(Capítulo Anterior)

“- E toma cuidado também pra depois não se arrepender. – Ryan alertou de novo.

– Pode deixar mano. – Fiz um toque com eles e eles foram se deitar. Fechei a porta e tirei a camisa, me jogando na cama.

Essa vai ser mais fácil do que eu pensei."

– Jessica, eu não agüento mais experimentar sapatos! – Falei um pouco alterada, me jogando na cama e tirando o par de sapatos.

Se não bastasse o tanto de vestido que eu tive que colar e tirar, agora é a vez dos sapatos, puf.

– Só mais esse. – Me olhou com aqueles olhinhos fofos, esticando os braços para que eu os pegasse. Revirei os olhos e os coloquei, me levantando e desfilando no quarto.

– Vou virar top model profissional, hein. – Debochei, imitando uma. 

- E você leva jeito. - Riu, olhando para mim.

– Ah, eu não gostei muito.

– NOSSA, É ESSE! – Ela me descontrariou. Só porque eu não tinha gostado, mas pelo menos acabou.

– Graças a Deus. – Me sentei no chão e os tirei, levantando os braços para cima. – Ei, esse não foi o primeiro que eu experimentei? – Perguntei desconfiada, encarando o sapato, que a fez abrir um imenso sorriso amarelo. – JESSICA! – Gritei. - Você me fez experimentar uns 15 pares pra acabar ficando com o primeiro, sua vadia. – A fuzilei.

– Ué, não é qualquer dia que se tem um encontro com Justin Bieber. – Piscou, sorrindo.

É, ela estava certa.

– Jess, hoje eu acordei um pouco estranha. – Me levantei indo me sentar ao seu lado na cama, mudando as feições e de assunto. – Com o coração apertado, não sei. - Encostei minha cabeça nos seus ombros.

– É normal, você está insegura por causa do jantar. – Me abraçou e acariciou meu cabelo.

– Espero que seja só insegurança mesmo.

– Fica tranqüila, é só isso. – Sorriu para mim.

– São quase oito horas. – Olhei para meu celular e continuei andando em círculos pelo quarto.

– Nic – Maddi se levantou e me fez sentar na cama. – CALMA!

DING DONGGGG!

– Chegou! – Sorri. - Mas tem certeza que eu to bem assim? – Desfiz o sorriso e perguntei apreensiva, me olhando no espelho. Ela foi me empurrando até a escada e paramos por lá.

– Relaxa, você tá perfeita. – Me abraçou e me olhou pela ultima vez. – Agora vá, antes que o garoto dê meia volta e volte. – Me empurrou fraco e eu fiquei no lugar. – Vai! – A olhei como quem queria fugir, mas resolvi descer.

DINGGGGG DONGG!

Parei na frente da porta, coloquei a mão na maçaneta e olhei para Maddi, que estava sorrindo.

– Vai! – Sussurrou lá de cima e eu abri a porta.

– Achei que tinha desistido, e uau! – Justin falou me fitando dos pés a cabeça, me fazendo corar. – Tudo isso é pra mim? – Me lançou um olhar sexy, se aproximando.

– Justin, aqui não. – O empurrei, rindo. Fez bico. – Vamos? - Lhe dei as costas.

– É o jeito. – Bufou e ri.

Fomos indo em direção a sua humilde Range Rover.

– É, acho que dá para o gasto. – Falei me referindo ao carro.

– Depende do tipo do gasto. – Piscou, chegando e me puxando pela cintura, para perto dele.

– Você não se manca, né? – Falei rindo, brincando com o botão da sua camisa. Era muito meigo. – Me dá? – Perguntei ainda brincando com o botão, nem ligando para ele.

– Claro, vou tirar a camisa só pra te dar o botão. – Revirou os olhos, rindo. O empurrei.

– É assim? – Me virei. – Então tá. – Abri a porta do carro, virando as costas.

– Tá, tá bom. – Me puxou para ele, e eu sorri vitoriosa. – Com uma condição. – Sorriu de cantinho, me encostando no carro.

– Ah é? – Perguntei com um ar de provocação, jogando meus braços no seu pescoço e sorrindo, selando nossos lábios. Sorri entre o beijo e nos separei logo depois, ele me olhou confuso. – Se o John nos pega aqui, é perigoso sair tiroteio. – Riu e entramos no carro. – Aonde vamos? – Perguntei o olhando.

– Chegando lá você vê. – Piscou, ligando o carro.

– Restaurante italiano? – Perguntei olhando para a entrada do enorme restaurante, tirando meu casaco, fazendo Justin olhar descaradamente para meus seios.

– Amo spaghetti. – Sorriu, envolvendo um dos braços na minha cintura, me puxando para perto dele. O gerente do restaurante veio falar com Justin, claro.

– Sua mesa já está reservada, senhor Bieber. – Sorriu como gentileza e nos levou até lá, que formal. – Bom apetite. – Deu as costas e nos sentamos um do lado do outro.

– Quanta formalidade. – Falei e ele riu, procurando alguma coisa no restaurante. 

– É o preço de se ser famoso. – Se gabou e eu fiz uma cara debochadora. O vi com o olhar fixo em uma direção, me virei para ver. 

– É a Selena Gomez?! – Perguntei chocada, olhando para ela que estava chegando acompanhada de David Henrie. - Ela está linda. – Tentei disfarçar a decepção na voz, porque ela é Selena Gomez e ex dele, e eu sou uma ninguém.

