Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 17
Escolhendo um rumo, parte 2


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai...



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Flávia estava cantando “Long Live” da Taylor Swift, sentada no banco da frente do carro ao lado de seu pai. Apolo dirigia, enquanto ouvia ela cantar. Mateus tampava os ouvidos, e Rhamon ouvia música do seu Ipod.

Quando Flávia terminou de cantar, ela virou-se para trás com um sorriso doce, mas ele logo desapareceu ao ver o que seus dois amigos estavam fazendo.

- Momom, Mateus... Vocês não gostaram? – Perguntou ela triste.

Mateus olhou para a janela evitando responder á pergunta. Rhamon não tinha ouvido, por isso continuou olhando para o seu Ipod. Flávia virou-se para frente e olhou para Apolo.

- Você gostou não é mesmo papai? – Perguntou ela sorrindo para ele.

- Ahm... Aham. – Concordou Apolo sorrindo.

- Que legal! E qual outra música você quer que eu cante? Pode pedir qualquer uma para a Flivis aqui. – Sorriu ela fazendo pose de herói.

- Aham. – Concordou ele, e Flávia franziu o cenho.

- Papai? – Perguntou ela.

- Aham. – Concordou Apolo novamente.

Flávia notou que ele também estava com fones de ouvido. Seus olhos se encheram de lágrimas e ela virou-se para a janela triste. Apolo levou alguns minutos para notar que Flávia estava quase chorando, e assim que percebeu tirou os fones.

- Ah! Você...! Você acabou de cantar? Estava ótimo! – Sorriu ele sem graça.

- Não! – Exclamou ela triste.

- Estava sim, Flávia! É verdade. – Insistiu Apolo.

- Você nem ouviu! – Reclamou ela magoada – Só porque você canta melhor do que ninguém, você acha que eu canto mal!

- Não é verdade! Eu ouvi, e você canta muito bem! – Insistiu ele com um forte sentimento de culpa – Era uma música muito bonita!

- Qual era então? – Perguntou Flávia olhando para ele e cruzando os braços.

- Era... – Apolo sorriu para ela durante alguns minutos – Ahm... Aquela! Aquela música, sabe? Ahm...

- Diz o nome! – Pediu ela ainda triste.

Apolo olhou furtivamente para trás, e teve um plano para se livrar da culpa de não ter ouvido a música.

- Ei! Eu não acredito! Vocês dois não estavam nem mesmo ouvindo a minha filhinha cantar?! – Exclamou Apolo fingindo estar extremamente ofendido – Eu estou extremamente ofendido!

Rhamon olhou para ele, e tirou os fones de ouvido. Mateus olhou para Apolo também, e o Deus da música estreitou os olhos para eles.

- Você também não...! – Mateus tentou rebater, mas Apolo interrompeu.

- Não tem desculpa! Podem pedir perdão para ela agora mesmo! – Exigiu ele.

- Mas... Ahm... Desculpa Flávia. – Pediu Rhamon.

- Desculpa. – Pediu Mateus.

- Ok. – Assentiu ela – Mas... Vocês acham que eu canto mal?

- É claro que não! – Falou Apolo apertando as bochechas dela – Você é fofa demais para ter uma voz ruim. É só que as pessoas ficam cansadas as vezes, e preferem ouvir o silêncio.

- Mas o Momom estava ouvindo música do Ipod. – Comentou Flávia sem entender.

Apolo abraçou ela.

- Sh! Passou, passou... Eles vão ouvir na próxima. – Falou Apolo dando leves tapinhas nas costas dela.

- Apolo! – Exclamaram os dois juntos.

- O que?! Vão mesmo! E não tentem usar fones para disfarçar, senão...! – Apolo virou-se para trás para falar com eles, mas foi interrompido.

- O volante! – Exclamou Rhamon arregalando os olhos – Pega o volante!

- Ah, é! – Exclamou ele se lembrando de que estava dirigindo o carro.

Uma moto estava vindo na direção deles, mas Apolo conseguiu virar o carro no último segundo. Todos foram lançados contra o lado direito do carro, mas depois conseguiram se ajeitar novamente em seus lugares.

Rhamon teve que catar seus óculos no chão do carro, mas quando conseguiu pegá-los, colocou-os e olhou para Apolo.

- Wow! Essa foi por pouco, não é? – Riu Apolo.

- Todos os Deuses dirigem desse jeito?! Hermes também era completamente louco no volante! – Comentou Rhamon, e Apolo riu.

- Ele tem um pouco mais de sorte. É o Deus das corridas. Nada vai acontecer com o carro dele, agora eu... – Apolo suspirou ainda sorrindo – Eu tenho que ficar de olho na estrada o tempo todo.

- Para onde nós estamos indo? – Perguntou Flávia.

- Nós vamos... Para onde vocês quiserem. Um centro urbano, certo? Podem escolher qualquer lugar no mapa, que eu levo vocês. – Disse Apolo.

