- EU SOU UM OTÁRIO, EU SOU, NÃO SOU? - gritei para Scooter, que me olhava tentando entender o que acontecia.

- O que aconteceu, Justin? - ele tocou no meu ombro.

- A Taylor, ela está no hospital - eu olhei pra cima - Eu liguei pra mãe dela e ela disse que a Taylor ainda não acordou.

- Você quer cancelar o show de hoje e ir até o Brasil vê-la? Vai custar um pouco caro, ainda mais uma passagem de última hora, mas você sabe que a gente dá um jeito.

- Não, Scooter, não posso decepcionar minhas fãs. Domingo vai ter show? 

- Não, mas você vai ter que ir pra Londres, porque vai ter um show segunda-feira lá - ele falou sorrindo amarelo.

- Eu vou amanhã, domingo, pro Brasil, passo o dia com ela no hospital, e de noite eu volto. Tem como fazer isso? Eu estou desesperado, Scooter - as lágrimas começaram a se formar ao redor dos meus olhos.

- Eu dou meu jeito. Agora vai se arrumar porque o seu show começa daqui 30 minutos - ele falou discando um telefone no celular.

Fui correndo pro meu camarim e comecei a me arrumar. Me arrumei em 15 minutos e fiquei parado, olhando pro espelho, que refletia um menino abatido, triste e chorando. Por que eu estava assim? Chorando feito um otário? Passei a mão pelo meu rosto e comecei a treinar minha voz, iria dar tudo de mim nesse show. Eu tinha que ser o melhor, como a Taylor sempre dizia. Mas como eu iria ser o melhor se desde que a turnê começou, era a Taylor que me ligava pra dizer que eu ia ir bem? 

Entrei no palco com meu rosto vermelho, minhas fãs pararam de gritar quando eu sentei no banco. Elas viram minha expressão, viram o meu rosto, viram meus olhos cheios de lágrimas. "Justin, relaxa e curte suas fãs" pensei comigo mesmo. 

- Olá - eu falei me levantando do banco - Hoje não está sendo um bom dia, mas vocês podem melhora-lo, não é? Vocês são minha razão pra levantar todos os dias. De cantar, de escrever músicas, de estar aonde eu estou. Obrigado por tudo. Vocês, beliebers, são a minha vida. Que tal começarmos esse show de uma forma digna? Vocês esquecem que eu entrei assim, triste, ok? Vou entrar de novo e vocês gritam 'Love Me' bem alto, ok? Vocês querem ouvir 'Love Me'? 

- SIM - elas gritaram em coro. Tinha milhares delas lá. Minhas fãs.

- ENTÃO COMECEM A GRITAR AGORA - eu sai do palco.

- LOVE ME, LOVE ME - elas gritavam em coro. Fiquei totalmente arrepiado.

Começou a música, eu entrei pulando e elas começaram a gritar, isso sim foi dar a volta, ein Justin? Me superei hoje.

- My friends say I'm a fool to think that you're the one for me I guess I'm just a sucker for love - cantei e elas cantaram junto comigo.

Eu disse que ia dar o melhor de mim. E esse show vai ser especialmente pra ela. Ah, Taylor. Espero que você esteja bem.

Taylor narrando

Acordei em um quarto todo branco, e com umas coisinhas no meu braço. Dei um pulo, por que eu estava em um maldito hospital? Ah é, lembrei. Eu tinha brigado com o Justin e fui atropelado por um otário bebado. Ótimo. Além de estar brigada com a única pessoa que eu realmente amei, ainda estou presa nesta merda de hospital. 

- Taylor - mamãe gritou ao ver que eu tinha acordado.

- Mãe, não grita, estou com uma dor de cabeça horrível - eu coloquei a mão na cabeça, massageando a mesma.

- Ok, ok - ela sorriu.

- Hoje é sábado ainda né? 

- Sim, sim - ela falou rindo da minha cara de interrogação - Mas você só vai sair domingo, amanhã, infelizmente. 

- Ah, tudo bem - eu falei olhando em volta - Conheço esse quarto.

- Estamos no mesmo hospital que seu pai morreu, Taylor - mamãe falou mordendo o lábio. POR FAVOR MÃE, NÃO CHORA.

- Ah, caramba - eu olhei pra baixo - Eu ainda estou cansada. A senhora dormiu ou só ficou me observando? 

- Eu não consegui dormir, mas eu só vou dormir quando você sair desse hospital.

- Ah mãe, então vou te fazer compania.

- Não, você vai dormir. Vamos, durma! - ela falou rindo.

- Tudo bem, eu estou cansada mesmo - eu gargalhei.

Acordei no dia seguinte com muita fome. Aquela comida de hospital era horrível. Eu podia muito bem ter uma comida digna. Ainda bem que eu saio desse quarto infernal hoje.

- Filha - mamãe entrou no quarto - Eu vou pra casa trocar de roupa, e dormir um pouco, mas relaxa, tem alguém que vai fazer companhia pra você - ela falou contente - E essa pessoa vai te levar pra casa, ok?

- Tudo bem, mãe - eu falei não me importando. Ela deve bem ter chamado a tia Sofia.

Me ajeitei na cama e fiquei esperando minha tia entrar no quarto. A porta abriu e um perfume muito bom predominou no quarto. Esse não era o perfume da tia Sofia. Virei bem depressa. Eu sabia que era ele, só pelo seu perfume delicioso.

- Justin? - eu sorri, mostrando meus dentes brancos.

- Ah amor, me desculpa - ele beijou minha testa.

- Você que tem que me desculpar, amor, fui uma otária - eu disse dando um selinho nele.

- Agora está tudo bem. Você sabe que sai hoje né? Daqui a pouco você vai sair - ele disse contente.

- Ainda bem. Mas, amor, como você veio pra cá? E a sua turnê? - eu falei preocupada.

- Hoje foi meu dia de folga. - ele sorriu.

Depois de uma hora conversando sobre besteiras, o médico entrou na nossa sala e me deu alta. Minha tia Sofia foi buscar eu e o Justin no hospital. Chegamos na minha casa e Justin queria conhecer tudo que tinha lá, era sua primeira vez no Brasil e ele queria conhecer várias coisas. Mas eu estava meio dolorida do acidente, então, tive que ficar deitada na cama, enquanto ele ficava olhando a vista que tinha o meu quarto.

Liguei o som e fiquei cantando umas músicas que passavam na rádio, eu só observava Justin sorrindo quando ouvia minha voz. Acho que ela não é tão boa quanto a dele né? 

- Amor - ele gritou lá de fora, na varanda - Você pode vir aqui rapidinho? 

- Oi - eu toquei em seus ombros.

- Chama a sua mãe, por favor.

- Pra que? - eu olhei estranha.

- Apenas chama - ele sorriu.

- Ok - eu concordei ainda confusa.

Desci as escadas e chamei minha mãe pra ir lá ver o que Justin queria.

- Oi Justin - mamãe falou chegando perto de Justin, na varanda, e eu fui atrás dela.

- Sua filha pode ir comigo hoje de madrugada pra Londres? Prometo que vai ser só amanhã e terça-feira ela já está de volta! - ele falou sério pra minha mãe. Minha mãe deixou o queixo cair, e eu também.