Nina lançou um raio, mas Ares fez um simples movimento com a espada e o desviou.

- Você acha que isso vai ter algum efeito? – Perguntou Ares tentando não rir.

- Prefiro não responder. – Disse Nina em um murmuro. A filha de Zeus pegou outro raio, e lançou de novo, mas Ares desviou facilmente – Droga...

- Acredite. Vou acabar com você, e a próxima vai ser a cabeça de vento. Isso não te incomoda? – Perguntou ele.

- Cara, eu estou sempre ferrada. Estar ferrada de novo por culpa sua não é nada de tão estranho para mim. – Respondeu Nina dando de ombros.

- Não isso, idiota. Estou falando da sua amiga ter te deixado para morrer. – Corrigiu ele.

- Ela não me deixou para morrer. Amanda vai voltar com fucking ajuda. Provavelmente com o meu pai, e ele vai chutar a sua bunda. – Respondeu Nina com raiva.

- Ah, claro. O seu pai. – Riu Ares – Desculpe, maninha, mas a cabeça de vento não vai conseguir chegar nem na metade do caminho quando eu terminar com você.

Ares avançou na direção de Nina com a espada, e ela teve que correr para o lado para não ser atingida. Ares cortou a porta do Empire States com um movimento leve, e depois virou-se para Nina.

Ela lançou outro raio, mas acabou errando a mira. Ares avançou com violência e derrubou Nina longe. Ela caiu no meio da rua, e tentou catar os raios no chão, mas viu que não daria tempo.

- Esquece. É o seu fim. – Disse ele.

- Eu ouvi isso tantas vezes... – Murmurou ela.

Are ergueu a espada e Nina teve uma idéia. Ela se levantou rapidamente, e esticou os braços para o céu. Com raiva ela lançou as mãos em direção á espada de Ares, que estava erguida logo encima da cabeça do Deus.

- Engole a fucking eletricidade! – Exclamou Nina. Ares riu como se aquilo fosse inútil, mas então algo aconteceu.

Do céu, um raio caiu exatamente na espada do Deus. Ares levou um forte choque e foi lançado para trás, chocando-se contra a parede do prédio. Nina arregalou os olhos feliz por seu plano ter dado certo, e fez pose de “Fuck yeah”.

- É o fim de quem agora? - Perguntou ela triunfante.  

Ares se levantou lentamente. Nina olhava para a porta o tempo todo, esperando que Amanda aparecesse com os Deuses. Ou pelo menos que aparecesse.

- Miserável... – Murmurava Ares enquanto tentava ficar de pé. Nina sentiu algo perto de seu pé. Ela olhou para baixo e viu a cobra de Amanda.

- Felix. – Disse ela, e a cobra a encarou. Nina sentiu um pouco de medo de segurar aquele bicho, mas antes que ela fizesse alguma coisa, a cobra subiu pela sua perna e se enrolou no seu calcanhar – Ahm... Isso dá nervoso.

Nina olhou para frente pronta para se defender de algum ataque de Ares, mas o Deus da guerra ainda estava se recuperando do impacto.

- Como você aprendeu a fazer isso?! – Rugiu ele com ódio.

- Desculpa. Eu sou a filha fodona de Zeus. – Disse ela levantando os braços em sinal de “foi mal aí” – Mesmo como um hamster, eu ganhei de você.

- Você não ganhou de mim, retardada. Você me distraiu para a cabeça de vento concluir o plano. – Corrigiu ele ente dentes – Não se ache tão boa assim.

Os olhos de Ares brilharam de pura ira, e Nina sentiu muito medo. Aquela era uma visão horrível. O Deus da guerra parecia pronto para matá-la, o que a fez pensar que talvez fosse ocupar um lugar no Mundo Inferior muito brevemente.

Mas Ares não fez nada. Ele congelou por alguns segundos, e soltou um grito de ódio. Nina sentiu todo o chão tremer, como se New York inteira estivesse sobre o efeito de um dos piores terremotos do mundo.

Ares apontou para ela, e a filha de Zeus estremeceu um pouco.

- Teve sorte. Muita. Sorte! – Disse ele em alto e bom som – Mas isso não vai durar para sempre! Ainda vou fazer você pagar caro, hamster fedido!

Com isso, Ares sumiu.

Enquanto todos estavam dormindo no meio da noite no Olimpo, a filha de Hermes passava correndo pelas ruas. Seus sapatos faziam barulho que ecoavam pelo local, acordando algumas pessoas.

Ela não estava ligando. Tinha um objetivo e não ia parar para pedir desculpas para quem estivesse ficando irritado com ela.

Amanda pulou por algumas pedras, depois subiu algumas pequenas ladeiras até chegar á porta principal do salão dos Deuses.

Atrás daquelas portas deveriam estar os Olimpianos, certo?

Amanda socou com toda a sua força a porta para que alguém a ouvisse e fosse abrir, mas nada. Nenhum som foi produzido, senão o deu seus próprios socos.