Eles pararam para pensar por alguns minutos. Mateus começou a coçar o queixo pensativo, Rhamon fixou seus olhos no banco do carro, e Flávia inclinou a cabeça para o lado.

- Não sei. – Falou Mateus – New York é um centro urbano, não é?

- É, mas o grupo da Mariana já foi para lá. – Comentou Rhamon.

- Elas não são donas de New York! – Reclamou Mateus – Podemos ir para lá se quisermos.

Apolo riu, mas não como se achasse o fato engraçado. Era como se ele soubesse de algo que ninguém sabia, e achasse aquilo divertido.

- Conhecendo a minha família, e principalmente o pai da Natália... – Comentou ele com um sorriso – Poseidon está levando elas de barco pela costa oeste.

- Como você sabe disso? – Perguntou Rhamon.

- Sou o Deus das profecias. – Disse Apolo – Eu posso sentir o próximo movimento de algumas pessoas. Confiem em mim. Os quatro semideuses perdidos não estão em New York.

- É bom saber disso, eu acho. – Comentou Rhamon pensativo – É menos um centro urbano para nós checarmos.

- Mas para onde vamos? Essa ainda é a questão. – Disse Mateus.

- Que tal San Francisco? – Sugeriu Flávia.

- Não mesmo. – Falou Apolo – Se estão lá, já morreram.

- Por que você diz isso?! – Perguntou Flávia incrédula.

- San Francisco é cheio de monstros. – Respondeu Apolo – Não tem jeito de quatro meio-sangues sobreviverem á eles estando perdidos. Empousais, Telquines, Canadenses... Tem de tudo lá.

- Canadenses? – Repetiu Rhamon franzindo o cenho.

- São canibais. Monstros terríveis. – Respondeu Apolo assentindo.

- Ok... Então vamos ficar longe de San Francisco. – Disse Rhamon – Nós podemos ir á...

- Ow! Ow! Ow! – Mateus levantou o braço, animado, querendo falar e todos olharam para ele – Podemo ir á Gotham City!

- Isso nem existe! – Riu Rhamon – Você é muito louco, Mateus...

- Aaaah, droga. Achei que... Sabe? Se o Olimpo existe, entã Gotham City podia existir também. – Comentou ele desapontado.

- Não chega á tanto. – Falou Rhamon rindo – Mas... Podemos ir á Boston.

- Boston! Boa idéia! – Concordou Apolo sorrindo – Boston... Lembro que uma vez eu ajudei os artistas de rua de Boston. Foi demais.

Rhamon olhou para Apolo e imaginou ele tocando violão com um bando de mendigos no centro de Boston, pedindo moedinhas para as pessoas que passavam apressadas, ou gritando coisas como: “Ajudem a arte!”.

- É... Deve ter sido uma emoção e tanto. – Comentou ele tentando não rir.

- E foi! Nós cantamos, e tocamos violão em uma praça. Depois paramos o transito por alguns segundos. As pessoas aplaudiram e tudo! – Sorriu Apolo, mas então franziu o cenho – Espera aí... Elas aplaudiram, ou xingaram? Uhm... Eu não lembro. Mas de qualquer forma... Foi muito legal!

- Aaaaw, eu daria uma moedinha para você papai! – Disse Flávia sorrindo – Você deve ser um artista de rua muito legal.

- É, eu sou. – Concordou Apolo rindo.

Mateus riu também. A risada de Apolo era extremamente jovial. Parecia que eles estavam rindo com um adolescente da idade deles, e não com o Deus de um monte de coisas.

Rhamon estava duvidando um pouco se seria realmente bom ser guiado por Apolo até Boston, mas achou melhor não pensar no assunto. Ao menos eles tinham um carro. Estava imaginando como Bruna, Rita e Vinícius estariam se virando no meio do mato sem nenhum tipo de mapa ou tecnologia.

- Sai daqui! – Reclamou Vinícius espantando um monte de mosquitos que voavam em torno dele – Ah, ninguém merece! Será que nós não podíamos ir para um lugar bom?! Ter que ir para o meio do mato...

- Não fale mal das florestas. – Reclamou Bruna ofendida – Imagino o que Pã diria, se visse uma coisa dessas.

- Pã? – Repetiu Vinícius sem entender.

- É o Deus da natureza. Pã. – Explicou Bruna.

- Por que os gregos vêm para a América? – Perguntou Vinícius. Bruna franziu cenho sem entender de onde veio aquela pergunta.

- Ahm... Por que eles mudam de acordo com as grandes potências mundiais. – Respondeu ela.

- Não. Porque eles gostam do “Pã” americano. – Falou Vinícius – Sacou? Sacou? Pã americano.

Bruna respirou fundo e imaginou como seria ter que conviver com as piadas malditas de Vinícius pelo resto da missão. Ela sentiu uma grande vontade de atirar uma flecha nele, mas antes que pudesse sequer tocar em seu arco, Rita a chamou.

- Bruna. – Chamou ela – Meu cabelo está bagunçado?

- Não, Rita. – Disse Bruna revirando os olhos – Pela décima vez... Ele está normal.

