My Medicine escrita por aegyo nad


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá ^^
Geralmente eu não falo tanto assim, mas é que hoje é primeiro capítulo, então...
Bom, agradeçam a JessicaKa, porque eu estava escrevendo essa fic, mostrei pra ela, ela gostou, perguntei se deveria postar e ela me deu total apoio ♥
Aqui vai o prólogo, que veio grande porque se eu cortasse ele na metade ficaria sem nexo. Acho que é só isso.
Estou morrendo pra saber a opinião de vocês, se devo continuar postando e se vocês gostaram, nossa.
Enfim... boa leitura! (:



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If I cut off your arms and cut off your legs Would you still love me anyway? There's a spot on the floor Where your limbs used to be And I close the door on my fantasies Why don't you love me anyway? (Misfits - Helena)

 Minha definição de inferno era diferente da definição das outras pessoas. Para o mundo, inferno era um lugar horrível, dominado por demônios e onde os indivíduos que foram maus por toda a vida eram castigados. Para mim, o inferno era aconchegante, acolhedor, meu verdadeiro lar. Inferno era um sentimento, um sentimento que te fazia suspirar, que te fazia sorrir, chorar, sentir ciúmes e possessividade, fazer com que você sinta que o seu dever é proteger aquela pessoa, e que você deveria se jogar na frente de um carro, se isso salvasse sua vida.
 Para mim, isso é o inferno. Mas o mundo chama isso de amor. 
 Então eu o amava, se seguir os pensamentos da sociedade. Ele entrou em meu pequeno e escuro inferno pessoal, como um forasteiro e não saiu mais. Sim, eu o amava ardentemente, muito mais do que amava a mim mesma.
 Mas ele não entendia meu amor. Estava doente. E eu o matei para salvá-lo. E agora ele compreende que eu o amo. As lágrimas misturadas ao sangue que escorregavam delicadamente pelo seu rosto me mostraram. Ele entendeu que ele pertencia a mim, portanto ninguém mais poderia tê-lo. 
 Se ele tivesse entendido meu amor antes, isso não teria acontecido. Se ele tivesse ficado comigo desde o início, agora nós estaríamos juntos e felizes, e não separados pela morte. Agora ele jaz em seu túmulo escuro e confortável, sem ninguém por perto para tocá-lo. E eu estava aqui. Neste outro grande inferno.
 Paredes cinzas, pichadas, sujas com o meu sangue já seco. A cama era um enorme bloco de pedra com um colchão ralo e sujo jogado e mal arrumado por cima. Os cobertores fediam, mas eu não tinha outra opção. A única luz proveniente era dos postes na rua, e entrava pela minúscula janela com grades. E mesmo assim, eu me sentia estranhamente confortável naquele lugar. Eu havia achado meu lugar no mundo.
 Não havia idiotas para me pertubar. Eu estava como adorava, sozinha com meus próprios pensamentos, sem barulhos, sem vozes, sem piadinhas. Só havia eu e ele. Sim, pois eu conversava com ele. Eu o via. Ele sorria para mim como nunca sorrira em vida. Mas ele não me tocava nunca. E isso me irritava.
 Conheci Christofer Drew há exatos um ano e três meses. Eu estava sentada com meus fones de ouvido no lado externo do colégio onde estudava, sentada de qualquer jeito encostada na mochila, quando avistei um garoto andando meio sem jeito. Ele tinha cabelos castanhos lisos e repicados, tinha tatuagens nos braços e usava calças rasgadas nos joelhos e camiseta preta. 
 Sentei-me direito para observá-lo melhor. Parecia meio tímido, mas é claro, quem não é tímido em seu primeiro dia de aula? Eu senti meu coração falhar quando ele olhou na minha direção, e enquanto seus olhos me analisaram por um  instante eu tive a certeza de que ele era o meu inferno.
 Hoje faz um ano que ele se tornou somente meu. Só eu o tenho, ninguém mais tem nada a não ser sua lembrança. Eu o tinha por inteiro. 
