Meu Namorado Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 11
Adore - Paramore


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês se derretam lendo esse capítulo!



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Não tem como descrever a minha reação quando Atena disse que sabia de tudo. Olhei para Ares, e acabei me tocando de uma possibilidade: Atena poderia estar blefando só para ver se nós caíamos nessa.

“Acha que montamos um plano para enganar Zeus?” Perguntei mantendo a calma. Se quisesse enganar Atena, eu precisaria usar toda a minha esperteza e tomar muito cuidado com as palavras.

“Eu sei disso.” Afirmou ela com uma expressão indecifrável. “E não foram os dois. Foi só você. Ares não é inteligente o suficiente para isso.”

Notei o que ela estava tentando fazer. Mesmo que estivesse falando comigo, ela estava atacando o ponto fraco de Ares: os seus nervos aflitos.

“Escuta aqui! Eu...!” Ares estava prestes a dizer algo do tipo ‘Fui eu que bolei o plano! Engoli essa!’, mas eu consegui o impedir antes que ele entregasse o jogo.

“Com todo o respeito, senhora Atena. Ele é mais inteligente do que pensa, mas só dá para notar isso quando você o conhece melhor.” Disse eu indo para o lado dele. “Mesmo assim, nenhum de nós está tentando enganar ninguém. Não fizemos nenhum plano. Estamos só juntos.”

“Viu só?” Sorriu Ares triunfante. “Ela me ama. Agora para de pegar no nosso pé, e volta a ler o seu livro, sua sabe-tudo!”

“Ah, por favor...” Atena revirou os olhos. “Afrodite é a única que pode realmente gostar de você, pois ela é a única que não tem nada na cabeça. Agora Alice Kelly? É mais inteligente que isso.”

“Obrigada.” Sorri sem graça. “Mas a minha resposta não muda.”

Atena cruzou os braços e me avaliou por uns longos segundos. Por fim assentiu em silêncio.

“Vou dar á você o benefício da dúvida. De qualquer jeito... Tenho que dizer que não gosto muito de você, Alice Kelly.” Falou Atena por fim. “Ou você é esperta, coisa que eu admiro, e está tentando enganar Zeus, ou você está realmente apaixonado por ele. De qualquer maneira, não está sendo nem um pouco sábia. Enganar os Deuses nunca é a coisa certa á saber.”

“Isso me deixar triste vindo de você.” Comentei no fundo realmente ofendida. “Você é uma Deusa impressionante. Não queria que não gostasse de mim logo de cara.”

“Não gosto. Mas tem inteligência.” Comentou ela de volta. “De um certo modo... Isso conta. Mas não o suficiente para me fazer ignorar o resto.”

“Ok...” Suspirei. Acho que aquilo era o máximo que eu conseguiria dela. Atena elogiara a minha inteligência, logo eu já tinha ganho o dia. “Nós vamos para a piscina. Quer ir também?”

“Não.” Sorriu ela de leve. “Eu vou ficar e ler o meu livro. Espero não ter problemas com barulhos, sabe?”

Ela lançou uma indireta para Ares, que respondeu com uma careta de deboche. Atena revirou os olhos e voltou ao pufe. Nós saímos da sala e fomos direto para a piscina.

“Viu pelo que você me faz passar?!” Resmungou ele. “Poderia estar em rodeado por garotas de biquíni, mas não! Tinha que ter ouvido o sermão dela.”

“Não a acho tão ruim.” Comentei.

“Ela é uma chata.” Resmungou Ares. “Igual á você, só que inteligente.”

“De novo... Amor de pessoa.” Rebati em um suspiro.

Nós paramos na piscina, onde Ares ficou observando as garotas pularem na água, ajeitarem discretamente os biquínis, e passarem filtro solar umas nas outras.

“Tenho realmente que ficar aqui vendo isso?” Perguntei.

“Tem.” Afirmou ele. “Tenho que ficar junto de você, infelizmente. Então... É melhor aqui. Acho que esse lugar tem um certo... Charme.”

