My Medicine escrita por aegyo nad


Capítulo 2
1 - Good News


Notas iniciais do capítulo

Olá ^^
Vim atualizar :3
Quero agradecer pelos reviews, muito obrigada mesmo :3
Mais um capítulo, enjoy it



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 Lembrava-me vagamente de que diziam que uma luz branca significava que a morte viera te buscar. Seria verdade? A minha morte viera me buscar para que eu pudesse me encontrar com Chris, sem que ela própria seja a barreira que nos separa?
 Mas se eu estivesse realmente morta poderia eu ter uma percepção do que acontecia ao meu redor? Minha respiração era lenta e fraca, a pele descoberta dos meus braços estava fria, e sempre que o ar condicionado do quarto lançava uma rajada de vento um pouco mais forte, o corte parecia se refrescar e doía menos. Minhas pernas doíam e formigavam, parecia que eu havia dormido um dia inteiro. 
 Abri os olhos devagar, com a luz branca e forte atrapalhando minha visão. Pisquei algumas vezes para me acostumar com a claridade e vi que estava no hospital da prisão. Corri os olhos pelo quarto tentando me lembrar da última vez em que estive ali. Mas meus olhos se detiveram na poltrona de couro preto ao lado da janela.
 Uma mulher com olhos verdes e cabelo loiro escuro tingido vestindo roupas finas e caras estava sentada na poltrona. Tinha a expressão preocupada, séria e a aparência de quem não dormia há dias.
 Ela olhou para mim e prendeu a respiração. Levantou-se devagar, com cara de nojo, desprezo e tristeza, e se aproximou o suficiente para que eu não pudesse tocá-la.
 - Mãe.- Sussurrei, com a voz rouca pela falta de uso.
 - Cinthia.- Ela disse, desviando os olhos de mim e os fixando na parede.
 - O que houve? 
 - Seu julgamento foi ontem. Você não foi avisada, obviamente já que resolveu tentar se matar. Talvez fosse melhor assim, me pouparia vergonha, sofrimento e culpa e te pouparia a vida horrível que você terá.
 - Vou morrer na cadeia. Eu sei disso. Não precisa chamar isso de vida.- Reprimi um sorriso.
 - Não, você não vai. O juíz achou melhor você não estar presente no julgamento, primeiro pelas suas condições mentais, segundo para sua proteção. As pessoas querem te matar da pior forma possível, Cinthia. E sua família teve de se mudar para não ser morta e conta agora com proteção policial. Tudo por sua culpa.
 Ela continuava encarando a parede, como se tivesse medo de olhar para mim. Tentei ignorar minha irritação pelas pessoas que nunca olhavam para mim ao falar comigo.
 - Onde estão morando agora?
 - Nos mudamos para New York. 
 - Ah. E qual foi a decisão do juíz?- Perguntei sem interesse. Eu já sabia que meu destino era prisão perpétua, apodrecer no maldito inferno. Ou era isso ou era viver em um hospício.
 - Você continuará na Califórnia. Mas irá para um reformatório, terminar os estudos. E terá acompanhamento psicológico uma vez por semana. Veremos se consegue reaprender a viver no meio social. Se não... bom. Você conhece seu destino.
 Eu não sabia o que pensar. Não estava preparada para esta notícia. Eu não esperava que eles me considerassem em condições de ter algum contato social. Se bem que... o contato social era com jovens tão ou mais problemáticos quanto eu.
 - Nas férias você irá para uma espécie de manicômio, receber ajuda psicológica.
 Ela esperou, mas eu não disse nada, tão chocada eu estava.
 Não recebendo resposta alguma, minha mãe apenas se afastou e saiu batendo os saltos para sair da sala.
 - Você sai daqui no primeiro dia de agosto, quando as aulas começarem.
 E saiu, sem dizer nem ao menos um tchau.
 E novamente eu estava sozinha com meus confusos pensamentos, agora aterrorizados.


 - Vai ficar me encarando agora, é?
 Não desviei os olhos do meu livro. Chris estava sentado na poltrona e me encarava como se tentasse entender porque eu havia feito aquilo.
 - Desde quando você se corta?- Ele perguntou, convencido de que sou louca.
 - Eu não me corto. Nunca me cortei. Eu fiz aquilo para te castigar, pra que sentisse a dor que você me provoca quando me trata assim.
 - Ah, por favor, não se faça de coitadinha.- Ele se levantou e se aproximou da minha cama. Eu ainda estava no hospital da prisão. Eu não via a hora de voltar para a minha confortável e escura prisão. Estar naquele sala branca e muito clara me irritava.
 - Não estou me fazendo de coitadinha. E fique quieto, está me desconcentrando.- Bufei e virei a página.
 - Então pare de ler. Sabe, estou feliz que vá para um reformatório. Vai conviver com pessoas e me deixar descansar em paz e...
 Soltei uma risada curta e fria. Ele realmente achava que eu iri esquecê-lo se voltasse a conviver com pessoas?
 - Ah, Chris, querido. Você é tão engraçado.- Sentei-me direito e o encarei bem. Mas como sempre, como todas as pessoas, ele abaixou os olhos, não suportando me encarar.- Se acha que vai se livrar de mim está redondamente enganado. Você está preso a mim, Christofer. Na vida e na morte. 
 Abri meu livro novamente e voltei a ler, ignorando completamente a presença de Chris. Senti seus olhos em mim por um tempo, mas depois ele sumiu.


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Notas finais do capítulo

Bom... deixem reviews?? rss, obrigada ^^
Beijos, até a próxima :*



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