Ontem. À noite. Nunca esquecerei.  Aquele abraço, aquele “Tchau. Tchau até alguma hora” não sai de minha cabeça... Não acredito. Estou apaixonada por Justin novamente. Porcaria. E ainda estou acreditando no que ele disse. Algo bem mais fundo que eu, me pede para acreditar. Contei tudo a Jéssica, e acabei de contar a Chaz. Vi a reação dele, mas devo ser sincera. Não contei o fato de estar apaixonada por Justin e não por ele, mas não posso dizer assim. Tenho medo de machucá-lo... Por que isso tem que acontecer comigo? Estou no meu quarto terminando [ainda bem] meu trabalho de decoração.

-[Batem na porta] Anne. –é a voz do Chaz....

-Sim –abro a porta- Chaz, Oi, tudo bem? –dou lhe um abraço, bem apertado.

-É, mas acho que vou ficar melhor quando falar com você. Posso entrar?

-Claro. –me afasto e ele passa. - Senta ai.

-Não precisa. Eu posso falar isso de pé mesmo. –Meudels. O que ta acontecendo?

-O que houve Chaz? É... É sobre, o-o Jus.. Justin?

-Sim. –ele disse seco, fitando os meus olhos. Queria dizer algo, mas não consegui, as palavras estão mudas em minha boca...

-Anne, eu amo você, e faço tudo o que puder para te ver feliz.

-Eu estou feliz Chaz. –tentei remendar.

-Não, você quer estar feliz, quer passar isso, mas eu vejo em seus olhos Anne. Justin ama você. A única vez que eu o vi desse jeito foi com a Caitlin. E ele está realmente tentando mudar por você. E sei que você o ama, fica com ele. Só me prometa uma coisa; Seja feliz. Eu sei que um dia irei achar uma garota, que vai olhar pra mim, do mesmo jeito que você olha para ele. –ele sorriu, tenho lágrimas nos olhos, e também estou sorrindo.

-Chaz, eu realmente te amo, mas não como amo o Justin. Você é meu melhor amigo, e com certeza você irá encontrar uma garota que vai te amar muito, muito. –eu o abracei tão forte, que acho que tirei o ar dele.

-Hey, Anne, só me faça dois favores.

-Claro. –disse com um sorriso amarelo no rosto.

-1º Seja feliz. 2º Me dê apenas o ultimo beijo, para que eu possa ter para sempre a ótima lembrança que você é. –ele disse sorrindo, eu sei do que ele falava. Não era um “beijo”, era apenas um “selinho”. Parece que até amigos fazem isso, mas eu devo isso a ele. Fui até ele e demos o tal selinho, podemos sentir um o sorriso do outro e as lágrimas descendo em nossas faces, seis que não foram lágrimas tristes.

Logo sai correndo, pelos corredores, o vento batia em mim, mais eu estava bem agasalhada, estava com meias calças, http://www.polyvore.com/cgi/set?id=30365592&.locale=pt-br , não estava com frio. Estou tão distraída que não vejo uma pessoa correndo no sentido contrário, e bato com ela, fazendo com que nós dois caíssemos no chão.

-Justin! –digo com o meu melhor sorriso, ele me dá a mão e me ajuda a levantar.

-Anne, eu..

-Eu sei de tudo, Chaz conversou comigo.

-Ele conversou comigo também por isso e. –eu o interrompi colocando um dedo em seus lábios.

-Justin, eu amo você. – Eu disse com meu melhor sorriso.

-Anne, eu amo você. – Ele disse sorrindo, com o sorriso que sempre me encantara. Ele passou os dedos em minha face, e olhou no fundo dos meus olhos, como na primeira vez. Ele me beijou, mas agora eu não tinha motivos para empurrá-lo ou morder a sua língua, o beijo dele está se revelando. Não era aquela coisa obsessiva igual ao meu primeiro beijo, era tão carinhoso... Sua língua dançava a mais bela valsa dentro de minha boca, trocávamos grandes ondas de choques, percorrendo nossos corpos, gelando minhas vértebras e logo em seguida queimando as como relâmpagos. Terminamos o nosso maravilhoso beijo.

-Anne, você me perdoa?

-Sim, claro que sim. –disse sorrindo hipnotizada por aqueles belos pares de olhos cor de mel. O Iris dele atraía os meus...

-Quer ser minha namorada?

-Quero. –eu sorri. Ele me pegou pela cintura e me girou no ar. Saímos andando ao jardim branco, agora cheio de neve, estávamos andando até que tudo escurece. Eu desmaiei enquanto andava, caindo por cima de Justin.

-ANNE, ANNE. –ele me pegou no colo e me levou às pressas para a enfermaria, a senhora de lá me reconheceu logo. Justin me deitou na cama, e ela logo me reanimou.

-Ela só desmaiou, é normal para quem está se recuperando da gripe, ela ficou muito tempo na nevasca. - disse a senhora.

-É, mas eu nunca desmaiei me recuperando de uma gripe.

-É mesmo estranho, me deixa verificar. –eu estava lá sentada na maca/cama, enquanto não estava entendendo nada, ela veio com o estetoscópio, me examinou, suspirou, olhou para Justin e disse.

-A gripe dela piorou. Ela está com pneumonia. O corpo não reagiu. E preciso saber o porquê. Vou pedir alguns exames. –ai não, ela não pode fazer isso, ninguém pode saber. Ninguém.

-Ok, ela tem que tomar alguma coisa? –Justin ficou preocupado, tentou não passar a impressão, mas vejo em seus olhos a aflição.

-Tem sim. –ela passou os remédios e o que posso ou não fazer. Aff. Odeio ficar doente, mesmo praticamente sempre estando. Não sei como não morri com a nevasca, claro, morrer não era minha intenção, mas pelo o que aconteceu, era para eu não resistir nem há meia hora...

Justin me levou para meu quarto, ficamos lá, a outra prova que ele estava mudando é que estando em meu quarto, sozinhos, deitados na cama, [ele estava sentado na cama fazendo cafuné em meu cabelo] ele não tentou fazer nada. Eu dormi, ele saiu. Logo depois eu acordei, era 00.00. Jéssica estava dormindo. Saí cuidadosamente e fui ate a enfermaria, chegando lá.

-Aconteceu alguma coisa Anne, você piorou? –a senhora disse levantando-se da cadeira.

-Não, não, eu estou bem. Só preciso conversar com você.

-Sobre...

-Sobre mim. Doutora, eu não quero fazer esse exames, eu não posso.

-Por que?

-Se eu fazer esses exames todos vão querer ver, e eu não quero que ninguém veja.

-Ninguém irá ver Anne, pode ficar despreocupada, não deixo ninguém ver.

-Mas eles vão ter perguntar o que eu tenho.

- E porque eu não poderia dizer?

-Doutora, não quero que ninguém saiba.... Meu corpo não reagiu porque eu tenho... Leucemia.

(Fim de Capítulo)