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"Vendo os olhos do caçador, eu pensei
que morreria. Ele me fitou. Seus olhos
escuros como a noite. É meu fim."

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A lua está a pino nesta cidade fria. De meu esconderijo, nas sombras, já posso vê-la. Não pode ter mais que vinte e tantos anos, pele clara como a neve que toma toda a cidade. Concentrei-me, com todos os meus instintos voltados à caça, ouvi cada passo dado por ela. Como todas as noites, durantes os próximos séculos, eu conseguiria.

Seus olhos... azul-gelo, chamavam a atenção mesmo a metros de distância. E então ela entrou em um beco escuro. É a minha hora.

No beco é tudo muito rápido. Em questão de segundos, ela já está nos meus braços. Olho profundamente em seus olhos azuis, desculpo-me, e logo em seguida lhe dou o beijo da morte. Seu pescoço tão frágil, já sendo sugado pelas presas vis, fica flácido e todo o seu corpo desfalece.

Seu sangue, doce elixir, enche minhas veias e sinto sua vida em mim. Acabou.

Com a boca ainda manchada por seu sangue, olho o rosto doce e simpático. Um anjo. Afago sua face.

Durma agora pequeno anjo, o paraíso é todo seu.

Beijo seus doces lábios, agora lívidos. A noite apenas começou.