Ela estava realmente muito linda, linda mesmo. Vestindo uma regata creme coladinha, um jeans escuro de cintura alta e um sapato vermelho-carmesim fechado, seguido de uma bolsa preta enorme, com um coque despojado.

Justin a acompanhou com o olhar até ambos se sentarem na mesa. Isso me deixou incomodada, confeso.

Ele me surpreendeu quando puxou meu rosto e selou nossos lábios, rápidamente. Mesmo surpresa, correspondi. Ele desceu as mãos para minhas coxas e eu resolvi nos separar, e olhei para Justin que estava olhando para Selena com um pequeno sorriso vitorioso no rosto, quando a viu olhando incrédula e morrendo de ciúmes para cá.

Era isso mesmo? Ele estava me usando para me fazer ciúmes para ela?

– Irão fazer o pedido agora? – O garçom chegou educado, fazendo Justin deslocar a sua atenção de Selena e me fazendo voltar em mim.

– É, spaguetti mesmo. – Justin sorriu e voltou a olhar para a Selena, que estava me fuzilando com o olhar. E ah, ele nem se importou em saber se eu iria querer isso mesmo.

– Só água mineral, perdi o apetite. – Falei seca e Justin me olhou estranho, mas fingi não ser comigo.

E eu achando que ele realmente estava gostando de ficar comigo, assim como eu estava... Palmas Nicolle, você vai legar o premio de trouxa do ano!

– Nic, aconteceu alguma coisa? – Tentou passar os braços sobre meu ombro, mas desviei e o deixei no vácuo.

– Nada. – Nada além de eu ser uma idiota a ponto de acreditar em você.

Percebi que ele ficou em silêncio e resolvi olhar de relance. Ele estava olhando com raiva para a mesa de Selena, que estavam na maior pegação.

Ciumes da parte dele. Ok, isso já basta para mim.

– Já volto. – Me levantei rápida e seca, iria para o banheiro ou pra qualquer outro lugar, menos ficar aqui nessa situação ridícula. Ele ficou me olhando sem entender.

Eu sou muito retardada, muito. Onde eu estava com a cabeça em aceitar essa merda de convite?

– Droga! – Gritei, me sentando na pia. Vontade de pular no ralo e sumir!

– Ah, você está aí. – Selena chegou me olhando dos pés a cabeça, com uma voz brava e com olhar de novo. Não, ninguém merece.

– Selena, olha, eu não queri...

– Cala a sua boca, vadia. Quem vai falar agora sou eu! – A olhei surpresa. Quem ela pensa que é? A rainha da cocada preta?

– Como é que é? – Me levantei e fiquei a encarando.

– Eu sei muito bem que você só está tentando aparecer, tentando ganhar fama e os assédios dos paparazzi sendo a “nova garota do Justin Bieber”. – Debochou nas ultimas palavras. De onde ela tirou isso?

– Mas você não vai conseguir, porque você não passa de umazinha para ele. – Me encarou e minha vontade era de grudar naquele monte de cabelo ruim e bater a cabeça dela contra o chão até sangrar. - Acha mesmo que ele ficaria com alguma do seu tipo a não ser para me fazer ciúmes? – Debochou novamente. Basta.

– E estou vendo que ele conseguiu. – Bati de frente. Estava me segurando, porque se eu realmente fosse fazer alguma coisa, sua carinha linda ficaria toda deformada.

– Cala a boca, quem estava falando aqui sou eu! Já disse. – Empinou o nariz e falou firme.

Que garota insuportável!

– Eu só não esquento seu rosto com um tapa, porque eu não quero me igualar a seu nível e ao de Justin, que acham que só porque são famosos podem fazer o que bem entender com as pessoas, como se fossem superiores as outras e como se os outros fossem objetos. – Estremeci os dentes para falar, me segurando firme e virando as costas, deixando ela falando sozinha. – E a propósito, ele é todo seu. – Sorri cínica e sai do banheiro em direção a saída.

Não sei como eu iria embora, afinal, Justin me trouxe a um restaurante no quinto dos infernos, mas o que eu mais queria era distancia dele e dessa coisa.

– Ei, aonde vai? – Justin chegou perguntando ofegante, logo atrás de mim. Me virei e estralei minha mão com um tapa no seu rosto, que chegou a virar. – Ficou louca?! – Colocou as mãos sobre o rosto e gemeu fraco de dor.

– Nunca mais ouse olhar para a minha cara. – Apontei o dedo na sua cara, falando com muita, mais muita raiva.

– O que foi que eu fiz? – Tentou dar um de vítima. Faça me o favor!

– Ha-ha! – Ri irônica. – O bebezinho não sabe? – Debochei. – Coitadinho dele... - Fiz bico, ainda debochando. - Doeu o tapinha?

– Um pouco. - Passou as mãos no seu rosto, me olhando confuso. Ridículo.

– Uma pessoa sendo usada garanto que dói muito mais. – O encarei e meus olhos começaram a marejar, merda. Tentei chamar a atenção de algum taxista, antes que eu chorasse na sua frente. Odeio pra tudo ter que chorar, até pra raiva. – Justin, me faz um favor? – Olhei para cima para não chorar.

Levantei meu rosto novamente para ele, o olhando firme. Ele concordou rápido com a cabeça e vi o taxi chegando.

– Nunca mais apareça na minha frente. – O encarei por alguns segundos e sequei minhas lágrimas, dando as costas e entrando no taxi.