- Dane-se. – Disse Amanda empurrando a porta com força, mas assim que conseguiu abri-la, viu que a sala estava praticamente vazia.

Não tinha ninguém ali. Ou pelo menos ela não enxergava.

- Ei! Alguém? Alguém aqui? Oi! – Exclamava ela enquanto corria para dentro da sala. Trono por trono dos Olimpianos estava vazio. O de Ares também, por motivos óbvios. Ao olhar para o lugar de honra do Deus da guerra, ela lembrou-se que deveria se apressar mais ainda – Por favor! Alguém!

- Quanta ousadia entrar em minha casa desse jeito. – Comentou uma voz forte no fim da sala. Amanda arregalou os olhos para o lugar. O certo seria ela sentir medo por estar sendo mal vista pelos olhos de Zeus, mas na verdade nunca se sentiu tão feliz de ver o pai de Nina.

- Zeus! – Exclamou ela. Amanda fez uma mensura desajeitada e apressada, e logo olhou para ele novamente – Você... A Nina, ela precisa de ajuda! Eu...!

- Calma. – Exigiu Zeus franzindo o cenho – Respire primeiro, jovem. Depois explique o motivo de tal falta de modos.

- Sinto muito, mas eu tinha que correr até aqui para contar para os olimpianos que...! Onde estão eles? – Perguntou Amanda.

- O que houve? – Perguntou alguém com voz de sono. Apolo entrou bocejando na sala e olhou para Amanda – Problemas para dormir, Amanda?

- Eu tenho que falar com vocês sobre...! – Amanda foi interrompida novamente.

- Acho melhor chamar os outros olimpianos então. Parece ser importante. – Apolo sugeriu para Zeus, e o senhor dos Deuses assentiu. Ele estalou os dedos e as luzes da sala ficaram mais fortes.

Amanda pode notar que Apolo estava com pijama, só que ele era só um short com desenhos do Sol. O abdômen bem definido de Apolo estava a mostra, o que prendeu a atenção de Amanda por alguns minutos.

- Wow! Não. Nina... Lembra que a Nina precisa de ajuda. Não tem tempo para olhar para ele... Concentra, Amanda! Mesmo que seja difícil. – Pensou ela dando alguns tapas na própria testa.

Em questão de minutos os olimpianos apareceram. Ártemis, Atena, Poseidon, Demeter, Hera, Afrodite, Hermes, Hefesto, menos Dionísio, Hades e Ares.

- Agora pode contar. – Disse Zeus dando-lhe permissão.

- A...! – Amanda tentou falar, mas a interromperam de novo.

- O que aconteceu, Amanda? Algo de errado? – Quis saber Apolo.

- Sim, é...! – Ela tentou.

- Que terrível. Á uma hora dessas? Deve ser alguma coisa ruim. – Comentou Poseidon olhando para a filha de Hermes.

- É, os...!

- Acho melhor você falar logo, filha. – Disse Hermes.

- Eu...!

- Tem alguma coisa a ver com robôs? – Perguntou Hefesto coçando a barba com sono.

- Não, é que...!

- Francamente! Robôs?! Você só pensa nisso? – Reclamou Afrodite.

- Será que eu nunca vou falar?! – Perguntou Amanda irritada – Preciso ser rápido, senão a sua filha vai morrer, Zeus!

Zeus inclinou-se para frente tenso.

- O que disse? Algo de errado com a Nina? – Perguntou ele.

- Sim! – Respondeu Amanda.

- Ah, mas que pena... – Murmurou Hera em sarcasmo.

- Ela está lá embaixo enfrentando Ares. Deu a chance de eu subir para poder contar a vocês o que aconteceu no Mundo Inferior. – Disse Amanda rápido.

- Como assim enfrentando Ares? – Perguntou Zeus furioso – Nina não...!

- Ela está morta. – Comentou Hera.

- Minha filha não pode morrer assim! – Berrou ele.

- Amanda, voltando ao assunto... – Pediu Hermes.

- Nós achamos eles! – Exclamou Amanda e todos pararam para ouvi-la – Achamos os meio-sangues perdidos. Rhamon disse que eles estavam no Mundo Inferior, e nós seguimos essa intuição e realmente os achamos. Mas eles eram os traidores da profecia, e quando nós estávamos prestes a ir embora com eles... Eles...

Amanda se deteve por um segundo. Ela estava prestes a falar para os Deuses da sala, ou pelo menos para quatro deles, que seus filhos estavam presos como reféns no Mundo Inferior por Cronos.

- Eles...? – Quis saber Deméter.

- Eles lançaram Mateus, Flávia, Rodrigo e Rhamon no fundo de um buraco no Mundo Inferior. O buraco dava para uma parte subterrânea onde parte do exército de Cronos está. – Contou Amanda.