“Há! Charme? Jura?” Ri sem graça. “Por que você acha isso?”

“Ainda estou avaliando...” Comentou ele quando uma loira passou praticamente desfilando pela borda da piscina.

“Cadê Afrodite em uma hora dessas?” Comentei sorrindo.

“Cala essa boca.” Resmungou ele.

“É sério. O que você iria achar se ela saísse ou ficasse olhando para outros caras desse jeito?” Falei olhando para ele.

“Eu ia dar um fim no otário.” Respondeu ele. “Não que seja da sua conta.”

Nós ficamos parados lá por várias horas. Eu pedi algumas coisas para comer e beber, já que eu duvidava que Ares quisesse ir embora tão cedo. Idiota... Eu podia muito bem ficar sentada na sala de leitura, mas não... Ele tinha que me por do lado dele.

Quando o dia estava acabando, nós dois (finalmente) voltamos para o quarto 413 para podermos nos preparar para a segunda competição. Eu estava cansada, mas ele estava muito mais. Ao menos, era o que eu esperava...

“Você vai perder novamente...” Riu ele da minha cara. “Tem certeza que não quer pegar um travesseiro para você já dormir no chão de uma vez? Isso me poupa tempo.”

“Eu não vou perder novamente, Sr. Simth.” Sorri forçada. “Vou ficar acordada até você dormir.”

“Duvido.” Disse ele sentando-se na minha frente.

Nós ficamos sentados no chão. Eu tinha acabado de tomar um banho quente e admito que o meu corpo estava ficando mole.

“Não quer um copo de leite?” Zombou Ares.

“Estou bem, obrigada.” Resmunguei.

“Nem um bichinho de pelúcia?” Perguntou ele rindo.

“Não.” Respondi cruzando os braços.

“Ok. Se você acordar no meio da noite com medo dos monstros debaixo da cama, e de trovões...” Ele estava prestes a zombar mais ainda de mim.

“Eu chamo o meu titio Ares para dar um jeito neles?” Fiz uma careta.

“Não. Ia falar para você não me encher o saco, mas se estiver com muito medo...” Riu ele.

“Cala a boca e dorme.” Interrompi.

Nós ficamos parados um olhando para o outro. Como no primeiro dia, nós passamos horas, sentados naquele chão sem dizer uma única palavra. Eu esperava que Ares dormisse, e ele por sua vez, torcia para que eu fizesse o mesmo.

Quando os bocejos começaram, acabaram contaminando a nós dois. Eu bocejei, e ele fez o mesmo. Foi assim de 5 em 5 minutos. O único som produzido era de nossos bocejos.

Eu realmente não lembro quem dormiu primeiro. Acho que Ares encostou-se contra a parede e foi fechando os olhos devagar. Eu fui caindo no chão cada vez mais cansada, até que por fim adormeci.

Não, eu não acordei no dia seguinte com ele jogando a vitória na minha cara.

“Alice.” Sussurrou uma voz em meu ouvido. Eu abri os olhos, sonolenta. O quarto inteiro estava escuro, e somado com a minha visão borrada e sonolenta, não conseguia ver direito quem estava na minha frente. “Alice... Vem.”

“Ahm?” Perguntei com uma voz fraca e falhada. Eu me levantei e segui a pessoa para fora do quarto. “Quem é?”

“Sh!” Fez a pessoa. Ela segurou a minha mão e me guiou até a porta do quarto. Eu calcei os meus chinelos no escuro e saí do quarto.

 Fechei a porta com cuidado para não fazer barulho e não acordar Ares. Olhei em volta. O lugar estava escuro, e era iluminado por poucas lâmpadas brancas á distância.

“Quem é que...?” Antes que eu pudesse perguntar, algo tampou a minha boca. Era a boca de outra pessoa. Isso serviu para me acordar completamente. Quando os lábios se afastaram dos meus, pude notar quem era. “Apolo.”

“Vem comigo.” Pediu ele pegando a minha mão. Ele me puxou para longe dali, e eu fui junto. Nós andamos bastante e sem dizer uma única palavra.

