Meu Namorado Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 12
Oh-Ow...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo!



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Eu tinha me encontrado com Apolo, o que fez todo aquele maldito dia ter valido a pena no final das contas. Para completar eu ainda tinha conseguido ficar com a cama. Tinha absolutamente tudo para ter uma boa noite de sono e descanso, mas assim que meu sonho começou vi que isso não seria possível.

Tive uma ligeira impressão de que estava encrencada assim que vi Afrodite entrar na sala da casa de Ares. Ela, com todo o seu charme e elegância, chamou pelo Deus da guerra, mas logo parou ao ver seus dois filhos violentos se matando pelo controle remoto da TV.

“Phobos? Deimos?” Chamou ela franzindo o cenho. “O que estão fazendo aqui?”

Ao ouvirem sua voz, os dois deram um pulo do sofá e se endireitaram. O controle remoto foi deixado de lado por uns minutos.

“Ahm... Oi mãe.” Sorriu Deimos sem jeito. “Nós estamos só olhando a casa para o papai.”

“E onde ele está?” Quis saber ela olhando em volta.

“Ele...” Phobos olhou para o irmão e quase perguntou qual era o lugar que Ares tinha dito para eles falarem, mas por fim pensou ter se lembrado. “Ah! Ele foi para uma guerra na Turquia!”

“Ah...” Fez Afrodite tão desapontada com o fato de Ares não estar lá que nem mesmo parou para notar que não existe nenhuma guerra na Turquia!

Como aqueles dois eram idiotas! Turquia?! A sorte deles é que Afrodite não devia ter sequer a mínima idéia de onde a Turquia fica.

“Ele pediu para que nós tomássemos conta da casa.” Falou Deimos.

“Mas... A Alice não está aqui para isso?” Perguntou ela.

Deimos e Phobos olharam um para a cara do outro e repetiram o meu nome.

“Alice?” Repetiu Deimos franzindo o cenho. “Quem é Alice?”

“Alice...” Murmurou Phobos tentando usar o cérebro (provavelmente pela primeira vez na vida). “Ah! Alice não é a garota que ele estava levando para o hotel?”

“Deve ser!” Sorriu Deimos se lembrando. Ele disse com palavras nem um pouco bonitas (que eu prefiro não repetir, por isso vou tentar traduzir para que menores de 18 possam ler) mais ou menos isso: “Quem dera fosse eu que tivesse que ‘ficar’ com ela em um hotel.”

Eles não deviam ter dito aquilo. Em parte porque foi completamente nojento e grosseiro, mas em outra porque...

“O que?!” Berrou Afrodite com raiva. “Ares fez o que?!”

“O-Ow.” Fizeram eles arregalando os olhos para ela. “Ahm... Nada.”

Afrodite fez algo que eu nunca esperava ver ela fazer. Ela correu até eles, agarrou-os pelo pescoço, e suspendeu-os no ar. Deimos e Phobos ficaram imóveis com medo de fazer qualquer movimento brusco.

“Para onde ele foi?” Perguntou ela rangendo os dentes.

“Ah...” Phobos tentou falar, mas quase não tinha ar. “Para... Um... Hotel.”

Que hotel?!” Perguntou ela olhando agora para Deimos. “Quero o nome!”

Ho-Ho-Ho-Ho-Holly La-la-lake.” Disse ele com certa dificulade.

A deusa do amor estava completamente enfurecida. Não sabia ao certo se era comigo, ou com Ares, mas de qualquer jeito aquilo não seria bom. Nada... Bom.

Com um movimento suave ela lançou os dois contra a parede no fundo da sala, e eles chocaram-se com força. Devia ter doído bastante...

“Eu vou atrás dele.” Disse ela devagar e em um tom ameaçador. “E é melhor que isso seja só uma brincadeira de vocês dois, senão... A próxima casa de Ares será o Tártaro!”

Com isso ela marchou para fora da casa, pisando forte no chão para dar um tom dramático á cena. Ela bateu a porta com muita força. Parecia que toda a casa tinha balançado com aquilo, e eu acabei acordando.

Meus olhos se abriram aos poucos, e eu levei um grande susto ao ver um rosto á centímetros do meu.

“Acorda, pirralha.” Disse Ares na minha frente, ajoelhado no chão do lado da cama. Eu franzi o cenho e cheguei um pouco para o lado.

“Uhm... Que horas são?” Perguntei ao notar que o quarto inteiro ainda estava escuro demais.

“Sei lá. Umas cinco da manhã.” Disse ele dando de ombros. No meu campo de visão (que também estava prejudicado pelo escuro) eu só conseguia ver até os ombros dele.

“Você só pode estar brincando.” Conclui olhando incrédula para ele.

“Como é que eu vou saber a hora exata? Não tenho relógio! Mas é por aí. Umas cinco da manhã.” Resmungou ele.

“Não é disso que eu estou falando!” Reclamei. “Quando eu finalmente consigo ficar com a cama para dormir, você vem e me acorda ás 5 da manhã?!”