- O que?! Flávia?! – Exclamou Apolo horrorizado – Exército de Cronos?! Como isso é possível?!

- Ele não deveria ter tanto poder assim. Não tão rápido. – Disse Zeus olhando para os outros Deuses.

- Mas ele tem. Está montando exércitos e vai usá-los para destruir todo o Acampamento Meio-Sangue. – Contou Amanda – Eu e Nina conseguimos jogar os meio-sangues perdidos no Tártaro, mas isso não deve ter ajudado muito.

- No Tártaro? – Repetiu Poseidon surpreso – Duvido que saiam de lá agora.

- Pois é. Mas aí vem a outra questão... Vocês têm que...! – Amanda ia pedir ajuda dos Deuses para Nina, mas algo a interrompeu. A porta atrás dela se abriu violentamente, e Amanda se virou com um sorriso pensando ser sua amiga – Nina!

Mas não era.

- Eu me atrasei. – Disse Ares entrando na sala. Todos viraram-se para olhá-lo, principalmente Amanda. Ele não parecia estar nem um pouco feliz, mas ainda tinha um tipo de ar superior. Ele passou por Amanda e a empurrou com uma cotovelada – Saí da minha frente!

- Ah! – Amanda caiu no chão, mas não se abalou. Ela colocou a mão no bolso e sentiu que seu canivete estava lá – Onde está ela?! O que aconteceu com a Nina?!

- Ares! – Rugiu Zeus com raiva – Responda!

- Está bem longe daqui, aposto. – Respondeu ele sem ligar – Não dou a mínima para isso. Quero só saber o que é tão importante.

Amanda estava pronta para sacar sua espada e atacar Ares, mas alguém a impediu.

- Não faça isso... Não vai acabar bem. – Advertiu Hermes atrás dela, em uma voz baixa para que ninguém ouvisse.

Amanda olhou para ele, e depois para Ares. O que tinha acontecido com Nina? Ela não tinha idéia de nada.

- Como se você ligasse para qualquer coisa que tivesse a ver com a gente. Egoísta! – Pensou Amanda mirando no Deus da guerra.

- Olhe a língua, garota. – Advertiu Ares virando-se para ela de repente. Amanda franziu o cenho.

- Eu disse isso em voz alta? – Perguntou ela sem entender.

- Disse o que? – Perguntou Zeus.

- Não ouvi nada. – Disse Apolo franzindo o cenho.

- Telepatia. – Respondeu Hermes, e Amanda arregalou os olhos surpresa.

- Ah, legal. Isso tinha que acontecer justamente agora. – Murmurou ela.

- Isso não é importante! – Exclamou Zeus com raiva – Quero saber onde está a minha filha! Ares!

Antes que o Deus da guerra abrisse a boca para responder, outra pessoa entrou pela porta. Nina. Zeus deixou-se afundar levemente em seu trono, ao ver que a filha estava bem,

Nina correu até Amanda com um sorriso.

- Ufa. Você está bem. – Disse Amanda em suspiro. As duas se abraçaram e depois viraram-se novamente para os Deuses.

- Que lindo... – Murmurou Ares em sarcasmo – Acho que vou chorar.

- Nina, você não devia arrumar tantos problemas. – Disse Zeus em um tom pesado – Poderia ter...

- Morrido? – Sorriu Hera completando a frase do marido. Nina olhou para a Deusa e depois para o seu pai.

- Ei! Você sabe o que ela fez comigo?! Ela me transformou em um hamster! Um hamster! – Exclamou Nina com raiva – Você vai fuzilar ela com um raio, né?!

Zeus olhou para o lado um pouco tenso, e depois para Nina de novo.

- Ahm... Mudando de assunto... Temos que falar sobre os seus amigos e o exército de Cronos. – Disse Zeus fugindo do assunto – Vocês duas têm que voltar para o Acampamento Meio-Sangue e se reunir ao resto dos heróis para poderem resgatá-los.

- Nós vamos fazer isso. – Confirmou Amanda.

- Espera aí! Ele quase me matou! E ela me transformou em um hamster! – Exclamou Nina ainda indignada – Você não vai fazer nada mesmo?!

- Nina... Isso é complicado. Resolvemos depois, ok? – Disse Zeus tenso. Hera fuzilava ele com o olhar. Ares não estava nem aí, porque se Zeus reclamasse com ele, ele diria “dane-se” e faria de novo.

- Vai deixar ela sair impune?! – Perguntou Nina ainda irritada.

- Acho que... Não é tão fácil assim. – Comentou Amanda em seu ouvido.

- Por que não? – Quis saber ela.

- Porque se ele reclamar com ela... Ahm... Bem, Nina... Não é com você que ele mora. – Comentou Amanda.

Nina entendeu que Hera tornaria a vida de Zeus um inferno se ele reclamasse com ela. Afinal... Nina era a filha dele com outra pessoa.

- É nessas horas que eu queria que ele fosse solteiro... – Murmurou Nina.