Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 9
Vinícius sem graça, e Rodrigo revoltado


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai outro...



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Vinícius andava tranquilamente até o seu chalé.

Ele não ligava para o tal Percy Jackson, e muito menos para a caça á bandeira. É... Foi divertido sentir aquela emoção e tudo mais, só que ele preferia ficar fora de batalhas. Principalmente quando tinha um louco com duas 9mms nas mãos atirando para cima dele.

- E o babaca ainda era o meu time... – Resmungou Vinícius lembrando de como Mateus tinha problemas mentais.

Ele abriu a porta do chalé 12 sem nenhuma animação. A única coisa boa era que ele poderia finalmente dormir, depois de todo aquele dia louco.

O chalé 12 era muito engraçado, pensava Vinícius.

Era bem grande, mas só tinham umas 4 camas. Nem mesmo eram beliches. Eram só camas, diferente de outros chalés.

As camas tinham um lençol roxo com desenho de uvas. O cheiro do lugar era de uva. As paredes eram roxas também, e enfeitando-as tinham várias cabeças de animais. Algumas estavam realmente mortas, mas outras falavam de verdade.

- Ah, que bom. Você voltou. – Resmungou um leão com enorme ironia – É tão bom te ver de novo, filho de Dionísio.

- Ver você falando ainda me dá medo. – Comentou Vinícius olhando para o bicho – Mas hein? Você se ferrou legal, né? Perder o corpo e ir parar em uma parede.

- Ainda assim sou mais bonito que você. – Comentou o leão.

Vinícius fez uma cara de “What the fuck?!”, mas preferiu não perguntar nada para o leão. Ele o ignorou e foi trocar de roupa. Odiava aquele maldito colete roxo, e o capacete de videiras.

- Coisa de boiola... Ficar usando essas coisas roxas... – Resmungou ele.

- Por isso fica tão bem em você. – Retrucou a cabeça de leão.

- Porra! Você nunca vai parar de me dar foras?! – Reclamou Vinícius irritado – Que saco, velho!

- Que saco, velho! – Imitou o leão – Parece um surfista retardado.

Ele revirou os olhos. Não valia a pena ficar conversando com uma cabeça de leão empalhada que era usada para enfeitar um quarto. Era estranho também.

Mas... O que naquele acampamento não era?!

Ele acordara de manhã e fora lutar esgrima. Depois, Dionísio obrigou ele e os outros dois irmãos á passarem pelo meio dos canteiros de morangos para melhorarem a plantação. Como era um trabalho idiota...

E ainda por cima... O seu próprio pai nem mesmo acertava o seu nome! Vince, Vargas, Vilmar, Vertimir, Vidal, Van... Uma lista enorme de nomes que ele nem mesmo sabia que existiam era pronunciadas. Todos os nomes do mundo começados com V, menos Vinícius!

Era tão difícil asism?! E ainda por cima... Agora eles estavam encrencados novamente! Teriam, provavelmente, que sair em outra missão arriscada para ajudar os Deuses, enquanto todo mundo ficava em segurança no Acampamento Meio-Sangue.

Oh, que legal!

- Se eles acham mesmo que eu vou me arriscar de novo para ajudá-los, estão muito enganados. Eles que se ferrem! – Pensou Vinícius enquanto colocava seu pijama.

Em parte ele gostava do Acampamento Meio-Sangue. Até por que... Não era o colégio interno. Esse era de longe o melhor dos motivos. E também, porque ele podia machucar quem ele quisesse quando ele quisesse sem que reclamassem com ele.

Se bem que... Ele não machucava ninguém. Mas... Ele podia e isso já era o bastante para deixá-lo feliz.

Ele também não precisava fazer dever de casa, ter que ir para a sala do diretor, acordar cedo todos os dias da semana, ter aulas chatas, muito menos ter que estudar para provas surpresas que poderiam ser em qualquer aula da semana.

Isso o fez lembrar do dia em que eles tiveram 4 provas surpresas seguidas. Foi um inferno. Amanda e Nina ficaram rindo imaginando que era uma pegadinha, mas acabaram vendo que não era. Mariana começou a xingar e reclamar. Rodrigo tentou colar de Nina, mas nenhum dos dois sabia de nada.

Flávia e Bia foram as únicas que souberam exatamente o que fazer. Tinham as respostas na ponta das línguas.

Bem... Enquanto estivesse no Acampamento Meio-Sangue, ele estaria á salvo das provas. Ótimo.

Depois de dobrar e guardar a sua roupa, Vinícius estava pronto para ir dormir, mas a cabeça de leão falou com ele novamente.

- Você nem parece um filho de Dionísio. – Comentou o leão.

Silêncio.

- E daí? – Falou Vinícius pouco ligando.

- Daí que você é esquisito. – Continuou o leão – Você é alto, magro, cabelo liso e usa esses óculos.

- O que que tem? – Falou ele ainda sem ligar.