Quando chegamos á beira da praia West, nós fomos para a areia caminhar descalços.

“Não ia agüentar ficar duas semanas longe de você.” Disse ele sorrindo. “Está tudo bem? Você também sentiu a minha falta?”

“Senti.” Sorri de volta. “Seria melhor dividir o quarto com você, do que ficar com ele. Mas... O que faz aqui?”

“Uma visitinha.” Respondeu ele andando de costas só para poder me olhar. “Eu queria ver você. Conversar, e...”

Conversar?” Repeti arqueando uma sobrancelha. “Foi para isso que me chamou?”

Eu me lembrei muito bem da última vez que Apolo quis “conversar” comigo. Ele saiu correndo pela casa só de cueca tentando matar Ares.

“Conversar de verdade. No sentido inocente da palavra.” Corrigiu ele.

“A palavra só tem o sentido inocente. Você que muda ela.” Rebati.

Apolo fingiu que tropeçou. Eu estendi os braços para tentar puxá-lo, mas ele me puxou para cima dele. Nós dois caímos sentados na areia e rimos. Apolo me perguntou tudo sobre o meu dia com Ares.

Contei para ele que não foi lá tão bom.

“Eu perdi a primeira competição.” Contei. Apolo fez um ‘Ah...’ decepcionada, e eu continuei. “Mas tudo bem... Nós tomamos café da manhã, e ele ficou implicando comigo porque eu quis comer waffles.”

“O que tem de errado?” Perguntou Apolo sem entender. “Waffles são gostosos.”

“Obrigada! Ao menos alguém concorda comigo!” Sorri agradecida. “Mas depois nós fomos participar de um programa do hotel. Nós escalamos a...” Eu comecei a rir um pouco ao me lembrar do nome. “Montanha Holly Lake. Ares quase morreu na metade do caminho. Eu tirei uma foto.”

“Jura?! Eu quero!” Exclamou Apolo feliz. “Aaaah, isso vai servir tão bem no aniversário dele. Ou para chantagem... Ou só para implicar mesmo. Ele vai te odiar por isso, sabe?”

“Mais do que ele já me odeia? Acho improvável.” Ri.

Contei para ele sobre como eu morri de rir da cara de Ares quando o guia ficou falando “Holly Lake”, “Holly Lake”, “Holly Lake”, “West”.

Apolo não entendeu.

“Ahm...” Eu estava tentando parar de rir para explicar a ele. “É que todo lugar se chamava Holly Lake. Aí quando o Ares tentou adivinhar o nome, o cara disse que era ‘West’.”

“Ah. Há há.” Apolo riu um pouco, mas deu para ver que ele não tinha entendido porque aquilo foi tão engraçado.

“Na hora teve... Mais graça.” Sorri sem jeito. “Depois nós encontramos Atena. Ela me odeia, só para comentar. Mas me deu o... ‘Benefício da dúvida’. Seja lá o que isso for.”

“Ela costuma ser um pouco séria ás vezes, mas tenho certeza que ela gosta de você.” Disse ele sorrindo para mim.

“Como pode ter tanta certeza?” Perguntei olhando para ele.

“Por que eu não acho possível alguém não gostar de você.” Apolo ajeitou o meu cabelo para trás da orelha. Ele era tão legal comigo. Mesmo que eu soubesse que ele estava exagerando bastante ao dizer aquilo, eu me senti feliz.

Sorri para ele.

“O que quer fazer? Ficar sentado aqui olhando as estrelas?” Perguntei olhando o céu, que estava completamente limpo e brilhante. A própria Lua brilhava como uma lâmpada. Não precisávamos da iluminação ao redor da praia. Tínhamos ela.

“Quer dançar comigo?” Perguntou ele se levantando.

“Dançar? Mas...” Eu me levantei também. “Aqui não tem nem música.”

“Está falando com o Deus da música.” Sorriu ele. “Sempre que eu quero tem música.”

