Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 39
Um lugar chamado Tártaro


Notas iniciais do capítulo

O nome é bem tenso, não?Esse capítulo é bem tenso, então... Se preparem!



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Nina e Amanda tinham pensado em um plano, ou pelo menos tentaram.

- Nós não temos tempo para pensar. – Disse Amanda olhando para os seus amigos encurralados. Os três traidores deviam estar falando alguma coisa com eles, mas era impossível ouvir daquela distância.

- Ok... Então vai ser isso mesmo. Amandinha, estamos contando com seus dons para mentir. – Disse Nina dando uns tapinhas leves no ombro dela.

- E eu estou contando com seus auxílios. Não pense em me deixar aqui, ouviu?! – Disse Amanda tensa. Nina assentiu e foi para o lugar onde tinha combinado de ficar. Era atrás de umas pedras logo mais na frente da que Amanda estava.

Nina correu discretamente para lá, e encostou suas costas na superfície da rocha, de modo que ficasse de frente para a pedra de Amanda.

- Ok, Felix. Acho melhor você ficar aqui no chão. Se algo acontecer comigo, pelo menos você se salva. – Disse Amanda em um tom sussurrante.

- Eu quero te ajudar. Isso vai ser divertido. Não me deixe no chão! – Pediu Felix. Amanda ainda estava incerta quanto aquilo, mas decidiu atender a vontade da cobra de estimação.

Mais lá na frente, Flávia estava olhando fixamente para os meio-sangues traidores.

- Como vocês puderam se unir a Cronos?! – Exclamou Flávia – Ele é do mal!

- Você sabe que nós estamos pouco nos ferrando para isso, né? – Disse Vitinho dando de ombros – Ele pode nos dar poderes maiores do que os Deuses têm.

 - Ele não ia ser idiota a esse ponto. – Disse Rhamon.

- Que?! – Perguntou Rodrigo ainda surdo.

- Esquece, Rodrigo. – Resmungou Rhamon.

- Fiquem tranqüilos... Vocês não estão perdidos. Cronos adoraria que meio-sangues tão poderosos quanto vocês se juntassem ao grupo. Podem fazer parte dos exércitos. Podem liderar os monstros nos ataques ao Acampamento, ou até mesmo ao Olimpo. – Disse Thaiana com um sorriso maligno – Isso é legal.

- Não é não! Não vou ajudar a acabar com o meu pai! – Protestou Flávia.

- É, que se ferre vocês! – Exclamou Mateus apontando as armas para eles, mas então os cães infernais começaram a rosnar.

- Não faria isso se fosse você. – Disse Rezende – Se nos atacar, os cães te atacam. Não vai ser muito bom.

- Droga... – Murmurou Mateus guardando as armas novamente.

- Admitam. Isso já acabou. Vocês podem se juntar a nós, ou podem morrer. Escolham. – Disse Vitinho dando de ombros.

- Eu escolho chutar a sua bunda! – Exclamou Amanda de longe. Todos olharam para onde sua voz vinha, e notaram que ela estava encima das pedras, com uma pose de heroína. Um pedaço de feno estava em sua boca, enquanto o seu casaco azul estava amarrado em seu pescoço, formando uma capa – Seus traidores do inferno!

Todos ficaram surpresos demais para dizer alguma coisa, até que o curto silêncio foi quebrado por Rodrigo.

- Que?! – Perguntou novamente, e Flávia deu um tapa na sua cabeça.

- Você fugiu?! Miserável! – Exclamou Vitinho – Desce daí antes que nós...!

- Você não me dá ordens, seu vira casaca! – Interrompeu Amanda ainda com pose de herói superior – Ninguém me dá ordens.

Amanda estava parecendo muito confiante, mas por dentro ela se perguntava freneticamente o que faria a seguir. Não ia ficar com aquela pose por muito tempo. No bilhete estava escrito claramente “engane”, mas por quanto tempo ela conseguiria fazer isso?

