Meu nome é Juliet Thompson.   

                Eu tenho 12 anos de idade, faço treze em agosto. Eu estudava em um internato que dizia fazer com que crianças “problemas” virassem crinças prodígios... Lá haviam várias crianças ricas, que arranjavam problemas. Eu consegui entrar lá por causa de uma bolsa.

                Posso partir de qualquer ponto da minha vida, mas as coisas começaram a piorar mesmo no final do último mês de Agosto, quando nossa escola foi a um passeio num museu de Eletricidade.

                O Sr. Brunner, nosso professor de Física, estava guiando  esse passeio então tentei não me meter em encrenca.  Ele era um sujeito de meia idade que andava numa cadeira de rodas motorizada, tinha o cabelo ralo, uma barba desalinhada e usava um casaco surrado de tweed. A matéria dele era a única em que eu tirava C, minha maior nota.

                Dessa vez ia dar tudo certo.

                Como eu estava errada.

                Ao longo de todo o caminho aguentei Bruce William, aquele estúpido  e irritante convencido de cabelos castanhos sentado atrás de mim no ônibus e contando piadinhas sobre “garotas burras”. Ele se achava o máximo, porque sempre tirava a maior nota da classe, B-. Diferente de mim e minha melhor amiga Annie.

                Annie não tirava nenhuma nota maior do que E. Ela tinha o cabelo fino,  liso e castanho. Suas sombrancelhas eram arqueadas e tinha um sorriso bobo no rosto como se fosse pregar uma peça em você a qualquer hora. Preciso mencionar que ela adora pregar peças?

                De qualque modo Bruce contou uma piada que uma porta era mais inteligente que ela. Ele sabia que ela não poderia fazer nada.

                -Eu vou acabar  com ele.- murmurei.

                -Tudo bem, não sou rancorosa -  Ela se virou para Bruce- Ei, Bruce quer um pedaço de chocolate?

                Bruce pegou a barra inteira e disse:

                -Humm, é boa demais para pessoas burras.

                -3, 2, 1– Annie murmurou.                       

                Bruce começou a se coçar e teve um ataque de tosse. De repente ele ficou vesgo e voltou ao normal.

                -O que rinha aqui- disse Bruce, mas com uma voz afeminada, devia ter algo na barra.

                -Como fez isso?

                -Os mágicos nunca revelam seus segredos. –disse Annie rindo.

                Saimos do ônibus. Íamos ver um robô que pensava e falava. Afastei-me do grupo junto com Annie e fui  parar numa sala que tinha uma máquina que lançava raios no ar. É claro que as pessoas não podiam se aproximar, mas eu queria ver. Não havia ninguém por perto, com exceção de uma senhora que usava um turbante verde na cabeça e óculos escuros. Ela estava ocupada demais lendo um livro.

                Um raio veio em minha direção, eu gritei, mas o raio não me afetou. A senhora olhou para mim e riu. Fiquei com muita raiva, e então algo inacreditável aconteceu. Eu lancei um raio a poucos centímetros dela. Ela sorriu triunfante. Ela se levantou e disse:

                -Achou que não perceberia quem vocês são?