Apolo estalou os dedos e uma caixa de som apareceu no chão. A música “God only knows” começou a tocar. Eram os Beach Boys de novo, mas eu não reclamei. Gostava deles, e por algum motivo as suas músicas combinavam com praias.

“Droga... Eu queria dançar valsa.” Murmurou Apolo consigo mesmo.

Eu não sei o que deu em mim, mas não consegui deixar a oportunidade escapar. Eu segurei a mão de Apolo, e pus a minha outra mão em seu ombro.

“Que foi? O Deus da música não consegue acompanhar esse ritmo?” Perguntei sorrindo.

Apolo riu um pouco.

“Quer apostar?” Sorriu ele.

Nós dançamos bastante. Em passos lentos e calmos, que me davam cada vez mais sono. Mas ao mesmo tempo, eu me sentia quente. Apolo me guiava de um jeito calmo e suave. Como se dançar fosse a coisa mais natural do mundo.

A próxima música a tocar foi “Adore” do Paramore. Aquela música podia até ser de uma banda mais agitada, mas nós a fizemos servir perfeitamente em uma valsa. Apolo pediu para eu pisar em seus pés, e assim que eu o fiz ele sorriu.

“Segure firme.” Avisou ele.

“Por que? O que você vai fazer?” Quis saber, mas ele não me respondeu.

Apolo começou a dançar em passos largos. Era muito engraçado. Nós rodamos, ele me girou, fomos até perto de água, e depois voltamos para perto do som. Era tão animado e engraçado ao mesmo tempo, que eu peguei-me desejando que a música nunca acabasse.

3:32 minutos passaram como 5 segundos.

Quando acabou, nós sentamos novamente na areia. A noite estava começando a ficar fria, de modo que Apolo acabou me abraçando.

“O que vai fazer amanhã a noite?” Perguntou ele perto de mim.

“Uhm... Não sei. Depende.” Respondi.

“Depende do que?” Quis saber ele.

“Depende se você vai me chamar novamente.” Respondi sorrindo.

“Uhm... Não.” Respondeu ele sério. “Você pisou no meu pé, enquanto estávamos dançando. Chama isso de ser uma musa? Não quero uma garota assim perto mim.”

Olhei para ele incrédula, mas ele começou a rir revelando que era uma brincadeira.

“Eu não pisei no seu pé!” Exclamei. “E quer saber? Eu acho que vou estar ocupada amanhã á noite, Deus do Sol.”

Levantei e comecei a andar na direção do quarto novamente.

“Aaah, não me faça ir aí e te pegar! Volte aqui, Alice!” Chamou Apolo correndo atrás de mim.

“Não!” Exclamei rindo.

Saí correndo, mas ele me alcançou e me derrubou na areia. Nós dois rimos um do outro, e ficamos um tempo lá parados. Por fim, Apolo disse que era melhor eu voltar para o quarto e descansar.

Eu assenti. Nós nos beijamos, e eu voltei para lá com o meu poder de transporte. Tirei os chinelos e os deixei no chão assim que entrei no quarto. Fechei a porta com muito cuidado.

Esperava que Ares estivesse sentado em uma poltrona com uma espingarda na mão, e assim que eu desse alguns passos ele acendesse um abajur e perguntasse: “Onde é que você estava á essa hora de noite , Filhinha de Hermes?!” como nos filmes da TV.

Mas lá não tinha poltrona, nem mesmo abajur. Ele também não tinha uma espingarda, e estava ferrado no sono. Eu sorri para a minha rara sorte, e fui até a cama. A minha cama.

Deitei lá com um sorriso no rosto. Para a minha surpresa era só meia noite. Achava que todo mundo estava dormindo, e eu era a única acordada com aquele sorriso bobo no rosto.

Mas é claro que eu estava errada. Não era a única, pois no fundo eu sabia que Apolo estava fazendo o mesmo em algum lugar.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?

Quero saber um coisa... Só por curiosidade mesmo.

Para que time vocês torcem na fic?

Team Apolo, ou Team Ares?

Hahaha! Só quero ver as respostas!

Quero reviews!