- Quem você pensa que é? – Perguntou Vitinho irritado. Amanda achou que ver aquele garoto irritado, sendo o pai dele o Deus da morte, não era lá muito sábio. Mas a filha de Hermes conseguiu pensar rápido.

- Eu sou Amanda Freitas, filha de Zeus! – Exclamou ela com toda a confiança que podia. Amanda lançou um olhar furioso para eles, como se fosse nojento eles terem traído seus amigos – No Olimpo nós não temos espaço para traidores como vocês. Seus pais devem estar envergonhados de verem as suas caras! Deixem eles em paz antes que eu resolva mostrar um pouco do que os filhos mais poderosos de Zeus são capazes!

Os três ficaram tensos por alguns segundos. Filhos de Zeus eram perigosos, mas não estavam certos se ela poderia apresentar alguma ameaça á eles.

- Então vai. Faz alguma coisa. – Sorriu Thaiana desafiadora.

- Tem idéia do que está falando? – Perguntou Amanda.

- Se você é mesmo filha de Zeus então mostre os seus poderes. – Disse ela sorrindo.

- É... Como nós sabemos se você é filha de Zeus mesmo? – Questionou Vitinho com certa raiva – Faz alguma coisa.

- Vou lançar um raio na testa de vocês, será que isso serve? – Perguntou Amanda tentando disfarçar toda a sua insegurança em raiva.

- Serve, serve sim. – Confirmou Thaiana.

Maldita filha de Éris, pensou Amanda. Será que não dava para causar o caos e a discórdia em outro lugar?!

- Ok... – Amanda olhou curtamente para Nina, e esperou que ela acompanhasse seu movimento. Amanda pisou forte no chão e esticou a mão para a frente como se estivesse dando um soco no ar. Imediatamente um sopro de vento fortíssimo começou a jogar seus cabelos castanhos para trás, junto com seu casaco. Era Nina assoprando em direção á amiga.

Os três arregalaram os olhos com medo. Thaiana esperava que ela não fosse mesmo filha de Zeus, mas depois dessa estava convencida.

Rezende colocou a mão em um tipo de cinto que estava usando, e pegou uma de suas várias facas. Ele lançou na direção de Amanda, que pensou que morreria ali, mas por sorte, Nina conseguiu fazer o vento pará-la no último segundo.

A adaga caiu no chão, fazendo um barulho pequeno. Amanda sorriu triunfante.

- Agora mandem seus bichinhos recuarem. Agora! – Exigiu Amanda.

Nina resolveu melhorar ainda mais a situação. Ao ver que nenhum deles estava mexendo nem mesmo um mísero músculo, ela lançou um raio em uma pedra perto deles. A pedra explodiu em milhões de pedacinhos, assustando os três.

- Droga! – Exclamou Rezende cobrindo os ouvidos – Ela é mesmo forte.

- Ela é mesmo filha de Zeus. – Resmungou Vitinho – Queria que fosse a primeira a morrer!

- E vai ser. – Confirmou Thaiana com um sorriso. Ela olhou para seus dois parceiros e eles sabiam exatamente o que ela queria dizer. Eles fizeram um sinal para que os cães infernais entrassem na caverna e deixassem os meio-sangues livres – Pronto, Amanda. Nós soltamos os seus amigos.

- Ótimo. Agora sumam daqui e nos deixem em paz. – Disse ela.

- Claro. Vamos deixar vocês em paz. – Sorriu Thaiana. Ela olhou para o fundo da caverna e depois para o seu relógio de pulso, abrindo mais um sorriso – Agora mesmo.

Em um estalar de dedos, algo muito estranho aconteceu. Algumas pequenas pedrinhas no chão começaram a rolar em direção á caverna. Logo depois, algumas pedras maiores. Depois pedras bem maiores do que aquelas. Tudo estava começando a ser sugado par ao interior da caverna, sem explicação alguma.

- Não! – Exclamou ela.