“Eu perdi o sono, e estou com fome. Vamos tomar o café.” Disse ele sem ligar para a minha raiva.

“Se você perdeu o sono, vai e tenta dormir de novo!” Reclamei.

“No chão?! Nem pensar!” Rebateu ele. “Levanta daí e vamos tomar o café!”

“Me deixa em paz!” Protestei afundando o rosto no travesseiro. “Não vou a lugar nenhum!

Eu fechei os olhos e tentei voltar á dormir, mas antes disso...

“Ah, o que foi, Filhinha de Hermes? Está com falta de incentivo para se levantar?” Perguntou ele fingindo que eu era uma criança. De novo. “Então deixa eu te dar uma... Mãozinha.”

Não gostei nada do jeito que ele falou “mãozinha”. Nada mesmo. Eu ia perguntar o que ele ia fazer, mas antes que tivesse tal chance, Ares me virou na cama e segurou o meu pé.

Eu estava com as costas no colchão, o que tornava possível ver o sorriso maldoso no rosto dele. Franzi o cenho sem entender.

“O que está fazendo?” Perguntei.

“Na verdade... É o que eu vou fazer.” Corrigiu ele sorrindo torto.

Ares começou a apertar o meu pé, aumentando a força aos poucos. Foi aí que eu me toquei o que ele estava tentando fazer.

“Não.” Eu disse tentando ficar calma. “Você não vai...”

“Não devia ter me dito o seu ponto fraco, Kelly.” Disse ele ainda sorrindo. “Me diz... Isso dói?”

Ares apertou ainda mais o meu pé, e as minhas câimbras começaram. Eu fiquei sentada e tentei chutá-lo, mas não adiantou. Estava começando a doer!

“Para!” Exclamei tentando chegar para trás, mas não deu certo. “Solta o meu pé, Ares!”

“Por que eu faria isso?” Perguntou ele se divertindo com a minha dor.

“Porque...!” Não conseguia pensar em nada. Começou a doer mais. “Ah! Está doendo! Para com isso!”

“Estou sendo muito mal?” Riu ele. “Tudo bem, então. Eu largo com três condições.”

“Larga antes que eu quebre a sua cara!” Disse rangendo os dentes de dor e raiva.

“Ei. Isso não foi muito educado da sua parte.” Disse ele em um tom desapontando. “Acho que é melhor eu continuar então. Ou... Fazer mais força.”

“Não!” Exclamei. Ele riu e eu revirei os olhos. “Quais condições?!”

“Primeiro, quero que peça desculpas por ter ficado com a cama.” Disse ele sorrindo. “Trapaça é feio, Filhinha de Hermes. Segundo, quero que você seja uma boa menina e me acompanhe até o café da manhã.”

“Primeiro, eu não trapaceeio. Segundo, não deve ter café ás cinco da manhã!” Rebati, mas ele arqueou uma sobrancelha quase que dizendo ‘Quer que eu continue?’, e eu resolvi ignorar. “Desculpe. Eu vou te acompanhar até a droga do café!”

“Bem melhor.” Sorriu ele. “Terceiro. Você e eu vamos escolher uma atividade bem fácil e tranqüila para hoje. Na verdade... Eu vou escolher. Você só concorda, ok?”

“Isso é...!” Eu me interrompi. “Ok! Certo! Agora solta!”

Ares riu mais um pouco e soltou o meu pé. Caso você não saiba, eu tenho um terrível problemas com câimbras nos pés, por isso... Se aplicar a força certa, eu estou perdida. Infelizmente... Ares sabia daquilo.

Eu me levantei da cama irritada e mancando um pouco. Peguei a minha mala e fui trocar de roupa no banheiro. Depois de uns 5 minutos estávamos prontos.

Nós saímos do quarto e caminhamos para o restaurante, que ficava um pouquinho longe. De vez em quando eu parava para que as câimbras não voltassem.

“Quer que eu te carregue até lá?” Zombou Ares.

“Prefiro ter câimbras para o resto da vida.” Fiz uma careta para ele.

Quando nós chegamos vimos uma enorme placa na porta do restaurante: “Café da manhã das 7 ás 10.”

“Droga... Está fechado.” Falou ele resmungando.

“Não diga!” Exclamei fingindo surpresa. “Puxa! Se ao menos uma pessoa inteligente tivesse nos avisado disso antes...”

“Cala essa boca.” Resmungou ele. “Vamos andar enquanto o café não fica pronto.”

“Andar?! São 5 da manhã! Quer andar por 2 horas?!” Perguntei incrédula.

“Se que quiser andar por duas horas, você cala a boca e me acompanha, pirralha. A não ser que queira mais um pouco de dor pela manhã.” Disse ele olhando para mim.

“Mal perdedor...” Resmunguei revirando os olhos.

“Que fome...” Ares olhou novamente para a porta do restaurante, mas ninguém aparecer lá.

Bem... Ninguém apareceu .

“Bom dia para vocês dois.” Disse uma voz feminina perto de nós. Eu e ele nos viramos e vimos uma mulher em pé.