 Deitada no chão sujo e frio da escura cela de prisão a qual fui condenada até o julgamento que decidiria minha vida, soltei uma gargalhada fria e diabólica. Eu não tinha consciência de como fui parar no chão, mas senti meus olhos com um certa ardência, então soube que estava chorando. Um ano. Um ano que ele não estava mais no mundo real comigo - mas sim em meu pequeno inferno. Ele disse que nunca seria meu, mas agora ele é.
 Subitamente lembrei-me de que era meu aniversário de 16 anos. 12 de junho, dia do meu nascimento, dia da morte de Chris. Mais uma prova de que éramos perfeitos um para o outro.
 Ri ainda mais, provocando dores no abdômen. Senti uma presença familiar e parei de rolar no chão para observá-lo. Ele estava encostado na parede, como sempre usando a calça preta rasgada, a camiseta preta e descalço. Sempre que eu via as tatuagens em seus braços eu sentia vontade de deslizar meus dedos por elas enquanto ele distribui beijos pelo meu corpo... Mas ele nunca me tocava.
 - Do que está rindo?- Ele perguntou, incrédulo. Só então percebi sua expressão. Ele parecia triste, irritado e... era exatamente a mesma expressão que estava em seu rosto enquanto eu o matava, lenta e dolorosamente.
 - O que houve, Chris? Porque está assim?
 - Olha o que você fez comigo!- Ele gritou, as lágrimas escapando furiosamente.- E tudo o que você consegue fazer é ficar deitada nesse chão olhando pro teto e rindo! Qual é o seu problema, garota, porque você fez isso comigo?
 Foi como se tivesse enfiado uma estaca no coração. Porque ele estava falando comigo desse jeito agora? Porque ele não me tratava bem, mesmo depois de eu ter salvado sua vida e lhe dado a chance de ter um amor?
 - Porque você não me agradece? Eu salvei você, eu amo você e mesmo assim  você não faz nada por mim! Porque não pode me agradecer, porque não pode ficar feliz?- Levantei-me, falando baixo e parei na frente dele. Ainda era possível ver as marcas da tesoura em seu rosto de traços finos e marcantes, como se tivessem sido feitas ontem.
 - Agradecer? Você tirou a minha vida!- Ele gritou novamente, me fazendo não suportar mais.
 Olhei pelo quarto procurando por algo que pudesse machucar. Avistei uma gilete em cima da "mesinha" ao lado da cama e fui até ela. Chris apenas me observou, perguntando-se o que eu faria. Mas ele sabia que eu não ia machucá-lo. Nem poderia se quisesse.
 - O que está fazendo?- Ele sussurrou enquanto eu me sentava encostada na parede ao lado da cama.
 Nem ao menos olhei para ele. Apenas subi as mangas do uniforme branco nojento e passei a gilete por todo o braço, forçando-a principalmente nas veias do pulso.
 Chris me observava horrorizado, mas eu não o queria mais lá, nem ao menos pensava direito com a deliciosa sensação de dor e adrenalina percorrendo meu corpo. Eu me sentia feliz. Como quando eu usava drogas, eu sempre tinha sensações parecidas.
 - Pare com isso!- Ele disse, mas não se importava. Ele só fingia, mas não se importava.
 Ri e cortei o outro braço lentamente. Observei o sangue escorrer pelos meus braços e manchar o chão, a parede e o maldito uniforme branco. Fechei os olhos e perceb ique estava suando. Comecei a rir incontrolavelmente novamente, só que desta vez a risada era muito alta.
 Alguns demorados minutos e então ouvi vozes e passos nos corredores, e o barulho de chaves foi ficando mais próximo, depois as vozes se tonaram gritos, e então tudo foi se apagando aos poucos até que eu perdi totalmente a consciência. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? ~~~diz que sim, diz que sim, diz que deixa review, la la la, review review~~
Well, por favor, deixem reviews com as suas opiniões É MUITO IMPORTANTE, eu já estou tendo um ataque do coração de curiosidade, nossa.
Por favor, reviews, e se tudo der certo... nos vemos no próximo capítulo.
Beijos :*