Amanda arregalou os olhos ao ver que seus amigos, que estavam mais perto do interior, foram puxados um a um para a escuridão. Gritos ecoaram pela caverna inteira. O vento começou a ser mais forte e constante.

A filha de Hermes pulou e tentou correr em direção aos amigos, mas ao ver que seria puxada da mesma forma, se agarrou á pedra de Nina.

- Nina! – Exclamou Amanda. Seu corpo estava esticado no ar. Seus dedos estavam começando a deslizar pelas rochas, quando a verdadeira filha de Zeus a puxou com força.

- Força, Amandinha! – Exclamou Nina segurando-a no ar. Nina juntou toda a sua força, e soltou uma das mãos de Amanda. Ela fez um movimento na direção contrária ao vento da caverna, e de repente, a situação se inverteu.

O vento começou a soprar para o lado oposto. Ele empurrava o ar de dentro da caverna para o lado de fora. Mas isso durou só alguns segundos, pois o movimento foi logo interrompido por Nina.

Amanda caiu no chão, e ela deixou-se desabar também. Nina olhou para o interior da caverna ainda sem entender muito bem o que tinha acontecido.

- Amanda... Onde eles...? – Nina tinha ficado atrás da pedra o tempo todo, de modo que não viu o que aconteceu.

- O vento levou eles. – Respondeu Amanda em um tom triste e levemente desesperado – Como isso é possível?!

Nina não sabia responder. Tinha que ter alguma coisa lá dentro. Algo que tivesse tal poder para puxá-los só com a força do vento.

- Monstros. – Sorriu Thaiana feliz – Eles fizeram essa pequena tempestade e levaram os seus amigos para o precipício.

- Precipício?! – Repetiu Nina assustada – Eles morreram?!

- Ainda não. – Disse Rezende – Eles vão ser nossos prisioneiros de guerra. Vamos ver se nós conseguimos mudar a mente deles com nossos métodos. Isso vai ser bem fácil, eu acho.

- Mas ainda sobraram vocês. A verdadeira filha de Zeus e uma impostora. – Disse Vitinho com raiva novamente, só que dessa vez um sorriso maligno estava em seu rosto.

Nina imaginava que ele estava provavelmente bolando a morte delas duas, ali mesmo, na sua frente. Amanda se levantou e ficou logo ao seu lado.

- Deve ser a filha de Hermes. – Comentou Thaiana – Ou de Apolo. Sabe? Pela atuação e tal.

- Acho que está mais para filha de Apolo mesmo. Foi uma atuação muito boa. – Comentou Rezende. Os dois começaram a conversar sobre quem era o pai dela, mas então Vitinho os chamou atenção.

- Acordem! Temos que dar um jeito nelas também! – Exclamou ele com raiva. Rezende e Thaiana olharam para ele e concordaram – Bem... Não dá para jogar elas lá dentro, já que a filha de Zeus controla o vento, mas... Acho que ainda podemos arrastar as duas.

- Sabe o que eu acho? Uma filha de Zeus não se juntaria a nós. E a filha de Hermes sou Apolo parece ser inútil, por isso... – Rezende olhou para Vitinho, e ele sorriu ao adivinhar o que estava por vir.

- Vamos matá-las! – Comemorou Vitinho. Ele fez aparecer um tipo de lâmina em X, que parecia mais uma arma de ninja. Mas com certeza deveria fazer um belo estrago – Vocês já eram!

Nina arregalou os olhos para o objeto, mas assim que o filho de Tânato o lançou, Amanda derrubou Nina no chão a tempo.

- Vamos pegá-las antes que fujam. – Disse Thaiana correndo em direção á elas. Assim que chegou perto, pensou que conseguiria destruir-las, mas Amanda lhe deu uma rasteira fazendo-a cair.

