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Gatah em Chamas escrita por tucci
Capítulo 11
A Família
Notas iniciais do capítulo
Apressadinhos, não?
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Sim, eu queria o Tom. Eu me entregaracompletamente à ele por meio do nossobeijo.
Ele me beijava tão intensamente que eupodia sentir o seu desejo. Agora estavamais claro do que nunca e não restavamdúvidas. Eu o queria como nunca quiseraninguém antes.
Senti a mão do meu namorado apertandoa minha bunda e nós dois sorrimos nomesmo instante. Depois senti sua mãoafrouxando e deslizando sobre a minhapele nua causando-me arrepios por todoo corpo, até ele cravar as suas unhas naminha coxa. Um desejo incontrolávelcomeçava a me consumir por dentro,como chamas ardentes.
Eu estava consciente do meu corpopressionado contra o dele, do meucorpo em chamas e do nó que seformavam na minha garganta detanto desejo. Eu estava conscientede que tínhamos apenas catorze anosde idade. Eu estava consciente de queos pais dele poderiam aparecer a qualquerinstante. Eu estava consciente da mão doTom na minha bunda, por baixo do meuvestido. E, sim, eu estava completamenteconsciente da elevação dura em sua calça.E eu esperava estar totalmente conscientedo que íamos fazer.
Deixei o meu lado selvagem, sensual esafado se apoderar totalmente de mim(algo que eu nunca fizera ou me atreveraem pensar em fazer). O meu lado racionalestava desligado porque eu sabia, de algumaforma, que se eu pensasse por aquele ladoeu pararia tudo e iria embora, constrangida.Mas aquele não era um momento que pediaracionalidade. Muito pelo contrário; agora nósagíamos por impulso, direcionados pelo desejo,sem nos preocuparmos com vergonha ouconstrangimento. Sem pensar muito; apenasvivendo. Era um momento nosso, que pertenciaapenas a nós dois.
Na verdade, em muitas ocasiões eu meperguntara quando aquilo iria acontecer e,principalmente, como e com quem. Eu achavaque seria totalmente vergonhoso; como eu teriacoragem de fazer aquilo? Mas, vivenciando o queeu estava passando, era tudo natural. Tão fácil etão simples que ninguém pode imaginar antes derealmente fazer. Foi especial, não dávamos a mínimapara o exterior. Como eu já disse, um momento apenas nosso.
Eu acordei com um sorriso no rosto. Meu sonofora tão calmo e tão tranquilo que eu me sentiatotalmente descansada de tudo o que ocorrera nodia anterior. E olhe que aconteceu uma porrada decoisas num dia só!
Eu sempre imaginara qual seria a sensação deamanhecer nos braços do meu namorado. É umasensação de segurança e pura felicidade. Confortoe nenhuma preocupação. É perfeito.
Me espreguicei demoradamente me lembrando doque ocorrera no dia anterior, e não pude evitar umsorriso malicioso. Fora perfeito! Eu experimentaraum dos momentos de pura felicidade na minha vida.Uma vida que, neste momento, estava às milmaravilhas e eu desejava como nunca que continuasseassim.
Finalmente abri os olhos e percebi uma claridadeofuscante na sala. A enorme janela que ocupavaquase toda a parede deixava entrar uma luz cegante.
A primeira coisa que vi após a infernal cegueiracausada pela luz foi o Tom. Ele ainda dormiaprofundamente, e eu fiquei algum tempo admirandoa sua beleza aconchegada em seus braços, escutandoa sua respiração reconfortante, que transmitiatranquilidade e segurança. Ele ainda guardava um mínimosorriso de felicidade no rosto, como eu estivera.
Esperei um bom tempo pelo meu namorado enfim acordar,mas não me incomodei. Era maravilhoso ficar observando asua perfeição enquanto ele dormia, sem saber do meu olhar.Ele enfim deu uma mexida com a cabeça e suspirouprofundamente, me envolvendo mais apertado ainda comos seus braços. Abriu minimamente os olhos, e não pudedeixar de rir com o seu incômodo com a claridade. Pelo jeitonão fora só eu.