- Parece mais um filho do Harry Potter, do que um filho de Dionísio.

- Ah, tá. Desculpa. – Falou Vinícius – Me aponta o caminho para Hogwarts e eu me mando daqui.

Silêncio.

Vinícius começou a rir sozinho, e o leão olhou para ele sem entender.

- Aponta o caminho. Sacou? Sacou? Aponta! – Ria ele tentando explicar a piada, mas o leão não achou graça.

- Não. – Disse simplesmente – Você é podre.

- Você é muito chato, hein? Parece um velho. – Rebateu ele.

- Eu tenho 121 anos. – Disse o leão em um tom sério.

- Ah é? Ah... – Vinícius parou de rir – Mííííííítico!

Silêncio.

- Morre. – Pediu o leão.

Por que todo mundo agia daquele jeito?! Ninguém nunca ria das piadas de Vinícius, e isso o incomodava. Ele era tão chato assim?

- Dane-se... Eu vou dormir. – Disse ele encolhendo os ombros.

- Desde que você não fale dormindo. Por mim tudo bem... – Comentou o leão revirando os olhos.

- Boa noite para você também. – Resmungou Vinícius apagando a luz do quarto e indo dormir.

Não estava nem aí para os problemas dos Deuses. Queria mais que cada um deles fossem se ferrar.

Rodrigo estava indo para o seu chalé, enquanto pensava... Por que o chalé dele ficava mais longe do que o de todo mundo?!

- Que saco... Tinha que ser logo eu?! Hades devia ser o primeiro! Meu pai arrasa. – Resmungava ele.

Ele era filho de um dos três grandes. Pela lógica, os chalés dos três grandes deveriam ficar no começo e juntos. Mas não... Tinham que deixá-lo no fim do mundo.

Rodrigo abriu a porta do chalé com o seu mal humor habitual. Nem mesmo notou as chamas verdes ardendo em tochas na frente do chalé. Ele geralmente gostava de vê-las queimar, mas não naquele dia.

Ele entrou e olhou em volta.

- Teisk?! Cadê você? – Chamou procurando o cão.

O chalé de Hades poderia dar medo em qualquer um. O chão inteiro era de madeira (até aí, tudo normal), mas as paredes eram pretas. Tão pretas que era impossível enxergar nada no quarto se as luzes estivessem apagadas.

Não tinham muitas camas no quarto. Somente umas 5, mas elas eram feitas de um tipo de metal negro. Desenhos de caveiras enfeitavam o lugar.

Bem ao longe tinha uma pequena cama de cachorro, onde Teisk dormia. Ao ouvir Rodrigo chamá-lo, saiu correndo para sua direção.

Rodrigo odiava receber lambidas daquele cachorro, por isso dessa vez ele tinha um bom plano.

- Olha o que eu trouxe! Pega! – Exclamou ele jogando para fora do chalé um osso que achara na floresta.

Teisk saiu correndo atrás do osso, e assim que passou pela porta, Rodrigo fechou-a trancando-o do lado de fora.

Ele sorriu, Missão completa.

Rodrigo foi trocar de roupa. A sua armadura era muito legal e tudo mais, mas não dava para dormir com ela. Ele ficou imaginando como Nina conseguiu pegar a bandeira tão facilmente. Mas isso não era o que mais lhe preocupava.

Ele estava morrendo de raiva por não ter conseguido bater em Connor e Travis durante a captura da bandeira. Ficou feliz por ter conseguido derrubar os filhos de Ares, mas sua vingança ainda não estava completa.

- Malditos filhos de Hermes... – Resmungou – Tinham que saber correr?!

Rodrigo colocou o seu pijama. Aquilo lhe lembrou uma coisa... God of War 3.

Ele ligou o seu videogame, e começou a jogar. Adorava aquele jogo. Ele matava quase todos os Deuses dos jeitos mais cruéis possíveis, mas era bem divertido.

- My name is Kratos, and I am the God of War! – Berrou Rodrigo imitando Kratos. Ele imaginou a cara de Ares quando visse esse jogo.

Ele começou a jogar despreocupado. Não estava no colégio interno, logo ninguém iria reclamar com ele por ficar até tarde jogando videogame. Aquilo era demais.

Enquanto jogava, ele imaginava qual seria o novo problema. Quem era Percy Jackson? Não parecia ser só mais um campista comum, até por que todos ficaram loucos quando ele apareceu todo machucado.

Se fosse ele, ninguém se importaria. Talvez sim, mas não fariam esse escândalo todo, logo... Esse filho de Poseidon tinha que ser alguém especial. O que ele estaria fazendo do lado de fora do Acampamento Meio-Sangue? Estaria em uma missão?

Mas o que mais martelava a sua cabeça era o fato de ninguém nunca querer contar o problema para eles. Até parece que algum deles ia realmente ficar quieto sem perguntar nada. Totalmente desinteressado. Eles queriam saber!