- Corre! – Disse Amanda se levantando. Nina saiu logo atrás dela, e as duas não pararam nem por um segundo. Elas viraram em direções que nem tinham idéia de para onde levavam, pularam um rio estranho, e conseguiram por fim chegar a uma caverna distante. Nina encostou-se contra a parede, mas Amanda chegou para a beirada, agachou-se e colocou a mão no chão – Eles estão vindo. Mesmo assim.

- O que?! Como? – Perguntou Nina sme fôlego de correr mais. Ela olhou para o interior da caverna e viu que não tinham nenhuma saída – Estamos presos agora. É o fim se eles chegarem aqui.

Amanda olhou para Nina com um olhar pensativo, e depois para o fim da caverna. Essa também acabava com um precipício, só que esse parecia três vezes maior.

- Acho que temos com dar um jeito. Pelo menos... Vamos tentar. – Disse ela. Amanda saiu correndo em direção ao interior, e Nina revirou os olhos sem escolha a seguindo.

- O que vai fazer? – Perguntou ela. Era difícil acompanhar o passo de Amanda, mas Nina conseguia se manter logo atrás dela.

- As paredes são irregulares. Se nós conseguirmos nos esconder aqui, e se eles chegarem perto... – Contou Amanda parando no final. Nina sorriu entendendo o que ela queria fazer.

- Nós podemos derrubá-los no buraco! – Disse ela feliz, mas então tampou a boca ao ver que sua voz ecoava um pouco – Essa é a minha garota.

- Se nós cairmos, também não vai ter problema. Nós conseguimos voar de volta para cima. – Disse Amanda. Elas pararam bem na parte em que a caverna fazia uma coluna de pedras, e se esconderam logo ali atrás.

- Quando eles chegarem perto... Uns passos para lá... Eu assopro, e eles caem. – Disse Nina apontando para o fim da caverna.

Amanda assentiu em silêncio.

- Rápido! Elas entraram aqui! – Exclamou a voz de Vitinho, cheia de animação com a idéia de matar alguém.

- Bem na entrada do Tártaro! Idiotas! – Riu Thaiana. Amanda e Nina arregalaram os olhos uma para a outra. Elas olharam para o buraco. Não... Não podia ser.

Elas estavam mais próximas de Cronos do que sequer imaginaram. Será que ele podia ouvi-las? Nina conseguia ouvir o seu próprio coração batendo forte, com medo de que alguma coisa desse errado e ela caísse na companhia do seu avô.

- Sh. – Fez Amanda ao notar que eles estavam chegando mais perto. A filha de Hermes se preparou para dar uma rasteira no primeiro que aparecesse, e fazê-lo cair no Tártaro, mas Nina se adiantou.

Assim que os três passaram correndo pela pilastra de pedra sem notaram a presença das duas, Nina pulou para trás deles.

- Ei, otários! – Exclamou Nina. Eles estavam perto da beira do buraco, o que ajudou mais ainda. A filha de Zeus estava com muita raiva dos três traidores – Isso é por terem sumido com nossos amigos, seus putos!

Nina serrou os punhos e lançou as mãos na direção deles. Antes que fosse atingida também, Amanda pulou para trás de Nina. O vento arrastou aos gritos os três para dentro do grande buraco negro que dava direto ao Tártaro, e quando terminou a caverna ficou silenciosa.

Amanda e Nina ficaram paradas por alguns minutos, só prestando atenção aos gritos dos três traidores caindo cada vez mais nas profundezas escuras do pior lugar do Mundo Inferior.

- Os três traidores no exílio se perderão. – Recitou Nina ainda fitando a entrada para o Tártaro – Ao menos sabemos que não somos nós.

- É... Vamos dar logo o fora desse lugar. – Disse Amanda sentindo que o ar ali era muito mais pesado e tenso do que no resto do Mundo Inferior.

Nina assentiu e as duas foram embora.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acham que vai acontecer agora que os quatro caíram no abismo da caverna?E Nina e Amanda que estão sem rumo?O Acampamento Meio-Sangue está bem?Veremos! Reviews, ok?



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