— Bom dia — sussurrei beijando delicadamente seus lábios.
— Bom dia — suspirou ele tirando uma mecha de cabelo domeu rosto. Depois sorriu maliciosamente para mim e usou umtom de voz sarcástico. — Não conhecia aquele seu lado de ontem.
— Nem eu — confessei.
Me aconcheguei em seus braços dando um suspiro.
— Você é maravilhoso, sabia?
— Maravilhoso para mim foi você ontem — riu-se ele.
Levantei uma sobrancelha, preferindo nem responder aoseu comentário.
— Quando sua prima chega?
— Não faço a menor ideia.
Em resposta, ouvimos a campainha soar. Bufei praguejandoaquela maldita prima.
— Tenha paciência com ela — pediu Tom.
Ele levantou se espreguiçando e foi atender a tal Marcela,ainda todo bagunçado de uma boa noite de sono. Me levanteitambém e arrumei meu vestido azul que estava usando no diaanterior. Minha mente vagueava ansiosa para saber a aparênciada prima. Seria ela bonita? Se fosse, como eu ia poder competircom ela? E a sua reação quando soubesse da nova namorada deseu amado… Inferno. Não queria nem imaginar o que ela e suamãe fissurada poderiam fazer. Levei instintivamente minha mãoao meu pescoço, protegendo-o. Logo depois me toquei do que eutinha feito e tirei rapidamente as mãos. Ninguém vai cortar o seupescoço, Agatah. Pelo menos não agora.
— Tom! — exclamou animada uma voz absurdamente alta eincomodantemente animada. Imaginei-a abraçando meunamorado e passando a mão em sua bunda… Argh, precisavaparar com esses pensamentos!
— Oi Marcela! — Não gostei nem um pouco do tom de vozanimado do Tom.
Eu simplesmente não podia mais ficar parada lá, enquanto amenina que dá em cima do meu namorado estava na sala juntodele, provavelmente se oferecendo como uma puta. Sim, eusou ciumenta e sim, eu sou possessiva. E o Tom não podereclamar nada, porque ele também é como eu. Você sabe.
Subi furiosamente a escada em direção à sala, super ansiosapara saber a aparência da garota.
Abri um pouco estrondosamente a porta e dei de cara com aMarcela abraçada com o Tom. Sim, a maldita Marcela com omeu Tom.Logo quando eles finalmente se separaram (já estava na hora),olhei a figura que me artomentara todo esse tempo.
A Marcela era um pouco mais alta do que eu, dona de um cabelodourado ondulado e comprido (bonitos demais, para o meu azar),olhos azuis que fitavam irritantemente meu namorado com umdesejo muito aparente, esbelta e peituda demais.
Eu estava ferrada.
Me perguntei profundamente e sinceramente não souberesponder de maneira nenhuma porque o Tom não namorouela. Inferno, ela era pior do que a Erika! Olhei a diferençaaparente dos dois e tenho certeza de que eu não imaginariade forma alguma que eles eram primos.
A Marcela ficou sorrindo para o Tom até ele pigarrear e meapresentar.
— Bom, Mah… — Mah? Que porra intimidade era aquela? —Essa é a Agatah.
Ela me olhou de cima a baixo, aparentemente fazendo amesma avaliação que eu. Pude ver em seu olhar como elame classificara: concorrente. E pelo jeito não me considerouuma concorrente à sua altura.
— Agatah, prazer — disse um pouco falsa e fria demais.O Tom me olhou, repreendendo-me.
— Marcela — apresentou-se ela, sorrindo. Ela realmentegostou de mim ou ela era tão boa atriz para agradar oTom a ponto de parecer tão verdadeira com aquele sorriso?Não me senti culpada pelo meu sorriso frio, enquanto ela meretribuía com um sorriso brilhante. Só podia ser farsa daquelapiranha.
Quando soltei a mão dela, uma vontade incontrolável de limparminhas mãos no meu vestido para tirar aquele toque de piriguetedela se apoderou de mim. Mas eu resisti duramente e mexi minhamão, desconfortável.