Odiava quando alguém guardava segredos, ou dava informações pela metade. Era como uma peça incompleta, e isso o irritava.

Ele só tinha cada vez mais vontade de ir para onde todos estavam e ameaçá-los até que alguém abrisse a boca. Não se importaria se tivesse que bater em alguns campistas para que tivesse informações.

Faria com prazer.

Só de pensar na possibilidade, um sorriso malévolo surgiu em seu rosto. Seria tão divertido! Porém seus pensamentos foram cortados por um choro vindo da porta. Era Teisk.

- Tsc. Esquece. Não vou te deixar entrar. – Resmungou ele sem tirar os olhos do videogame.

O cão infernal continuou fazendo o seu choro do lado de fora, e aos poucos isso foi tocando o coração do Rodrigo. Talvez... Ele estivesse sendo mal demais. Teisk tinh salvo a sua vida várias vezes, embora ele não quisesse admitir.

Deixá-lo do lado de fora desse jeito desonesto, não parecia nada legal.

Rodrigo deu pause no seu jogo e virou-se para a porta. Soltou um suspiro. Não... Não era certo mesmo deixá-lo lá fora.

- Tudo bem... Sinto muito. – Disse ele indo para a porta. Assim que a abriu, ele estava pronto até mesmo para dar um sorriso, mas foi surpreendido pelo cachorro. Ele pulou encima de Rodrigo e começou a lambê-lo. Toda a sua pena e compaixão sumiram de vez – Porra, seu animal burro! Saí de cima de mim!

Teisk saiu de cima dele, mas começou a correr pelo quarto. Rodrigo notou que suas patas estavam sujas de lama. O animal corria pelo quarto inteiro, sujando o chão de madeira limpinho e, por fim, a sua cama.

- Não! Dá o fora da minha cama! – Reclamou ele com raiva – Seu merda! Eu tinha que ter te matado! Droga!

O cachorro saiu de cima da cama, só que para o desespero de Rodrigo... Ele começou a morder o controle do Xbox.

- Não! – Berrou ele quase chorando – Nããão! O meu videogame!

Teisk continuou mordendo, e Rodrigo se jogou na cama chorando de raiva e tristeza ao mesmo tempo. Ele bateu suas mãos contra o colchão. Só depois de alguns minutos é que ele foi se tocar que a cama estava suja de lama.

- Merda... – Xingou ele indo para o banheiro.

Teve que tomar um banho.

Quando saiu do banheiro viu que Teisk havia destruído todo o controle do videogame. Sua mão estava escorregando para o seu punhal, mas ele se conteve. Rangeu os dentes de raiva. Queria muito arrancar o pescoço daquele cachorro fora, mas não fez isso.

Ele foi direto arrumar a sua cama. Tirou o lençol sujo de lama e deitou-se.

Estava pensando no tal problema.

Os titãs deviam estar saindo do Tártaro. Devia ser algo do tipo. Só isso explicaria todo aquele nervoso que contaminava todos os campistas.

Com certeza tinha algo a ver com os doze. Sempre tinha.

Eles eram especiais e mais poderosos do que todos os outros. Tinham que ter alguma coisa a ver com aquilo, e o que mais o irritava era que mesmo sabendo disso... Os irmãos Stoll mandaram todos de volta para os chalés “descansarem”!

- Descansar porra nenhuma! – Exclamou Rodrigo de repente. Ele se levantou e jogou o lençol para a cama.

Quem aqueles filhos de Hermes pensavam que eram para mandarem ele ir para o chalé de novo?! Não!

Rodrigo não ia ficar no chalé, e não ia descansar. Se os outros iam fazer isso, eles que se ferrassem! Ele ia descobrir o que estava acontecendo, e não ia esperar nenhum mísero segundo.

Rodrigo parou para pensar... Onde foi que Amanda, Bia e Nina foram da última vez para saberem a profecia? Foi... No sótão!

Isso mesmo. Ele iria até lá.

Assim que se levantou da cama, Rodrigo pegou o seu punhal novamente. Olhou para Teisk e resolveu que seria melhor não levá-lo.

- Fique aí, entendeu? É melhor não me seguir. – Falou ele em um tom sério.

O cão infernal estava cansado demais para segui-lo. E também... Estava se divertindo mais mordendo o outro controle do videogame. Rodrigo revirou os olhos e foi até a porta.

Assim que saiu fechou-a com força. Teria que tomar cuidado, pois se alguém o pegasse do lado de fora... Tentaria mandá-lo de volta para o chalé 13.

- Tsc! Se fizerem isso, eu nocauteio a pessoa que nem eu fiz com os irmãos McJoe. Aqueles caipiras babacas... – Resmungou ele.

E assim... Lá foi ele.


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Notas finais do capítulo

Será que o Rodrigo realmente vai conseguir descobrir qual é o problema?

Vinícius só se ferra também, né?

Quero reviews!