nossos livros escolares.

         Sei que vampiros correm rápido, mas Edward corria muito rápido – é claro que mais tarde seria algo para aumentar seu ego, rá, rá.

         Mas ele foi diminuindo quando chegamos perto da nossa casa, no inicio, ia perguntar por que ele estava parando, até que me toquei de uma coisa.

         Da nossa casa vinha um cheiro de sangue humano – não, não sangue correndo nas veias, sangue fora do corpo – e, com esse cheiro, o cheiro de papai.

         Carlisle, o que você fez?


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Notas finais do capítulo

Tá legal? *olhinhos brilhando*