Ela tinha cabelos castanhos, e eles eram ajeitados em uma trança. Estava usando um vestido bem fresco, azul.

“Ah... Não.” Falou Ares desviando o olhar dela, quase como se quisesse se esconder. “Até você veio?!”

“Eu tinha que vir.” Respondeu ela com simplicidade. “Como eu poderia perder a oportunidade de conhecer a sua nova namorada?”

“Ela é uma Deusa?” Perguntei á Ares, mas ele só fez uma careta para mim.

“Sim...” Falou ele resmungando.

“Não me reconhece, Alice Kelly? Uhm... Não esperava que reconhecesse.” Disse ela dando passos lentos na minha direção. “Acho que só chegou a conhecer o meu marido.”

Franzi o cenho tentando imaginar quem ela era. Algo no jeito que ela me olhava, e no jeito que Ares agia, tentava me dizer quem era aquela Deusa, mas eu não conseguia me lembrar direito.

“Tantas horas no dia, e você escolhe logo agora para aparecer?” Perguntou Ares em um resmungo.

“Achei que seria uma boa idéia tomar café com vocês dois.” Disse ela.

“Seu marido...” Parei para pensar. “Ahm... Hermes... Não... Hefesto... Não sei.”

Ela riu, mas não parecia nem um pouco simpática naquele momento. Por um segundo ela me lançou um olhar frio e analisador, mas depois voltou a sorrir delicadamente.

“Zeus.” Disse ela devagar. “Deus dos Deuses.”

Arregalei os olhos para ela.

“Você é Hera.” Falei dando um ligeiro passo para trás. “A Deusa do casamento. Esposa de Zeus... Mãe de Ares. Não... Não é você que odeia meio-sangues?”

Ela riu, só que dessa vez mais naturalmente.

“Não é bem assim. As histórias e mitos iludem as pessoas ao meu respeito.” Disse ele sorrindo para mim. “Eu não sou má, ou coisa parecida. Fique tranqüila, Alice querida. Eu não vou te machucar.”

Era impressão minha ou aquele “querida” parecia ter saído acompanhado de veneno? Que medo...

“Bem... Vejamos...” Hera começou a andar ao redor de mim, me analisando detalhadamente. “Estatura mediana, cabelo castanho, olhos castanhos... Uhm... Parece ser bem ligeira, desligada, e nem um pouco fútil pelo visto.”

“Ahm... Obrigada.” Não sabia se aquilo foi um elogio ou se eu deveria me sentir ofendida.

“Você vem acompanhada de um lindo dom para arrumar problemas.” Comentou ela. “Que interessante... Do que você gosta nela mesmo, filho?”

“Dessa lista toda.” Sorriu ele sem vontade. “Agora vai embora... Por favor.”

“Quanta indelicadeza.” Disse ela inocente. “Estou sendo gentil em vir aqui para tomar café com o meu filho e é assim que me agradece? Humpf. Para a sua sorte, eu aposto que Alice pensa diferente, não é mesmo? O que me diz de um café da manhã?”

Os dois olharam para mim. Ares dizia com o seu olhar feroz e autoritário que era melhor eu dizer não e ficar do lado dele. Só que o olhar dele não era nada comparado ao sorriso forçado e duplo de Hera. Quando digo duplo eu quero dizer que ao mesmo tempo que ela sorria para mim convidativa, ela dizia: “Diga não para mim, e eu vou ficar muito ofendida, Alice Kelly.”.

Como eu poderia recusar um convite tão lindo desses?

“Ahm... Claro. Café. É uma ótima idéia, senhora Hera.” Concordei sorrindo de volta. “Vamos Ares. Você estava com fome mesmo.”

“Ninguém merece.” Resmungou ele incomodado.

“Perfeito. Talvez você seja capaz de aprender algo com essa adorável jovem, Ares.” Disse Hera olhando para ele. “Algo que não tenha a ver com violência.”

“Se não tem a ver com violência, então não me interessa.” Respondeu ele. Porém não tinha jeito de escapar agora. Hera não deixaria ele de lado. “Ah... Vamos logo acabar com isso. Assim eu posso me livrar de você.”

Hera não se ofendeu com aquilo. Acho que por ter criado um filho como Ares, ela já estava preparada para todos os tipos de xingamentos, chiliques, ataques, golpes baixos, e coisas do tipo.

Nós fomos em direção ao jardim, e Hera fez surgir uma mesa branca delicada cheia de comida. Parecia o bufê do restaurante!

Nós nos sentamos e ela fez o mesmo. Eu estava do lado de Ares, e ela na frente de nós dois.

“Vai ser um loooongo café da manhã.” Resmungou ele para mim em um tom que ela não pudesse ouvir.

“Ela é tão ruim assim?” Perguntei de volta no mesmo tom.

“Você não tem idéia.” Respondeu ele.


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Notas finais do capítulo

Eu sei... Demorei um pouco para postar, não é mesmo Taylor_Efron?

Haha! Mas enfim, vocês leram!

O que acharam? Hera? Uh... Alice vai ter que tomar muito cuidado. De novo.

Espero pelos reviews!