Passou-se alguns segundos em um puro silêncio até eu quebrá-lo.
— Então quer dizer que você também vai à festa, hein?
— É — respondeu ela. — E você dormiu aqui, pelo jeito?
— É. Nós somos...
— Amigos muito próximos — cortou-me Tom rapidamente.Não gostei nem um pouco daquela atitude. Nem entendi,tão pouco. Qual era o problema do Tom para dizer queéramos namorados? Ele tinha me jurado que eu não precisavame preocupar em relação à Marcela, mas agora ele simplesmenteesconde o fato de estarmos namorando? Que merda era aquela?Cravei minhas unhas na minha mão de tanto nervosismo mesegurando para não gritar: "Porra, nós somos namorados, okvadia? Agora volta pro seu pasto, vaca, e nos deixe em paz".
Lancei um olhar meio desentendido e meio ameaçador para oTom, que parecia estar confuso. Se ele não falasse eu é queiria falar.
— Amigos próximos? — Marcela erguia sua sobrancelha lourapara nós, incrédula. — Amigos?
— Bem, na verdade... — começou Tom ainda meio confuso.Revirei os olhos para ele. Abri a boca para falar a palavra"namorados" até que ele me interrompeu, soltando tudo deuma vez. — Estamos namorando.
A reação de sua prima foi primeiro confusa, como se elaestivesse raciocinando as palavras ainda. Depois ela ficou séria,tipo "como?!". Aí ela ficou muito, muito brava e nervosa,mas rapidamente sorriu, escondendo seu nervosismo.
— Jura? Desde quando? — perguntou ela aparentementeescondendo sua raiva.
— Ontem — respondi antes que o Tom mentisse mais uma vez.
— Ontem? E ela dormiu na sua casa?! — Ela abandonou seusesforços de fingir se manter calma.
— Bem... — começou Tom.
— Marcela! — exclamou uma voz desconhecida. Era doce, suave,melodiosa, maternal, e transmitia segurança e tranquilidade.
— Sra. Eagle! — respondeu a maldita. Foi engraçado comoela mudou seu estado de espírito tão facilmente, de furiosapara meiga.
— Você veio! — A dona da voz era uma mulher aparentementejovem demais para ser mãe, mas velha demais para ser nova.Era alta, com aparência delicada e meiga, vestindo roupaselegantes. Tinha cabelos cheios e escuros escorridos pelassuas costas e olhos azuis constratantes. Era linda. E só podiaser a mãe do meu namorado. — E como está a sua mãe?
— Ótima, é claro — disse a Marcela, sorrindo.
— Que bom... — Ela desviou os olhos e notou a minhapresença, desentendida. — E... Quem é você?
— Ela é a Agatah, mãe. — disse o Tom. Ela abriu umsorriso enorme ao escutar o meu nome. — Aquela queeu tinha dito pra você... Eu a convidei pra dormir aqui hoje.
— Agatah, eu sou a sua futura sogra, Stephanie Eagle! —Recebi um abraço muito animado e gentil dela, que me fezsentir extremamente confortável. E seu perfume era delicioso,uma mistura de lavanda com um cheiro doce... Não sei explicarmuito bem. Só sei que era maravilhoso.
Infelizmente ela me soltou e me fitou com aqueles olhosazuis penetrantes como os do filho.
— O Tom já te pediu em namoro? — perguntou ela com umtom de brincadeira na voz. Pude ver o Tom corando e a Marcelaficando vermelha não de vergonha, e sim de inveja. Eu corei juntocom o meu namorado antes dele responder:
— Bem, já mãe...
— Ora, então precisamos comemorar depois! — disse ela sorrindo. —Agora você também é da família!
— Olá, Stephanie! — cumprimentou uma voz estranhamente familiar.
— Mãe! — exclamou a Marcela. Acho que a tia obsessiva doTom chegara. Agora eu não pude deixar de pensar no meuquerido pescoço.
Inferno.
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O que vocês estão achando, leitoras lindas?