- Filhas da Afrodite... – Comentou Vinícius.

Rita deu-lhe um tapa forte no braço, e ele deu um pulo para trás.

- Você não vem, não! – Reclamou ela – Eu não sou fresca que nem as minhas irmãs, entendeu?! Só me preocupo se o meu cabelo está bagunçado! Não é nada demais, seu grosso!

- Não é nada demais?! – Vinícius se irritou – Sabe o que é demais?! Ficar no maio do mato cercado por mosquitos, indo para lugar nenhum, correndo risco de vida em mais uma missão suicida, porque o retardado do Rodrigo quis ouvir a profecia!

- Chega! – Reclamou Bruna – Ficar com você contando piadinhas sem graça, e reclamando de tudo é que é chato! A floresta é muito legal, tá?!

- Tá nada! – Reclamou Vinícius – Eu quero ir embora daqui!

- Eu também... – Comentou Rita – Sinto muito Bruna, mas ficar no meio do mato é muito chato mesmo. E cansativo.

Bruna ficou de boca aberta. Para ela era praticamente impossível alguém não gostar da floresta. Todo aquele ar puro, os animais selvagens, as flores e plantas... Era tudo tão lindo!

- Mas... Gente! – Pediu ela.

- Não! Vai se ferrar, droga! Eu vou embora agora mesmo! – Vinícius virou-se e começou a andar, mas parou quando uma flecha acertou a árvore na frente dele. Se ele estivesse centímetros á frente, seria morto com uma flecha na cabeça – Porra! O que foi isso?!

Ele se virou para Bruna achando que ela tinha lançado a flecha, mas viu que sua amiga não estava nem mesmo com o arco e flecha na mão. Ele olhou para Rita que estava parada com os olhos arregalados, e depois... Viu uma gartoinha.

Ela não estava lá antes, o que lhe chamou atenção. A garota tinha cabelos castanhos levemente ruivos, e seus olhos eram cinzas. Parecia ter no máximo uns 11 anos. Usava calça jeans um pouco suja de lama, e uma camisa cinza.

- Olha! Acho... Acho que achamos um dos meio-sangues perdidos.  – Falou Vinícius apontando para a garotinha - Mas... Espera. Ela está com um arco e flecha?!

 Rita virou-se e viu a garotinha. Bruna também, mas antes que ela pudesse dizer alguma coisa, a filha de Afrodite foi se aproximando da garota.

- Aaaaw, pobre garotinha! Você está perdida? – Perguntou ela chegando perto.

- Não chega perto dela, Rita! Essa garotinha é uma assassina mirim! Vai acertar uma flecha em você! – Alertou Vinícius – Ela tentou me matar agora á pouco!

- Eu não... – A garota tentou falar, mas Rita apertou as bochechas dela.

- Claro que não. Ela tentou te matar, porque você é um chato. Mas olha só para essa carinha! Ela é muito fofa! – Disse Rita apertando de leve as bochechas da garotinha – Aaaw, qual é o seu nome?

A garotinha ficou parada, sem esboçar nenhuma expressão, até que Rita soltou suas bochechas e ela pode responder.

- Ártemis. – Respondeu ela – A Deusa da caça e da Lua.

Rita arregalou os olhos para ela. A última vez que ela tinha visto Ártemis fora há uma semana atrás, quando a Deusa estava no Olimpo e pediu para que Bruna escolhesse entre eles e as caçadoras.

- Me... Me desculpe. – Falou a filha de Afrodite sem graça. Rita se levantou e chegou para trás.

- Tudo bem. – Respondeu Ártemis – Vejo que não se lembrava de quem eu era, por isso está desculpada.

- Lady Ártemis. – Disse Bruna sorrindo feliz em vê-la novamente – O que a senhora faz aqui?

- Eu vim auxiliar vocês em sua missão. Eu e minhas caçadoras nos colocamos á disposição para guiá-los pelas florestas á procura dos meio-sangues. – Respondeu ela em um tom muito formal.

- As caçadoras? – Repetiu Vinícius olhando em volta – Mas aqui não tem...

Ele foi interrompido por várias garotas. Todas elas pularam de trás de árvores, arbustos, e plantas. Elas foram para trás de Ártemis. Todas carregavam arcos e flechas, com expressões sérias. Era como se rir fosse proibido.

- Acompanhe-nos. – Disse Ártemis. Ela olhou primeira para Bruna e para Rita. Quando seus olhos encontraram Vinícius, eles deixaram transparecer um pouco de repulsa – Ahm... Abriremos uma exceção para ele. Filho de Dionísio... Você pode nos acompanhar, mas não tome isso como um hábito. Controle-se perante minhas caçadoras, ou transformarei você em um cervo.

Vinícius arregalou os olhos para a Deusa, e todos seguiram caminho.


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Notas finais do capítulo

Ok... Duvido que alguém não tenha rido nesse capítulo.

Vamos lá... Quero reviews!

Beijos e até o próximo!